Até Que Você Seja Minha escrita por raggedy man


Capítulo 1
Hogwarts




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Olhar aquela casa me dava arrepios. Eu não queria entrar. Eu me recusava. Porém era preciso. Eu não tinha pra onde ir. Respirei fundo e bati na porta. Uma elfa abriu a porta.

– Sim? – disse depois de fazer uma pequena reverência

– Eu sou Elizabeth Parker. Filha de Rory Parker, amigo de Orion Black. Ele está?

– Sim, senhorita – fez mais uma reverência – Por favor, meu senhor está esperando-a na sala de estar – Entrei, a elfa fechou a porta e foi na minha frente mostrar o caminho. A segui. – Mestre? – ela fez uma exagerada reverência

– O que é, sua imprestável?

– Elizabeth Parker chegou, mestre.

– Ótimo. Saia daqui. – A elfa saiu apressadamente e ele olhou para mim de cima a baixo. – Mortos?

– Sim, estão mortos. - Respondi.

– Como?

– Eu não sei. Encontrei os dois mortos na cozinha.

– Eu não deveria deixar uma mestiça imunda morar comigo. - Disse me olhando nos olhos pela primeira vez. - Mas, seu pai já salvara minha vida uma vez, então você poderá ficar.

– Obrigada, Orion. - Agradeci.

– WINNY – Gritou e logo a elfa veio. – Leve Elizabeth para o antigo quarto de Sirius. E você, Elizabeth, me chame de Senhor Black. Exijo respeito. – Concordei silenciosamente.

– Sim, mestre. – A elfa fez uma reverencia e subiu com minhas malas. Subi logo atrás. Aquela casa é realmente terrível. Ao subir as escadas me deparei com um grande quadro de elfos decepados. Que tipo de pessoa faria isso? Olhei para Winny e constatei que logo, ela também pararia lá. Ela deixou minhas coisas no meu novo quarto e saiu. Não arrumei nada, já que amanhã iria para Hogwarts. Suspirei com a total mudança de vida. Antes, eu tinha pais, uma casa, um quarto, uma escola perfeita em Beauxbatons. Hoje, eu tenho o amigo do meu pai que me odeia e um quarto usado, e vou para uma escola totalmente diferente. Deitei e tentei dormir, mas um barulho muito alto me fez pular da cama. Levantei e abri a porta.

– SIRIUS BLACK – gritou um garoto – VOCÊ É LOUCO?

– Não o suficiente pra entrar para os comensais com catorze anos, mas...

– É a minha escolha. E o que você faz aqui? Pensei que tinha sido expulso de casa.

– O quarto ainda é meu, as coisas ainda são minhas, e a vida é minha também. Então cale a boca, pirralho. – E o tal Sirius olhou para mim. – Oh. Olá. – Disse dando um sorriso que deveria me deixar de pernas bambas. O que, obviamente, não iria acontecer.

– Olá. Sou Elizabeth

– Sirius e o pirralho aqui é o Regulus. – Olhei pra ele. Ele entrou em seu quarto e bateu a porta. – Não ligue, ele é um idiota. Então, o que faz aqui?

– Eu meio que moro aqui. Meus pais morreram, e o seu pai me ofereceu um lugar por que devia uma pro meu pai.

– Sinto muito.

– Obrigada. Bom... Eu vou dormir – Ele sorriu. – Boa noite.

– Boa noite. – Fechei a porta do meu quarto e deitei. Não demorei muito para pegar no sono.


Acordei com o despertador que eu trouxe. Por que eu fui colocar pra despertar logo as nove da manha? Já lembrei da resposta. Hoje é meu primeiro dia em Hogwarts. Respirei fundo e fui tomar banho. Pouco depois, sai já vestida. Penteei o cabelo e desci já com as minhas coisas. Regulus tomava café e Sirius também. Sentei.

– Bom dia – Não teve resposta da parte do Regulus. Sirius estava com a boca cheia demais para responder. Uns minutos depois um vaso começou a brilhar. Olhei para Sirius.

– Chave de portal – disse colocando a mão. Eu e Regulus repetimos o gesto e de repente, tudo começou a girar muito rápido. Pude sentir meu café da manha querer voltar, mas aguentei firme. Olhei para o Sirius. Ele sorriu como se falasse para me soltar. Não tive outra escolha não sendo fazer o mesmo que ele fazia. Logo, estava no chão, sã e salva.

Então, percebi que estava na estação Kings Cross, e que tinha muita gente. Regulus foi pra perto de uma turminha sinistra, e Sirius estava pegando suas coisas. Coloquei minhas malas no trem, e entrei. Onde eu iria sentar? Não conheço ninguém, a não ser Sirius e Regulus. Mas eu não sento nem morta com o esquisito e, provavelmente, Sirius vai procurar sua turma. Andei, andei, andei e andei... E achei um vazio, que por acaso era o ultimo, e entrei. Um pouco depois, ouvi batidas e uma menina ruiva de olhos verdes entrou. Olhou para mim e sorriu.

– Oi... Eu posso ficar aqui? É o único vagão vazio.

– Claro. Sou Elizabeth Parker.

– Lilian Evans.

Começamos a conversar, e ela era uma garota bem gentil. Não a consideraria minha melhor amiga depois de tão pouco tempo, porém gostava dela. Logo, Sirius, e três meninos entraram.

– RUIVINHA! – O bonitão de óculos abraçou Lily.

– É EVANS POTTER, e me largue. – Ele a soltou.

– Acho que fiquei surda. – comentei.

– Quieta. Liz, esses são os marotos, James Potter, – apontou para o bonitão de óculos – Remo Lupin, – apontou pro bonitão intelectual – Peter Pettigrew, – apontou pro feio baixinho – e esse é o...

– Sirius Black, eu já conheço ele.

– Ah, ótimo, você é mais uma das conquistas do Sirius, Liz? - Disse realmente desapontada.

– Não! Eca, eu moro na casa dele, meus pais morreram, e o pai dele era amigo do meu.

– Então é essa a gata que ta morando na sua casa? – Disse James – Prazer.

– E você mora com o Sirius e não ficou com ele? – Perguntou-me Lily.

–... É.

– Já te amo – Sorriu. James, Remo e Peter gargalhavam enquanto Sirius ficava de cara fechada. Ficamos um bom tempo conversando, sobre idiotices, Lily gritava cada vez que James tentava chegar perto dela, chamando-a de ruivinha. Pouco depois entrou uma menina bonitinha de cabelos meio que roxos... Avisando que a reunião de monitores ia começar em 10 minutos.

– Vamos, Remo, ta na hora. - Disse Lily se levantando.

– Hey! E eu fico sozinha? – falei. Não queria ficar sozinha com um monte de garotos que eu mal conhecia.

– Nossa, Liz, muito obrigado pela consideração. – Disseram James e Sirius fingindo que estavam ofendidos.

Eu ri. Peter se empanturrava de sapos de chocolate, entretido demais para prestar atenção no que ocorria ao seu redor. Lily e Remo foram para a reunião, enquanto Sirius e James falavam algo sobre quadribol. Eu fiquei olhando na janela e lá tinha coisas incríveis, como... O mato e uns bichinhos feios voadores com olhos esfomeados. Antes de chegarmos a Hogwarts, Lily e Remo voltaram, já com a farda. Pude perceber que todos eles estavam com a farda, e um emblema vermelho onde eu pude ler Grifinória. Bem, já sei pra que casa eu quero ir.

O trem parou e saímos. Lily e eu na frente, conversando. E os marotos atrás. Pude notar que eles eram bem populares pela população feminina de Hogwarts. Todas, TODAS MESMO, até as titicas do 2º ano olhavam pra eles, piscavam, mandavam beijinhos e tudo mais. E o pior era que eles gostavam de toda essa atenção! Principalmente o Sirius que sorria de volta.

–... E ai eu disse não pra ele. A primeira a dizer. E ele vem correndo atrás de mim, pra poder finalmente me colocar naquela lista estúpida dele.

– Ah. – Eu nem prestava mais a atenção. Estava ocupada demais olhando tudo. Eu estava enganada, aqui era lindo. Entrei no castelo, e era enorme. Tinha uma mulher no topo da escada que me chamou. Fui até ela.

– A senhorita deve ser Elizabeth Parker, certo? – disse olhando minhas roupas de trouxas.

– Sim senhora

– Siga-me, por favor – E saiu andando para um corredor vazio. Ok... Era meio assustador andar em um corredor enorme vazio onde a única coisa que você ouve são os seus próprios passos. Chegamos á uma porta enorme de madeira, ela entrou e me mandou esperar. Consegui ouvir um discurso e depois uma musica ridícula, então ela me chamou e disse:

– Hoje, teremos uma aluna nova no sexto ano. Seu nome é Elizabeth Parker. – Eu sorri meio que sem graça. Ouvi alguns múrmuros, e TODOS estavam olhando pra mim, já que eu estava sem a farda do colégio. Ela me indicou um banco, e eu sentei, e então ela colocou um chapéu velho e fedorento na cabeça.

Hey, fedorento não.

Meu Merlin, ele lê mentes.

É OBVIO que eu leio mentes, gênio. Já sei que pra Corvinal você não vai.

Não queria ir mesmo. Eu quero ir pra...

Grifinória, eu sei. Seus pensamentos me mostram isso.

Dá pra parar de fuxicar minha cabeça e falar logo em casa eu to?

Nossa, olha a grosseria. Seria uma bela Sonserina...

Nem ouse.

– GRIFINORIA – ele berrou. E pude ver Lily sorrindo. Desci e fui pra mesa deles. Sentei entre Lily e uma menina de olhos castanhos.

– Eu sabia que você viria para Grifinória – disse Lily me abraçando – Liz, essa é a Ammy – Apontou para uma linda menina de cabelos longos e loiros com um sorriso enorme.

– Prazer, Elizabeth. Mas por favor, me chame de Liz.

– O prazer é todo meu – E assim ficamos as três, conversando durante o jantar até que ouvimos um estrondo.

– Chegou a hora – disse Lily.

– Do que? – Perguntei.

– Marotos – Verdade, eu não tinha visto os marotos desde que sumi com a McGonagall, a não ser Peter que se empanturrava na minha frente. A porta se abriu e saíram três marotos andando até a nossa mesa, sorrindo como se aquilo fosse à coisa mais extraordinária da noite. Pior que era, já que todas as meninas babavam neles. Então, eles sentaram na nossa frente, junto a Peter. James sentou em frente à Lily, Sirius em frente a mim, e Remo á Ammy – que corou quando ele fez isso, interessante.

– Ruivinha meu amor...

– Evans para você, Potter. Não me faça gritar no meio de tanta gente.

– Percebi que faz isso muito então. Você não tem vergonha de gritar no meio de toda essa gente? - Perguntei.

– Não se preocupe Liz, já estão acostumados. Um grito a mais não faria muita diferença. – Respondeu Ammy.

Depois de comermos, Lily e Remo foram levar os primeiranistas ao salão comunal. Ammy, e eu fomos para o dormitório, e eu me toquei onde eu ia dormir.

– Ammy... Onde eu...

– No nosso quarto. Marisol se mudou para a França então sobrou uma cama. Pode ser sua se quiser. – Disse sorrindo.

– Valeu Ammy – Sorri, um aluno do 7º ano falou a senha e entramos. O salão comunal era um lugar redondo cheio de poltronas, a maioria ocupada por alunos, tinha uma lareira e, perto dela, um sofá com várias mesas de estudos. Tinha duas escadas, que deveriam ser a do dormitório das meninas e dos meninos.

– Vem, o nosso quarto é aqui – Me puxou para a escada. Entramos na terceira porta, o quarto tinha três camas, um banheiro, era bem... Ahn... Bagunçado. Quer dizer, a bagunça só vinha de uma cama.

– A bagunçada é sua. – Espera, minha? Como essa cama pode ser minha?

– Ammy... Por que logo a cama bagunçada seria minha se eu me mudei hoje?

– Por que a gente bagunçou ué.

– Já?

–É.

– Nossa, isso que é recepção. - resmunguei

– Eu tava procurando algo para colocar no cabelo, a culpa não é minha – Disse tirando suas coisas da minha cama.

– Mas pra que? É a primeira noite! – Ela corou um pouco – Você queria ficar bonita pra alguém?

– Não... – disse lentamente.

– Sei... – falei desconfiada. – Então por que você ficou corada quando Remo sentou na sua frente? – Ela ficou vermelha como um pimentão.

– Eu vou pro banho – Pegou sua roupa e foi praticamente voando. Lily entrou no quarto nesse exato momento.

– O que deu nela? – perguntou Lily

– A Ammy gosta de quem?

– Vai dizer que você não percebeu? - Disse sentando em sua cama.

– Remo? - Chutei o óbvio.

– É.

– Eu sabia! Percebi assim que ele sentou na frente dela. Mas então, ele também gosta dela?

– É meio difícil de responder. Ele é o maroto certinho. E nunca ficou com ninguém, tirando a... Esquece. - Deixei passar.

– Mas ele deve gostar, ele sentou na frente dela.

– Sirius sentou perto de você e...

– Por que não tinha mais lugar – sorri – e James sentou perto de você também.

– No dia que aquele ali gostar de mim, flores vão crescer pelo meu cabelo.

– Mas ele parece gostar de você. Ficou te encarando o jantar inteiro – comentei.

– É serio o que eu te disse. Ele me vê como um desafio. Mas eu não sou idiota, não vou ficar com ele só pra ele desistir. Você não sabe como é difícil andar pelos corredores, sendo odiada por metade da população feminina de Hogwarts. Só por que muitas vezes ele faz declarações falsas, as pessoas ficam com raiva de mim por ele deixar de ir á um encontro pra ficar comigo. É muito chato.

– Não ligue Lily, se ele não gostar mesmo de você, logo ele desiste. E se ele gostar, logo a gente terá um marotinho de olhos verdes – Sorri. Recebi uma travesseirada na cara. – Hey!

– Eu abrindo o meu coração pra você e você fala isso? – Mostrei a língua. Ammy saiu do banho já com pijama.

– Diga á ela, Ammy, logo teremos um marotinho de olhos verdes – Ela gargalhou.

– Ta vendo, Lily? Até ela, que é nova, já notou o amor dos dois – Disse gargalhando.

Lily bufou e foi tomar banho. Terminei de arrumar minhas coisas, deitei em minha cama e fiquei esperando a ruiva sair. Olhei para a cama da Ammy. Estava toda arrumada, com uma foto dos pais dando tchau. Sorri triste pensando nos meus. Eu não tive a chance de dizer adeus. E eu sentia a falta deles demais. Suspirei balançando a cabeça para esquecer esse pensamento. Logo, Lily saiu do banho e eu fui. Demorei um bom tempo lá, queria relaxar. Troquei-me e sai.

Lily lia um livro e Ammy dormia. Deitei em minha cama e apaguei a luz. Desejei boa noite para Lily e dormi.

Até que Hogwarts não era tão ruim assim.


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