5 anos se passaram após a morte de Patrícia.

Maria continuava presa, e apesar de haver sido condenada injustamente a passar toda vida na cadeira, seguia com suas ilusões de voltar a ver seus amados filhos, e sonhava com o dia em que Estevão, o único homem que havia amado com toda a sua alma, fosse ao seu encontro e lhe pedisse perdão por te-la abandonado. Ela queria odiá-lo, mas não conseguia. 5 anos não foram suficientes para arranca-lo de seu coração.

A unica coisa que distraia Maria, era trabalhar com a prata. Uma das vigias da cadeia havia ensinado a ela, e Maria fazia aquilo com muito gosto, quando estava entretida em seu trabalho, não pensava em todo sofrimento que estava passando.

Ao longo do tempo, Maria foi ganhando seu próprio espaço na prisão, tinha uma cela só para ela. Isso fazia com que muitas das presas a odiasse. Maria era uma mulher jovem, bonita, educada... E apesar de tudo, continuava uma pessoa muito agradável. Tanto a diretora da prisão, quanto as vigias, gostavam muito de Maria e isso causava raiva em muitas mulheres ali dentro.

Um dia, Maria estava no pátio da cadeia, quando 4 mulheres, Mirta, Gardênia, Lumara e Lucrécia, se aproximaram dela e começaram a ofende-la...

Lucrécia: Olha só quem está ali, a assassina!

Gardênia: Que mulher desprezível. Nós todas somos santas perto dela, nada do que fizemos se compara a matar alguém!

Lumara: Deviam ter condenado ela à pena máxima, a pena de morte !

Mirta era a mais quieta do grupo, Lucrécia, Gardênia e Lumara apenas a usava, era um tipo de escrava para elas. Mirta era uma mulher boa e não queria ofender Maria, assim como ela, foi presa injustamente. Via em seus olhos que não seria capaz de matar ninguém.

Maria ouvia as ofensas quieta, não valia a pena discutir com um bando de mulheres que a invejava, e além do mais, não queria ser castigada por mal comportamento.

Com o passar do tempo, as 3 encrenqueiras começaram a se enfurecer. Já havia muito tempo que estavam provocando Maria e ela nunca reagia. Sempre escutava em silêncio o que as mulheres diziam. Sua vontade era de gritar a elas que era inocente e que nada do que diziam era verdade, mas preferiu se calar, não queria arrumar confusão com ninguém.

~ Mansão San Roman ~

Estevão apesar de sentir um remorso muito grande por ter abandonado sua esposa à sua própria sorte em uma prisão, acreditava que tinha feito o melhor, que tudo foi para proteger seus filhos. Não conseguia acreditar na inocência de Maria, tudo a acusava. Queria acreditar, mas não conseguia. Assim como Maria, Estevão ainda a amava intensamente, todas as noites quando ia se deitar chorava ao ver o espaço onde ela dormia vazio. Sentia a falta dela, nunca se esqueceu de seu cheiro, do gosto de seus lábios , recordava todas as suas noites de amor, e isso lhe fazia muito mal. Daria tudo para te-la de volta, mas era impossível.

Estevão estava em seu escritório, longe com seus pensamentos, quando de repente entra Estrela.

Estrela: Papai ?

Estevão nem percebe a presença da filha que, rapidamente corre e senta em seu colo.

Estrela: Papai, o que você tem ?

Estevão se dispersa dos pensamentos e sorri para Estrela.

Estevão: Nada meu amor, só estava pensando.

Estrela: Ah... Pai, o que acha se formos visitar a mamãe no aniversário do Heitor ?

Estevão se aborrece com o que Estrela diz.

Estevão: Não Estrela! Já disse que sua mãe está muito doente, por isso está se tratando em um lugar muito longe daqui. No momento vocês não podem vê-la!

Estrela: Mas paaaai...

Estevão: Não Estrela!

Estrela: Está bem.

Estrela sai do escritório do pai triste, já fazia muito tempo que sua mãe estava longe e sentia muito a sua falta. Mal sabia ela que sua mãe não estava doente, e que nunca mais voltaria a vê-la.

Estrela vai para o quarto de Heitor e lá conta para ele e para Ângelo a tentativa mal sucedida de convencer seu pai de leva-los para ver sua mãe.

Heitor: Eu não entendo porque não podemos ver nossa mãe. Será que o problema dela é tão terrível assim? Já faz 5 anos que não à vemos. Acho que eu merecia esse presente.

Ângelo: Eu queria que a mamãe estivesse aqui com a gente.

Estrela: Eu sinto muita falta da mamãe, daria tudo para poder abraça-la.

Heitor: Eu também sinto falta dela, mas pelo jeito, vai demorar para nos encontrarmos com ela novo...

Alba escuta a conversa dos sobrinhos e resolve se intrometer.

Alba: Crianças, isso não é hora de estarem acordados!

Estrela: Ah tia, só estávamos conversando sobre nossa mãe. Pedi para que o meu pai nos levasse até ela, mas ele se negou.

Por um momento, Alba lembra de Maria e do quanto a odiava. Apesar de estar distante, continuava nos pensamentos de Estevão e isso a irritava. Queria que os pensamentos de Estevão estivessem direcionados somente a ela, mas sabia que isso era impossível. Seu sobrinho nunca a veria como mulher.

Alba: Vocês tem que entender que a mãe de vocês está muito doente e que não podem vê-la.

Heitor: É, eu sei! Queremos que ela melhore, por isso, no momento, não vamos mais insistir nisso.

Alba: Está bem. Agora está na hora de dormir.

Heitor: Ta bom tia. Boa noite.

Alba da um beijo em Heitor e leva Estrela e Ângelo para seus quartos, onde os coloca para dormir. Logo em seguida, vai para o seu quarto, onde encontra Carmen.

Alba: O que faz aqui?

Carmen: Vim te dar boa noite Albinha.

Alba: Tá, agora já pode sair.

Carmen: Credo, porque está assim?

Alba: Heitor e Estrela insistem em ver a mãe.

Carmen: Uma hora isso ia acontecer, eles já estão bem grandinhos e daqui a algum tempo, nossas desculpas não vão servir mais de nada!

Alba: Eu sei! Não precisa me dizer. Essa mulher devia estar morta, só trouxe sofrimento para a vida de Estevão!

Carmen: É... melhor começarmos a pensar em uma desculpa bem convincente para dar a eles.

Alba fica em silencio, matutando um plano para fazer com que Heitor e Estrela esqueçam Maria. Carmen vai para o seu quarto deixando Alba sozinha com seus pensamentos.

~ Aruba ~

Entre as 3 mulheres que viviam provocando Maria, Lucrécia era a que mais a odiava. Não estava mais suportando a sua calma diante de tantas provocações. A raiva por ela só aumentava e precisava dar um fim em tudo isso. Então, Lucrécia teve uma ideia, que iria exercer sozinha, não queria que as outras atrapalhassem seu plano. Não queria que Mirta soubesse, ela percebia o quanto gostava de Maria e não podia dizer nada perto dela, caso contrario, poderia por em risco seu plano e se encrencar !

Lucrécia, sozinha com seus pensamentos: Agora essa tal de Maria vai ver com quem está mexendo, ela me paga !

Alguns dias depois, Lucrécia deu um jeito de arrumar uma faca, aproveitou um momento em que Maria foi ao banheiro e a seguiu discretamente para que as vigias não a vissem...