As Aventuras do Pequeno Eryk escrita por Neryk


Capítulo 54
53 – A Gangue da Bicicleta


Notas iniciais do capítulo

Yo! Como vão? Aqui está mais um capítulo recheado de confusões no capricho!

Nana, muito obrigado pelo coment anterior! Cê é 10!

Que venha mais aventuras!

Tenham uma Boa Leitura!



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No dia seguinte, Eryk e sua mãe foram se encontrar com Jessy, Junior, Luane e Jeová e com os seus respectivos pais no shopping para comprar o tão aguardado Super Treta Total.

– Caraca! Eu não acredito! Estou maluquinho pra jogar! – Comentou Junior empolgado.

– É eu também! – Falou Jeová igualmente animado.

– Estou curiosa com a jogabilidade desse jogo. Como eles programaram combinar RPG com um tapete de dança ou com uma arma de tiro? – Se perguntava Jessy já criando várias teorias em sua mente.

– Vai ver deve ser algo interativo. – Supõe Luane.

– Só pode ser. – Afirma Junior.

– Ei galera. O que está acontecendo ali? – Se pergunta Eryk apontando para a loja de brinquedos e vídeo-games do shopping.

A frente da loja estava tomada por uma multidão enfurecida. Varias crianças, jovens e adultos reclamavam e se queixavam de só terem ido até lá para comprar um produto de qualidade que estava barato, mas só naquele dia.

– Porque essa agitação toda? – Se pergunta Jessy estranhando a multidão enfurecida.

– Só espero que não seja nada a ver com o Super Treta Total. – Falou Jeová sem perceber do tamanho da preocupação que aquilo atingia nos outros quatro, inclusive nele mesmo. Só então, para confirmar, os garotos correm desesperados até seus pais para saber do porque de toda aquela movimentação.

– E mãe, o quê que tá pegando? – Freou Junior até sua mãe assim como seus amigos.

– Ah meu filho. Parece que o jogo que vocês queriam está em falta na loja. – Respondeu sua mãe.

– O QUE?! – Se espantaram todos.

– Mas e agora? – Se pergunta Junior.

– Não, peraí. Estamos em um shopping. Como pode um produto estar em falta? – Pergunta Jessy.

– Só tem um jeito de saber. Vamos. – Chamou Eryk indo para a frente da loja, dando o balão na multidão, até se deparar com o responsável da mesma.

– Se acalmem gente. Eu não posso fazer nada. Não temos o produto no nosso estoque, e a promoção não é da loja. Teríamos que contatar a empresa responsável pelo jogo, mas até agora sem resposta. – Tentava Justificar o gerente da loja. Mas ao dizer tudo aquilo só fez piorar o estado da multidão, aumentando com os gritos e queixas, fazendo o gerente tampar os ouvidos, não aguentando mais aquela situação.

– Ah com licença senhor! – Pede Eryk educadamente acompanhado de seus amigos após driblarem a multidão passando por debaixo de suas pernas, literalmente.

– Nós temos uma pergunta! – Disse Jessy levantando a mão.

– Sim meus jovens. Em que posso ajudar? – Falou o homem agora dando a atenção para os pequenos.

– Porque o jogo ainda não chegou? – Pergunta Eryk confuso com essa situação.

– Infelizmente o caminhão que transportava o jogo foi assaltado ontem à noite. Era para ter chegado ontem mesmo para que nós o colocarmos na vitrine para hoje, mas não foi o que aconteceu.

– Assaltado? Quem foi que assaltou? – Pergunta Luane confusa.

– Alegaram dizendo que foram adolescentes, mas particularmente eu não sei, embora se parar pra pensar até que faz sentido. A maioria é um bando de viciados. Meu filho então... – Dizia o homem até se deixar levar falando sua opinião própria, quando é imterrompido por Jessy, que já imaginava o que viria.

– Ah muito obrigada senhor. – Agradece Jessy.

– Vamos para a casinha da árvore para investigar sobre isso. – Falou Eryk.

Mais tarde, na Casa da Árvore...

– Meu pai falou “adolescentes roubando vídeo-games? É o fim do mundo.” – Repetiu Jeová imitando seu tom de voz com o de seu pai.

– O que está fazendo, amiga? – Pergunta Luane para Jessy.

– Estou procurando alguma referencia a esses adolescentes bandidos-ladrões de jogos na internet. Tem que ter alguma coisa... – Respondia Jessy enquanto não parava de teclar no supercomputador da casinha.

– Tá. Eu sei que os preços estão no monte Everest, mas nunca imaginei que teria gente que assaltaria a lojas só para conseguir roubar um jogo. Cadê os pais desses caras? – Se queixa Eryk.

– Vai ver eles roubam justamente porque não tem pais para comprar um jogo pra eles ou para lhe dar bronca. – Se intromete Jessy, mais afirmando do que supondo algo. E seus amigos já tinham percebido isso.

– Encontrou algo? – Pergunta Junior enquanto o resto se reúne com Jessy no telão do computador.

– Sim. Aqui diz que, ultimamente, têm ocorrido vários relatos de adolescentes de 15 pra 17 anos, todos órfãos, assaltando lojas de brinquedos e vídeo-games usando... Bicicletas como armas?! – Se surpreende a morena após ler um trecho do artigo na internet.

– Como é que é? – Confuso, Eryk confere o artigo para confirmar olhando bem de perto.

– Caraca mano. É uma gangue chamada “Gangue da Bicicleta”. – Leu Junior o artigo.

– É cada nome. De onde eles tiraram isso? – Questiona Luane.

– E como eles escapam da policia de bicicleta? Porque, tipo, eles tem carros. Com sirene e tudo... – Alega Jeová.

– Boa pergunta. – Concorda Eryk.

– Deixa eu conferir. Cadê... Ah, achei. Aparentemente suas bikes são equipadas com armas e foguetes. Minha nossa! Eu nunca tinha pensado nisso. Tem que ser um gênio para inventar uma coisa dessas. – Dizia Jessy.

– Será que tem um gênio com eles, como nós temos a Jessy? – Se pergunta Junior.

– Vejamos. Quem é o único gênio adolescente que nós conhecemos? – Levanta a questão Jeová.

– “Austin...” – Responderam todos os outros quatro em coro.

– Mas espera. Ele é um pré-adolescente. E a Gangue da Bicicleta só têm adolescentes. – Lembrou Luane.

– Isso segundo o artigo. Mas não sabemos se tem mais deles ou se trabalham para algum adulto. Eles não foram pegos nenhuma vez. Só temos hipóteses. – Dizia Jessy.

– Já é um começo, não é? Eu queria falar com o Austin. O que vocês acham? – Pergunta Eryk.

– Se for o Austin eu duvido que ele vai dizer na cara dura. – Falou Jeová, até Jessy levantar a questão.

– Ele pode estar envolvido ou não. Austin não é do tipo que entraria para uma gangue. Tá mais para mandar ou manipular eles. E roubar jogos não é a sua cara. Então eu acho que ele não está envolvido. Se estivesse, seria somente para vir atrás de nós para se vingar ou algo do tipo. Mas ele já se matriculou na mesma escola que a gente para começar. Não faria sentido ele comandar ou chantagear uma gangue inteira para roubar os brinquedos que a gente queria tanto comprar. Ele não prejudicaria só a gente e sim a cidade inteira.

– Tem razão Jessy, então... Como vamos achar essa Gangue da Bicicleta? – Se pergunta Eryk.

– Sinceramente... Eu não faço a mínima idéia. – Responde Jessy não conseguindo pensar em nada que possa ajudar a resolver isso.

De noite...

– Caramba, estou atrasado! Meu desenho já vai começar!

As atenções agora são voltadas para Diego, correndo na calçada até sua casa, até alguém montado em uma bicicleta bloquear seu caminho.

– Você deve ser o famoso Diego. – Falou o adolescente na bicicleta.

– Caramba véio. Eu quase me esbarro em você. E vê se sai da minha frente que eu... Espera, você me conhece? – Dizia Diego até se tocar que o desconhecido falou seu nome.

– O suficiente para te convidar para a minha “tropa”. Meu nome é Denis, e eu ouvir falar muito bem de você. Dizem que você é rápido com os pés. O que acha de colocar essa velocidade a prova? – Sugere Denis, o líder da Gangue da Bicicleta.

– Hm... Como assim? – Pergunta Diego já pensando na proposta.

– É só você me seguir que eu te conto. Eu vou de bicicleta e você vai correndo. Isso não deve ser problema pra você, não é? – Dizia Denis.

– Claro que não. Eu sou mais rápido que um trem bala. – Se gaba Diego.

– Ótimo. Então vem.

Diego acompanha Denis até uma espécie de ferro-velho abandonado, mas com um monte de peças e objetos entulhados, dando a forma de um parque de diversão improvisado, e vário caminhos e rotas a seguir.

– Cheguei pessoal! – Anuncia Denis chegando no local.

– Tá falando com quem? – Pergunta Diego parando ao seu lado. O local estava completamente deserto, sem uma vida se quer. Até que uma movimentação começa.

– Vejam! O chefe chegou! – Uma voz desconhecida para Diego alertou e o local inteiro ascendeu luzes de várias cores diferentes, enquanto algumas crianças e adolescentes saiam de suas “tocas”.

– Que parada é essa ae...? – Falou Diego impressionado com o local.

– Diego... Conheça o esconderijo da Gangue da Bicicleta! – Anunciou Denis abrindo os braços para Diego contemplar o local.

– Nooooossa! Olha só pra isso! Essa coisa funciona? – Pergunta Diego apontando para uma roda gigante de mais ou menos 9 metros de altura.

– Tudo que você achar que não funciona, funciona. – Responde Denis.

– Maneeeiro... – Falou Diego girando o olhar no local, impressionado.

– E então? Esse guri vai ser o nosso mais novo membro, Denis? – Pergunta um dos adolescentes ao bagunçar o cabelo de Diego.

– É o que eu espero. Diego! Vem aqui. – Chamou Denis após responder.

– Fala. – Disse Diego já com Denis.

– Eu sei que você gostou de tudo aqui, mas o que eu realmente quero te mostrar... é isso.

Denis leva Diego até a garagem de bicicletas, todas com foguetes nas rodas.

– Não somos a Gangue da Bicicleta à toa. – Esclareceu Denis cruzando os braços convicto enquanto observava Diego de boca aberta.

– Rapaaaaaaz... Olha só isso. O que isso faz?

– ESPERA! – Alertou Denis para que Diego não apertasse o botão de disparar da bike. O que acabou acontecendo, rapando o cabelo de Denis, lhe dividindo em dois.

– Foi mal brô. – Se desculpa Diego, enquanto Denis pega uma touca guardada em seu bolso para cobrir sua cabeça.

– N-não tem problema. – Denis disfarçou, mas aquele novo “corte” de cabelo lhe incomodava um pouco.

– Então... Você me chamou até aqui pra que? – Pergunta Diego tentando ir direto ao ponto.

– Ah sim. Então. Vou te contar a nossa história.

– Iiiih lá vem... – Revirou os olhos Diego, já imaginando aquelas ladainhas chatas que nem nos filmes.

– Não, relaxa. Você vai gostar. Então, tudo começou quando eu virei um órfão. Eu tinha apenas cinco anos de idade e tudo o que eu tinha era uma bicicleta.

– Vai falando. – Interrompeu Diego sentado em uma poltrona de cinema enquanto comia pipoca, como se estivesse vendo um filme.

– Espere, de onde você tirou-Ah que seja! Continuando; eu andava na rua e via aqueles brinquedos na vitrine. Toda vez que eu entrava lá para ficar com um, eu era expulso. Me prenderiam se eu não fosse de menor. Foi aí que eu percebi que, se eu quisesse ter um brinquedo, eu teria que ser mais esperto e roubá-los . Felizmente eu conseguir o que eu queria, só que aí eu conheci mais crianças na mesma situação que eu e resolvi ajudar elas assaltando as lojas para lhe dar brinquedos só pra elas. Eu fui crescendo, o grupo foi crescendo, até montarmos essa sociedade... Você tá entendendo o que eu estou falando?

– Sorte sua que eu já perguntei pra mamãe o significado de sociedade. Continua. – Falou Diego.

– Tá. Onde eu estava... Ah sim. Agora, só vivemos dependendo um do outro aqui. Roubamos comida, coisa e tal, até que chegamos nas bicicletas. Só roubávamos lugares pequenos para não nos metermos em furada depois. Mais infelizmente alguns foram pegos porque não foram rápidos o bastante, com e sem uma bicicleta. Então só passamos a aceitar membros que saibam correr, enquanto os outros nem saiam daqui para os assaltos. Aí conhecemos um homem, um tal de Fornecedor, e ele nos forneceu essas bikes turbinadas para nós. O serviço só foi melhorando, mas só aqueles que tinham força nas pernas poderiam usá-las. O que me trás a você. Precisamos de alguém rápido como uma bala, assim como você. E então? O que me diz?

– É tudo lindo, só que tem um detalhe. Eu não sou órfão. Pra que eu me arriscaria tanto só pra roubar coisas para mim. Eu já tenho tudo o que quero. – Diego levanta a questão, desinteressado com a proposta de Denis.

– Não estou pedindo para roubar só pra você, e sim para todos esses pobres órfãos que não tem dinheiro o suficiente para comprar os brinquedos que eles merecem. Sei que algum momento da vida você olhava para uma vitrine da loja e pedia para a sua mãe comprar alguma coisa, mas ela não podia porque não tinha dinheiro, ou não queria porque você foi “mal-criado” com ela. – Denis finaliza fazendo aspas na palavra “mal-criado” com um tom de deboche.

– Ah... Bom... vendo por esse lado... Está bem. Eu aceito entrar nessa. – Aceitou Diego por fim.

– Ah garoto!!! Eu sabia que você ia concordar. AÍ PESSOAL! CONHEÇAM O CARA MAIS RAPIDO DE TODOS! DÊEM AS BOAS VINDAS PARA O DIEGO!!!

Anunciou Denis levando Diego para fora da garagem para fazer o anuncio e todos comemoram felizes por terem mais um membro na gangue.

– Agora, já que você é um de nós, vamos aos negócios. – Dizia Denis.

– Manda.

– Você conhece um bando de certinhos, na sua idade, que vem bancando os heróis ultimamente, não é? – Pergunta Denis.

– Tá falando do Junior e dos amiguinhos chatos dele? Conheço e muito bem. E daí?

– Bom. Quando eles se tornaram mais conhecidos eu investiguei sobre eles e vi que eles podem arruinar tudo o que construirmos. E no meio dessa investigação eu encontrei uma mina de ouro feito você...!

– Ah para...! São os seus olhos...! – Brincou Diego fingindo estar cabulado.

– Haha enfim, já que você estuda na mesma escola que eles, eu também queria te pedir para nos contar tudo o que sabe sobre eles e ficar de olho se caso eles mencionem a nossa gangue.

– Só isso? Fichinha! Pode deixar que eu fico de olho. – Aceitou Diego.

– O que é aquilo?!

Um dos adolescentes da gangue chamou a atenção de Denis e Diego ao falar em voz alta e apontar para um dos entulhos do ferro-velho.

Pela silueta, parecia uma garota no topo dos entulhos. Tinha cabelo rosa, fantasia e luvas também da cor rosa e usava uma mascara em seu rosto.

– Essa menina não sabe que o carnaval já passou faz tempo? Ela está com vocês por um acaso? – Pergunta Diego após debochar da menina confuso.

– Não tem meninas na nossa gangue. Ô garota! Quem é você?! – Exigiu Denis autoritário.

A garota misteriosa não responde. Apenas eleva a mão esquerda bem próxima do peito, destacando o polegar.

Logo em seguida ela meche o mesmo braço lentamente para o lado, revelando em suas costas asas de borboleta, como um acessório parte da roupa.

– Mas que meleca é essa? – Se pergunta Denis não entendendo aquilo, até a garota vestida de borboleta pular do entulho e...

Voar para a sua direção.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Mas heim?! Quem é essa guria que já chega assim do nada? Descubram isso (ou não) no próximo cap das "Aventuras do Pequeno Eryk"!

Muito obrigado por terem lido até aqui!

Se tiver algum erro, me avisem, tá?

Fiquem com Deus e Até a Próxima!