Narrador Onisciente

O local estava escuro e apenas poucas pessoas permaneciam paradas ali, em silencio. Um homem sentado em uma cadeira perto ao fogo, acariciando sua cobra de estimação, pensava silenciosamente. Ninguém ousava abrir a boca ou sequer desviar o olhar do mestre, com medo que, um passo em falso, o faria perder a vida.

Voldemort finalmente desviou o olhar do fogo e olhou para seus comensais mesmo sem mexer boca, decidiu se pronunciar.

A menina é perigosa. Eu avisei a vocês que a queria viva, mas começo a desconfiar que haja um traidor entre nós, não é verdade Naguini?

Os garotos ali presentes se entreolharam, mas ao Lorde das Trevas se levantar, voltaram a ficar sem silencio e imóveis.

– Severus. – Ele chamou. Snape deu um passo a frente, com uma expressão morta. – Conte-me novamente o que aconteceu.

– Milorde, com o maior prazer. Quando fui jogar um feitiço em Parker, algum desses idiotas esbarrou em mim e acabei acertando-o em Mulciber.

– E quem esbarrou em você?

– Eu não vi. Mulciber caiu, as meninas correram e me concentrei em acertar algum feitiço nelas antes que fosse tarde demais.

– Entendo. – Ele caminhou pela sala em silencio e olhou para todos. – Não quero mais falhas. Tragam-me a menina. Quero que todos vejam o que acontece com quem ousa desafiar o Lorde das Trevas.

Liz Parker

Sirius e eu estávamos estudando no Salão comunal para nossa prova de DCAT no dia seguinte. Mas, como eu esperava, ele tinha outros planos em mente.

Como beijar meu pescoço.

– Sirius, precisamos estudar... – Disse fechando os olhos e quase me rendendo ao seus beijos.

– Eu estou estudando.

– Mesmo? Estudando o que?

– Anatomia. Matéria fascinante, sabia? – Revirei os olhos e me afastei. – Ei! Meus estudos estão incompletos.

– Os meus também. – Falei apontando para os livros abertos no chão. – Precisamos estudar para a prova, Sirius. Ano que vem temos NIEMS e se quiser ser um auror ou um jogador de quadribol, tem que ir bem em DCAT.

Ele me olhou acusadoramente.

– Não é minha culpa que você me distrai. – Disse. – Além do mais, por que só nós dois estamos estudando?

– Por que James está consolando Lily sobre seu término de namoro ou ela está o impedindo de bater em Justin, Ammy, Remo e Peter foram ajudar Madame Pince a arrumar uma sessão de livros novos, já que Peter está em detenção e Alice e Frank estão em um encontro. – Ele me olhou surpreso. – Aparentemente o bom senso voltou á cabecinha dele e semana passada ele se desculpou com ela e pediu uma segunda chance.

Ele então me abraçou pela cintura e encostou seu queixo em meu ombro.

– Então, você está basicamente me dizendo que poderíamos estar lá em cima no meu dormitório esse tempo todo? - Dei um tapa em seu ombro.

– Tudo bem. Vamos fazer assim: uma pausa de meia hora e depois voltamos a estudar pelo resto da tarde?

– Meia hora? Você quer uma pausa de uma hora? Tudo bem, acho eu podemos ficar duas horas antes de não voltarmos a estudar e irmos jantar.

Revirei os olhos e ri.

– O jantar é daqui cinco horas.

– Se é preciso todo esse tempo comigo, quem sou eu para dizer não?

– Você é um idiota.

– E você não disse não. – Ele falou segurando minha mão e me puxando para seu quarto, que eu voluntariamente acompanhei.

Estar com Sirius fazia com que tudo ficasse mais fácil. Apesar de o mundo bruxo estar ficando cada vez mais sombrios, e que isso estivesse atingindo a Hogwarts também. Seis alunos já foram retirados da escola por pais com medo da “magia negra”, além dos protótipos de comensais da morte da Sonserina.

Mas eu simplesmente esquecia isso quando a boca de Sirius estava na minha. Não que esses beijos fossem novos, mas eram diferentes. Antes nos escondíamos das outras pessoas, até de nossos amigos. Mas agora, várias pessoas já sabiam e, mesmo inúmeras meninas apostando, literalmente, que iriamos terminar em menos de uma semana, estávamos firmes e fortes.

– Sirius? – Perguntei olhando para ele. Estávamos deitados em sua cama, com ele acariciando meu cabelo. Ele me olhou. – Você vai voltar para a mansão Black mês que vem?

– Nah, eu moro com James agora. Só voltei aquele dia para ficar de olho no Reg. – Disse com um olhar triste. – Estou preocupado com ele.

– Ele vai ficar bem.- Murmurei. – Ele é seu irmão, afinal.

– É... Mas e você? Vai ficar com Lily? – Concordei. – Vocês deveriam vir nos visitar no verão. Com biquínis, de preferência.

Revirei os olhos.

– Talvez vocês devessem tentar o mundo trouxa. Lily ficaria impressionada com James e eu adoraria ver sua cara quando visse carros, motos, televisão...

– Você vai ter que me convencer... – Disse levantando a mão para meu sutiã. Aproximei-me para beijá-lo, mas a cortina de sua cama foi aberta.

– Eu sei que vocês estão realmente adorando esse novo relacionamento, mas eu acho que Lily poderia usar uma amiga. E você, umas roupas.

Revirei os olhos, fechei a cortina e comecei a me vestir. Depositei um beijo nos lábios de Sirius e fui em direção ao meu quarto. Lily estava em sua cama escrevendo uma carta, que parou de fazer ao perceber minha presença.

– Minha mãe disse que será um prazer ter você em casa.

– Os meninos nos convidaram para passar um tempo na casa de James. – Ela levantou a sobrancelha. – Vai ser divertido.

– Para você, que grudou no Sirius.

– Ou para você, que não se dá bem com a sua irmã. – Falei. – E como obviamente você morre de saudades de minha pessoa, vou dormir na sua cama ao invés na do Sirius.

Ela gargalhou e se levantou.

– Então é bom você tomar um banho e colocar uma roupa limpa. – Ela disse me olhando maliciosamente e dando sua carta para a coruja de Ammy.

– Não conseguiu falar com Justin? – Toquei no assunto já sabendo a resposta. Ela negou. – Lily, você não fez nada errado. Já faz três semanas.

– Eu estava no quarto de outro garoto. Usando a roupa dele. Eu preciso explicar.

– O que? Olha, Justin, desculpe estar no quarto de James só na camisa de quadribol dele, mas na noite passada eu e Liz fomos atacadas no castelo por protótipos de comensais da morte e a única razão de termos sido achadas foi através de um mapa que mostra onde cada pessoa está no castelo que só os marotos sabem da existência e uma capa da invisibilidade.

Ela ficou quieta e eu segurei sua mão. Sabia que não era fácil para ela, mas não havia explicação sem a insanidade caminhar ao lado. Se ele realmente quisesse estar com ela, teria acreditado na história contada na primeira vez.

– O que acha de termos uma festa do pijama hoje à noite? Só nós, meninas, para conversar, saber como foi o encontro de Alice, comer doces e falar de qualquer coisa que quisermos. – Falei sorrindo.

Lily abriu um sorriso pequeno.

– É uma ótima ideia.