História Real escrita por Nathalia S


Capítulo 7
6- Cânion


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora. Vou parar de prometer dias de postagem, pois realmente não dá certo. Mas para aqueles que acompanham fica o recado: eu sempre termino minhas histórias =D.
Boa Leitura.



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O crepúsculo dominava a paisagem. Aquele era, sem dúvidas, o por do sol mais lindo que Kishan já vira. E a paisagem que o complementava tornava tudo mais fantástico.

Para Deborah, o mini Cânion a sua frente lembrava a personalidade de Sohan Kishan: Perigoso, desconhecido, misterioso. Ela nunca sabia qual seria seu próximo passo e o que ele poderia gerar. Sempre lera sobre aquilo nos livros, mas estar com ele comprovava a veracidade dos fatos.

Eles haviam estacionando o jipe recém adquirido por Kishan ( e Deborah não fazia idéia de como ele conseguira aquele bem) o mais afastado possível do ponto onde havia turistas. Basicamente eles estavam isolados. Não se via nenhuma alma viva. Ambos estavam nervosos com o que os aguardava. Deborah com a possibilidade de ter de descer pelas paredes escorregadiças e mortais do Cânion e Kishan por saber que daquela vez não teria nenhum auxílio de Durga, afinal não havia nenhum templo dedicado a ela nas redondezas.

Kishan desviou os olhos do céu e olhou para a jovem ao seu lado. Tinha de admitir para si mesmo que a cada segundo que passava com ela pensava menos em Kelsey, sabia que logo a segunda não seria mais que uma lembrança, uma boa lembrança, mas ainda assim uma. O alaranjado do por do sol refletia nos fios loiros da garota, deixando-a com uma aparência ainda mais angelical.

Deborah estava concentrada observando o por do sol, enquanto refletia sobre a loucura que se tornara sua vida. Mas, pensou ela, nem toda loucura era ruim. Sentiu o olhar de Kishan sobre si e esperou alguns segundos, quando percebeu que o príncipe não pararia de olhá-la, virou-se se deparando com o belo par de olhos dourados, que pareciam derretidos sobre o efeito daquela luz, fitando-a intensamente.

A jovem manteve seu olhar firma encarando-o. Nenhum dos dois desviou o olhar. Buscavam entender um ao outro, compreender como o destino acabara impulsionando um encontro nada convencional. Kishan foi o primeiro a quebrar o contato, olhando para o mar verde de árvores e gramas que se estendia a sua frente.

–É um dos lugares mais lindos que já conheci! – Afirmou ele, com evidente encanto na voz.

–Tenho certeza de que nosso povo se sentiria honrado ao saber que um príncipe indiano admira suas belezas naturais. – falou a jovem, em tom divertido.

–Não tenho muita certeza disso. – Retrucou ele, olhando, novamente, com intensidade para a bela moça a sua frente.

Deborah entendeu a indireta e mesmo sabendo que Kishan era extremamente bom em constranger pessoas, aquilo a incomodava, pois deseja, lá no fundo, que ele realmente a achasse muito bonita.

Para que ele não visse o leve rubor em sua face, a jovem virou o rosto e abriu o porta malas, tirando a mala mais leve. Logo Kishan se aproximou pegando a outra. Tinha percebido como o rosto da garota ficara vermelho, pensara em provocá-la com aquilo, mas resolveu não. Não queria que ela acabasse se irritando com ele.

–Vamos seguir o plano e esperar anoitecer antes de iniciarmos a descida? – perguntou Deborah, tentando acabar com aquele silencio que, para ela, estava embaraçoso.

–Sim, creio que seja o melhor a fazer. Não podemos nos dar o luxo de sermos flagrados por alguém que pode vir a pensar que somos dois suicidas.

Deborah estremeceu. A palavra “suicida” quando ligada ao cânion, lhe assustava. Realmente, se você não soubesse escalar (e não tivesse um homem com reflexos de tigre com você) aquilo era muito perigoso.

–Tudo bem. Devemos repassar o plano então? – Perguntou Deborah, que definitivamente não queria passar a próxima hora em silêncio.

–Não quer dormir um pouco? –Perguntou Kishan, que se sentia sonolento.

–Não, eu dormi a viagem inteira até aqui. Mas acho que você deveria dormir, descanse um pouco que lhe acordo quando estiver na hora de iniciarmos nossa procura.

Kishan pensou em retrucar, mas o cansaço estava lhe vencendo. Era melhor que dormisse um pouco para que não precisassem parar muito após começarem a jornada.

–Tudo bem, mas me acorde daqui a uma hora, que daí teremos tempo de repassar o plano antes de iniciarmos nossa decida.

–Fechado. – Concordou a garota, enquanto Kishan se amontoava nos bancos de trás do jipe. Deborah abriu a porta do motorista e sentou-se ali, queria estar bem descansada, pois não tinha muita certeza de que teria tempo para isso depois.

–Não vá dormir e esquecer de me chamar! – falou Kishan brincando, enquanto estava quase pegando no sono.

–Sim senhor! – falou a jovem, ironicamente. O belo indiano adormeceu com um sorriso nos lábios.

Kishan passara suas seis horas em forma de tigre antes de eles saírem da casa dela naquele dia. Disse que não queria iniciar a viagem como o animal. Preferia ter dois braços para o caso de ela se meter em alguma encrenca, o que significava que ele queria poder salvá-la se ela estivesse em perigo.

Logo um leve ronronar se fez ouvir. Mesmo estando na forma humana Kishan roncava levemente ao dormir. A forma como ele franzia o cenho ao fazer aquilo era meiga e engraçada. Deborah desviou o olhar dele e suspirou. Involuntariamente estava se apegando ao tigre e tinha consciência de que isso não era o mais indicado. Apostava que assim que descobrissem uma forma de mandá-lo embora em segurança ele iria. Afinal, tinha Kelsey. E ela ficaria para trás, se perguntando se tudo aquilo acontecera. Ou sofrendo por ter se apegado demais. Aquilo era típico dela, sempre se envolvendo com as pessoas erradas. Por um leve segundo se arrependeu em ter lido o livro em voz alta. Porém tratou de afastar aqueles pensamentos, afinal amara conhecer Kishan.

Deborah passou os 40 minutos seguintes ouvindo algumas músicas em seu celular, era fã incondicional de boas músicas. Ouvia Eddie Vedder – Don’t Be Shy quando percebeu que já estava na hora de acordar o príncipe. Saiu do carro e abriu a porta de trás, na parte em que a cabeça dele estava.

–Kishan? – Chamou, delicadamente, enquanto sacudia seu ombro. – Kishan? –Perguntou mais alto. O rapaz nem se mexeu. Deborah revirou os olhos e reunindo toda sua força deu um soco no braço dele, enquanto gritava seu nome em voz alta.

Kishan abriu os olhos lentamente, então lembrou-se de onde estava e levantou-se em um salto.

–Finalmente a bela adormecida resolveu acordar! – falou a jovem, com um tom sarcástico na voz.

–Adoro quando usa esse tom comigo. – Falou Kishan, dando uma piscadela na direção da garota, que revirou os olhos.

–Vamos logo, não esqueça que temos de acabar com isso antes que meus pais voltem!

–Sim senhora, seu pedido é uma ordem! – falou o tigre, fazendo uma reverencia. Deborah tinha de admitir, ele ficava extremamente sexy fazendo aquilo.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Comentem e me façam feliz *--*
No próximo a aventura realmente começa /



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