História Real escrita por Nathalia S


Capítulo 4
3- Caminhada


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas a faculdade ta um loucura, ando sem tempo.
Se vocês colaborarem comentando...eu volto quarta, se não...só fim de semana.
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/474908/chapter/4

Assim que acordou, Deborah perguntou para si mesma se tudo aquilo fora real ou não. Tudo parecia louco demais para ter acontecido. Com esse pensamento em mente, ela levantou-se e foi até o quarto de hóspedes, onde Kishan – se é que ele era real, tinha dormido na noite anterior.

Assim que abriu a porta do quarto, ela esperava encontrar-se com o belo indiano dormindo ou, o que seria mais natural, com o quarto vazio. Mas, contrariando suas expectativas, Kishan estava lá, sim, e já estava acordado, sentado na cama, lendo uma das revistas de arquitetura que sua mãe comprava para admirar as belas casas, e ele vestia a roupa com que havia chegado. O pijama que Deborah havia emprestado para ele, estava devidamente dobrado, na ponta da cama.

–Bom dia, Deborah! - Saudou o rapaz com sua bela voz, assim que ela abrira a porta do quarto.

–Bom dia, Kishan! - Falou a garota, tentando acostumar-se com aquela história de uma ''personagem real''.

–Acordou cedo, senhorita. - Falou ele, levantando-se e colocando a revista sobre uma cômoda que havia no quarto.

–Tenho o costume de caminhar pela praia quando estou de férias, a essa hora o sol não nasceu ainda, e gosto de vê-lo nascer.

O príncipe pareceu interessado naquele assunto.

–Eu posso acompanhá-la? Se não for incomodar, é claro. É só que o senhor Kadan...você leu sobre ele? - Perguntou ele, interrompendo-se.

–Li sim. - Afirmou a garota.

–Ótimo! - Falou Kishan, sorrindo. - Como eu estava dizendo, o senhor Kadam sempre disse que as praias brasileiras eram muito lindas. Sempre tive vontade de conferir isso.

–São realmente lindas, embora não possamos entrar no mar por estar muito frio. E, respondendo sua pergunta, pode me acompanhar, sem problema algum. Só espere um pouco, irei tomar um banho e me vestir, depois vamos.

–Tudo bem, obrigado por aceitar minha companhia. - Agradeceu o rapaz, sorrindo.

–Sem problemas. - Falou a jovem, um pouco corada ante a beleza dele, mas sorriu também. Kishan não pode deixar de sentir-se encantado pelas covinhas que a garota tinha ao sorrir. Eram meigas, encantadoras. Bem como os belos olhos verde-olivas que ela sustentava. Os olhos hipnotizavam a ele tanto quanto a selva indiana. Mas eles lhe pareciam ainda mais agradáveis e muito mais misteriosos. - Se você também quiser tomar um banho, pode usar o banheiro no fim do corredor. Há toalhas limpas dentro do armário que fica lá.

–Obrigado, de novo. Aceitarei essa gentileza. - Respondeu ele, encaminhando-se para a porta. A garota afastou-se, saindo para o corredor, para que ele pudesse passar.

–Vou deixar algumas roupas do meu pai para você usar aqui em cima da cama. - Falou a garota e, sem esperar resposta, deu as costas para o belo indiano e entrou no quarto dos seus pais.

Kishan ficou parado por alguns segundos no corredor, vendo-a sumir por uma das portas laterais do corredor. Quando ela se virara, o belo cabelo loiro havia se balançado e, por um segundo, ele imaginou que tivesse saído do seu livro e ido parar direto em Hollywood, em um dos muitos filmes que assistira com Kelsey, afinal a garota era linda demais para parecer de verdade. Linda, mas havia mais que a beleza. Havia uma paixão, um calor que ela irradiava. Seus olhos passavam bondade e paz para ele.

Saindo de seu transe, o jovem príncipe foi até a porta que havia no final do corredor e a abriu, deparando-se com um banheiro pequeno, mas organizado. Um banho seria ótimo.

–---xx----

Após largar um conjunto de moletom preto, um blusão cor de telha ( que seu pai não usava mais por haver engordado alguns quilos), um par de tênis ( que sua mãe proibira seu pai de usar por ser berrantemente verde limão) e uma cueca ( que seu pai ganhara de aniversário, há quatro dias e por isso não usara ainda) em cima da cama do quarto de hóspedes, Deborah voltou para seu quarto e tomou um banho quente.

Depois do banho, vestiu uma calça de moletom roxa, um blusão preto, e um moletom lilás. Calçou um par de tênis preto e prendeu o cabelo. Saiu do quarto e foi até a cozinha, onde bebeu um copo da água. Menos de um minuto depois, seu novo hóspede apareceu, impecável nas roupas antigas do seu pai. Até o tênis verde limão ficava bonito nele.

–Vamos ir caminhar, se não perderemos o nascer do sol. Compramos algo para o café em algum dos quiosques da praia.

O príncipe apenas assentiu e eles saíram de casa.

A casa de Deborah ficava há uma quadra da praia. Mas ficava na zona mais ''humilde'' do litoral. A maioria das casas ali pertenciam a homens como seu pai: pescadores que faziam de tudo para sustentar suas famílias.

Ainda estava escuro na rua, mas no interior das casas já se ouvia movimento, bem como se via algumas luzes sendo acesas. Os pescadores saíam cedo para o trabalho.

Quando chegaram a praia, Kishan olhou para o mar por alguns instantes, maravilhado. Ele já fora a praias, já vira o mar antes, mas aquele era fantástico. Mesmo a noite podia-se ver a cor cristalina da água. Ele tinha certeza que se entrasse nela, conseguiria enxergar os seus pés submersos.

Deborah alongava-se em silêncio ao seu lado quando, saindo de seu estado de hipinose, ele falou, ainda olhando o horizonte:

–É o mar mais lindo que eu já vi!

A jovem interrompeu o alongamento e olhou para ele, sorrindo.

–Já ouvi muitas pessoas falarem isso, mas nenhuma tinha o olhar perdidamente encantado que você tem agora.

Ele desviou os olhos do mar e sorriu para ela.

–Estou realmente encantado.

A intensidade com que o belo príncipe falou aquilo fez com que a garota sentisse seu rosto esquentar. Sabia que era sobre o mar que ele estava falando, mas, mesmo assim...sentia-se uma jovem tola e apaixonada.

–Vamos lá, vamos caminhar. - Falou ela, tentando livrar-se daquele embaraçamento.

Caminharam alguns metros em silêncio, até que Kishan perguntou:

–Você tem quantos anos?

–19. - Respondeu a garota. - Eu até perguntaria sua idade, mas acho melhor não... - Ele riu e apenas assentiu.

–Mora aqui há muito tempo?

–Desde sempre, para falar a verdade. - Respondeu ela, aumentando o passo. Ele a acompanhava sem nenhuma dificuldade.

–E você gosta de morar aqui?

–No inverno é bastante entediante e no verão é movimentado demais...Mas sim, eu amo morar aqui. Acho que não me imagino em outro lugar!

–Não tem vontade de conhecer outros lugares? - Perguntou ele, observando como a face dela ficava descontraída enquanto ela caminhava.

–Tenho, não disse isso. Tenho muita vontade de conhecer vários outros lugares, inclusive a Índia, se você quer saber. Mas não tenho condições. O que eu quis dizer foi que esse lugar vai continuar sendo meu lar, quero conhecer outras culturas e tudo o mais, mas é aqui que estão minhas raízes.

–Isso é bem profundo. - Comentou ele, analisando as palavras da garota. Ela parecia bem mais velha, se levasse em consideração suas palavras apenas.

–Mas, e você? Não está com saudades de casa? Sinto-me culpada pelo que lhe fiz.

–Na verdade não. Estou bem aqui. Conhecer novos ares me faz bem e, além disso, tenho uma boa anfitriã. - Falou ele, olhando-a de lado. Ela o olhou e sorriu.

Caminharam um pouco mais em silêncio, até que Deborah parou e falou:

–Mais uns 10 metros e teremos os quiosques onde comeremos algo, está vendo?

Kishan olhou para onde ela apontava e confirmou.

–Vamos nos sentar aqui, o sol já vai nascer. - Continuou ela, apontando para uma pequena duna. -Depois comeremos algo.

A garota sentou-se e o indiano sentou ao lado dela. Aquele momento era diferente de tudo que ela já havia participado. Ela sempre amara ver o nascer do sol, mas nunca levara ninguém consigo. Pensou em falar aquilo, mas imaginou que soaria sentimental demais, por isso ficou em silêncio, apenas olhando para o horizonte, vendo-o mudar de cor.

Kishan estava maravilhado. Já vira o sol nascer antes, mas parecia que ali tudo era diferente. Talvez fosse por causa da companhia da jovem, ele não sabia. Aquilo podia parecer estranho, mas ele sentira uma conexão com ela e estava disposto a entendê-la.

Enquanto ambos observavam a matiz do céu mudar, cientes da presença um do outro, só pensavam no quanto aquele momento parecia especial, mesmo que eles não conseguissem explicar o porque.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai...o que estão achando???
Beijos *-*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "História Real" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.