Juventude em Crise escrita por Queen Of Darkness


Capítulo 30
Véspera Natalina




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Sophie descia as escadas apressada e foi direto para a cozinha, quando chegou lá viu seu irmão e seu tio tomando café.

 

- Feliz véspera de natal. - desejou Sophie aos dois.

- Feliz véspera de natal. - desejaram eles também.

 

Sophie fora até a mesa e comera um pedaço de bolo de chocolate. Eduardo e Rafael se entreolharam.

 

- O que está acontecendo com você? - perguntou o tio da garota.

- É que eu estou feliz.

- E por que essa felicidade toda posso saber? - pediu Rafael.

- Por que eu saí daquele hospital chato pra passar o natal com vocês. - respondeu Sophie.

- Eu não gostei disso. - retrucou Sabrina entrando no local com várias sacolas. - Que história é essa que o meu hospital é chato?

- Eu estava brincando. - disse Sophie sem graça.

- É bom mesmo. - falou ela colocando as compras no balcão de centro da cozinha. - Eu fiz todas as compras para nossa ceia de natal.

- Eu já convidei alguns amigos. - se apressou Rafael em dizer. - E também os pais da Sheron.

- Então ta. - concordou Eduardo. - E você Sophie? Convidou alguém?

- Não. - respondeu ela. - As minhas amigas vão passar o natal com as famílias delas.

 

Eduardo foi até o balcão mexer nas coisas que Sabrina comprara e a mesma disse à Sophie:

 

- Essa sua boina é linda!

- É. - concordou Sophie. - Mas, eu não gosto muito de usá-la, só estou fazendo isso por que um quarto do meu cabelo foi arrancado.

- Sophie deixa de ser exagerada. - pediu Sabrina. - Foi só um pouquinho, não dá nem para notar e, aliás, vai crescer bem rapidinho você vai ver...

- Espero. - disse Sophie. - Ah... Eu vou sair...

 

Sophie já ia entrando na sala de jantar, quando Sabrina contou:

 

- Sophie você tem que ficar de repouso.

- A Sabrina tem razão. - concordou Eduardo.

- É rapidinho. - insistiu Sophie. - É por uma boa causa...

 

Ela saiu tão apressada que nem ouviu as recomendações dos dois, então saiu de casa e entrou em seu carro. Sophie dirigiu pelo mesmo caminho que a levava quase todo o dia para a Universidade Sampton, porém, não fora para lá. Ela estacionou na frente da creche e quando saiu do carro viu que Daniela já estava lá.

 

- Eu vim o mais rápido que pude. - começou Daniela. - Nossa Sophie, eu achei lindo o que você ‘ta fazendo.

- Ah imagina. - discordou Sophie sendo modesta. - É que eu não usei o meu dinheiro enquanto estive no hospital.

- Eu quero ver a carinha delas quando descobrirem. - confessou Daniela enquanto olhava por cima do muro as crianças brincando.

- Esse caminhão está demorando tanto. - disse Sophie olhando para o relógio, mas só foi a mesma abri a boca para um caminhão estacionar.

 

Quatro homens saíram dele e um se aproximou das duas:

 

- Sophie Menezes?

- Sou eu! - exclamou ela pegando em um papel e assinando. - É aqui.

 

Os homens tiraram caixas e mais caixas de cestas básicas, além de brinquedos. Sophie, Daniela e as professoras ajudaram a entregar as criancinhas que ficaram radiantes de felicidade, sem falar nas comidas que ganharam para o natal. Todas agradeceram Sophie. E quando a mesma acabara de receber todos os tipos de gratidões possíveis é que ela percebera que estava tarde e voltou para sua casa muito feliz. Chegando lá, a cozinha estava lotada de gente preparando o jantar, Sophie até ajudou em cortar o tempero, coisa que nunca fizera antes em toda sua vida. Depois a mesma foi para seu quarto descansar um pouco. Ela só se acordou quando Sabrina batera na porta.

 

- Sophie você já está pronta?

- Não. - respondeu a garota.

- Vamos logo. - apressou Sabrina. - Os convidados já vão chegar.

 

Ela ficou um pouco parada e depois é que se tocou que já estava muito tarde, então correu para o banheiro. Sorte que já havia separado tudo, então só fez se vestir rapidamente e fazer a maquiagem. Ela desceu as escadas junto com o irmão e vira Sabrina ali perto.

 

- Minha mão está com cheiro de tempero. - reclamou Sophie a Sabrina.

- Passa um pouco de borra de café que sai. - aconselhou a mulher.

 

Ela saíra dali e quando passara pela sala de jantar vira Bia, a mesma disse:

 

- Feliz natal.

 

Sophie a olhara como se achasse aquilo estranho, mas não correspondeu, então entrou na cozinha. Ela passara quase meia hora tentando tirar aquele cheiro de suas mãos. E quando voltara a sala já estava cheia de gente, a primeira pessoa que ela notou fora Fred. Eles trocaram olhares de ansiedade e depois o garoto os quebrou saindo de perto. Segundos depois a campainha tocou, Sheron havia chegado com os seus pais; a mãe dela era afro-brasileira e o pai era bastante alvo. Eduardo e Rafael foram os cumprimentar. A festa inteira estava muito boa, até Sophie que não era de comer muito se empolgara, pois de vez enquanto parava um dos garçons para pegar uns quitutes. Porém sem duvida a melhor parte da festa foi quando Eduardo pediu a atenção de todos, ele fez um discurso e pediu para que Sabrina ficasse do seu lado; do nada ele tirara uma coisa e do bolso e pedira:

 

- Sabrina você quer casar comigo?

 

Sabrina ficou um pouco nervosa e olhou para a Bia que estava abraçada com Pedro, a garota parecia feliz com o pedido, então Sabrina respondeu:

 

- É tudo que eu mais quero.

 

Todos ali aplaudiram enquanto o casal se beijava e Eduardo colocara o anel no dedo de Sabrina; no mesmo instante Sophie olhou para a mão e pegara no anel que o ex-namorado lhe dera, quando voltou a levantar a cabeça percebera que Fred a olhava, só que dessa vez foi ela que virara a cara. Agora não se comemorava só o natal mais como também o noivado de Eduardo e Sabrina.

 

- Parabéns. - cumprimentou Sophie ao casal.

 

Ela abraçou Sabrina e o tio, então voltou para o hall e Fred viera ao seu encontro.

 

- Eu... - começou ele. - É como é que você está?

 

Sophie pegou no torço branco muito bonito na sua cabeça, que combinava com o vestido também do mesmo tecido branco tomara-que-caia que usava.

 

- Eu já estou bem melhor. - respondeu ela.

 

Eles ficaram calados se olhando e quando Fred já ia dizer algo, um dos seguranças interrompeu dizendo que havia um garoto lá fora que queria falar com Sophie. Ela saiu da casa sem dizer nada a Fred e se espantou por ver Lucas bem na frente de sua casa.

 

- O que é que você está fazendo aqui? - retrucou Sophie.

- Eu só vim te visitar amor. - respondeu o garoto com a maior cara-de-pau do mundo.

 

Sophie o puxara para longe dali.

 

- O que foi? - perguntou Lucas.

- Você está doido? - brigou Sophie. - Imagina que alguém pega a gente juntos.

- Eu não vejo problema nisso. - disse Lucas.

- Mas eu sim. - colocou Sophie. - O que é que você veio fazer aqui?

- Eu vim te trazer esse presente. - falou Lucas dando uma caixinha pra ela.

 

Sophie a pegara e a jogara no chão.

 

- Eu não quero nada que venha de você. - retorquiu ela.

 

Lucas pegou a caixa do chão e depois argumentou:

 

- Nossa como você é mal-educada garota.

- Vem cá. - começou ela. - Por que você não vai passar o natal com a sua família? Ah... Claro, você deve ter nascido de chocadeira.

 

Lucas fizera uma expressão de desagrado, então continuou:

 

- Você não está feliz por eu ter vindo te ver?

- Não se faça de ridículo. - retorquiu Sophie.

- Se quer que eu vá embora, eu vou. - concordou Lucas. - Mas antes eu queria te dar mais um presente...

 

Lucas não falou mais nada, apenas agarrou Sophie.

 

- Me larga. - mandou ela se afastando e passando a mão na sua boca que Lucas acabara de beijar - Por você fez isso?

- Por que eu gosto de você. - confessou Lucas.

- Quer saber de uma coisa? - perguntou Sophie a ele. - Eu tenho nojo de você, eu nunca vou sentir nada por você...

- Isso é mentira. - discordou Lucas.

- Não, não é. - confirmou Sophie. - E, aliás, eu detesto você... Eu te detesto por ter aramado pra cima de mim e ter colocado aquele sonífero na minha bebida, não foi isso que você fez? Admite.

- Fui eu sim. - confessou Lucas. - Mas eu fiz isso pra você se livrar do Fred...

- Eu amo o Fred. - interrompeu Sophie. - Eu sempre vou amar ele, não adianta você tentar nos separar...

- Um dia você ainda vai se arrepender de estar dizendo isso. - ameaçou Lucas indo até seu carro que estava próximo e saindo.

 

Sophie continuara ali, sua cabeça agora doía muito e ela resolvera voltar para a casa, tudo estava escuro e quando ela andou alguns passos se deparou com um vulto, era Fred. Os dois ficaram parados por um momento.

 

- Eu ouvi tudo. - disse Fred.

 

Sophie não dissera nada.

 

- Eu não sei nem o que falar. - continuou Fred. - Sophie eu queria que me perdoasse.

 

- Sabe Fred... - começou ela sentindo uma mistura de alegria e raiva. - Eu não via a hora disso acontecer.

 

Fred sorriu.

 

- Mas agora, pra mim tanto faz. - retorquiu Sophie. - Eu não quero nem saber se acredita em mim ou não...

- Agora eu acredito. - disse Fred.

- Acredita por que ouviu da boca de Lucas que foi tudo armação, em mim você não acreditou...

- Eu estava atordoado. - interrompeu Fred. - Eu estava com ciúmes. Sophie entende.

 

Ela não dissera nada, então Fred prosseguiu:

 

- Você não sabe o quanto eu estou arrependido.

- Guarde esse arrependimento pra você. - retrucou Sophie. - E se quer saber mesmo, eu não estou com raiva da desconfiança... Eu estou com raiva por ter visto a Bia no seu apartamento; e o pior, eu passei três semanas internada em um hospital e você Fred... Você não fez questão de me visitar um dia se quer...

- Sophie...

- Não. - continuou ela. - Isso não tem explicação. Tudo bem que nós estávamos brigados, mas ao menos que você fosse em respeito aos momentos bons que nós passamos.

 

Fred já ia dizer alguma coisa, mas Sophie saiu dali rapidamente, entrou na casa e foi direto para o seu quarto discretamente.

 


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