Até Que Você Seja Minha escrita por raggedy man


Capítulo 30
A Verdade


Notas iniciais do capítulo

E ai pessoal? Alguém vivo aqui ainda? Não? Sorry
Mil desculpas por ter largado isso aqui. Não tive inspiração nenhuma para continuar a escrever, mas finalmente consegui terminar esse último capítulo.
Espero que vocês gostem!
Dedicado aos mil aniversários da Paula que eu prometi atualizar ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/474599/chapter/30

Já eram duas da manha e eu ainda não havia pregado no sono. A festa do pijama havia acabado há horas, assim que Ammy pegou no sono e o ânimo de bagunça acabou por termos aula cedo no dia seguinte.

Mas eu não conseguia dormir. Eu havia sentido falta disso. De todo mundo feliz, animado e finalmente sem intriga. Lily era a que menos estava animada, mas conseguimos deixar o termino de namoro para trás após algumas horas. Resolvemos dormir todas juntas no chão, ao invés de nossas camas, então eu estava entre Lily e Ammy, que dormiam como anjos.

Levantei cuidadosamente e fui em direção onde tínhamos colocado o resto da comida e peguei um pedaço de torta. Antes de poder comê-la, ouvi uma batidinha na janela. Era uma coruja. Abri a janela e peguei o pedaço de pergaminho em seu bico.

Parker,

Encontre-me nos jardins, sozinha, se quiser saber o motivo da morte de seus pais.

Tinha uma pequena caveira no canto do pergaminho, então eu sabia quem havia me mandando. Um dos comensais da morte que ainda estudava em Hogwarts. A duvida era quem.

Olhei para as meninas dormindo tranquilamente e respirei fundo. Deveria avisar pelo menos uma delas que estava saindo, mas sabia que iam vir atrás de mim ou avisar o Sirius, e eu não podia perder a oportunidade de finalmente saber a verdade.

Tinha minhas suspeitas que o motivo era o fato da minha mãe ser nascida trouxa, mas não tinha completa certeza. E eu precisava descobrir para poder finalmente continuar com a minha vida.

Peguei meu casaco e sai apressadamente do quarto. Era aproximadamente duas e meia da manhã, quando sai do castelo.

Os jardins estavam vazios quando cheguei. Mesmo com a varinha acesa, não consegui distinguir nada que não fizesse parte do lugar. Respirei fundo e comecei a considerar que talvez tudo aquilo fosse uma brincadeira de mau gosto, já andando em direção ao castelo.

Mas então ouvi um barulho e parei de andar.

O silencio prevaleceu e ninguém se manifestou.

 –Tem alguém aqui? – Perguntei com a voz fraquejada.

 –Fico feliz que resolveu aparecer, Parker. –

Arregalei os olhos ao ouvir aquela voz. Parecia que todo o meu corpo havia congelado com as palavras que havia chegado aos meus ouvidos. Virei lentamente e seus olhos vermelhos me encararam.

 –O que... – Olhei ao redor e várias outras pessoas apareceram. Não consegui reconhecer nenhum, devido às roupas que usavam e o fato de estar muito escuro. Eu sabia que tinha que correr, gritar ou fazer qualquer coisa para pode sair dali, mas era como meus pés estivessem colados aos chãos.  – O que você quer?

Por mais que tentava manter minha voz firme, apenas um sussurro saiu de meus lábios. Voldemort riu friamente e senti como toda a vida de meu corpo tivesse desaparecido.

 –Vingança, o que mais? – Ele inclinou a cabeça e deu um passo a frente.  –Mas você não faz ideia do que estou falando.

Permaneci quieta. Meus olhos se movimentavam de um lado para o outro, em busca de uma brecha para poder sair.

 –É claro que seu pai não lhe contou nada. – Parei com o que estava fazendo ao ouvir a menção de meu pai. Então ele iria me contar o que havia acontecido. Olhei novamente para ele.

 –O que meu pai tem a ver com tudo isso?

 –Ora, seu pai, Parker... – Seu sorriso se tornou maior.  –Seu pai já esteve ao meu lado.

 –O que?— Dessa vez minha voz estava em alto e bom som.  –Meu pai nunca...

 –Ficaria ao meu lado? Por quê? Por causa da sua mãe? – Ele começou a andar ao meu redor.  – Seu pai, entretanto, fazia parte desse meu circulo íntimo. Era ele que fazia o recrutamento de jovens como você... – Ele estava perto e meu corpo ficou mais tenso.  –Mas então ele conheceu sua mãe... – Sua voz ficou mais baixa.

 –Minha mãe era nascida trouxa. Eles se apaixonaram.

Voldemort apontou sua varinha para mim e lançou um cruciatus bem nas minhas costas. Cai de joelhos, me contorcendo de dor pelos próximos segundos.

 –Sua mãe imunda apareceu e o enfeitiçou. – Ele cuspiu essas palavras em minha direção. Não conseguindo nem levantar a cabeça, continuei chorando silenciosamente.  –Seu pai era fraco demais. Tolo. Quando apareci em sua casa para mata-lo, ele tentou protege-la...

 –Ele a amava – Outro feitiço, agora um desconhecido, me atingiu. Soltei um gemido alto e me encolhi mais ainda.

 –Ele pensou que poderia largar tudo que trabalhei e sujar seu sangue com aquela sangue-ruim. – Ele apontou em minha direção e duas pessoas encapuzadas me seguraram pelos braços e me levantaram. Seu rosto chegou perto do meu e segurou meu queixo, fazendo com que meus olhos olhassem os deles.  –Mas eu a matei lentamente bem em sua frente.

Continuei chorando, tentando me soltar de seu toque e dos seus comensais. Não queria mais ouvir nada que saísse de sua boca. Não era aquela imagem que havia construído de meu pai. Ele não era uma pessoa ruim, nunca havia machucado um ser vivo e era a pessoa mais amorosa que conhecia.

Essa realidade que Voldemort havia me apresentado não condizia com nada que eu havia conhecido minha vida inteira.

 –O único problema era que você não estava lá para que pudesse completar o serviço.— Ele se afastou.  –Seu pai havia avisado os Aurores e eles estavam a caminho... Felizmente, Joghan aqui estava infiltrado e instruiu que levassem você para a mansão dos Black.

O aperto em meus braços haviam se tornado mais leve. Enquanto Voldemort caminhava, consegui localizar uma passagem para que pudesse correr. Era só esperar mais alguns segundos.

 –Infelizmente, você já havia partido para Hogwarts quando chegamos para conseguir mata-la... Mas não importa. Aqui estou... Pronto para mata-la. A não ser que prefira viver e se juntar a mim. Apesar de ser uma mestiça imunda, você ainda é filha do seu pai.

Aproveitei que ele ainda estava de costas e dei duas cotoveladas nos comensais que me seguravam. Ambos deram um passo para trás, ofegantes e surpresos. Peguei minha varinha do chão.

 –Nunca— E sai correndo em direção a Floresta Proibida.

Narrador Onisciente.

Ela sabia que não ia ganhar aquela batalha. Não apenas Voldemort estava presente, mas também vários de seus seguidores. Todos olhavam para ela como se fosse escória e ela se sentia como tal. Apenas de pijamas e com o corpo tremendo de frio e medo, mal conseguia deixar a varinha empunhada. Já havia sido atingida por tantos feitiços, cruciatus incluso, que não fazia a menor ideia de como ainda conseguia ficar em pé, dando voltas e voltas em busca de encontrar um caminho de volta ao castelo.

— Não adianta se esconder sangue ruim. - Um dos comensais gritou pela floresta. - Iremos te achar.

Ela reconheceu a voz. Era Mulciber.

Ela voltou a andar silenciosamente, sempre checando se havia alguém por perto, esperando que conseguisse pelo menos chegar ao castelo.

Não deveria ter vindo, pensou. Ela estava sã e salva em seu quarto, rodeada de suas amigas e de proteção que o castelo lhe oferecia. Não sabia o que estava pensando quando caiu no que obviamente era uma emboscada. Não fazia ideia do porque havia sido tão estupida.

 A floresta estava incrivelmente escura naquela noite. Normalmente a luz da lua era mais do que suficiente para enxergar o caminho, sem precisar do feitiço Lumus. Mas não naquele momento. O céu permanecia nublado e Liz continuava a tropeçar e cair várias vezes. Não queria acender sua varinha com medo de que alguém a visse.

 Felizmente, já conseguia enxergar algumas luzes do castelo e sabia que estava perto. Permitiu um sorriso e continuou a andar o mais silenciosamente que conseguia. Ainda ouvia de longe os gritos por ela, mas parou de olhar para trás, focando-se em chegar até o fim da floresta.

Involuntariamente, levou sua mão para o pescoço, onde seu colar jazia, para se acalmar. Mas algo estava errado. Ele não estava ali.

Desesperada, parou e olhou para baixo, na esperança que havia caído naquele local, mas estava errada.

— Não, não... - Ela murmurou se agachando e passando a mão pelas folhas caídas. Apontou sua varinha para um local qualquer e conjurou o feitiço. - Accio colar.

Mas nada veio.

Ela olhou para frente novamente, olhando o castelo. Não faltava muito para chegar e ficar em segurança, mas ela não conseguia se mover. Não conseguia dar um passo sequer naquela direção, uma vez que sua mente estava em seu colar. Não sabia quando ou onde havia quebrado e caído, mas não queria deixá-lo para trás.

Ela voltou alguns passos cuidadosamente, olhando para o chão, refazendo seu caminho na esperança de enxergar algo brilhante, mas sem sucesso. 

      Andou mais um pouco para dentro da floresta, não acreditando o quão estupida estava sendo. Ela sabia que poderia voltar no dia seguinte, quando estava claro, e procurá-lo, mas não conseguia aceitar a ideia de deixar a única memória das pessoas que amava para trás.

Liz suspirou e olhou para a varinha. Era o único jeito de ter uma chance de achar a joia.

— Lumus.

A ponta de sua varinha acendeu lentamente e ela apontou para o chão, na esperança de que ninguém a notasse. Após alguns minutos procurando, ainda não obtivera sorte.

— Procurando por isso? - Ela ouviu uma voz atrás dela dizer. A morena virou-se lentamente e viu uma garota segurando seu colar. Liz a conhecia. Era uma garota da Corvinal, Jenna alguma coisa. Ela sempre tinha sido uma garota quieta e, sinceramente, pouco notada inclusive pelos seus colegas de sua casa. Ela não sabia muito sobre Jenna. Mas sabia que ela estando ali não era apenas uma coincidência.

— O que aconteceu, Parker? O gato comeu a sua língua? - Ela se aproximou lentamente, com a varinha empunhada. A morena tentou alcançar o colar, mas sem sucesso. - Acho que não. Eu gostei dele. Eu amo coisas brilhantes, sabia?

— Jenna, por favor. Eu tenho ouro. Eu te dou qualquer outra coisa, mas esse colar...

— Não vai fazer a menor falta depois que estiver morta. - Ela completou. - Estupefata!

— Protego. - Ela se defendeu. - Petrificus Totallis

A loira desviou antes que o feitiço a atingisse de volta, mas não foi rápida o suficiente para o próximo feitiço que a atingiu. Logo, ela estava no chão, sem poder se mover. Liz pegou seu colar de volta das mãos de Jenna e sorriu.

— Você deveria ter aceitado meu ouro. - Guardando o objeto no bolso de seu casaco, ela voltou a correr em direção ao castelo, sem se importar muito de ser ouvida. Sabia que mais viriam em sua direção devido à pequena batalha que há pouco havia acontecido. Novamente viu as luzes do castelo e apertou o passo, iluminando o caminho com sua varinha. Faltando poucos metros para chegar à porta do castelo, ela é atingida por dois feitiços, sendo um deles o Abbafiato e o outro Cruciatus. Mesmo não saindo nada de sua boca, Liz podia sentir o gosto de sangue que escorregava garganta abaixo. Não demorou muito e o feitiço havia acabado. Sem muitas forças, a morena conseguiu virar para ver quem havia lhe atingido.

Era Voldemort.

— Você é corajosa para uma mestiça imunda. - O sorriso frio dele a fez congelar. - Se daria muito bem ao meu lado.

— Eu preferiria morrer. - Ela murmurou, após o efeito do feitiço ter passado. O sorriso dele apenas aumentou, mostrando que havia ouvido.

— Não pense que não é uma opção, Parker. - Ele se aproximou lentamente. - Afinal, nada me impediu de matar o traidor do seu pai e a imunda da sua mãe.

— Por que quer fazer isso? - Ela perguntou com lágrimas nos olhos. - Os trouxas não sabem da nossa existência, ele não tem como se defenderem ou terem medo de você. Os nascidos trouxas são tão bruxos quanto os de sangue puro. O que você está fazendo não faz o menor sentido.

— O fato deles não saberem de nossa existência mostra o tamanho da arrogância que tem. Acham-se melhores que qualquer um, ocupam a maior parte do mundo e andam livremente por ai, enquanto nós temos que nos esconder. - Voldemort sibilou em sua direção. - Esses nascidos trouxas não tem o mínimo direito de estarem aqui. Não podem obter magia do nascimento se seus pais não forem mágicos. Arranjaram algum jeito de roubar tal magia de algum bruxo.

— Sim, uma criança sem varinha tem total capacidade de derrotar um bruxo adulto. - Liz falou com puro sarcasmo na voz. Voldemort riu e ela se sentiu mais intimidada ainda.

— Sua pobre mãe disse a mesma coisa antes de matá-la... - Ele se abaixou para ficar na mesma altura dela e pressionou sua varinha em sua garganta. - Vou perguntar mais uma vez, mestiça.

— Não se incomode. Minha resposta ainda é não.

Sem mais uma palavra, ele se levantou e deu alguns passos para trás. Havia vários comensais apenas assistindo a cena. Ela reconheceu alguns a distancia. Mulciber. Avery. Dolovan. Snape.

      Liz já sabia o que iria acontecer. Ela não iria implorar pela sua vida ou chorar em desespero. Já havia aceitado o que viria em frente e sabia que nada daquilo iria impedi-lo de matá-la.

Alcançou então o colar que jazia ao seu lado e segurou com toda força que conseguia. Não iria embora sem ele nas mãos. Quando achassem seu corpo no dia seguinte, queria ter certeza que estivesse com ele junto a si e esperaria que o objeto trouxesse conforto para seus amigos e para Sirius.

Sirius.

Ela não acreditava que depois de tanto trabalho que ambos tiveram para ficarem juntos, tudo ia acabar. Ela devia ter ficado no quarto dele. Devia ter dito uma ultima vez que o amava. Devia ter dito aquilo para todos os seus amigos.

Sua maior preocupação era como Sirius iria reagir no dia seguinte. Como ela, ele era frágil de uma forma especial e esperava que ele ficasse bem com o tempo. Que ele voltasse a confiar e a amar uma pessoa no futuro.

Lágrimas escorriam de seus olhos enquanto observava a varinha ser apontada em sua direção. Elizabeth fechou os olhos.

Ela pensou em Lily.

Em James.

Em Ammy.

Em Frank.

Em Alice.

Em Remus.

Em Peter.

Ela pensou em Sirius Black.

— Avada Kedavra.

E estava morta.

***

Quando Sirius acordou, ele percebeu que algo estava errado. Não fazia ideia do que, mas tinha certeza que alguma coisa havia acontecido. Apesar do dia ensolarado, não havia muito barulho do lado de fora, como normalmente. Não havia conversas do lado de fora de seu quarto. Não havia conversa em seu quarto. Ele olhou em volta e percebeu que era o único ainda em sua cama.

Levantou lentamente e se trocou, indo em direção à porta de seu quarto a procura de seus amigos. Porém, antes de dar dois passos, a porta foi aberta e James entrou com a pior aparência que Sirius havia visto.

— Você acordou. – Ele disse surpreso. Sirius sabia o motivo, era apenas oito da manha. Ele nunca acordara antes do meio dia, mas como havia ido dormir cedo na noite anterior, fazia sentido ter acordado tão cedo.

— Você está bem? – O moreno perguntou preocupado. – Parece que viu um fantasma ou alguma coisa.

Com a menção de fantasma, James suspirou derrotado. Ele parecia que iria quebrar em lágrimas a qualquer minuto.

— Sirius, é melhor você se sentar. – James sentou-se em sua cama. Sirius sentou-se à sua frente, em sua cama, preocupado.

— O que aconteceu? Seus pais... Eles estão bem? Aconteceu alguma coisa com eles?! – Perguntou preocupado.

— Não. Não, eles estão bem. Estão vindo para cá a qualquer minuto. – Disse o acalmando. Sirius relaxou o corpo e até permitiu-se um sorriso. – Sirius... Houve um ataque ontem à noite aqui no castelo. – O moreno acenou com a cabeça, esperando mais. James não sabia como quebrar a noticia para ele ou como escolher as palavras ao certo. – Você sabe quem e alguns comensais... Entraram aqui de alguma forma, Dumbledore não sabe ao certo... Isso não é importante.

Sirius não gostava de como aquela conversa estava indo. James não era muito de enrolação quando contava algo para ele, normalmente falava de uma vez o que tinha a dizer para depois reagir, mas dessa vez ele parecia querer evitar o máximo possível o impacto que suas palavras causariam.

— O ataque... Não foi com Dumbledore ou qualquer professor. Foi com um aluno. Ou melhor, com uma aluna. Foi com a Liz.

O corpo de Sirius começou a ficar tenso. Imediatamente ele se levantou e começou a ir em direção a porta, mas James o puxou de volta. Revoltado, Sirius tentou ir novamente, mas James insistia em impedi-lo.

— Eu preciso vê-la! Ela está bem? Está muito machucada?! – Perguntou ainda tentando se soltar. – Onde ela está? Ala hospitalar? St. Mungus?

— Sirius... – A voz tremida de James o fez parar de lutar. Ele olhou para seu melhor amigo e imediatamente soube o que havia acontecido. Ele parou de lutar e continuou a encarar os olhos castanhos de James, cheios de lágrimas. – Eu sinto muito. Eles acharam o corpo dela hoje cedo e como Lily é a “responsável” por ela, Minerva a avisou assim que soube e ela me contou.

Sirius não ouvia mais o que ele estava falando. Ele via sua boca movimentando e sons saindo, mas não compreendia nenhum deles. Apenas ficava parado olhando para o melhor amigo, esperando que tudo fosse uma piada, que logo Liz iria sair de algum lugar e beijá-lo, desmentindo tudo. Por mais que esperasse tudo isso, sabia que não iria acontecer. James nunca pregaria uma peça nele sobre esse assunto. Saber disso fez tudo ficar muito pior. Saber que ela não apareceria mais na sua frente, saber que ele nunca mais veria seu rosto, seu sorriso, seus olhos. Saber que nunca mais a beijaria, a abraçaria, a tocaria...

O mundo de Sirius havia parado.

***

Ela foi enterrada em Godric’s Hollow.

Dumbledore havia permitido a saída de vários alunos para irem ao funeral. Foi simples e rápido – seus amigos não aguentariam mais do que aquilo – e inúmeras pessoas compareceram. Pessoas que poderiam não ser amigas de Liz, mas que gostavam dela. Todo o time da Grifinória, Corvinal e Lufa-Lufa compareceram. Alunos em geral, de todas as idades, também foram prestar seus sentimentos à colega falecida. Inúmeros alunos de Beauxbatons haviam comparecido. Apenas três Sonserinos estavam presentes.

Na frente de todos e mais próximos da cova, estavam Lily e Sirius olhando para a lápide recém-colocada. Sua cabeça estava apoiada no ombro do maroto e sua mão na cintura dela.  Eles estavam em silêncio desde que chegaram ali, apenas movidos por James, que havia tomado a responsabilidade de garantir que ambos se mantivessem firmes.

Nenhum dos dois havia chorado desde a notícia de sua morte. Ambos permaneceram sérios durante todo o momento e sem tirar os olhos dela. Não haviam aberto a boca para dizer sequer uma palavra. Não tinham forças para isso. Quando o cemitério foi se esvaziando, os dois ainda permaneciam ali, parados.

Lily foi a primeira a se mover. Levantando a cabeça de seu ombro, ela segurou sua mão, depositando um objeto nela. O moreno desviou pela primeira vez o olhar da lápide e olhou para sua mão. Era o colar que ganhara em seu aniversário. Surpreso, levantou os olhos para a ruiva.

— Abra. – Murmurou. O moreno fez o que ela havia dito. As mesmas fotos estavam nela. A foto de casamento dos pais, uma dela quando pequena e uma de toda a família junta. Porém havia uma nova. Era uma foto de todos no Natal que haviam passado na casa de James. Todos sorriam e Liz depositava um beijo na bochecha de Sirius.

Ele acariciou a fotografia com um pequeno sorriso nos lábios. Lily sorriu levemente e segurou sua mão.

— Vem. Está na hora de ir. – Ele a olhou, guardando o colar em seu bolso. – Vamos deixá-la orgulhosa.

 

FIM


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não me matem.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Até Que Você Seja Minha" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.