Juventude em Crise escrita por Queen Of Darkness


Capítulo 21
Um Risco Por Amor




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Sophie, Michele e Yoko caminhavam altas horas da noite por uma rua escura e pouco movimentada. Elas passaram por dois garotos que conversavam, os mesmos fizeram questão de assoviar, mas as meninas nem lhes deram atenção.

 

- Tem certeza que o David vem para essa festa hoje? - perguntou Sophie estressada à Michele.

- Pelo menos, eu soube que ele comprou os ingressos. - respondeu Michele.

- É bom mesmo. - retrucou Sophie. - Por que eu não tenho tempo a perder.

- Eu também não. - acrescentou Yoko.

 

Elas passaram por mais uma turma de garotos que entortaram o pescoço para olhá-las.

 

- Aliás, foi você que me pediu Sophie. - disse Michele. - Só espero que essa sua idéia dê mesmo certo...

- Lógico que vai dar. - interrompeu Sophie. - Nunca subestime as minhas idéias.

 

Elas chegaram até a esquina e viraram para esquerda, onde havia uma rua asfaltada muito mais movimentada. As três pararam em frente a uma casa noturna e entraram após darem seus ingressos ao porteiro. Dentro estava tudo pouco visível por conta da baixa iluminação, exceto pelas luzes coloridas que vinham do teto e se dirigiam principalmente a pista de dança.

 

- Vocês estão vendo ele? - perguntou Sophie.

 

As três percorreram o local com os olhos.

 

- Eu acho que ele ali... - indagou Yoko.

 

Michele olhou para direção em que a amigava fitava.

 

- Onde?

- Lá no balcão. - respondeu Yoko.

 

Michele fixou os olhos, então disse:

 

- É ele mesmo... Eu vou lá.

- Ta. - concordou Sophie. - Mas faz também a sua parte.

- Pode deixar. - falou Michele se afastando das amigas e se dirigindo até o balcão.

 

Era realmente David quem estava lá sentado e bebendo. Michele se aproximou o máximo que pode, mas o garoto nem o dera atenção.

 

- Oi David.

 

Ele olhou para ela um pouco atordoado.

 

- Gisele?

- Não, eu sou a Michele.

 

David fez uma expressão de decepção e voltou a olhar para o copo de bebida.

 

- É impressão minha ou você detestou ter me visto? - questionou Michele.

- Não, não é nada disso. - discordou David. - É que ultimamente eu não ando nada bem.

 

Michele deu um riso sarcástico.

 

- Então, é verdade mesmo o que a minha irmã me disse. - retorquiu Michele. - Você está apaixonado por ela...

- Ela te disse, foi? - interrompeu David.

- Foi. - respondeu a garota. - E não dá pra acreditar que você está agora se embebedando por causa disso.

- Eu não estou bebendo por causa disso. - interpôs David olhando Michele, mas viu que ela não havia acreditado. - Por favor, não conta a ela que eu estou mau assim.

- Pode ficar sossegado. - assegurou Michele. - Mas, eu nunca imaginei que você poderia se apaixonar, ainda mais pela minha irmã.

- Eu também não. - disse David e depois pediu mais um copo e bebeu tudo de uma só vez. - Imagina quando os meus amigos souberem... Mas eu vou tentar esquecê-la, até por que ela nem ligou para os meus sentimentos.

- É você tem razão e vai ser melhor para você e pra ele. - apoiou Michele. - Sabe David, o que você precisa mesmo é de uma garota que não tenha medo de ficar com você.

- Eu só não sei quem seria essa garota, que conseguiria fazer com que eu me esquecesse da Gisele. - falou David se levantando um pouco e tirando a carteira do bolso de sua calça, Michele se aproximou mais dele, mas ele nem percebeu muito e chamou o homem para pagar as bebidas.

- Você já está indo? - questionou Michele.

- Eu não estou com muita cabeça para ficar aqui. - retrucou David se levantando definitivamente e se despedindo de Michele.

 

Logo em seguida Sophie e Yoko apareceram.

 

- Onde é que ele está indo? - perguntou Sophie.

- Já está indo embora.

- Então, anda Michele. - mandou Sophie essa é a hora.

 

Assim Michele fez, se levantou e foi atrás do garoto. Sophie e Yoko a acompanharam discretamente. Quando Michele já havia saído da casa noturna viu David um pouco distante caminhando pela rua escura, ela andou rapidamente e chamou:

 

- David.

 

O garoto se virou para olhá-la.

 

- Que foi?

- É que... - começou Michele. - Você disse que precisava de uma garota para esquecer a Gisele... E se eu me candidatasse?

 

Michele já estava muito próxima dele, e o mesmo sorriu:

 

- Você?! - questionou ele sem acreditar.

- Eu não sou boa suficiente?

- Não é isso. - discordou ele. - É que você é a cara da Gisele e isso não vai me ajudar muito, entende?

- Esquece essa garota. - pediu Michele e logo em seguida roubou um beijo de David.

 

Ele depois de alguns segundos se afastou dela.

 

- Olha Michele... Isso não é certo.

- Por quê?

- Por que é a sua irmã... E ela gosta de mim.

 

Michele deu sorriso de sarcasmo.

 

- Você acha mesmo que ela gosta de você?! - indagou Michele. - Se gostasse, por que você estaria aqui sozinho... Afogando as mágoas? Deixa de ser tolo.

 

Ele olhou para os lados sem saber o que dizer, porém, Michele continuou:

 

- A Gisele não tem nada a ver com você, mas eu tenho.

 

Quando a garota percebeu que ele continuava confuso por não responder, ela voltou a beijá-lo. Mas dessa vez David não recusou, muito pelo contrário, ele até a abraçou. Haviam passados dois minutos quando os dois resolveram se desgrudar.

 

- Eu já tenho que ir, ta? - falou o garoto.

- David...

- Desculpa Michele, mas não é com você é comigo. - E dizendo isso ele saiu rápido se afastando da garota.

 

Michele ficou parada no mesmo lugar sorrindo. Sophie e Yoko apareceram logo em seguida.

 

- Ele beija bem? - quis saber Yoko.

 

Michele se virou ainda sorrindo e indagou:

 

- Que homem é esse?!

 

Yoko também sorrira.

 

- E aí Sophie, deu certo? - perguntou Michele.

- Eu consegui tirar várias fotos de vocês se beijando. - respondeu Sophie. - Só estão um pouco escuras, mas depois eu vou tentar clareá-las o máximo que puder.

- Obrigada. - agradeceu Michele. - Eu não sei nem como agradecer.

- Talvez, algum dia você retribua. - falou Sophie.

- Claro. - concordou Michele. - Mas tem certeza de que essas fotos vão poder me ajudar?

 

Sophie olhou para a amiga sem paciência.

 

- Lógico que vão. - retrucou Sophie. - Eles podem até conseguir ficar juntos, mas assim que perceber que o relacionamento deles está em perigo, você dá o xeque-mate com essas fotos... a sua ingênua irmã nunca vai perdoar o David por ter agarrado você.

 

As três começaram a rir, depois decidiram que não iriam voltar à festa, então foram até o carro de Sophie. Demorou poucos minutos para que chegassem à casa de Sophie, a mesma depois de ter estacionado o carro na garagem entrou com as duas amigas na residência. Rafael estava na sala estudando.

 

- O Fred não vai gostar nada de saber que você anda até essas horas na rua! - exclamou Rafael.

 

Sophie encarou o irmão.

 

- Meninas se quiserem já podem subir.

 

Michele e Yoko assim fizeram deixando os dois a sós.

 

- Ele não precisa ficar sabendo. - supôs Sophie ao irmão quando as meninas já haviam sumido na escada.

- E por que eu não contaria a ele? - questionou Rafael.

 

Sophie olhou para os lados e respondeu:

 

- Porque eu não estou fazendo nada de errado.

- Então, por que não conta a ele?

- Ora Rafa... Por que o Fred é todo... Ele discuti comigo toda vez que eu saiu às festas desacompanhada, e se eu convido ele... Diz que não gosta desse tipo de lugar.

- Você sabia disso quando começou a namorar ele. - indagou Rafael.

- Eu sabia, mas ele também sabia que eu gostava de sair para as festas.

 

Rafael ficou pensativo, então disse:

 

- Tudo bem Sophie, eu não vou contar. Mas se algum dia eu descobrir que você está traindo ele... Eu não vou me comportar como irmão coruja, vou contar tudo ao meu amigo...

 

Sophie se apressou em abraçá-lo.

 

- Brigada. - agradeceu ela. - E eu nunca vou trair o Fred, por que você sabe que se eu não o amasse de verdade eu não estaria namorando ele e tendo que me privar de certas coisas.

- Tá bom. - concordou Rafael.

 

Então Sophie resolveu subir até o seu quarto.

 

- O chato do Rafael já brigou com você? - perguntou Michele assim que Sophie entrou no quarto.

- Ele só me advertiu. - respondeu a garota. - Cadê a Yoko?

- Ela está tomando banho.

 

Quando Yoko acabou, entrou Michele e depois Sophie. Elas já estavam todas banhadas quando resolveram deitar na cama para dormir, exceto Michele que teve que dormir no sofá daquele quarto o que não era sacrifício, já que o sofá era muito macio. Sophie não dormiu de imediato, apesar de cansada, ela ficou pensando em seu namorado e se essas saídas dela à noite o deixariam muito irritado. Foi inevitável, mas acabou lembrando da briga que tivera com o pai dele e da proposta que o mesmo fizera, ela tinha que fazer isso o mais rápido possível para que ninguém pudesse atrapalhar sua felicidade com o Fred, por que o relacionamento que tinha com ele era coisa mais importante para ela. Então resolveu fechar os olhos por alguns segundos, e quando os abriu percebeu que a noite toda já havia passado e que já era de dia. Yoko já estava arrumada e Michele também havia acabado de acordar, Sophie foi depressa para o banheiro. E quando as três já estavam arrumadas foram rapidinho na cozinha beliscar alguma coisa e aproveitaram a carona que Rafael ofereceu.

 

- Obrigada. - agradeceu Yoko a Rafael quando haviam chegado à universidade.

 

Elas saíram juntas e logo em seguida ele travou o carro enquanto via sua namorada se aproximar.

 

- O que é que essas amigas da sua irmã faziam em seu carro? - perguntou Sheron.

- Elas foram dormir lá em casa. - respondeu Rafael. - Aí eu ofereci uma carona...

- Sei. - interrompeu Sheron desconfiada.

- Você nunca foi ciumenta Sheron. - indagou Rafael atravessando o gramado com a namorada.

- É que a Michele é sua ex-namorada. - retrucou Sheron.

- O que não quer dizer nada. - discordou Rafael.

 

Eles não falaram muito, só resolveram ir até a cantina, chegando lá os dois se sentaram em uma mesa um perto do outro e começaram a se beijar.

 

- Com licença. - interrompeu Sophie.

 

Os dois se desgrudaram para olhá-la.

 

- Rafa você está com o meu telefone? - perguntou ela.

 

Rafael a olhou impaciente assim como a namorada, então abriu sua bolsa e tirou o aparelho entregando a irmã. Sophie saiu sem dizer nada e foi se sentar no balcão onde estava Lucas.

 

- Notícias do Ruan? - perguntou ela.

 

Lucas a olhou e respondeu:

 

- Eu acho que ele esqueceu de tudo.

 

Sophie percebera que ele estava um pouco abatido, e deveria estar se cortando por dentro, já que apesar de sua habitual falta de humor nunca deixa demonstrar mais do que isso.

 

- O que foi?

 

Lucas a olhou, então disse:

 

- Eu faltei duas aulas de Psicologia e meu professor resolveu fazer uma avaliação comigo...

- E?

- E que eu não sei nada do assunto e se não tirar nota boa vou ter que repetir o bimestre.

- Então estuda. - sugeriu Sophie.

- Só que é pra manhã. - falou ele sério. - E eu não tenho condição de estudar as duzentas páginas dadas nesse bimestre.

 

Sophie ergueu as sobrancelhas e retrucou:

 

- Sorte é a sua, por que eu tenho problemas muito piores...

- Como, por exemplo, o quê? - interrompeu Lucas.

 

Sophie pensou um pouco para decidir se contava a ele, então disse:

 

- É que o Fred está estagiando em um emprego e eu tenho que fazer com que ele saia dele.

 

Lucas a olhou desconfiada, então perguntou:

 

- Mas por que faria isso?

- O pai dele está me ameaçando.

 

Lucas riu.

 

- Ótimo sogro que você foi arranjar. - brincou Lucas, mas depois ficou sério. - Eu sei como posso te ajudar!

 

Sophie o olhou curiosa.

 

- Como?

- Eu posso fazer tudo sozinho, mas tem que me ajudar com a prova. - indagou Lucas.

- E como faria isso?

- Indo até a sala dos professores e pegando o teste para mim.

- Você está louco?! - retorquiu Sophie. - Isso não seria legal...

- Está vendo? - interrompeu ele. - Você esta ficando tão comportada quanto o seu namorado.

 

Sophie negou com a cabeça e discordou.

 

- Não é por que eu sou certinha, por que isso eu não sou... é por que se me pegarem eu vou me dar mal.

- Se você fizer tudo direito não vão te pegar. - confirmou Lucas.

 

Sophie pensou muito.

 

- E como você me ajudaria com o Fred? - questionou Sophie.

- Eu posso dar um jeito de meu pai ligar para onde ele trabalha e fazer com que o demitam, aliás, ele é senador e ninguém vai querer desobedecer a uma autoridade.

 

Sophie ficou pensativa, de certo que o que Lucas acabara de dizer poderia dar certo, na verdade com certeza daria certo e além do mais Fred não saberia da culpa de Sophie nessa história.

 

- Eu acho que eu não tenho saída. - confessou ela. - É a única forma que eu tenho, pelo menos agora.

- Mas você tem que ir lá o mais rápido possível, por que a prova é para amanhã. - disse Lucas. - E não se preocupe que hoje mesmo o seu namoradinho vai está demitido.

 

Sophie ofegou como se estivesse preocupada, então Lucas continuou:

 

- Você me encontra às dez horas, lá na escada do térreo para eu te passar as instruções.

 

Lucas saiu dali deixando Sophie pensativa, logo em seguida ela fez o mesmo entrando por trás do prédio e se dirigindo até o terceiro andar, onde tinha aula de Desenho. Porém, nem um minuto se quer prestou atenção no que seu professor dizia, só pensava na burrada que tinha se metido e que poderia causar sua expulsão na universidade. Sophie até tentou achar uma maneira para desfazer tudo, mas viu que não tinha outra saída e ia correr o risco se fosse para ficar com o Fred sem que ninguém se intrometesse. Assim que a campa tocou, ela se levantou rapidamente e às 10h foi se encontrar com Lucas atrás da escada.

 

- Já resolveu se vai me ajudar? - perguntou Lucas.

- Vou, vou. - respondeu ela sem paciência. - Mas fala logo antes que eu desista.

 

Lucas colocou a mão no bolso e tirou uma chave.

 

- Eu peguei isso do Professor Rogério. - falou ele. - É a chave do armário dele na sala dos professores e lá que está o teste.

- E como eu vou entrar lá? - questionou ela.

- Não sei... Se vira. - retorquiu Lucas enquanto a garota lhe lançava uma expressão de raiva. - Daqui vinte minutos você vai até a minha sala me entregar essas chaves de volta, para que o professor não levante suspeitas... E claro que o teste...

- Tá bom Lucas. - interrompeu Sophie. - Eu já entendi e afinal eu estou perdendo tempo aqui com você...

 

Lucas concordou e saiu na frente para que ninguém os visse juntos, logo em seguida Sophie saiu de trás da escada e se deparou com quem menos esperava (Fred). Ela ficou sem saber o dizer, então ele se adiantou:

 

- É a segunda vez que eu pego você conversando com o Lucas, escondidos atrás da escada.

- Eu não sei nem o que te dizer. - retrucou Sophie nervosa.

- Sophie, você não está me traindo, está? - perguntou Fred sério.

- Claro que não. - discordou Sophie como se tivesse acabado levar uma facada nas costas. - Você sabe que eu não suporto traição... Sabe que eu já senti na pele e sofri por conta disso.

 

Fred olhou para os lados e depois interrogou:

 

- Então, o que você fazia com ele, posso saber?

- Eu estava... Ele estava me mostrando um livro que tinha acabado de comprar.

- Atrás da escada? - questionou Fred duvidoso.

 

Sophie não respondeu, então disse:

 

- Você pensa o que quiser. - retorquiu ela. - Aliás, você não confia em mim mesmo.

- Não é bem assim. - discordou Fred. - É que eu apenas não gosto que a minha namorada fique conversando com um garoto que eu não suporto em lugares reservados...

 

Ele parou de falar por que percebeu que Sophie estava cabisbaixa:

 

- Quê que foi Sophie? Esse idiota fez alguma coisa com você?

- Não. - respondeu Sophie. - Eu só não estou me sentindo bem.

- Isso não é teatro pra me despistar, é?

 

Ela enfim olhou para ele e disse:

 

- Depois agente conversa, ta?

 

Ela se afastou dele e Fred até tentou impedi-la, mas Sophie foi mais rápida e virou para corredor à direita, quando percebeu que Fred não havia a seguido, Sophie encostou-se à parede e resolveu pensar como entraria na sala dos professores, então teve uma idéia. Ela caminhou até o outro lado do grande prédio e parou em uma ala mais reservada, onde normalmente ficava os funcionários, Sophie entrou em um pequeno banheiro sem que ninguém a visse e acabou conseguindo afanar uma roupa de faxineira, após alguns segundos estava completamente vestida e resolveu prender os cabelos e tirar qualquer jóia valiosa para que ninguém a reconhecesse; finalmente completou o disfarça com um boné que escondia o cabelo amarrado. Assim que saiu do pequeno banheiro um homem com a mesma roupa passou e a cumprimentou dando “bom dia”, ela respondeu usando uma voz diferente e com a cabeça baixa, por sorte Sophie achou largado no corredor um carrinho de limpeza e ajudou a definir mais ainda seu disfarce. Então sem demora ela foi rapidamente até a sala dos professores. Chegando lá havia um professor de Português conversando com o reitor, Sophie fez o mínimo de barulho possível e tirou o esfregão do carrinho passando no chão. Demorou um pouco até que eles saíssem, outra professora entrou, mas foi apenas para tomar café e saiu rapidamente. Ela correu para trancar a porta e procurou o armário com o nome do professor Rogério; e assim que o achou tirou a chave do bolso e o abriu, ela tirou uma pasta e foi até a mesa apoiá-la, procurou e achou umas quatro copias de teste que haveria amanhã para a turma de Lucas. Sophie tirou apenas uma folha e fechou a pasta a colocando no lugar que estava antes, então foi rapidamente abrir a porta e por sorte não havia ninguém, depois saiu dali carregando o carrinho e voltou para o banheiro onde deixara sua mochila com as roupas e os pertences. Sophie se trocou rapidamente e então saiu apressada para o terceiro andar onde ficava a sala de Lucas, a mesma pediu ao professor para falar um instante com o amigo.

 

- E aí conseguiu? - perguntou Lucas assim que a viu de fora da sala.

- Está aqui. - falou Sophie botando a mão no bolso e tirando a chave e uma folha embrulhada para entregá-lo.

- Então quer dizer que você se garantiu no mundo do crime?!

- Não começa com seus sarcasmos, ta? - rebateu a garota.

- Calma. - pediu ele. - E não precisa se preocupar por que eu consegui falar com o meu pai e ele já deve ter resolvido essa história.

- Acho bom mesmo. - retorquiu ela sem dar atenção a Lucas e saindo da vista dele.

 

Sophie sabia que ainda tinha aula, mas resolveu ir logo embora. E ao sair do prédio pegou um táxi até sua casa. Chegando lá viu seu tio Eduardo no hall.

 

- Quê que foi? - perguntou ele percebendo que Sophie estava um pouco triste.

- Nada. - respondeu Sophie.

 

Eduardo não insistiu e disse empolgado:

 

- O quê que você acha de eu mandar fazerem um jantar especial?

- Legal. - concordou Sophie sem animação.

- Você convida o Fred... E eu convido a Sabrina e a sobrinha dela. - disse Eduardo.

- Você nunca me falou que ela tinha sobrinha! - exclamou Sophie.

- Ah... Eu me esqueci...

 

Ele não disse mais nada por que a sua secretária apareceu dizendo que ele tinha um telefonema. Sophie, então, subiu as escadas e foi para o seu quarto fazer desenhos e só saiu de lá para almoçar, apesar de nem isso ela ter feito. Quando já era de noite, ela foi até a cozinha beliscar alguma coisa e na volta assim que passou pelo hall a capainha tocou, Sophie se adiantou em abrir.

 

- Oi Fred. - falou ela surpresa de ele ter aparecido sem ter telefonado.

 

Ele deu dois passos e a beijou.

 

- Você já está melhor? - perguntou ele.

- Já. - disse Sophie percebendo que o namorado era que não estava bem. - Você é que parece não estar muito bem.

 

Mas antes que ele dissesse algo, ela o levou até a sala e quando os dois estavam sentados é que Fred pode responder:

 

- É que... Eu... Eu perdi meu emprego.

 

Sophie não sabia o que fazer.

 

- Mas como?

- Não sei. - falou ele. - Parece que alguém importante contou a eles que eu não prestava... Eu não entendi muito bem.

- Deve ter sido o seu pai. - supôs ela.

- Não. - discordou Fred. - Eles sabiam que meu pai era contra eu fazer esse emprego, se fosse ele ninguém teria acreditado...

 

Ele não disse mais nada apenas olhava para frente enquanto Sophie o olhava e lhe partia o coração ver ele triste daquele jeito e mais ainda por ter sido ela quem planejou tudo.

 

- Quem fez isso deve me detestar muito. - pensou Fred alto.

 

Aquilo foi a gota da água e Sophie não conseguiu segurar as lágrimas e o sentimento de culpa, quando Fred percebeu seu choro se virou para ela e perguntou preocupado:

 

- O que foi Sophie?

- Nada. - respondeu ela enxugando as lágrimas

 

Fred fez carinho e nela e insistiu:

 

- Desde cedo que você está assim. O que foi? Conta.

 

Sophie não respondeu apenas o abraçou forte, Fred não soube como reagir só continuou parado abraçado com ela sem entender nada.

 

- Sophie, eu sou seu namorado pode me contar as coisas...

 

Ela enfim o largou e Fred enxugou as lágrimas dela.

 

- Fred... Se algum dia alguém tentar atrapalhar o nosso namoro ou falar alguma coisa sobre mim, promete que vai conversar primeiro comigo e nunca vai me deixar... Por que eu preciso muito de você...

- Claro Sophie. - concordou Fred a olhando com compaixão. - Claro que eu nunca vou deixar ninguém atrapalhar nosso namoro...

- Eu te amo muito. - falou ela sorrindo.

- Eu também meu amor.

 

Ela voltou a abraçá-lo e pediu:

 

- Não esquece disso, ta?

- Tá bom. - concordou Fred e depois os dois se beijaram.

 


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