Our Miracle escrita por Lady


Capítulo 4
03 – Admiração Irrefutável.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Our Miracle

03 – Admiração Irrefutável.

Na manhã após o interessante jantar como Andarilho a ruiva via-se seguindo caminho em direção ao Quartel General da Caçada. Precisava conversar com Lothos a respeito do relatório de uma missão enviado pela rainha, tal relatório era deveras estranho e isso causava certa desconfiança na mulher de cabelos scarlets.

Logo quando atravessou o arco de entrada pode ver alguns homens e mulheres – cavaleiros de baixo escalão – curvarem-se para si, em solene respeito; alguns poucos a cumprimentaram e menos ainda foram aqueles que ousaram lhe elogiar, mas todos estavam mais do que felizes em ver a líder da Caçada em pessoa. Mas não era apenas por causa de um relatório que a Sieghart estava indo diretamente ao encontro de Lothos, não, ela planejava muito mais do que isso, e a ruiva também tinha certeza de que suas escolhas surpreenderiam a todos, sem exceção.

Bateu três vezes na porta antes de adentrar no cômodo.

– Bom dia Comandante. – cumprimentou, fitando a loira sentada sob sua poltrona atrás da mesa rústica onde alguns poucos papeis empilhavam-se. Passou o olhar pela sala, notando que a mesma era carente de adereços decorativos e mantinha um clima de tensão sobre os ombros daqueles que ali adentravam, talvez a loira sequer notasse isso. Assim a ruiva se aproximou da mesa de sua superiora. – O relatório que recebi ontem a respeito da exploração nas catacumbas descobertas no Vale do Juramento possui pontos suspeitos. – comunicou. – Antes de vir para cá chequei a papelada referente à missão e, de última hora, o esquadrão foi trocado. – nisso depositou a pasta sobre a mesa, esta que continua termos referentes à substituição de um esquadrão da Armada Vermelha por membros da Cordial Família Erudon.

A mulher loira franziu o cenho. Recordava-se perfeitamente de que os Cavaleiros Vermelhos deveriam investigar tais catacumbas, pois elas mostraram-se perigosas além de serem habitadas por criaturas hostis e, até então, desconhecidas.

– Isso não é possível. – sussurrou a loira, seus olhos vermelhos brilhando como fogo. – Eu mesma quem solicitei que fosse enviada uma equipe dos Cavaleiros Vermelhos. – e de testa franzida a loira constatou que tudo o que a ruiva dissera era a verdade. Seus olhos passaram por cada folha, apenas para constatar que a equipe que deveria ser mandada fora, realmente, substituída por nobres; nobres ignorantes e orgulhosos que, certamente, poderiam ter morrido nas garras de um predador perigoso e/ou venenoso.

– Não estou questionando suas ordens, Comandante, apenas informando o que me foi notificado. – informou a ruiva. – Mesmo não sendo autorizado farei uma investigação a respeito disso. Não aceito que troquem meus cavaleiros por nobres pomposos e ridículos. – a loira franziu a testa enquanto seus olhos scarlets fixavam-se rigidamente sobre a mulher ruiva. – E não adianta me olhar assim, já decidi e irei fundo nesse assunto. Há também outra questão a qual quero tomar mais conhecimento, mas isso eu só falarei quando já estiver bastante informada. - E fora a vez da Comandante piscar, abismada. Anos atrás Lothos jamais seria capaz de conversar daquela forma com Elesis, afinal por qualquer banalidade a ruiva esquentada chutaria a porta e gritaria aos céus tudo o que queria – coisa que esta, quando mais nova, fizera bastante.

Após a conversa, um tanto quanto saudável demais, a ruiva retirou-se da sala, alegando precisar encontrar alguém para a hora do almoço. E com um sorriso nos lábios a jovem espadachim seguiu seu caminho pelos corredores onde poucos guardas passavam, subiu algumas escadas antes de atingir seu objetivo, deu mais alguns poucos passos e bateu levemente na porta de madeira simples.

Ouviu algumas coisas serem remexidas no interior do cômodo e imaginou que – talvez – o ocupante estivesse ocupado. Em poucos segundos a porta fora aberta e da mesma surgiu o Andarilho com os óculos tortos e o cabelo desalinhado; e aquela cena em particular fizera com que um sorriso se estendesse nos lábios volumosos da mulher, enquanto a face pálida do empunhador da espada lendária ganhava certo rubor.

~O.M.~

Franziu a testa enquanto socava as mãos nos bolsos da calça e continuava seu caminho em passos apressados e pesados. Estava irritado pelo que ouvira da dançarina e estava ainda mais irritado por importar-se tanto. Rangeu os dentes sentindo-se extremamente desconfortável e exposto.

E de súbito cessou os passos. Olhou de um lado para outro, como se pudesse sentir alguém o observando como se este fosse uma presa fácil, mas não, não havia ninguém, e o Wild já estava ficando paranóico naquela cidade humana.

Tomou uma respiração profunda antes de decidir voltar para o Quartel da Caçada, talvez, se tivesse sorte, a ruiva estaria lá. E com tal pensamento sorriu. Seria tão maravilhoso vê-la depois se uma semana sem sequer conseguir ter ao menos um vislumbre de seus cabelos scarlets sedosos e brilhantes; ou sem sentir seu cheiro, aquele aroma viciante e dominador. Mas o que mais enlouquecia o Caçador de Recompensas era a forma como ela agia, cada movimento, cada golpe, cada mínimo sorriso ou olhar era o bastante para levá-lo a loucura. Mais havia mais, muito mais. Elesis Sieghart não era feita apenas daquilo, ela não era apenas física, era algo muito maior, mais complexo e incompreendido.

Involuntariamente o loiro sorriu, um sorriso que faria a própria Cazeaje tremer de excitação e temor. Precisava vê-la, mesmo que fosse de longe, mesmo que fosse um pouco. Necessitava. Elesis era, afinal, sua droga, seu doce e maravilhoso vicio. Sua personificação natural da beleza divina. A Sieghart era muito mais interessante e perfeita do que qualquer maldita reencarnação de deusa, ou deus; ela era real, ela estava ali, era boa, incrível, perfeita, majestosa, divina... E Lupus jamais cansaria de dar adjetivos para ela, por que ela merecia; era, afinal, a Deusa de seu coração frio, de sua alma sanguinária e de seu corpo imortal. E mesmo que não admitisse com palavras, o Caçador de Recompensas admirava Elesis com todo o seu ser e seria capaz de segui-la pelo resto de sua vida se possível; ele a admirara desde o começo, mas seu complexo e incurável fascínio apenas tornara-se maior quando a vira investir, sem medo, contra o monstro que fora capaz de arrancar seu braço, e mesmo tal monstro sucumbiu diante do poder e da perseverança descomunal que a ruiva possuía.

Berkas Lair, o poderoso dragão, sucumbiu da mesma forma como Astaroth fez, e da forma como muitos o fariam; por que a ruiva tinha esse poder, essa capacidade de fazer todos curvarem-se a si. Ela tinha aquela aura incrível e indescritível, e quanto mais o tempo passava, mais Lupus desejava vê-la, apreciá-la e, se um dia fosse possível a si, amá-la.

~O.M.~

Cruzou os braços soltando um suspiro pesaroso e frustrado. Fixou seus olhos cor de vinho na xícara de café disposta para si sobre a mesa e mesmo que aquilo tenha sido a bebida que pediu Dio sequer estava com vontade para beber algo, ao menos o café que os humanos tomavam lembrava-o bastante sua bebida favorita em Elyos.

Soltou outro suspiro cansado antes de passar a garra demoníaca por seus cabelos, e quase rosnara quando ouvira os murmúrios e os suspiros das moças humanas que tinham os olhos fixos em si, cobiçando-o como um cão infernal cobiçava a carne de suas presas. Tremeu ao imaginar o que poderiam fazer consigo.

Ignorando – mas ainda temendo – as moças que o rondavam, o Asmodeus tomou a peça delicada entre os dedos e sorveu os últimos goles do café preto fumegante. Acenou levemente para que a garçonete tornasse a encher novamente a xícara. A moça aproximou-se sorridente e exuberante, os lábios embebidos num gloss rosado deixavam-na com um ar angelical, ainda mais pelos cabelos ruivos presos num coque e pelos olhos verde-oliva tão puros. Mas mesmo que a garota que o servia possuísse uma beleza irresistível, o Asmodiano não sucumbiria a aquilo por que ele já havia visto criaturas ainda mais belas e exuberantes – Gaia era um exemplo – e resistira a todas elas, não se entregaria a nenhuma, apesar de que uma em particular o teria de forma voluntaria e invejável.

– Precisa de mais alguma coisa? – o timbre suave fez o demônio questionar se aquelas palavras eram, realmente, para si. Ele era, afinal, um demônio, um ser poderoso que por varias vezes era repudiado, temido e caçado; mas desde que chegara com a Caçada os moradores de Canabam, ao menos a maioria, estava tratando a si, a Rey, a Lupus e Zero como guerreiros do próprio reino; como se eles houvessem crescido ali como Elesis, ou Ronan, como se fossem verdadeiros canabanenses. Mesmo Lire que era uma Elfa estava sendo tratada com respeito, e, veja, Elfos não eram bem-vindos ao reino desde a Guerra dos Diamantes, trezentos anos atrás.

– Não, obrigado. – respondeu, casual e educado, como sua natureza da realeza sempre o fazia ser com as mulheres de quaisquer espécie. Viu a moça afastar-se rebolando sobre as sandálias de salto baixo e fazendo a saia de seu vestido balançar de tal forma que fazia a vestimenta parecer bem menor que do que realmente devia ser.

Levou a xícara aos lábios, tomando um gole pequeno, e quando erguera o olhar pode avistar o loiro – Lupus Wild – parado próximo do centro da praça, este parecia olhar de um lado a outro do local, como se analisasse ou buscasse um possível observador, quando pareceu satisfeito o Caçador de Recompensas continuou seu caminho com passos que gradativamente tornavam-se mais rápidos.

Talvez ele estivesse animado com algo.

Bebendo rapidamente seu café o Asmodiano depositou uma quantia relevante de dinheiro – talvez mais do que realmente havia consumido, apesar de que pouco se importava com isso - sobre a mesa, ergueu-se e acompanhou o companheiro de equipe.

~O.M.~

Correu para o interior do Quartel da caçada logo quando avistara o tumulto feito por cavaleiros curiosos, isso sem contar na estrondosa gritaria que, aparentemente, vinha de um possesso Eacnard Sieghart.

Empurrou alguns cavaleiros sentindo a mão coçar para que pegasse logo suas amadas Scarlets e enfiasse uma bala na cabeça dos malditos que ficavam em seu caminho, mas não podia fazer isso, Elesis ficaria decepcionada e ele não queria que ela sentisse isso para consigo.

Reprimindo seus instintos mais básicos e reflexos involuntários, o Caçador chegou ao centro do bendito tumulto e confusão era apenas uma das emoções que fizeram-se presentes em sua face.

Viu o imortal gritando e balançando sua Highlander, apesar que Jin o segurava para impedir quaisquer danos que o fariam se arrepender amargamente depois; frente a eles estava o Zephyrum aturdido – mais ainda empunhando Grandark de forma defensiva –, enquanto uma ruiva fervia de raiva e vergonha perante as palavras e ações de seu ancestral. E ao fim de tudo, quase imperceptível entre a multidão, a rosada – Amy – afogava-se em gargalhadas que, do ponto de vista do Caçador de Recompensas, poderia vir a custar-lhe a vida.

Antes que mais pessoas se acumulassem o loiro resolveu intervir, claro que não de forma suicida – vulgo tentar parar a Sieghart. Esgueirou-se entre os cavaleiros e no mais tardar empurrou a Dançarina para o centro de toda confusão.

A Iruha tropeçou antes de cair aos pés do imortal, este que cessara os movimentos por um misero instante.

– Por mais que eu aprecie ver você espancar o Cavaleiro Imortal... – repudiou o grandioso titulo do moreno. – Infelizmente devo informá-la Senhorita Elesis que a autora de tudo isso foi Amy, com uma piada de extremo mau-gosto.

A ruiva, cuja ouvira atenta cada palavra que o Caçador pronunciara, vincou a testa rapidamente; passando o olhar do imortal para a rosada, e depois ao Lutador quieto. Discretamente acenou para que o Andarilho guardasse sua arma – apesar de que ainda manteve sua mão sobre o cabo da própria espada embainhada - e logo voltou-se a Jin.

– Jin. – chamou-o num tom de voz que apenas Lothos usava com eles. Definitivamente, por mais idiota e tola que tenha sido a brincadeira, Elesis não estava achando graça alguma e muitas vezes isso levava certo imortal a enfermaria com ferimentos sérios o suficiente para deixá-lo de cama pelo próximos três dias.

O ruivo desviou o olhar da rosada, que lhe suplicava para não entregá-la, e fitou o chão, mudo e pesaroso. A testa da mulher vincou-se ainda mais quando obteve apenas o silencio como resposta. Respirou fundo, uma... Duas vezes antes do veredicto final. E o silêncio pairou cruel quando a Líder da Caçada se pronunciara novamente.

– Amy e Eacnard estão suspensos de suas atividades por uma semana. – anunciou ignorando a exclamação da rosada contra aquilo. – E a partir de amanhã os três irão limpar toda a arena de batalha e treinamento do Quartel General da Caçada.

– O que!? – berraram numa sincronia perfeita e até invejável.

Voltou-se para todos que ouviam seu pronunciamento.

– Qualquer um que tentar ajudá-los de qualquer forma possível, ou mínima, irá se juntar a eles e ainda dobrarei a pena para todos. – anunciou, autoritária, num timbre que ganhava do usado pela Comandante loira.

– Bem feito. – riu o loiro, parado ao lado do Andarilho um pouco atrás da líder da Caçada. E o trio apenas gemeu frustrado, mesmo o imortal inconseqüente sabia das conseqüências por desobedecer sua Líder.

– Estão achando pouco? – e a sobrancelha scarlet se ergueu num desdém que antes não existia.

– O que!? Não!! – fora o ruivo quem se pronunciara.

– Ótimo, aproveitem e limpem as armas também. – e quando as três bocas se abriram novamente a mulher tornou a intervir. – Mais um piu e os mandarei limpar a área dos Cavaleiros Vermelhos também. - E novamente veio o silêncio enquanto o trio apenas assentiu, mesmo que o ruivo não soubesse exatamente o porquê de estar sendo punido, ao menos teria tempo com sua amada rosada.

Já aqueles que observavam o desenrolar de tudo ficaram surpresos e aturdidos pelas ações da ruiva, afinal, Elesis é conhecida por ser temperamental; mas aparentemente aquilo havia mudado e, por mais verdadeiro e difícil de admitir que possa ser, a ruiva tornara-se uma mulher bem rígida e, talvez, até cruel.

~O.M.~

Piscou, presenciando o afastamento de todos após a sentença dada pela Líder ruiva. Sorriu para si mesmo quando apenas Elesis, Zero e Lupus haviam sobrado na área de entrada do Quartel. E seu sorriso apenas tornara-se maior quando viu-a franzir a testa para algo que o loiro lhe havia informado.

De alguma forma achava aquilo belo. A Sieghart ficava bela de todas as formas e perspectivas, ao menos para si – mal sabia que havia outros que tinham o mesmo pensamento.

Antes que se desse conta estava analisando-a, apreciando-a, decorando cada pequena parte da vestimenta dela que dava ainda mais charme para as curvas salientes que por algumas vezes o Asmodiano pode ver e perder-se em cada uma.

Dio jamais teria coragem o suficiente para admitir para todos, mas ele perdia-se na ruiva; em cada movimento, cada palavra, cada ação. Ela era, por enquanto, sua rainha, apenas sua. E ele tinha a plena certeza de que Elesis Sieghart seria uma Imperatriz perfeita para Elyos, pois se ela – com todos os seus dotes e dons – não fosse, não haveria mais nenhuma donzela merecedora do trono ao seu lado.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Hm, nada a comentar.
Espero que o capítulo tenha ficado agradável.
Bye.



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