Um Diário Nem Tão Querido escrita por The Reaper


Capítulo 3
Azarado


Notas iniciais do capítulo

Aí está mais um Cap. pessoal. Obg pela paciência. Qualquer hora eu apareço para postar outro ok?
Bjão!!!!!!!!!!!



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Depois que July e Kate foram embora, fiquei sentada no sofá fazendo planos para a festa de hoje a noite. Seria o marco da “nova era Susan”. Imersa em meus pensamentos, não percebi a figura que me observava. Era aquele gato de novo.

–Mas o que é que você está fazendo aqui monstrinho? – indaguei irritada.

O gato simplesmente continuou me encarando com aquele ar de superioridade. Neste exato momento minha mãe surge da cozinha.

–E então Sue, que nome vai dar para ele? – perguntou ela sentando ao meu lado e colocando o animal no colo. Para minha surpresa, a criatura não fez nenhum movimento agressivo, pelo contrário, apenas fechou os olhos, aproveitando os afagos que recebia.

–E então? – insistiu ela.

–Para falar a verdade – confessei – eu nem tinha dado muita importância para isso.

Isso era a mais pura verdade. Não precisamos dar nomes para os mortos, precisamos?

–Ele precisa de um nome Sue. Algo que combine com o jeitinho fofo que ele tem. Que tal Bolota?

–Desde quando isso tem um “jeitinho” fofo? Para um monstro do mal como ele, Peste Negra cairia muito bem.

Mamãe me olhou irritada.

–Susan! Que brincadeira boba! – reclamou.

–Não foi uma brincadeira! – repliquei – combina, e muito.

–Eu desisto – disse ela levantando os braços num sinal de rendição e colocando, para o meu desespero o gato no meu colo – o gato é seu e você escolhe o nome. Vou me arrumar para o trabalho e pegar uns documentos para os nossos novos inquilinos. Depois eu vou jantar com o Robert, por isso só vou chegar depois das oito. Tudo bem para você?

Não respondi a pergunta de imediato. Fiquei imobilizada, olhando para o gato que misteriosamente estava quieto. A voz da minha mãe me trouxe a realidade:

–Susan? Você me ouviu?

–Claro. Você vai trabalhar e pegar os papéis dos novos inquilinos e... Espera aí? Novos inquilinos?

–Ah é, esqueci de te contar – disse ela – eu aluguei a casa ao lado da nossa para uma família europeia. Eles chegam amanhã.

–Família europeia? – indaguei – porque não me contou isso antes?

–Não era nada muito importante Sue, além do mais você vai ter tempo para conhecê-los quando chegarem. Conversei com a Louise e ela parece uma mulher muito fina e educada.

–É uma família grande? – perguntei com receio. Tudo que eu não precisava era de um monte de crianças correndo por aí e fazendo barulho.

–Não, é só mãe e filho. Por sinal o garoto tem mais ou menos a sua idade e é muito bonito – completou ela dando uma piscada de leve.

–Nem vem mãe, você também! Como se já não bastassem a July e a Kate, você também quer dar uma de santo casamenteiro!

–Eu só estou falando – ela se defendeu – bom, eu vou tomar um banho senão eu vou me atrasar.

–E não se preocupe com o jantar, eu vou a uma festa hoje.

–Jura? – disse ela juntando as mãos em êxtase – que bom que você resolveu socializar um pouco. Só não chegue muito tarde e deixe o celular ligado, tudo bem?

–Pode deixar – respondi – e bom jantar. Manda um beijo para o Robert.

Robert Parker era um velho amigo de faculdade da minha mãe que ela tinha voltado a ver depois que o meu pai sumiu. Isso mesmo sumiu. Tudo que eu sei é que ele se chamava Nathaniel e que tinha se separado da minha mãe pouco antes do meu nascimento por isso, nunca soube da minha existência. Minha mãe diz que procurou por ele quando descobriu que estava grávida, mas nunca conseguiu encontrá-lo, nem mesmo uma pista do paradeiro dele. Apesar da minha mãe não gostar de falar sobre esse assunto, eu acredito que ela ainda goste do meu pai, pois ela nunca tinha ido adiante com o “relacionamento” com o Robert.

–Eu falo para ele – ela respondeu subindo as escadas em seguida.

Mal ela havia desaparecido de vista, o gato pulou do meu colo, arranhando meu braço com as patas traseiras.

–Falso – xinguei – você vai se chamar Azarado. É perfeito.

******

Por volta das sete e meia, terminei de me arrumar e fitei minha imagem no espelho. Apresentável, pensei comigo mesma pegando meu celular e me dirigindo à porta. Quando coloquei minha mão em volta da maçaneta a campainha tocou.

–Puxa, isso é que é pontualidade – disse para Kate e July que estavam paradas na varanda.

Elas me deram um olhar avaliativo e se entreolharam fazendo uma cara insatisfeita:

–Você vai assim? – perguntou Kate.

–E o que tem de errado? –indaguei confusa. Não via nada de mais no meu jeans e All Star.

–É uma festa Sue – argumentou July

–Pensei que íamos a uma festa de colégio e não à entrega do Oscar – zombei – se bem que estas roupas que vocês estão usando seriam mais para uma festa de dias das bruxas – completei, apontando para as roupas que elas usavam. July usava um vestido curto azul escuro e botas. Já Kate vestia uma calça de couro preta e um corpete vermelho e preto.

–Mas o tema da festa é “Noite Sombria” não lembra? – perguntou Kate.

–Eu não sabia que a festa era temática, – admiti - que coisa mais infantil.

–Eu disse que ela tava por fora – falou Kate cutucando July.

–Isso não é infantil, é divertido – corrigiu July – e você vai voltar pra dentro, vestir algo decente e, por favor! Soltar esses cabelos!

–Meu cabelo é muito grande, dá muito trabalho – disse pegando uma mecha ruiva que tinha fugido do rabo de cavalo, como sempre.

–Não se preocupe com isso fofa – disse July pegando minha mão e me arrastando para o quarto – nós, as suas fadas madrinhas vamos deixar você simplesmente DIVINA!

******

Depois de uns bons minutos servindo de cobaia fashion para minhas duas amigas malucas, eu mal pude reconhecer a figura diante de mim no espelho. Meus jeans tinham ido embora (apesar do esforço que fiz para mantê-los) e foram substituídos por um vestido preto de cintura alta e com detalhes em renda dourada que eu tinha ganhado da minha mãe, mas nunca tinha usado. O meu All Star surrado deu lugar para as botinhas de cano curto da mesma cor do vestido e, minha juba cor de fogo (segundo a minha mãe, herança do pai que não conheci) estava solta. Tive que admitir as meninas fizeram um bom trabalho, apesar de eu estar usando maquiagem, o que detesto.

–Que tal? – disse Kate.

–Caramba! – respondi – estou tão...Uau!! Vocês não fizeram isso por algum motivo especial, fizeram?

–Claro que não – disse July rindo – fizemos porque somos amigas maravilhosas, é isso.

–Sei – afirmei, sem acreditar muito.

–Então vamos logo meninas, temos uma festa para ir! – gritou Kate correndo para a porta seguida por July.

Na saída olhei para trás e notei que Azarado estava deitado no sofá me encarando.

–Não adianta ficar me olhando assim não esquisito – falei – minha noite promete, e não tem nada que você possa fazer para estragá-la.

Já estava na varanda quando ouvi Azarado miar em resposta. Um miado baixo quase como um sussurro. Parei assustada. July me viu parada e chamou.

–Está falando com quem?

–Eu? – perguntei – com ninguém ora.

Ela me deu um olhar de quem sabe melhor, mas prefere não seguir adiante. Eu não disse nada e caminhei pelas ruas serenas de Rosefield..


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Notas finais do capítulo

E então que tal?? Será que o azarado é mesmo um gato do mal ? Ou é apenas a imaginação da Sue? Só lendo mesmo.
Ate já!!!



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