Jacob & Renesmee: Blood Moon escrita por Thais S


Capítulo 3
Dons


Notas iniciais do capítulo

hello!
agradecendo a todos que comentaram, beijos a todos.



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Passamos por um conjunto de arbustos e logo nos vimos no enorme quintal cheio de neve. Nós paramos na varanda nunca desviando os olhos um do outro.

–olha jake... Desculpe-me por aquela história sobre namorada. Eu não devia ter falado nada. Não é da minha conta. - eu disse enquanto girava a maçaneta. Ele sorriu revirando os olhos.

–está perdoada. - ele brincou deixando claro que não havia nada para se perdoar.

Eu estava tão eufórica que mal notei meu pai tocando o velho piano preto de cauda e minha mãe bem ao seu lado ouvindo admirada a melodia de Chopin sair daqueles dedos impacientes. Ela nos olhou parados na entrada da sala e apenas sorriu para Jacob, que acenou de volta. Pude perceber então que eles já haviam se visto antes. Cruzei os braços um pouco nervosa com aquilo.

Alice estava debaixo das escadas com jasper construindo um enorme castelo de cartas, emmett estava ao lado de esme e rose no sofá, ele olhava atentamente eles construírem o enorme castelo com uma expressão de quem não demoraria muito para ir lá derrubar.

Ninguém moveu um único músculo quando Jacob atravessou a sala e se jogou numa poltrona vazia eu fiquei parada onde estava ouvindo as melodias de Chopin diminuírem até desaparecerem. Pelo visto eu era a única pessoa dali que não sabia que Jacob havia voltado aquilo me irritou mais do que devia.

–você é igualzinha a sua mãe. Não gosta muito de surpresas. - disse meu pai revirando os olhos dando a volta no piano estendendo os braços e me abraçando me mantive imóvel e de braços cruzados. Ele riu da minha irritação e me deu um beijo na testa. –também é facilmente irritável.

–porque não me contaram?-perguntei

Foi Alice que respondeu:

–se alguém contasse isso ia deixar de ser surpresa, e isso foi idéia do cachorro. Ele que quis fazer uma surpresa para você portando sossegue e não mate ninguém aqui por ter escondido isso de você. Jacob ameaçou trazer o bando inteiro dele pra cá, isso seria pior do que ver alguém queimando roupas de grife. - ela tagarelou debaixo da escada.

Revirei os olhos.

–o que não faz muita diferença... Essa criatura já fede por um bando inteiro. - murmurou minha tia rose do sofá.

–rose!- repreendeu esme. –não é assim que tratamos as visitas.

Minha tia rose pareceu não ligar, jogou o cabelo para trás enquanto se inclinava para frente e pegava o controle da tevê e passava a zapear pelos canais distraída.

Emmett olhou pra mim meio incrédulo.

–eles queriam me deixar aqui sozinho com as pulgas e os carrapatos do Jacob pra irem te chamar. Se eu pegasse alguma doença e morresse... Ou pior entrasse em coma, todos vocês iam se sentir culpados. –ele reclamou. Jasper revirou os olhos.

–vampiros não ficam doentes emmett, muito menos entram em coma. - disse ele. Emmett deu os ombros.

–mais chega perto. - disse ele.

Minha tia rose ainda estava zapeando pelos canais da tevê ela já estava nos seiscentos e me perguntei quanto tempo levaria até ela chegar ao inicio.

–vou preparar o almoço para nessie. Jacob está com fome? Se quiser eu preparo algo. - perguntou minha mãe enquanto levantava do banco vermelho do grande piano.

Eu olhei para Jacob cheia de expectativas.

–na verdade, só vim trazer nessie aqui... Eu preciso voltar a La push, ainda não vi meu pai. - disse ele enquanto se levantava me senti desapontada.

–finalmente o ar ficará puro de novo. - resmungou rosalie. Jacob olhou pra ela com um sorriso zombeteiro.

–miss simpatia... Tenho uma pergunta para você- Jacob começou como ela não alterou a expressão e não respondeu Jacob continuou. –como você distrai uma loira por várias horas?

–não sei e não quero saber- disse ela mostrando os dentes para Jacob ele sorriu satisfeito por conseguir irritá-la.

–dando a ela uma folha de papel na qual está escrito “leia o outro lado” nos dois lados!- ele respondeu. Todos nos rimos ela havia merecido essa. Emett gargalhava igual a um urso do lado de rosalie bastou um único olhar dela para que ele se calasse.

–tem certeza de que não quer ficar para o almoço?-perguntou minha mãe se aproximando de mim e abraçando sutilmente meus ombros.

–fica pra outro dia. - Ele murmurou se aproximando de mim. -passo aqui para te ver amanhã, esta bem?- ele perguntou enquanto me olhava. Fiz que sim com a cabeça e ele sorriu antes de se virar pra porta e desaparecer na floresta logo em seguida.

O restante do meu dia havia sido bom, é claro que não pude deixar de pensar que meu dia seria muito melhor se eu tivesse passado com Jacob.

A noite demorou a cair e quando finalmente deu à hora de dormir eu subi para o meu quarto para me preparar.

Eu agora morava na mansão junto com os outros, eu havia decidido dar um pouco de privacidade aos meus pais depois de alguns incidentes perturbadores. Eu definitivamente não queria estar lá quando eles finalmente destruíssem a casa.

Meu quarto ficava no antigo lugar onde era o quarto do meu pai. As paredes de vidro haviam sido todas removidas e substituídas pelos bons e velhos tijolos, uma exigência de Edward. Apesar de nós morarmos bem afastados da cidade meu pai alegava que eu devia ter toda a privacidade do mundo.

As paredes do meu quarto eram bem claras e no fundo havia um pequeno closed cheio de roupas, no meio do quarto havia um grande tapete felpudo e dourado não muito longe havia uma enorme cama king size de edredons lilás.

Depois de tomar banho e escovar os dentes vesti meu pijama e voltei para o quarto. Não fiquei surpresa ao ver minha mãe sentada na beirada na cama me esperando, ela sempre vinha me dar beijos de boa noite. Subi na cama sem mais delongas puxando o edredom comigo. O vento rugia forte lá fora eu podia ouvir as gotas grossas da chuva no telhado.

Ela se inclinou um pouco me dando um beijo na testa e afagando minha bochecha com a mão fria.

–feliz porque Jacob voltou?- ela perguntou. Eu balancei a cabeça enquanto bocejava.

–muito. - murmurei.

Ela tocou meu rosto de novo enquanto eu fechava os olhos sonolenta.

–mamãe... Me responde uma coisa?-perguntei ainda com os olhos fechados.

–o que você quer saber?- murmurou ela despreocupada.

–Jacob já teve uma namorada?- murmurei abrindo um pouco os olhos para olhá-la, ela escancarou a boca mais não disse nada. –eu estava pensando que... Já que você o conhece bem antes de mim e foram melhores amigos eu achei que você soubesse. - murmurei.

–você perguntou isso a ele?- sua voz estava estranha, como se alguém tivesse lhe dado um chute no estômago.

–perguntei. - murmurei.

–e o que ele disse?- sua voz era tão alta que ela quase gritava.

–nada... Ele não quis falar sobre isso. - murmurei fechando os olhos novamente. Ela ficou em silêncio por tanto tempo que tive que abrir os olhos de novo para me certificar de que ela ainda estava ali ou já havia corrido porta a fora. Ela ainda estava sentada em minha cama mais não me olhava, fitava o chão como se tentasse ler alguma coisa escrita ali.

–não sei se Jacob teve alguma namorada ou se... Não sei nessie. - disse ela por fim me olhando.

Eu apenas assenti sonolenta, ela se inclinou mais uma vez me dando outro beijo na testa sussurrando.

–boa noite, nessie. Tenha bons sonhos.

–boa noite mamãe. - foi tudo o que eu consegui dizer, antes que ela se levantasse e passasse por mim apagando a luz do abajur.

Encolhi-me na cama abraçando o mini Jacob que estava ali do meu lado, a chuva ainda era forte lá fora. Eu podia ouvir os galhos das arvores baterem sutilmente em minha janela, não demorei muito para adormecer.

O dia havia amanhecido diferente naquela manhã, notei isso enquanto me trocava e olhava pela janela molhada por causa da chuva na noite anterior. A chuva havia lavado grande parte da neve que cobria as arvores deixando tudo mais verde, e não estava mais chovendo. O tempo na verdade apesar de estarmos no inverno parecia que seria um pouco mais quente do que o normal, não havia muitas nuvens no céu. Em poucas palavras, o dia parecia mais feliz. E eu não tinha motivos para duvidar daquilo.

Eu desci para tomar o café-da-manhã depois do sétimo ou oitavo grito de esme dizendo que se eu não descesse logo meu café esfriaria. Assim que meus pais chegaram Rosalie, Emmett, Jasper, Alice e Esme saíram para caçar. Carlisle estava de folga e preferira ficar em casa lendo alguns livros. Eu estava sentada perto da janela olhando o quintal enlameado por causa da chuva meus pais estavam sentados no grande sofá branco a tevê estava ligada e num volume tão baixo que de fato podia-se notar que eles não estavam prestando atenção naquilo. Carlisle estava sentado numa poltrona lendo avidamente um livro qualquer.

Parecia inevitável pensar nele. Eu já havia perdido a conta de quantas vezes eu havia me pego pensando em Jacob desde que eu havia acordado. Ele não havia mudado nada, como se o tempo de nada fosse há perfeição de seu rosto. Sorri comigo mesma enquanto fitava o gramado pelo Vidro da janela me lembrando de como eu havia me sentido tola por nunca ter notado aquilo antes.

Jacob havia se sacrificado tanto por nossa familia, ele gostava da gente. Não havia outro motivo para ele colocar sua matilha em uma missão suicida como havia feito no passado. Pelo menos eu não conseguia pensar em nada. Eu seria eternamente grata a todos aqueles vampiros que arriscaram suas vidas, para poderem testemunhar que aquela garotinha metade vampira metade humana, não era perigosa e pouco queria ser.

Alice havia dito que eu fizera amizades que durariam uma vida inteira e eu não tinha motivos para duvidar dela. Havia uma parte e toda aquela historia de hibrida que me chateava, eu era imune aos poderes de Alice. Ela não conseguia me ver. Ela dizia algo sobre “eu vejo humanos porque já fui humana, eu vejo vampiros porque sou uma vampira.” conclusão: ela não conseguia saber nada sobre o meu futuro e ponto final. Sempre quando eu pedia para ela tentar ela fazia uma careta e seus olhos se desfocavam por alguns segundos, ela tombava a cabeça de lado e com um suspiro sussurrava “nada” aquilo era frustrante! Ela dizia que não conseguia ver nada além de borrões que era como tentar focalizar uma pessoa numa dessas televisões de recepção ruim, era impossível. E com Jacob era a mesma coisa...

Mais é claro que também havia vantagens em ser metade vampira. Porém eu não era tão forte como emmett, nem tão veloz quanto meu pai ou Alice. Eu não podia ler mentes e muito menos prever o futuro. As vantagens era que eu podia correr quase tão rápido quanto eles, e não me incomodava ser a mais lerda. Lembrei-me de algum tempo atrás quando pequena eu e Jacob na segurança das arvores adorávamos correr, só pela sensação de liberdade e do vento no cabelo. Sempre fazíamos competições e sempre que ele perdia alegava que havia me deixado ganhar só por pena. Sei.

Eu não sabia muita coisa sobre o meu dom, meu pai dizia que era um dom comunicativo. Apenas com um único toque eu podia mostrar as pessoas exatamente o que eu quisesse que elas vissem. Com o passar dos anos eu consegui aprimorá-lo testar seus pós e contras. Antes eu só podia mostrar as coisas quando tocava o rosto das pessoas, agora eu também conseguia transmitir o que eu queria com um leve toque nas mãos. Enfim... Eu não havia feito muito progresso com isso.

–quer treinar um pouco?- perguntou meu pai do sofá, eu olhei pra janela e suspirei. Porque não? Seria uma ocupação até Jacob chegar...

Levantei-me do chão e caminhei até o sofá me sentando do lado do meu pai e ele me estendeu as mãos, minha mãe me olhava atentamente enquanto eu pensava.

Comecei a repassar nosso natal com Charlie, ele assentiu enquanto olhava meu rosto. Coloquei minha mão em seu pulso, aquele era o meu Máximo eu nunca conseguia mostrar nada se eu subisse as mãos mais um pouco. Tirei os dedos de seu pulso e fechei os olhos me concentrando colocando minha mão a dois palmos de seu pulso. Tentei lhe mostrar de tudo o que eu me lembrava, ele desviou os olhos de mim e começou a fitar o chão. Eu suspirei derrotada.

–só precisa de um pouco mais de prática. - disse ele.

Prática. Como se eu não houvesse fazendo isso há anos.

–alguns vampiros levam bastante tempo para poderem aprimorar seus dons. Edward por exemplo levou muito tempo para consegui controlar as vozes em sua cabeça. - murmurou carlisle deixando o livro de lado e sorrindo pra mim.

–mais isso devia ser fácil. - murmurei. –meu dom não passa de um comunicador idiota. - reclamei.

Carlisle riu consigo mesmo.

–às vezes sim, às vezes não. Você deve aprimorá-lo. Testá-lo. Conhecer seus limites.

–porque os vampiros têm dons afinal?- perguntei. Certo que alguns eram mesmo legais como o dom de benjamim que podia influenciar os quatro elementos da natureza. Perto daquilo eu particularmente não considerava o que eu fazia um dom.

Carlisle levantou as sobrancelhas pensativo:

–acredito que em alguns casos grande parte dos seus dons nasce com você. Veja Alice... Quando ela ainda era humana ela já tinha visões sobre algumas coisas tanto que foi parar num manicômio por acharem que ela estava louca. E quando a transformaram em vampira foi como se seus dons de aprimorassem, ela carregou isso para a vida vampira. Não sabemos por que isso acontece já que isso ao que parece não é uma regra. Alguns vampiros não têm dons.

ele respirou fundo antes de continuar:

–quando permaneci alguns séculos com os volturi na Itália pude testemunhar dons que eu nunca imaginei que existissem.

Carlisle colocou a mão no queixo tentando se lembrar.

–Felix o trouxe de alguma cidade perto de Denver no colorado alegando que o jovem rapaz estava causando problemas entre alguns vampiros. –carlisle murmurou e depois me olhou. -eu nunca vi um dom como aquele, com certeza o dom mais poderoso que algum vampiro já teve em toda a existência da nossa espécie.

–que dom ele tinha?- murmurei quase que automaticamente, eu não conseguia imaginar que dom seria aquele. Eu estava indecisa entre visões de raios-X e alguma coisa relacionada a fogo.

Carlisle desviou os olhos para o chão, imerso novamente em sua história.

–era algo como roubar os dons dos outros. Se ele quisesse com um único toque ele conseguia deixar você incapaz. Ele pegava o seu dom e duplicava, triplicava sua força para ele.

Foi à vez de minha mãe o interromper:

–mas... Se ele conseguia fazer isso, porque quando Aro o pegou ele não roubou o poder de Aro. Ou de Jane. Ele podia facilmente acabar com os volturi. - deduziu ela. Virei o rosto balançando um pouco a cabeça concordando.

–ele era um bom garoto, não havia maldade em seu coração. Eu não via nada nele que representasse perigo, mas Aro estava com medo é claro. Para ele o garoto era uma ameaça que devia ser destruída.

Eu engoli em seco preocupada com o rumo que aquela história estava tomando.

–o que aconteceu com ele?- sussurei.

–aro estava pensando em um julgamento já sentenciado, ele não queria matar o garoto logo de cara. Mais não queriam que questionassem a eficácia dos volturi então ele fez o seguinte: propôs ao garoto que se aliasse a ele caso o contrario deveria ser destruído. O que o garoto não fez é claro, ele achava melhor morrer do que se juntar a corte. - os olhos de carlisle pousaram em mim pesarosos.

Antes que alguém pudesse dizer alguma coisa o barulho de pneus deslizando na estrada fez com que eu olhasse através do vidro, sorri quando vi o inconfundível rabbit vermelho de Jacob estacionando no meio fio e ainda mais quando o vi saltar do banco do motorista.


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Notas finais do capítulo

até breve!



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