Juventude em Crise escrita por Queen Of Darkness


Capítulo 12
Perdidos Na Mata




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- Oi, David. - falou Gisele quando descera as escadas e o vira junto de Matheus e Ruan na recepção.

Os dois amigos dele olharam-no desconfiados. Então, David respondera sem dar muita atenção à garota.

- Oi Gisele.

- Eu... é... - começou Gisele, mas, logo em seguida ela se tocou e não disse mais nada, então se afastou deles.

David se segurara olhando para seus amigos, mas, não conseguira e disse:

- Gisele, espera!

A garota olhou para trás e David pediu que eles fossem lá para fora, ela concordou e acompanhou ele, deixando os olhares curiosos de Matheus e Ruan. Os dois foram para uma área do hotel onde era totalmente coberta por grandes árvores e havia um lindo gramado verde.

- Eu pensei que você não ia me dar atenção. - falou Gisele se sentando em uma raiz grossa que estava sobre o solo.

David fora pra debaixo da mesma árvore se aproximando de Gisele.

- Por que você achou isso?

- Ah... David, você não percebeu o olhar torto dos seus amigos? Eles tiveram razão em me olhara assim, por que eu não sou o tipo de garota com quem você anda...

- Você não é o tipo de garota com quem eu andava... no passado... agora é diferente...

Gisele sorrira e perguntou:

- Então, você está completamente mudado?

- Completamente... Não. - respondeu David olhando para os lados.

- E se aparecesse uma garota muito afim de você, o que faria? - supôs Gisele.

- Depende da garota...

Depois de ter respondido ele a olhou e percebeu que ela não gostara muito da resposta, então, disse:

- Você me acha um idiota, não é?

- Eu não te acho idiota. - respondeu ela. - Você é apenas um imbecil tentando mudar...

- Minha auto-estima agradece... - retrucou David decepcionado.

Gisele rira e depois se levantou.

- Vamos voltar lá pra dentro?- pediu ela dando a mão pra ele, David a segurou levantando-se. Os dois voltaram pelo mesmo caminho, atravessaram a recepção e foram para o restaurante, onde havia umas mesas ocupadas por outros hóspedes e três mesas, uma próxima das outras, estavam os universitários. Gisele foi para onde estavam suas amigas e David se sentou onde estavam os seus. Matheus e Ruan o olhavam sem parar e depois fizeram um monte de perguntas ao mesmo tempo.

- Gente, calma. - pediu David. - Ela é só uma amiga.

- Sei. - falou Ruan desconfiado.

- A não ser que ela seja a próxima da lista. - indagou Matheus.

David ficara calado e resolveu tomar seu café, mas, de dois em dois minutos os seus amigos faziam suposições. Depois de um tempo, várias pessoas estavam chegando e se juntando às mesas com seus respectivos amigos sem chamar muita atenção. Porém, teve uma única pessoa que chegou e chamou atenção suficiente para que todas as pessoas que estavam naquele local a olhassem, inclusive alguns hóspedes do hotel que nem conhecia. Sophie ficara sem graça e se aproximou de uma mesa onde estava a maior concentração de seus amigos.

- Por que está todo mundo me olhando?

Michele se levantou e disse:

- Amiga... O seu cabelo está muito estranho.

Sophie pegou uma mecha do cabelo e percebeu que o mesmo estava um pouco esverdeado e gosmento. Ela ficou sem reação e depois de um tempo olhou para o lado e viu Bia se aproximar de uma mesa.

- Foi você que fez isso, não foi sua cretina?

Bia a olhou e disse em tom sarcástico:

- Imagina se eu ia fazer isso com você.

Sophie já ia pra cima dela, mas, Pedro que estava próximo a segurou pelo braço.

- Solta o meu braço, Pedro. - pediu Sophie.

Bia olhava para os dois sorrindo.

- O que foi que você colocou no meu cabelo?

Bia olhou para todo mundo e disse:

- Eu só conto se admitir que foi você quem colocou aquele rato na minha cama.

Sophie ficou surpresa quando viu que todos olhavam para ela, a mesma olhou para Pedro que fazia uma expressão de que ela devia abrir o jogo.

- Fui eu sim.

- Fala mais alto, Sophie. - mandou Bia.

- Fui eu sim. - falou Sophie alteando a voz. - E você teve sorte, de eu não ter colocado uma cobra peçonhenta, que era isso que você merecia.

Bia não se agüentou e foi para cima de Sophie para lhe bater, as duas puxaram o cabelo uma da outra, Fred se levantou e junto com Pedro tentou separar as duas, Michele também se aproximou. Quando as duas se desgrudaram, Sophie perguntou em tom de ameaça:

- O que foi que você colocou no meu cabelo?

- Foi um produto químico fortíssimo. - disse Bia. - E se você demorar muito seu cabelo vai apodrecer.

Sophie ficara furiosa e Michele lhe aconselhou:

- É melhor você ir tirar logo.

Sophie pediu mais uma vez que Pedro soltasse seu braço e quando teve certeza de que ela não voltaria a esganar Bia, ele assim fez e Sophie saiu de lá indo até a recepção. Michele, Daniela e Yoko acompanharam-na, as mesmas ao passarem lançaram um olhar venenoso, mas, Bia as evitou. Foram até a recepção e subiram as escadas até o terceiro andar, onde entraram no quarto. Sophie correu para o banheiro e as três meninas sentaram na cama e começaram a falar mal de Bia, com todas as ofensas que podiam dizer sobre uma única pessoa. Depois de alguns minutos Sophie saíra do banheiro só de toalha.

- Já saiu? - perguntou ela e Daniela se levantou e pegou no cabelo de Sophie.

- Eu acho que já. - respondeu.

- Mas, eu vou matar esse estrupício loiro. - disse Sophie com raiva e foi até sua bolsa pegar uma outra blusa, por que a última estava toda suja. - Ela acabou com o meu xampu importado... E agora eu não vou poder ir para o passeio.

- Você vai dar esse gostinho pra ela? - perguntou Daniela.

- A Dani tem razão. - retrucou Michele. - Se você não for ela vai se dar por vencida.

Sophie depois de muito pensar resolveu ir, ela amarrou seu cabelo ainda um pouco molhado; colocou uma calça jeans, seu tênis de corrida e pegou uma mochila menor que havia trago, na mesma colocou água e barras de cereais.

- Como estou? - perguntou ela as amigas.

- Ta ótima. - disse Michele. - Agora é melhor nós irmos.

As quatro desceram as escadas e Sophie se juntou ao grupo de doze pessoas que iria caminhar pela trilha. Pedro que segurava uma mochila se aproximou dela.

- Você ‘ta mais tranqüila?

Sophie concordou com a cabeça e Pedro abraçou-a. Depois de alguns minutos Rodrigo (o guia) apareceu e todos o acompanharam até fora do hotel. Bia e Sophie se olharam com ódio e logo em seguida tentaram se evitar o máximo que puderam. Eles saíram pelo portão de entrada e pegaram à estrada, não muito distante apareceu um pequeno caminho de terra entre as matas e Rodrigo pediu a todos que fossem por ali juntos, por que eles podiam se perder. O guia entrou na frente e os demais o seguiram, o caminho era coberto por várias árvores pequenas e aos arredores havia alguns arbustos. Quanto mais eles andavam, mais o porte das árvores ia aumentado e mais ficava difícil a caminhada, mesmo com todo mundo de tênis se ouviam alguns resmungos sobre pés doloridos. Havia casos em que a trilha se dividia em duas entradas, porém, o guia nem parava pra pensar e entrava confiante em uma das direções. Passados duas horas de caminhada, eles pararam e ficarão em uma área espaçosa daquela mata, pois, havia grandes árvores uma distante das outras.

- Estão todos aqui? - perguntou Rodrigo. - Se vocês derem pela a falta de alguém, me avisem, ta?

Todos confirmaram e foram para próximo de uma árvore se sentar. Sophie procurou Pedro e o viu bebendo água do lado de Fred, ela se aproximou e sentou entre os dois.

- Quer água?- perguntou Pedro a Sophie.

- Não. - respondeu ela. - Eu tenho aqui na minha mochila.

Sophie se aproximou de Pedro e lhe deu um beijo, Fred quando notou olhou para os lados e começou a beber água. Quando todos haviam descansado tempo suficiente, se levantaram e voltaram a caminhar. Dessa vez, pegaram um caminho estreito à direita, mas, não tão difícil de andar. Bia tentou andar pelo lado da estreita estrada de terra que era mais íngreme e acabou esbarrando em Pedro.

- Ah... Tinha que ser você. - disse ele sem paciência.

- Não foi de propósito, ta?! - indagou Bia.

- Se você andasse em vez de cavalgar, isso não teria acontecido.

Bia fez uma cara de ofendida.

- Você ‘ta me chamando de égua?

- Se a carapuça serviu. - falou Pedro em tom de afronta.

- Por que você não vai se reunir com a sua família de cobras que mora aqui na floresta? - perguntou Bia andando ao lado dele.

- Eu só me reúno se você fizer o mesmo com sua família de macacos. - falou Pedro.

Bia ficara novamente ofendida e dera passos largos indo um pouco mais à frente e ficando a alguns metros de Pedro. Novamente o caminho foi dividido em dois e Rodrigo entrou no esquerdo, fazendo com que todos também entrassem. Sophie andou um pouco mais lento e os outros que andavam mais rápido deixaram-na lá atrás. Ela viu que Fred estava próximo e quando ele também percebera a proximidade, Sophie deu uma de difícil e o ignorou, depois de dez minutos, ela olhou para o relógio e ficou surpresa por já ser tão tarde, mas, nem dava para notar por que o tempo na serra era sempre fechado como se fosse chover a qualquer instante. Como já havia passado do horário de almoçar, Sophie pegara uma barra de cereal e a comera, depois tomou um pouco de água e colocou a garrafa seca dentro de sua mochila. Fred se aproximara dela.

- Eu preciso falar com você. - disse ele baixinho.

Sophie parara com o choque que levara pela frase que Fred acabara de dizer. Ele também parou e olhou pra ela.

- O que é que você quer? - perguntou Sophie nervosa.

- Já não está na hora de você acabar com esse seu teatrinho, não? - perguntou ele olhando para as pessoas que se afastavam um pouco dos dois ali parados.

- Do que é que você está falando? - questionou Sophie.

- De você e o Pedro? - retrucou Fred voltando a olhar para as pessoas que agora estavam a uma distância de dez metros.

- Como assim teatrinho? Eu e o Pedro?

- Eu sei que você só ‘ta com ele por que quer esfregar na minha cara.

Sophie deu um sorriso falso e disse em tom sarcástico:

- Nossa... Você agora é o centro das atenções, não é?

- Admite Sophie.

- Mesmo que fosse não é da sua conta...

- É sim. - disse Fred. - O Pedro é meu amigo e eu não acho certo você ‘ta usando ele.

Os dois não tiravam mais os olhos um do outro e se esqueceram que estavam no meio da mata.

- Se eu estou com Pedro, é por que eu estou afim dele. - retrucou Sophie esnobando Fred. - E ele é muito melhor que você, até o beijo dele é melhor que o seu...

- Eu sei que você só ‘ta falando isso por falar... sabe que aquele nosso beijo foi inesquecível.

Sophie rira.

- Então, você admite que achou inesquecível...

Fred ficou todo errado e se explicou:

- O beijo foi bom, mas, não significou nada pra mim.

- Sei... - disse Sophie em um tom bem claro de dúvida. - Você ‘ta morrendo de ciúmes de me ver com o Pedro, não ‘ta?

- Claro que não, é você quem morre de ciúmes quando eu estou com a Bia.

Sophie rira.

- Eu até sentiria ciúmes se não soubesse que a sua namorada é tão inferior a mim.

Quando Sophie terminara de falar, Fred já ia dizer alguma coisa, mas, os dois ouviram um canto de pássaro e se tocaram de que estavam na mata, eles olharam para o caminho por onde andavam e já não se via ninguém, então, Sophie disse:

- Eu acho melhor a gente andar, antes que nos percamos.

Fred concordou e eles voltaram a caminhar pelo mesmo lugar onde minutos atrás estavam alguns hóspedes do hotel e o guia. Depois de uns quarenta metros de trilha, Fred e Sophie pararam repentinamente e se olharam um pouco assustados, havia à frente um caminho menor, mas, tanto do lado esquerdo como direito havia duas entradas um pouco maiores. Eles não podiam saber pra que caminho os outros foram, por que não havia nenhum sinal de vida humana e o chão coberto por pedra não deixava pegadas. Fred olhou para Sophie que estava com uma expressão nada boa.

- Calma. - pediu Fred. - Vai dar tudo certo... Eu acho que eles foram pela direita...

- Eu acho que eles foram pelo da frente... - falou Sophie nervosa.

- Mas, é muito estreito... - retrucou Fred.

- A gente já andou por caminhos mais estreitos que esse. - disse Sophie andando em direção ao caminho que estava à frente. Fred segurou o braço dela.

- Nós não podemos entrar assim, sem termos certeza!

Sophie fez com que ele soltasse o braço dela e retrucou:

- Você quer o quê? Que agente fique no meio da mata? Se dermos sorte, eles foram por aqui.

- E se não dermos sorte? - perguntou Fred e dera razão por Sophie não ter respondido, nem ele estava entendendo nada. - Então ta.

Eles se olharam por um momento e resolveram ir pelo caminho que Sophie optara, depois de um tempo eles perceberam que a cada passo que davam as coisas ia ficando mais estranhas e o ambiente mais escuro, não por que era tarde, muito pelo contrário eram apenas quatorze horas, ficava mais escuro por que as árvores estavam mais cobertas. Para o azar dos dois a estrada foi dividida novamente em dois caminhos, Sophie já estava quase chorando e Fred a abraçou.

- Não fica assim, Sophie.

- Eles não vieram por aqui. - disse ela chorando.

Fred enxugou as lágrimas dos olhos dela delicadamente com seus dedos e depois falou:

- Eles já devem ter dado por nossa falta... E essa mata não é tão grande.

Depois que ele dissera isso Sophie se acalmou mais e os dois resolveram entrar pelo caminho menos estranho. Passados vinte minutos e vendo que não haviam chegado a lugar nenhum, os dois resolveram se sentar em uma grande pedra onde passava um pequeno córrego.

- E agora o que agente faz? - perguntou ela.

- Eu não faço a mínima idéia. - respondeu Fred para o desespero de Sophie.

Eles ficaram em silêncio por um instante e depois Sophie falou assustada:

- Deve ter muita onça, cobra, capivara e lobo-guará faminto por aqui.

- Sophie, aqui não é o pantanal. - disse Fred. - Nós estamos em um serra fria, talvez tenha esquilos ou... - Ele notou que Sophie gostara do que ouviu. - Talvez tenha cobra, algumas aranhas grandes e...

- Fred cala a boca. - mandou ela estressada enquanto o garoto ria.

Ele assim fez e começou a olhar para o córrego então pensou.

- Claro! - exclamou ele.

Sophie se apressou para perguntar:

- Que foi?

- Esse córrego... Deve dar até a cachoeira...

- Como assim?

- Se nós seguirmos o curso da água, ela vai acabar nos levando até a queda da água...

- E a cada da água fica próxima ao hotel. - concluiu Sophie sorrindo e trocando olhares com Fred, mas, depois ela baixou a cabeça e questionou:

- Mas se não der...

- Claro que vai dar, pelo menos ele deve ser ligado a um dos braços do rio.

Sophie pensara um pouco e falou:

- Mas, se nós acompanharmos as águas desse córrego, vamos ter que deixar a trilha.

- Eu um risco que nós vamos ter que correr. - disse Fred. - Mas, de um jeito ou de outro nós vamos acabar chegando a algum lugar.

Sophie enfim concordou. Eles descansaram mais um pouco e depois de algum tempo saíram do caminho de pedra e passaram entre duas árvores indo em direção a um pequeno riacho, os dois acompanharam o curso das águas. Depois de um tempo, eles ficaram animados por que notaram que o riacho estava alargando e a vegetação ficando mais aberta. Sophie que estava calada pareceu ter tido uma idéia.

- Fred. - falou ela e o garoto parou. - O que você trouxe na sua mochila?

Fred ia responder, mas, Sophie o interrompeu:

- Você ‘ta com seu telefone?

Ele sorriu e ela, por conseguinte, fez o mesmo, então, Fred abriu rapidamente sua bolsa, pegou o aparelho e o ligou, porém, fizera uma expressão de desagrado e disse:

- Está fora de área.

Sophie ficara muito decepcionada e encostou-se à árvore mais próxima.

- Eu não estou mais conseguindo andar, Fred.

Fred se aproximou dela e segurou a mão da mesma.

- A gente tem que chegar a um lugar seguro antes que anoiteça. - falou ele para encorajá-la. - Vamos Sophie? Eu sei que você é forte.

Ela ofegou, voltou a andar e Fred acompanhara. O que deu esperança aos dois foi que o riacho estava alargando e a qualquer hora eles poderiam estar em um grande rio com várias casas ao redor, porém, mais uma vez a sorte deles foi traiçoeira, após vários minutos de caminhada o riacho não alargou mais e quanto mais caminhavam, mais dava a impressão de que haviam passado por o mesmo lugar.

- Nós não estamos chegando a lugar algum. - reclamou Sophie. - Não foi uma boa idéia essa sua...

- Sophie pára de reclamar. - mandou Fred.

Sophie se irritara com o tom de voz de Fred, então, rebatera:

- Você quer o quê? Que eu fique alegre...

- Pelo menos você está comigo. - disse Fred sem olhar pra ela e andando rápido.

- Grande vantagem! - exclamou Sophie.

- Eu sou forte. - indagou Fred.

- Mas, se passar uns três dias perdido na mata sem comer direito vai ficar mais fraco do que uma pessoa desnutrida...

- Sophie deixa o seu pessimismo de lado pelo menos por um instante. - falou Fred sem paciência.

Sophie que estava ao lado dele fez uma expressão de ofensa.

- Eu só estou sendo realista. - retrucou a garota.

Os dois ficaram calados por alguns segundos, até que, Fred sussurrou um pouco alto imitando uma voz de menina:

- Eu acho melhor nós irmos pelo caminho da frente...

Sophie ficou indignada e caminhou rápido ficando à frente de Fred e começou a andar para trás enquanto olhava para o garoto.

- Você não começa... Por que foi você que colocou a gente nessa...

- Não é verdade. - disse Fred.

Sophie voltara a andar normal, só que dessa vez do lado dele.

- Eu não sei o porquê de nós termos parado pra conversar...

- Ah, claro. - retorqui Fred. - Você queria discutir a nossa relação na frente da Bia e do seu namorado.

Sophie ofegou e disse:

- Primeiro, nós não temos relação pra ser discutida; segundo, o Pedro não é meu namorado; terceiro, era pra gente ter conversado no hotel e não aqui...

Fred olhou para os lados e falou:

- Olha... Não é bom nós discutirmos na situação em que estamos.

Sophie não dissera nada e olhou para o relógio.

- Não vai demorar muito pra anoitecer.

- Então, é melhor nós nos apressarmos.

- Fred, a gente está andando desde as dez da manhã.

- Só, mais um pouco e depois nós paramos.

Eles andaram mais meia hora Fred olhou para a cara de abatida de Sophie, mas, dessa vez não a repreendera, por mais que tentava ser forte ela não conseguia esconder o medo e às vezes até ele também não conseguia. Ele tinha que dizer alguma coisa não podia deixar Sophie naquele estado, então, tentou:

- As coisas vão melhorar...

- Até por que não tem como ficar pior... - falou ela desanimada.

Depois de alguns segundos, começou a serenar e a cada minuto as gotas ficavam mais fortes. Sophie e Fred se olharam e do nada começaram a rir.

- Que boca maldita essa sua... - disse Fred.

Sophie dessa vez não brigara, apenas sorriu. A chuva engrossara e eles foram para debaixo de uma árvore. Fred sentou encostando-se ao grande caule, já Sophie colocou suas costas sobre o peito dele. O céu já estava completamente escuro, o que aumentava cada vez mais o medo dos garotos e a chuva não ajudou muito, por que agora os mesmos tinham que ficar debaixo da árvore para não se molharem e para não pegarem nenhuma gripe indesejada.

- Eles devem está desesperado atrás de nós. - imaginou Fred.

- Eu acho que ninguém ‘ta preocupado comigo, só com você mesmo...

- Por que você ‘ta falando isso, Sophie? - perguntou Fred.

- Nem meu irmão gosta de mim. - disse ela e depois ofegou.

- Isso não é verdade... E tem o Pedro, as suas amigas...

- É... talvez. - retrucou Sophie.

Os dois ficaram em silêncio por um bom tempo, enquanto o céu escurecia e alguns pingos de chuva caiam neles.

- Eu imaginei tudo pra essa viagem. - disse Fred. - Tudo, menos ficar perdido nessa mata e ainda mais com você.

Sophie levantara um pouco o rosto e olhou para ele sorrindo.

- Se a gente escapa dessa... essa vai ser a maior aventura de toda a minha vida.

- Acho que da minha também. - concordou Fred sorrindo. - Eu tenho biscoito aqui, você quer?

- Não, obrigada. - respondeu ela. - Incomoda a minha cabeça no seu ombro?

- Não. - respondera Fred.

Os dois ficaram calados novamente, depois de alguns minutos a chuva diminuíra seu volume, porém, eles continuaram abraçados debaixo da árvore, não tinha condição de eles saírem naquele escuro, Sophie ficou um pouco assustada com um barulho assustador e Fred lhe explicara que fora uma coruja.

- Fred?

- Hã?

- Não significa nada... nós estarmos aqui juntos, sozinhos e abraçados no escuro, não é? - perguntou Sophie falando bem baixinho.

- Claro que não significa nada! - exclamou Fred também falando baixinho. - Nós só estamos assim, por que os acontecimentos nos levaram a isso...

- Claro. - concordou Sophie nervosa. Ela se mexeu um pouco e Fred também fizera o mesmo, então, Sophie voltou a se encostar sobre o peito dele.

- Seu coração está batendo forte. - disse ela, virando um pouco para olhá-lo mesmo na escuridão.

- O nervosismo. - explicou ele.

- E por que você ‘ta nervoso? - perguntou Sophie ainda um pouco virada para ele.

- É por que a gente está aqui sozinho nessa floresta.

- Eu também estou um pouco nervosa por isso. - confessou Sophie e seu coração acelerara assim como o de Fred, seu nariz tocou no rosto dele e depois os lábios dos dois ficarão próximos, eles não conseguiram evitar e se beijaram, após alguns segundos Sophie recuou e disse:

- Eu acho melhor a gente parar por aqui.

- Eu não devia ter feito isso! - exclamou Fred. - Eu tenho namorada...

- E eu não quero brigar com você. - completou Sophie.

Eles ficaram imóveis por alguns segundos, mas, a vontade foi mais forte e voltaram a se beijar.


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Notas finais do capítulo

AMEM, posteii o
amooo esse capp!!



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