Plenitude escrita por Lúthien


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Gente, novamente obrigada por lerem, acompanharem e comentarem a fic. Obrigada mesmo!
As coisas aos poucos evoluem na casa da família "Corona-Khoury". =)
Erros, por favor perdoem, rs.
Detalhe: Nesse capítulo já passou aquele dia que o Jonathan visita o César e diz que passou no Vestibular. Estou considerando que este vestibular tenha sido no meio do ano.



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No mês de agosto Félix e Niko completavam seis meses de união. Era um mês de muitas comemorações, pois Jonathan, em uma visita ao casal disse que havia passado no Vestibular, e naquele mês Niko completaria 33 anos e por coincidência, seu primeiro aniversário ao lado de Félix, Jaiminho e Fabrício seria no dia dos pais. O loiro não poderia estar mais feliz, por poder comemorar seu aniversário junto com sua nova família e pela felicidade de ser pai. Aquela data também era motivo de grande felicidade para Félix, pelo menos como pai, seus três filhos estariam com ele, pois Jonathan prometera visitá-lo. Mas como filho ele não conseguia sentir a mesma felicidade, pois César ainda permanecia com o coração fechado.

Faltava pouco mais de uma semana para o grande dia. Félix estava cheio de planos para surpreender Niko, queria lhe dar o melhor aniversário e o melhor dia dos pais de todos. O loiro por sua vez, pensava em fazer um grande almoço em família para comemorar a data. Não tinha pretensões de fazer festa de aniversário, só queria estar com as pessoas que amava. Só lamentava não poder visitar o pai que morava no interior, pois o novo restaurante ainda tomava muito do seu tempo e ele não podia dispor de um período de folga. Mas Niko nunca perdia o contato com seus pais. Félix sempre lhe dizia que sentia um pouco de inveja, pois, por mais que o pai dele estivesse longe, eles eram unidos pelo sentimento. Os pais de Niko o amavam incondicionalmente. E não há distância maior do que a falta de amor.

Ainda faltando uns dias para a comemoração, Niko se arrumava em seu quarto para ir ao restaurante, quando deu por falta de um de seus anéis preferidos.

– Félix, você viu aquele anel de prata que eu uso nesse dedo aqui. Não estou encontrando.

Neste momento Félix depilava as sobrancelhas na frente do espelho do banheiro.

– Não vi, Niko. Será que você não esqueceu no restaurante?

– Não, ontem eu tirei pra tomar banho quando cheguei em casa e coloquei ele aqui, eu me lembro muito bem.

– Que coisa estranha, se você o colocou aí, não pode ter sumido. Quem iria pegar seu anel?

– É, você tá certo. Talvez... não sei, devo ter deixado em algum lugar e achei que deixei aqui.

– Deve estar por aí, uma hora a gente encontra.

– Eu gosto tanto daquele anel. Foi presente de uma pessoa muito especial.

– Não vai me dizer que foi da Lacraia também... - Felix ficou enciumado.

– Não, Félix, que ideia. Foi presente do meu pai, eu tenho esse anel desde os vinte anos.

– Ah que lindo, Carneirinho! Então é bom a gente encontrar logo.

– Eu não vou me perdoar nunca se eu perder esse anel - Niko saiu do quarto desapontado e foi perguntar Adriana se ela tinha visto a joia. Assim que o loiro deixou o quarto, Félix sorriu para si mesmo na frente do espelho.

Dois dias depois o anel apareceu. Niko o encontrou no armarinho abaixo do lavatório do banheiro quando ia lavar as mãos. Era noite, o loiro havia acabado de chegar em casa. Após encontrar a joia, ele foi para a sala onde Félix brincava com Fabrício.

– Félix, encontrei meu anel. Estava no armarinho do banheiro.

– Tá vendo, Niko, eu disse que você devia ter deixado em algum lugar.

– Mas é estranho, eu tinha certeza que havia colocado na caixinha de joias, eu nunca deixo esse anel jogado por aí.

– Bom, a prova está aí, toma mais cuidado da próxima vez.

Niko continuava com uma expressão confusa, mas não respondeu, estava aliviado por encontrar o anel e era isso que importava. Sentou-se ao lado do companheiro no chão onde ele brincava com o filho para compartilhar aquele momento.

– Ai Félix, sabe que eu adoro ver você assim, tão paternal.

– O que foi? Por um acaso acha que eu não posso ser paternal?

– Eu sempre achei na verdade, desde o início, quando você me ajudou e recuperar meus filhos.

– Nossos filhos.

– É, nossos!

Os dois trocaram um beijo delicado.

Era manhã de domingo, dia dos pais e dia do aniversário de Niko. O loiro acordou e não viu Félix ao seu lado. Se sentou na cama, enquanto pensava:

"Ué, cadê o Félix? "

Não teve que esperar muito para obter a resposta, nem bem havia acabado de se sentar na cama, Félix entrou com uma linda bandeja de café da manhã. Havia torradas integrais, geleia, queijo, suco, morangos e chantilly e chá que Niko adorava. Também havia uma linda rosa vermelha enfeitando a bandeja.

Quando viu aquilo Niko levou as duas mãos à boca, seus olhos verdes brilharam numa intensidade que Félix podia perceber a distância.

– Bom dia, meu amor. Féliz aniversário e feliz dia dos pais.

– Ai, Félix, que surpresa linda.

– Eu sei ser romântico quando eu quero, Carneirinho.

Félix colocou a bandeja na cama e beijou o amado nos lábios. Os dois ficaram se olhando por uns instantes, Niko estava extasiado, pois Félix nunca havia lhe levado café na cama,porém ele já havia levado algumas vezes para o moreno quando queria mimá-lo.

– Olha só, coloquei tudo que você gosta, só que na versão light, porque...

– Tá bom, Félix, não vamos estragar o momento falando do meu peso - Niko sorriu - Mas eu amei, você fez isso sozinho?

– Claro que eu fiz sozinho, eu estou evoluindo na arte de me virar na cozinha, viu?

– Eu sei, eu sei, eu adorei meu amor. Nada poderia ser melhor pra começar esse dia tão especial. Ai eu nem acredito, Félix, nosso primeiro dia dos pais juntos! E meu primeiro aniversário com você, com os meninos... estou tão feliz.

– Eu sei, eu também estou muito feliz. VOCÊ me faz muito feliz, Niko.

– É você quem me faz feliz.

– Tá bom, mas para de me olhar com esses olhinhos pidões senão eu não vou resistir.

– Hum, agora não Félix, hoje só a noite.

– Você não sabe o que te espera a noite - Félix lançou um olhar malicioso.

Os dois riram animados. Se entendiam, se conectavam de uma forma que nenhum dos dois imaginava que fosse possível há algum tempo atrás. Não fazia um ano que se tornaram amigos, estavam juntos há seis meses, mas se amavam como se se conhecessem desde sempre.

Momentos depois, Félix pegou uma bela caixa no armário, Niko sabia bem o que era, era o presente de César.

– Eu vou ver o papi - suspirou fundo.

Niko olhou para o companheiro com compaixão.

– Eu sei o que você tá pensando Carneirinho, mas não se preocupe, tá tudo bem, tá?

– Félix... eu tenho uma coisa pra te contar.

– O quê? - Félix voltou a se sentar na cama, ficando de frente para Niko.

– Meu amor, ontem eu... eu falei com seu pai.

– E ele não te destratou?

– Sabe que não? - Niko sorriu e fez um carinho no rosto do amado - Não se preocupa, não tivemos nenhum desentendimento, mas também não foi uma conversa amigável.

– E o que vocês conversaram?

– Eu fui tentar convencê-lo a ficar com a gente hoje, mas acho que foi inútil.

– É, eu imagino. Mas tudo bem, não se pode ter tudo né?

– Eu sei.

Félix permaneceu por uns instantes viajando no olhar do companheiro.

– O que foi, Félix? Por que tá me olhando assim.

– Nada, só pensando em tudo isso que estamos vivendo. Não sei o que seria de mim sem você.

– Eu também, meu amor. Eu não sei o que seria de você sem mim.

Os dois caíram na gargalhada.

– Olha, Carneirinho, eu devo ter feito bolinho de chuva do dilúvio pra você ser tão palhaço.

– Aprendi com você, meu bem.

Félix balançou a cabeça rindo, depois deu um beijo no companheiro e saiu dizendo que voltaria logo. Foi para o quarto do pai, levar-lhe o presente que havia comprado.

– Papi, bom dia!

– Bom dia, Félix - o cumprimento do médico não passou do cordial, como quem cumprimento um estranho na rua.

César estava sentado na cama, já havia tomado seu café da manhã que o filho levara mais cedo. Félix se aproximou colocando a caixa no colo do pai com delicadeza.

– Feliz dia dos pais.

César não esboçou reação. Mas Félix continou falando enquanto abria a caixa.

– Aqui, eu vou te ajudar. Olha só que camisa linda eu comprei pra você, papi. Vai ficar mais charmoso que nunca,

– Charmoso, Félix? Que charme pode ter alguém de fica entrevado numa cadeira de rodas?

Félix não se abalou com a grosseria do pai, estava acostumado a isso e sabia driblar seu mau humor.

– Você nunca deixou que ser soberano, papi. Mas me diz, gostou da camisa. O Niko me ajudou escolher.

– Eu imagino, gente como vocês entende muito dessas futilidades. Mas é bonita sim.

Félix respirou fundo.

– Quer experimentar?

– Outra hora. Me deixe aqui vendo TV.

– Tá bom, eu também tenho umas coisas pra fazer. Eu vou ligar a TV pra você.

Félix dizia tudo isso com uma expressão de conformada tristeza. Colocou a caixa em cima do criado, depois ligou a TV, mas antes de sair, deu um beijo na testa do pai e fez um carinho em seus cabelos. César não reagiu, mas quando Félix abriu a porta do quarto, ele o chamou:

– Félix.

– Que foi, papi?

– Eeer... obrigado pela camisa.

O moreno sorriu:

– De nada, papi - e saiu do quarto com uma pontinha de esperança, como um único raio de sol que penetra entre a copa das árvores de uma floresta densa e escura.

Dentro do quarto, César esticou o braço bom e acariciou o tecido da camisa. Alguém que visse aquilo poderia não perceber, mas em seu rosto se esboçava algo próximo de um sorriso.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Por favor, não deixem de comentar. Esse dia dos pais ainda vai render, mas não tenham muitas esperanças com o César, AINDA. Até a próxima!



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