Plenitude escrita por Lúthien


Capítulo 28
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Outro capítulo de rotina. Os próximos prometem fortes emoções.



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No dia seguinte, Félix ligou para Pilar logo pela manhã, antes mesmo de tomar café, para contar que ele e o pai haviam se reconciliado. Sua mãe ficou radiante com a notícia, pois sabia que agora seu filho seria plenamente feliz. Mas ela também tinha uma boa notícia para dar:

— Ah, meu filho, você não sabe o quanto eu fico feliz. Aliás, pelo visto ontem foi um dia de grande felicidade pra toda nossa família.

— Por quê, mami?

— O seu sobrinho nasceu, Félix. O bebê da Paloma, finalmente nasceu.

— Ah, que bom, mami. A Paloma deve estar muito feliz.

— É meu bem, está sim. Foi um parto muito difícil, mas no final deu tudo certo. O bebê e a Paloma estão bem, logo vão sair do hospital.

Félix ficou calado por alguns instantes, não pode evitar que lembranças ruins viessem a sua mente, lágrimas desciam pelo seu rosto.

— Alô, Félix, tá me ouvindo meu filho?

— Estou sim. - respondeu com a voz embargada.

— Você está chorando meu filho?

— Ah, mami, é que... eu tava aqui pensando, que dessa vez a Paloma vai poder ver seu filhinho crescer.

— Ah, meu amor, não pense mais nisso. Sua irmã já te perdoou.

— Eu sei, mami, mas eu não me perdoei. E nunca vou me perdoar.

— Não fique guardando essa mágoa de si mesmo, meu bem. Você tem muitos motivos pra ser feliz.

— Claro, mami. E eu sou muito feliz aqui, mas essa mancha na minha vida eu nunca vou conseguir apagar.

— Ah, meu filho... Olha, não vamos falar mais nisso, não adianta ficar remoendo o passado.

— É... o Niko sempre me diz isso...Bom, qual vai ser o nome do bebê, a Paloma já escolheu?

— Vai se chamar Bernardo, em homenagem a sua vó.

— Bernardo? Que nome bonito! A vovotrix deve ter ficado muito contente.

— Ficou sim, querido. Félix, meu bem, eu tenho que desligar, porque eu vou pro hospital ver a Paloma. Depois eu mando mais notícias, tá bom?

— Tudo bem, mami poderosa. Mande um beijo pra Paloma, eu vou dar da notícia ao papi.

— Faça isso, meu filho. Um beijo.

— Beijo, mami.

Félix desligou o telefone, quando se virou, surpreendeu-se com Niko que estava por ali o observando:

— Niko, não tinha te visto aí.

— Eu não quis te atrapalhar, mas eu ouvi parte da conversa. - o loiro se aproximou, sentando-se no sofá ao lado de Félix - Você está bem, meu amor?

— Tô, eu tô bem sim, Carneirinho. Mas essa notícia mexeu comigo, você sabe o porquê.

— Eu sei - Niko acariciou os cabelos do amado - Eu sei, amor. Mas tenta não pensar nisso. Pense que agora sua irmã está feliz, com a família dela, a gente com a nossa. Estamos todos felizes é isso que importa.

— Você tem razão! Ai, Niko, eu não me canso de me fazer essa pergunta: o que seria de mim sem você?

Niko sorriu e lhe deu um beijo delicado dos lábios.

— Bobo! Você nunca vai saber a resposta pra essa pergunta, tá? Já foi ver seu pai?

— Não, eu vou lá agora.

— Vê se convence ele a tomar café com a gente, eu preparei um café da manhã especial pra ele, tudo diet é claro.

— Ah, você não existe! - Félix fez um carinho no queixo do amado - Se ele resistir eu vou convencê-lo.

Os dias iam passando e a presença de César à mesa durante as refeições se tornara frequente, mas ele ainda preferia ficar grande parte do tempo no seu quarto ouvindo música ou vendo TV, embora sua visão fosse muito ruim. As vezes Maria ou Félix liam para ele, e mesmo Jaiminho o visitava as vezes e os dois conversavam. Também tinha sessões de fisioterapia, o que lhe proporcionava algumas distrações. Até mesmo com Niko, César passou a ser mais agradável, não que tivessem se tornado grandes amigos, mas se respeitavam. E Félix continuava levando-o para tomar sol na praia pela manhã. Desde que se reconciliaram, seus cuidados e seu carinho pelo pai só aumentaram.

Niko continuava tendo muito trabalho no restaurante, mas fazia o possível para ter tempo para se dedicar a família. O restaurante de Angra fez sucesso desde a inauguração e Niko tinha certeza a administração de Félix fazia toda diferença. Logo poderiam contratar mais um ou dois funcionários, o que diminuiria bastante seu trabalho. Tudo corria muito bem.

Era noite, a família estava sentada à mesa jantando um delicioso risoto preparado por Niko.

— Félix, eu acho que já tá na hora de ir a São Paulo de novo ver como estão as coisas por lá e podemos aproveitar pra conhecer o Bernardo.

Félix ficou pensativo e não respondeu prontamente.

— Nós dois? Acha mesmo necessário, Niko?

— É claro Félix. Você viu a sua mãe no dia da inauguração do restaurante. Você não sente saudade?

— Sinto, Niko, é claro que sinto, mas...

— Eu sei, querido. Eu sei o motivo de você estar relutando em ir, mas eu vou estar lá com você, eu te apoio.

— Eu também quero conhecer meu priminho - Jaiminho se pronunciou.

— Eu... eu também gostaria de conhecer meu neto. E rever meu filho.

— Sério, papi?

— Eu não tenho tido muitas alegrias nos últimos meses, acho que seria bom poder rever o Juninho, a Paloma... e conhecer meu neto.

— Ótima ideia, seu César. Então podemos ir todos juntos. - Niko ficou radiante.

— Eu também vou, seu Niko?

— Claro, Adriana!

— Mas Niko, onde vamos ficar? A casa de São Paulo tá alugada. E não podemos ficar todos na casa de mami.

— Ah, isso é verdade. Mas podemos ficar num hotel. Só por um fim de semana, acho que não tem problema, tudo bem pro senhor, seu César?

— Por mim tanto faz.

— Ah, Carneirinho, eu não sei. Acho que um hotel não é o lugar ideal pro papi.

— Que nada Félix, São Paulo tem hotéis ótimos, além disso, vai ser só por uma noite ou duas.

— Ah, vamos pai Félix. Eu quero conhecer meu primo.


      Félix olhava para todos e sabia que já tinha perdido aquela disputa, ele teria que ceder.

— Tá bom, nós vamos. Eu vou procurar um bom hotel que seja confortável pra todos nós, principalmente pro papi. E vou avisar a mami.

Niko piscou para Jaiminho e Adriana, os três ficaram muito contentes, até mesmo César demonstrou alguma satisfação, embora não estivesse empolgado como os outros.

— É, acho que vai ser bom, estou morrendo de saudades de mami poderosa. E eu aproveito pra ver a Márcia, também morro de saudades dela.

— Ah é mesmo, Félix, eu também tenho saudades da Márcia, a gente pode aproveitar pra visitá-la.

— Então não se fala mais nisso, vamos jantar!

Félix fez o possível para disfarçar, mas no fundo sentia um certo receio de voltar a São Paulo. Ainda que tivesse se reconciliado com a família, aquela cidade só traria mais recordações dolorosas.


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Notas finais do capítulo

Tava na hora desse povo fazer uma visitinha a SP, né gente?
E o Félix, nunca ficará totalmente em paz com o passado???



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