Um Diário Nem Tão Querido escrita por The Reaper


Capítulo 36
Até a próxima


Notas iniciais do capítulo

Bao leitura!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/474739/chapter/36

Eu costumava pensa que era uma pessoa teimosa. Mas depois de conhecer o Arthur essa ideia simplesmente desapareceu. Apesar das minhas inúmeras tentativas de tentar convencê-lo a me deixar conversar com o Eric não consegui fazer com que ele se afastasse e nos desse um pouco de privacidade. Kate e Christine não se importaram em deixar que conversássemos então eu decidi apenas ignorar a presença dele e falar com o Eric daquele jeito mesmo.

–Você é difícil de encontrar – comentou Eric.

–Tenho andado meio ocupada - respondi. Esse era o meu jeito legal de dizer que estava tentando me proteger uma vez que eu tinha um alvo imaginário enorme desenhado na minha cabeça.

–Imagino. É por isso que estou aqui. Posso te ajudar.

Arhtur bufou.

–Como? Levando ela direto ao seu querido papai?

–Você disse que iria ficar para garantir que o Eric não aprontasse, mas isso não significa que você pode ficar se metendo na conversa – sibilei.

Ele me olhou com desdém.

–Como se você pudesse me impedir de fazer o que quer que seja.

–Como eu dizia – falou Eric tentando chamar a atenção para ele novamente – posso te ajudar. Meu pai é um bom homem ruiva, não o entenda mal. Ele só quer o melhor para manter o Coven seguro e unido.

–Claro – falei sem acreditar muito. Uma pessoa que quer me matar definitivamente só pode querer o meu mal. Mas por hora eu ia deixar essa passar.

–O único problema, desde o início é o vampiro loiro. Se você o abandoná-lo e nos ajudar a destruí-lo podemos garantir a sua segurança.

Eric já não falava como aquele menino despreocupado e brincalhão e eu tinha que admitir que aquilo era um pouco assustador. Falar em matar alguém assim... ainda que você um vampiro parecia horrível.

–Destruí-lo? Ele já fez mais por mim do que qualquer um de vocês – respondi severamente. A verdade é que se eu nunca tivesse conhecido o Vincent haveriam enormes possibilidades de que eu estivesse morta.

Ele balançou a cabeça negativamente.

–Você está enganada.Do mesmo jeito que algumas bruxas viram você como um problema, os vampiros o farão. O mestre dele é o mais cruel entre todos e assim que ele souber de você vai te querer morta.

Não respondi aquilo. Não tinha umas respostas porque tudo o que o Eric estava dizendo podia muito bem ser verdade.

–Você acha mesmo que ele é confiável? – continuou ele - sabe quantas pessoas ele matou? Ele é um vampiro Susan, não vai abrir mão da lealdade dele ao seu mestre só para salvar você.

–O que você sabe? – indagou Arthur – sobre os vampiros?

Eric o encarou.

–Sei que eles foram mandados para cá porque haviam suspeitas de que bruxas estivessem se organizando para tentar algo contra eles. Algo grande. Eu não sei sobre o que é, mas que a Susan é parte importante desta empreitada.

–Eu? – indaguei horrorizada – não é possível...

–Eu nunca ouvi nada sobre isso – afirmou Arthur estreitando os olhos.

–É claro que não – concordou Eric como se fosse a coisa mais óbvia do mundo – você é o braço direito da dia dela. O fato é que existem bruxos que não querem matar você mas sim usá-la como arma para destruir os vampiros.

Eu estava desnorteada com tudo aquilo. Tentei organizar meus pensamentos numa pergunta coerente.

–Mas porque eu?

–Isso eu não sei – disse Eric – mas seu amiguinho Danny deve saber.

–Danny? –Tá de brincadeira – zombou Arthur.

–Se eu fosse você não falava desse jeito reclamou Eric – Danny está mais envolvido nisso do que vocês pensam.

Eric olhou para os lados como se procurasse algo.

–Tenho que ir. Seu amigo vai aparecer a qualquer momento, e se ele me ver vou ter problemas.

–Foi você que chamou aqueles caras? – perguntei só agora somando as coisas – eu podia ter levado um tiro!

Eric sorriu.

–Na verdade não, eu só aproveitei a oportunidade. Até mais ruiva, e tente não morrer.

–Vou tentar – garanti.

Depois que o Eric sumiu de vista Arthur voltou a falar.

– O que você acha disso tudo?

Dei um suspiro cansado antes de responder.

–Eu realmente não sei. Eu estou me sentindo sufocada. Estão me espremendo dos dois lados e eu não sei o que fazer.

–Bom, entre esses dois eu não sei de quem eu gosto menos – admitiu – mas em relação ao que ele disse sobre os vampiros tentarem de matar, faz sentido.

–Não sei em quem confiar – disse mais para mim mesma do que para ele.

–Em ninguém – foi sua resposta dada em alto e bom som – é melhor começar a aprender a se cuidar sozinha garota, você está em um ninho de cobras.

Ficamos em silêncio alguns instantes. Apesar disso eu sentia uma agitação enorme no meu estômago. Como eu queria ter minha vida chata e normal de novo.

–Vai contar a ele? O que o Eric falou?

Eu o fitei pensativa.

–Não, não vou.

Pude ver um meio sorriso de aprovação se formar nos lábios dele e isso acabou me lembrando da última vez que eu o tinha visto sorrir.

–Arthur, naquele dia lá na minha casa... – eu comecei a falar.

–Achei que já estivéssemos esclarecido isso – ele disse, sua voz quase um rosnado.

A expressão tinha mudado . Parecia furioso de novo. Bom, eu já tinha cutucado a fera, não adiantava voltar atrás.

–Não esclarecemos não. Olha, eu não vou contar para ninguém, mas acho que você devia desabafar sabe?

–Claro, porque somos muito próximos – respondeu ele com um revirar de olhos.

–Não somos, mas também não acho que você seja próximo de alguém nessa vida – retruquei.

Ele não gostou nem um pouco do meu comentário.

–Eu não vou falar e pronto. Isso não é da sua conta.

–Eu podia te ajudar – insisti.

–Você não consegue nem se ajudar – resmungou ele se afastando.

–Tudo bem – falei.

Ele girou sobre os calcanhares para me fita novamente.

–Tudo bem o que? – indagou.

–Eu espero até que você esteja pronto – disse tentando soar confiante e falhando miseravelmente.

Pude ver o divertimento nos olhos dele, mas ele fez um esforço e não riu.

–Tá, claro – ele caminhou para longe.

Susan marca um ponto, pensei alegre. Eu ia acabar fazendo ele contar.

Depois que Arthur me deixou eu fui procurar Kate. Encontrei ela sentada numa pedra não muito longe com Christine ao seu lado. As duas trocavam olhares maldosos de vez em quando.

–Voltei – disse em voz alta.

As duas me encararam.

–Quem era aquele garoto? – perguntou Christine.

–Um amigo – eu não iria contar para ela quem o Eric era. Com certeza ela iria contar para o Vincent.

–E o que ele queria?

–Declarar o seu amor pela Susan - zombou Kate – você é sempre intrometida assim?

–Vincent vai querer saber sobre isso.

–Ele só queria me dar um recado da minha tia – menti – não era nada demais está bem?

Ela me analisou por alguns instantes. Depois, sua expressão suavizou um pouco para o meu alívio.

–Que seja – ela disse por fim. E eu não soube dizer se isso era bom ou ruim.

************************************************************************

Eu já estava cansa da de esperar pelo retorno de Vincent e Ciprian. Será que havia acontecido algo?Custava-me acreditar que eles tivessem sido vencidos por humanos, ainda que fossem humanos muito bem armados.

Depois de mais um tempo dois vultos surgiram em meio as folhas. Vincent tinha algumas gotas de sangue no colarinho e o cabelo um pouco bagunçado,porém Ciprian parecia impecável .

–Vamos embora – disse Vincent .

–Vincent? – Christine chamou – o que foi?

Ele lhe deu um olhar irritado.

–Estou cansado, sujo e sem muita paciência Christine. Te ligo depois.

Nossa, que grosseria. Pensei, embora estivesse bem contente com isso.

Ela pareceu um pouco sem graça.

–Claro, boa viagem.

Ciprian curvou-se de leve.

–Até a próxima.

Seguimos todos em silêncio para o carro. Na estrada notamos um outro carro estacionado, para onde Arthur se dirigiu. Sem se despedir, é claro.

Ignorei a falta de educação de Arthur e entrei no carro exigindo algumas respostas do vampiro mal-humorado.

–Humanos. Hipnotizados para tentar me matar e sequestrar você.

–Quem fez isso – perguntou Kate.

–Isso nenhum deles soube dizer – disse Vincent com um sorriso sem humor – e olha que não foi por falta de tentativa.

Senti meu estômago revirar.

–Você torturou eles?

–O que você acha? Que sentamos para bater um papo? – ele estava mais ríspido que o normal.

Ciprian sorriu para mim e me puxou de lado e sussurrou antes que eu pudesse responder à altura.

–Querida, talvez seja melhor que conversemos sobre o assunto depois. Vincent está um pouco frustrado e ele não é muito agradável nestas circunstâncias.

Vincent resmungou algo que não deu para entender e ligou o carro. Eu resolvi aceitar o que Ciprian me dissera e ficar quieta. Até mesmo Kate me encarou com o seu olhar de “não estou entendendo nada”, mas milagrosamente ela não fez nenhum comentário.

************************************************

Caro diário

As coisas só ficam mais complicadas na minha vida. Vincent me deixou em casa hoje depois da nossa estranha viagem e ele estava menos temperamental. Na verdade, ele até fez suas usuais piadas sobre o meu peso. Minha mãe, por outro lado me fez um montão de perguntas bem constrangedoras sobre o nosso “namoro” que está cada vez mais difícil de sustentar. Mas esses são os menores problemas. Não consigo deixar de pensar nas palavras de Eric. Será que posso confiar em Vincent? Ou no próprio Eric? E o Danny, o que poderia saber a respeito disso tudo. Tudo está mudando, eu estou mudando. A cada dia que passa, sinto as transformações mais evidentes. Como vou esconder tudo isso da minha mãe? Bem que você poderia me dar alguma dicas sobre o que fazer...

Não tenho tempo para me lamentar. Tenho que fazer o que for necessário para garantir minha sobrevivência e das pessoas com quem me importo e, para isso não posso me dar o luxo de confiar apenas no que o Vincent me disse ainda mais quando está muito claro que ele me esconde muitas coisas.

Nem devia estar escrevendo isso aqui...

Até a próxima... se houver.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Que tal?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Um Diário Nem Tão Querido" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.