Além dos Muros escrita por Quione


Capítulo 14
Saudades, preocupação e fogo - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, eu sei que já havia postado este cap, mas eu achei que ficou grande demais, e para não ficar cansativo eu exclui e dividir em dois, a segunda parte vou postar a tarde. Boa leitura



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ALGUMAS HORAS ANTES


– Vitor?

Vitor estava distraido olhando o portão do ofarnato, adotara esse habito desde que sua melhor amiga foi adotada. Ele e Bárbara, nunca perdiam a esperança de reencontrar a amiga.

– Sim? - respondeu Vitor virando-se

– Você está bem?

Vitor confirmou com a cabeça e deu um sorriso torto para Bárbara

– E você? Melhorou? - perguntou Vitor

– Um pouco suada, mas bem - ela sorriu

– Isso significa que a febre está indo embora

– É...


Bárbara sentou no degrau do orfanato ao lado de Vitor e ficou olhando para o portão. Já eram 19:40 da noite e eles estavam ali, encarando um portão todo preto que dava um ar sombrio e nada aconchegante. Enquanto eles encaravam o portão, eles ouviram alguém pigarriando atrás deles, quando se viraram viram Veronica, uma das freiras do orfanato os olhando com um ar de pena. Vitor odiava quando ela fazia isso

– Sentem falta da pequena Mabela não é? - eles não responderam, a freira suspirou e sentou nodegrau da escada entre os dois.
– Sabe, a Mabela era uma ótima garota, eu sinto falta dela também, vocês sabem, eu tenho vocês 3 como meus filhos e sempre os protegi de tudo o que faziam, como isso agora, era para vocês estarem jantando e depois tomar banho e ir dormir, mas não, então sentados no degrau da escada da entrada do orfanato e eu não estou brigando com vocês como faria a Madre Joanna.

De fato Veronica sempre os protegeram, não importa o que fosse ela sempre dava um jeito de proteger todas as crianças e principalmente Mabela, Bárbara e Vitor. Eles a tinham como uma mãe e ela os tinha como filhos, isso sempre foi confortador para Vitor, ele nunca conheceu sua mãe e sempre quis que a mesma fosse Veronica, ela era doce e gentil. Sempre fazia as coisas com amor, não importasse oque fosse, ela sempre dizia que com amor todos iam para frente e que ninguém conseguia nada com odio. Vitor sentiu um pouco de culpa naquele momento, ele sempre foi bem tratado por Veronica e mesmo assim ainda reclamava da sua vida as vezes, mas quem nunca reclamou? Mas ele sabia que era feliz ali, só sentia falta de Mabela, oque dificultava a sua felicidade.

Nos ultimos 3 dias Bárbara esteve com febres muito autas, as freiras, a madre Joanna e a diretora do orfanato acreditava que era saudades de Mabela, até porque Bárbara e Mabela chegaram no mesmo dia no orfanato ainda rescem-nascidas. Ambas foram abandonas no hospital em que a amiga de Veronica trabalhava. Veronica queria cria-las, então trouxe Bárbara e Mabela para o orfanato, e ela mesma deu os nomes para as meninas. Todos acreditavam que Mabela e Bárbara tinham uma ligação já que nasceram no mesmo hospital, e no mesmo dia. Vitor duvida um pouco disso, elas pareciam tão iguais e tão diferentes ao mesmo tempo, era difícil acreditar.

– Eu acho melhor irmos todos comer e dormir– disse Veronica depois de um longo suspiro
– Eu também acho, não estou me sentindo muito bem - disse Bárbara
– Piorou querida? - perguntou Veronica

Veronica se aproximou de Bárbara e colocou a bochecha na testa da menina. Vitor ficou as encarando preocupado, Bárbara estava com uma aparência péssima e parecia que ia vomitar, ela começou a tremer e seus olhos a lágrimejar. Sua expressão estava abatida e ela começou a tocir

– É melhor ela comer um pouco e ir dormir - disse Vitor. Ele estava ao lado da amiga preocupado, segurou a mão dela e tocou seu rosto. O mesmo estava fervente
– Vem minha querida, vamos entrar. Vitor você me ajuda a leva-la para o quarto meu anjo? - disse Veronica docilmente como sempre
– Claro

Eles se levantaram e carregaram Bárbara pelo corredor a dentro. Eles estavam subindo as escadas dos alojamentos com uma Bárbara tremula e quase tendo uma confunsão, ela estava ardendo em febre e recusará ir ao hospital diversas vezes, dizendo que isso logo passaria. Assim que chegaram no quarto de Bárbara, Vitor rapidamente abriu a porta e a ajudou Veronica a entrar com a menina. Eles a deitaram e com cuidado e Veronica começou a cuidar de Bárbara.

Depois de umas longas 3horas Bárbara estava toda molhada de suor, Vitor se retirou do quarto e foi buscar um pouco de água enquanto Veronica a ajudava trocar de roupa. Quando Vitor voltou com a água, Veronica sorriu para ele e pegou o copo e a jarra oferencendo para Bárbara que aceitou sem hesitar, ela tomou uns 3 copos e Vitor ficou ainda mais preocupado com a amiga, e uma ideia absurda passou por sua mente. Ele se obrigou a afastar tais pensamentos. Sentou no pé da cama de Bárbara e Veronica na cadeira ao lado da cama.

– Como se sente - perguntou Vitor
– Um pouco melhor - Bárbara forçou um sorriso
– Acho que vou chamar um médico - disse Veronica se levantando
– Não! - gritou Bárbara

Vitor e Veronica se entre olharam e encararam Bárbara, ela por si ficou um pouco sem graça e olhou para o lado

– Eu estou bem, não preciso de médico

Vitor percebeu que Bárbara estava escondendo alguma coisa e isso vinha acontecendo a dias, um pouco antes das febres começarem. Veronica o olhou como se lesse seus pensamentos e olhou novamente para Bárbara.

– Porque não querida? Não entendo porque não quer que eu chame o médico, será melhor assim pa...
– Não! Não preciso de médico, estou ótima
– Babbi você quase teve uma confusão agora pouco... - começou Vitor
– Eu já disse que estou ótima Vitor, agora, eu estou muito cansada, vocês já podem ir.

Vitor assentiu com a cabeça e pegou o braço de Veronica, que então não queria sair do quarto a não ser para chamar o médico. Vitor se aproximou de Bárbara e beijou sua testa, caminhou até a porta e abriu levando a freira para fora do quarto. Vitor puxou a freira até a porta de seu quarto que era no final do corredor.

– Ela está com uma aparencia tão abatida - disse a freira Veronica esfregando o braço
– Deve está cansada - Vitor tentou reconforta-la
– Venho rezado tanto por ela, tenho tanto medo de que alguma coisa aconte...
– Não irá acontecer nada com ela, ela vai ficar boa logo. Mas quero conversar com a senhora sobre outra coisa.
Veronica suspirou percebendo do que o garoto estava falando
– Eu andei notando um jeito estranho na Bárbara recentemente - disse Vitor
– Eu também percebi, ela está mudando bastante
– A senhora está falando do que expecificamente?
– Da forma como ela vem agindo, seu corpo também vem passando por alg...
– Freira Veronica eu não estou falando do corpo da Bárbara - disse Vitor perdendo um pouco a paciência - como Alice dizia, isso é.. como se chama mesmo? Ah! Puberdade, é uma fase da adolescência correto?
– Sim - Veronica reprimindo um sorriso - mas não estou falando da puberdade Vitor, estou falando da maneira como Bárbara vem mudando, a diretora vem suspeitando de uma fase hormonal e queremos fazer um exame de sangue nela, para ver o motivo dessas mudanças e também da febre
– Mas e esse comportamento arrogante dela? Tem haver com a tal fase hormonal?
– Creio eu que sim, nessa fase de adolescência é muito normal coisas assim acontecer, mas eu não acho que seja só uma fase hormonal, tem algo a mais nisso.
– Eu concordo, acho que a Babbi vem escondendo alguma coisa.

Ambos ficaram em silêncio por um longo tempo refletindo sobre o que conversaram. Vitor tinha certeza de que alguma coisa não estava certa ali, e não era uma fase hormonal ou coisa do gênero. Será que as coisas estaria sendo mais fácil com Mabela aqui? Ele não podia saber, Vitor tinha que entender que Mabela foi adotada, estava em um local seguro e recebendo o carinho de uma verdadeira família.

– Já está tarde meu querido, é melhor ir para a cama - disse a freira
– Tem razão - disse Vitor saindo de seus desvaneios
– Boa noite
– Boa noite


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