Our Miracle escrita por Lady


Capítulo 3
02 – Escolhas de Vida.


Notas iniciais do capítulo

Hm, nada a comentar na verdade.
Espero que curtam o capítulo.
Boa leitura.



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Our Miracle

02 – Escolhas de Vida.

Piscou, tentando compreender as palavras que o Asmodeus lhe dissera, ou melhor, o pedido – surpreendente – que o mesmo lhe fizera.

– O... Que...? – gaguejou, incerta. Talvez fosse uma piada, quem sabe, a ruiva só não conseguia compreender por que o Asmodiano estava a pedir aquilo logo a si. – Espere, Dio, isso é totalmente loucura! – afirmou.

O rapaz, ou melhor, o homem distante apenas há alguns metros da ruiva reprimiu um suspiro, afinal aquela reação já era de se imaginar diante do infortúnio pedido que fizera a mesma. Passara a garra demoníaca pelos cabelos parcialmente longos, assim, transmitindo apenas uma pequena parcela do real nervosismo que o corroía por dentro.

– Eu sei que é um pedido fora de hora e me desculpe por isso Elesis... – assumiu, diante do espanto da mulher de armadura. – É só que... Você é a única mulher em que eu sei que posso confiar plenamente para lhe pedir isso. - E a ruiva ficara muda diante daquela afirmação tão convicta. Ele confiava em si. Dio, o tão desconfiado Asmodiano, confiava plenamente em si, a Sieghart podia ver isso nos olhos vinhos do demônio.

E mais uma vez a mulher de cabelos scarlets piscou, desta vez desconcertada enquanto buscava motivos sólidos e sórdidos para que o homem confiasse verdadeiramente em si.

– Se... Se não quiser aceitar eu entenderei... – concluiu-o, fitando a terra num constrangimento que Elesis jamais imaginou que Dio Burning Canyon fosse capaz de demonstrar. – Você não é como eu, é jovem e têm uma vida inteira pela frente... - E só de ouvir aquelas palavras a mulher rodou os olhos, indignada pela forma como o demônio estava soando.

– Você parece um velho falando assim. – resmungou-a, vendo-o franzir o cenho rapidamente. – Bom, tecnicamente falando você é mesmo um velho comparado a mim... – continuou-a de forma pensativa, levando a mão ao queixo enquanto acenava de forma afirmativa, claro que nisso a carranca, bem irritadiça, do homem lhe passara despercebida.

E então o silêncio fúnebre fez-se presente. Cada um perdido nos próprios pensamentos. E fora quando o mais velho abrira a boca para afirmar que a ruiva deveria esquecer toda aquele loucura e aquele pedido infame, eis que a própria Sieghart quebra o silêncio com palavras que nem o Asmodeus esperava.

– Antes de eu lhe responder, você poderia me dizer, de verdade, por que eu? – questionou. – Por que não Rey, ou qualquer uma das garotas da caçada? Tenho certeza absoluta de que elas são mais bonitas do que eu.

O ruivo piscou, tinha esperado muitas questões provindas da mulher, menos aquela.

– Eu já disse, confio em você. – repetiu. – E isso para mim é o suficiente para vir aqui lhe pedir isso. – concluiu, mas não tardando em cortar as palavras que a cavaleira iria dizer. – Você diz que elas são mais bonitas que você, mas, Elesis, você tem uma beleza única que poucos seriam capazes de enxergar. – argumentou, de forma definitiva, fixando seus olhos nos carmim da mulher, esta que adquirira certo rubor na face assim como a si próprio.

E novamente veio o silêncio, desta vez mais confortável e com um toque de constrangimento, mas – claro – ainda havia a inquietação por parte do Asmodiano que esperava, pacientemente, sua resposta. Engolindo em seco, viu-a depositar uma mexa avermelhada atrás da orelha e encolher os ombros de forma quase imperceptível, mas Dio notara aquilo e achara belo, até, fofo.

– Quanto tempo? – indagou-a, baixo. Por um segundo o homem não compreendeu o que fora dito e só então quando o fato de a mulher estar concordando, mesmo que entrelinhas, com o pedido o fez entender, realmente, o que estava sendo questionado.

– Meses, talvez anos. – assim o homem balançou a cabeça em negação. – Não sei ao certo, não depende de mim inteiramente, afinal, ainda temos de derrotar Astharoth e levar a paz aos mundos, certo? – assim a moça o olhou curiosa, sabendo que ainda havia a questão a respeito de seu pai, afinal sua única e principal finalidade para aderir a Caçada fora encontrar seu pai. – E também você precisa encontrar seu pai, estou certo? Não sou egoísta a ponto de querer que pare sua busca por minha causa. – dito isso Elesis riu, percebendo que ele não negara que era egoísta, só negara que seu egoísmo não o levaria a pedir aquilo a ela. E assim ele sorriu. – Então...?

– Ao que parece vamos ficar bem mais próximos de agora em diante. – afirmou-a, sorrindo plenamente. – Apenas vamos manter segredo disso por enquanto, você sabe, apenas evitando constrangimentos importunos e piadinhas idiotas.

O homem apenas deu de ombros, aproximando-se da espadachim.

– Ia propor a mesma coisa. – informou, se oferecendo para pegar a cesta de frutas que, até então, a ruiva carregava.

– Pelo visto o cavalheirismo não se reprime apenas as garotas com vestidos bonitos. – riu-a entregando a cesta ao Asmodiano. O tópico anterior já esquecido, mas não tornando-se menos importante do que realmente era, afinal, uma hora aquele assunto retornaria e consigo traria grandes mudanças.

– Sou um exemplo a ser seguido! – afirmou, de peito estufado. E as risadas da moça apenas transformaram-se em gargalhadas. Aos poucos conhecer-se-iam mais, tornar-se-iam mais íntimos e veriam que tinham mais em comum do que aparentavam.

A mulher apenas balançou a cabeça, tendo a certeza de que, dali em diante, muitas coisas a esperariam e tantas outras coisas ela descobriria a respeito do Asmodeus. Ela não tinha certeza se iria gostar do futuro, mas ela era, afinal, Elesis Sieghart, e um Sieghart sempre está pronto para tudo.

Talvez fosse tolice dela em acreditar naquilo, crer que estava pronta para tudo era uma completa ignorância de sua parte. Elesis jamais estaria preparada para o que lhe esperava, mesmo que tivesse consciência de que, possivelmente, seu pai estava morto e que teria de aceitar esse fato de alguma forma, pois talvez houvesse sido uma morte honrosa; sua mente não tinha capacidade para suportar o que a esperava mais a frente e a ruiva não estava preparada para cometer aquele sacrifício.

Afinal, Elesis nunca cogitou a possibilidade de ter de tirar a vida de seu pai, mesmo que isso fosse pelo bem do mundo.

~O.M.~

Tamborilou os dedos sobre a mesa de madeira. Relatórios e mais relatórios ainda se empilhavam e a Sieghart já estava cansada de olhar para tanto papel. Suspirou, largando a caneta e espreguiçando-se sobre a cadeira. Logo seu olhar decaiu sobre a espada embainhada que enfeitava perfeitamente a área sobre a lareira de seu escritório particular, em sua própria residência.

Já fazia uma semana que havia recebido a noticia sobre a morte de seu melhor amigo, uma semana que não conseguia mais dormir direito tendo pesadelos e mais pesadelos, afogando-se numa culpa extrema por ter depositado um peso tão grande sobre os ombros dele. E ele morreu. Morreu no lugar dela, pois estava substituindo o real líder da Armada vermelha – vulgarmente conhecidos como Cavaleiros Vermelhos ou Ordem Vermelha -, no caso, ela; Elesis.

Tornou a endireitar-se sob a poltrona de couro escuro, era macia, mas, apesar de tudo, a ruiva ainda se sentia desconfortável em usá-la, afinal, pouco mais de sete anos atrás quem sentava ali era Damien – seu melhor amigo – e sempre a puxava para seu colo e a abraçava, fazendo-a rir de suas palavras e cócegas a fim de desestressá-la depois de assinar tanto papel e organizá-los em seus devidos lugares.

Ele era seu bálsamo. Sua fuga dos problemas – o autor de grande parte deles – e da realidade. Ele estava sempre ao seu lado, tanto que passou a dividir a residência consigo quando seu irmão menor começou a causar alguns problemas devido a falta de uma presença masculina na residência. Definitivamente ele fora um exemplo para Elsword seguir.

E mesmo após a ruiva ter aderido a Caçada, o nomeando capitão da Armada Vermelha pelo tempo em que estivesse fora, em momento algum a mulher deixou de ter contato com Damien. Cartas eram trocadas, e mais do que nunca eles se compreendiam e se ajudavam. Mais do que nunca estavam juntos. E a ruiva chegou a pensar em por que não unir-se em matrimonio com o amigo, afinal, todos diziam que o mesmo era apaixonado por si desde que era crianças correndo descalços, brincando, na rua.

Mas veio Dio, e o pedido do mesmo. Claro que fora súbito demais e a ruiva poderia, sim, tê-lo negado; mas Elesis confiava no Asmodiano e queria ajudá-lo, e se aquela fosse a melhor alternativa, então por que não? Ele lhe explicara, aos poucos, tudo sobre o mundo dele, sobre a cultura dele, lhe ensinara a falar sua língua nativa e ainda lhe explicara, detalhadamente, por que a si e não Rey.

Naquele tempo ela ficara indecisa entre ambos, Damien e Dio, mas agora, com a perda de seu melhor amigo, ela não queria dar-se ao luxo de perder o Asmodeus também. Ela não queria e ela não sabia explicar o porquê. Só era um sentimento egoísta que crescia dentro de si, por que, depois de terem se conhecido melhor, a Sieghart não queria ficar longe do Asmodiano.

Piscou, os olhos umedeciam-se, mas Elesis não queria chorar mais. Piscou novamente e logo ouvira fracas batidas na porta, provavelmente na porta de entrada, no andar inferior da casa.

Passou as mãos pela face apenas para ter certeza de que não havia nenhuma lágrima – ou mesmo rastro de alguma. Ergueu-e de seu lugar e rumou para fora do aposento. Entrara no corredor, passara pelo quarto do irmão, pelo próprio quarto, pelo quarto dos pais e pelo quarto de Damien, antes de chegar as escadas. Evitou os degraus, preferindo seguir a ação infantil de escorrer pelo corrimão. Sorriu, zombeteira, quando seu pés chocaram-se contra o chão acarpetado, não tardou em apressar os passos em direção a porta.

– Quem é? – indagou enquanto girava a maçaneta. E entes mesmo que o individuo por trás da porta respondesse, eis que a figura do Andarilho se mostrou, mas, desta vez com um vestuário completamente diferente do habitual. A ruiva piscou por um segundo ao dar de cara com um par de óculos amarelados ao invés de uma mascara estranha. – Uou. – murmurou. – Zero você está... Sexy. - Não tardou muito para que gargalhadas ecoassem enquanto o homem de cabelos claros tinha diversos tons de vermelho brincando em sua face. – Ah, desculpe, quer entrar?

O mais alto – obvio que Zero era uns bons dez centímetros mais alto que a ruiva – apenas negou em um simples aceno antes de abaixar o olhar e começar a mexer os dedos em círculos a fim de evitar o nervosismo – o que não funcionava muito consigo. Sob suas costas – e na mente do homem – Grandark gargalhava e soltava piadas infames, estas que o Peregrino agradecia mudamente por não serem em voz alta para a ruiva ouvir.

Esperando pacientemente que o companheiro se pronunciasse, Elesis apenas inclinou a cabeça, curiosa diante das ações repentinas do mesmo – como corar e mexer nos próprios dedos -, e sorriu consciente de que aquelas ações discretas apenas deixavam o tímido espadachim mais jovem do que realmente era – apesar de que a ruiva não fazia idéia da idade real dele, mas chutava que este era bem mais velho que ela – e tais ações também o deixavam fofo e passavam um ar de carência, como se o homem a sua frente fosse apenas uma criança querendo atenção.

– Eu... Bem... – começou, gaguejando, afinal este sempre fora calado e o máximo que fazia era trocar algumas poucas palavras com os companheiros na caçada. Quando “conversava” era mais as outras pessoas que falavam, Zero tendia apenas a ouvir e concordar ou negar com algo. – Eu estava passando aqui perto e... Vi que já esta anoitecendo então pensei que, talvez... – assim engoliu em seco.

– Talvez...? – incentivou-o.

– Talvez... Talvez você quisesse sair... Para jantar... – e logo baixou o olhar. – Comigo... – murmurou, ao fim, fitando o chão numa intensidade surpreendente até para si enquanto sua face queimava num vermelho que competiria com os cabelos da cavaleira.

Rapidamente um sorriso – aquele que o homem achara tão belo uma semana atrás – viera aos lábios da mulher, este que era direcionado a ele e apenas ele. E assim o coração do Peregrino saltara uma batida em seu peito.

– Venha, entre, eu vou apenas trocar de roupa, tudo bem? – informou-a, recebendo um aceno em resposta.

Adentrou na residência sentindo nesta um conforto que nunca antes havia sentido. Viu a mulher subir as escadas em passos apressados enquanto lhe gritava um “fique a vontade”. E quando Elesis já havia desaparecido no andar superior o Zephyrum levou uma das mãos a região onde podia sentir seu coração bater rápido e constante.

Pela primeira vez sentia-se humano. E gostara disso.

~O.M.~

Arregalou os olhos, ainda não acreditando no que via. Piscou e chegou a beliscar-se só para ter certeza de que a cena diante de si era mesmo real. Não tardou para que sua boca ficasse aberta num ‘o’ perfeito e surpreso.

Não havia erro. Juntos numa mesa, num restaurante chique, bebendo vinho e conversando amigavelmente; estavam Elesis e Zero. E a ruiva ainda usava vestido!

– Meu deus... – sussurrou levando as mãos aos lábios, ainda abertos. – Sieg. Vai. Pirar. – disse, entre pausas, a si mesma.

Piscou desconcertada enquanto imaginava as possíveis loucuras que o moreno faria ao descobrir que sua queria netinha estava num encontro com o Andarilho bonitão – claro que a rosada não negaria agora o quão bonito e sexy o Zephyrum ficara após a reforma do visual.

Mordendo o lábio, reprimindo um risinho que lhe entregaria os planos maquiavélicos que já rondavam sua mente, a rosada afastou-se.

O dia seguinte certamente seria agitado e divertido.

Com certeza.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Não levei tanto tempo quanto achei que levaria para escrever esse capítulo, foi estranho isso, levando em conta que não jogo já tem um tempo por causa do meu windows que não coopera comigo.
Mas enfim, espero que o capítulo tenha ficado de vosso agrado, logo as coisas começaram a esquentar e terá mais envolvimento da Armada Vermelha e o surgimento dos personagens de Elsword.
Para quem não havia entendido, o começo foi uma lembrança da ruiva.
Não deixem de expressar suas opiniões.
Bye.



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