Children escrita por KindestHuntress


Capítulo 2
The Little Afternoon




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/474303/chapter/2

Bonjour, mon nom est Miss Beatrice. - Falou, sorrindo ao ver minha expressão confusa - Enchanté de faire votre connaissance.

Ela estendeu a mão pequena, oferecendo um aperto de mão educado. Olhando-a com uma vaga impressão do que ela havia falado, a cumprimentei sorrindo. Acho que foi algo como "Olá, meu nome é senhorita Beatrice. Encantada em conhecê-lo".

– Isso, agora sim estamos entrando em um acordo. - Falei, andando para a sala. Ela me seguiu, passando na minha frente, quase que me guiando.

Começou a mexer nos pequenos cachos laranjas, pulando, saltitando no corredor. O vestido azul de flores vinha contra o vento e ela segurava para que não subisse. Olhei para trás, dando um tchau choroso para o quarto de Aubrey.

Beatrice pulou no sofá vinho, cruzando as pernas, esperando mais respostas. Coloquei o presente de Aubrey na pequena mesa entre nós, um tanto quanto nervoso pela presença dela ali. Por Dios, o que estava fazendo uma miniatura de Aubrey, na casa dela, sozinha?

– Hm... - Comecei - O que traz a pequena Beatrice aos Estados Unidos?

Ela pegou o iPhone e recomeçou a jogar.

– Minha tia me trouxe de Paris. Problemas com o novo marido da minha mãe. E você, latino? O que o trouxe até o apartamento da Tia Aubrey? - Perguntou soprando a franja dos olhos verdes.

Tia? Oi? Certo, eu estava começando a pensar que Beatrice podia ser... Não nem vou pensar nas palavras. Uh, eu podia sentir o alívio transbordando meu corpo ao escutar isso.

– Tia? Você é sobrinha dela? - Perguntei só pra confirmar.

– Uh, sim, Tia Aubrey é a minha preferida. E eu sou a preferida dela. - Ela riu, provavelmente lembrando de algo.

Fiquei pensando por um minuto. Aubrey então não era filha única como eu pensava, e ainda tinha uma sobrinha que gostava. Estranho.

– E então, Angel, não? O que faz aqui? - Repetiu, pulando sentada no sofá. O jogo fez alguma surpresa.

– Err... Vim deixar esse presente para ela. Como ela tinha viajado, era uma chance boa. E como sabe meu nome? Antes você tinha dito que já sabia quem eu era. - Perguntei, olhando a caixa.

– Tia Aubrey vive falando de você. "Angel isso, Angel aquilo". C'est presque mignon. Yay, phase I! - Comemorou ela com o jogo.

Okay, a situação não podia estar mais estranha. Encostei no sofá, abraçando o encosto. Pensando a respeito. Talvez eu devesse sair antes que Aubrey chegasse. Ainda duvidava que ela não faria um escândalo ao me ver lá.

– Hm, err, foi ótimo te conhecer, mas eu só vou deixar a caixa lá na cama dela e depois vou embora, ok? - Falei me levantando. No momento em que segurei a caixa, a pequena pulou do sofá, aproximando-se de mim.

– Tia Aubrey não deixa ninguém entrar no quarto dela, é proibido. Ela mesma falou. Ensuite, lassier cette case là, et quand elle arrive à l'aeroport, vous lui demandez si vous pouvez entrer dans la pièce.

Uni as duas sobrancelhas em confusão. Que raios ela estava falando?

¿Qué?

Je ne comprendes pas? Mon anglais n'est pas aussi bon que mon français!– Ela insistia com aquele francês que eu não entendia. Aubrey falava às vezes, mas sempre traduzia, assim como quando eu falava espanhol.

Ela suspirou e digitou no celular de Aubrey alguma coisa. Após alguns segundos, me mostrou a tela do tradutor Francês-Inglês.

"Não entendeu? Meu inglês não é tão bom quanto meu francês!"

Ah, que ótimo. Peguei o celular da mão dela, deixando a caixa novamente em cima da mesa. Digitei em inglês: "O que disse antes? Aubrey não deixa entrar no quarto dela e o quê?

Mostrei a tradução para ela.

"Qu'est-ce que vous avez dit avant? Aubrey ne lui a pas lassié dans la chambre et quoi?"

Beatrice riu, pegando o celular da minha mão, digitando. Depois de alguns minutos, ela me mostrou novamente a tela.

"Tia Aubrey não deixa ninguém entrar no quarto dela, é proibido. Ela mesma me falou. Então, deixe essa caixa aí, e quando ela chegar do aeroporto, você pergunta para ela se pode entrar no quarto."

Dessa vez, eu ri. Fechei a mão, mas deixei o polegar levantado, fazendo um "legal" para a francesa em minha frente. Ela imitou e também riu, e pegou meu braço, puxando-me para o sofá.

Sentamos e passamos metade da tarde conversando com o tradutor, coisa besta que nem traduzia direito, deixando lacunas e palavras sem tradução.

Ela me contou que a mãe dela, era gêmea de Aubrey (fato que explicava bastante o por quê de Beatrice parecer tanto com minha parceira), e que o pai morava na Itália, enquanto as duas moravam em Paris. Carolyn, mãe dela, havia se casado com outro homem, mas as coisas não estavam indo muito bem, e por isso pediu para Miss Aubrey trazê-la para os U.S.. Agora a viagem repentina fazia sentido.

Aubrey estava no aeroporto porque esquecera de pegar as malas da pequena, e eu imagino todo o caos que ela deve estar fazendo lá, agora.

Beatrice disse que sabia que a tia era dançarina, e por isso perguntou se eu era também, já que, de acordo com ela, Aubrey não tinha nenhuma outra ligação com qualquer pessoa na cidade, porque só falava de mim.

Sim, essa última parte foi lisonjeira, e logo me pus de pé, fazendo mímica se ela gostaria de me ver dançar. Mostrando os pequenos dentes, ela confirmou com a cabeça rapidamente. Sorri, pegando o celular da mão dela, perguntando se ela gostava de alguma música em especial.

"Tia Aubrey me disse que sabia Round & Round, sabe também? Adoro a Selena Gomez!"

Revirei os olhos, fazendo careta. São muitos giros!

Concordei com a cabeça, pedindo para que ela colocasse a música. Eu não sabia direito, mas já vi Aubrey muitas vezes dançar essa, não seria difícil, somente humilhante.

Abaixei a cabeça, levantando devagar antes que Selena começasse a cantar. "Round and Round..." Ela começou, e girei a mão, dobrando o joelho esquerdo. Voltei para o lugar, e quando ela cantou de novo, girei o braço repetidamente, batendo o calcanhar contra o chão. Novamente, mas agora do outro lado.

A pequena Beatrice mantia um sorriso, como o de Aubrey, alegre, batendo palmas devagar. O refrão: "Boy... I need you here with me, we can't go on this way, I've fallen hard for you, all I can say we're..."

E então eu comecei a girar, e ela explodiu uma gargalhada agitada e pulou do sofá, tentando imitar meus movimentos. No segundo giro, ela tropeçou na mesinha, e caiu. Eu ri, e fui levantá-la. Beatrice negou ajuda e esfregou a batata da perna, rindo, culpada.

Rimos e nem percebi que ela parou de tentar dançar e simplesmente correu em minha direção, gritando coisas em francês, mas passou por mim. Eu abri a boca para perguntar o que aconteceu, virando, mas logo vi o motivo.

Aubrey estava atrás de mim, em um macaquinho azul e branco com o molho de chaves na mão. Beatrice estava agarrada em uma perna da tia, sorrindo, murmurando coisas que eu não entendia.

Tante! Angel est venu de lassier un cadeau pour vous! Il m'a montré comment tu danses Round & Round! Vous devriez se marier avec lui, vous savez? Il est cool, et maintenant je comprends pourquoi vous parlez tellement de lui!– Ela ficou pulando, apontando para mim.

Aubrey continuou olhando em minha direção, surpresa, antes de se virar para a sobrinha.

– Beatrice, Angel est juste un collègue, je ne vais pas l'épouser! Cette? Il a dansé Round & Round pour vous?– Pelo tom de Aubrey, era uma pergunta.

Uh, ao olhar para Aubrey, percebi que eu estava sentido muita falta dela. Era bom tê-la de volta. Sorri, e ela viu, sorrindo de volta.

– Aubs! - Falei, abrindo os braços, e em dois passos fiquei na frente dela, a abraçando - Senti sua falta!

Não sei se foi um sonho, ou de repente eu tinha alucinado, mas ela me abraçou de volta, ainda sorrindo. Oh, era la primera vez que me abrazó de verdad!

Aubrey sussurou em meu ouvido, enquanto ainda estávamos abraçados.

– O que está fazendo aqui, Angel? Como entrou? - Perguntou baixo, em um tom acusatório.

Fiquei um pouco surpreso, e nos separamos. Antes que eu respondesse, ela falou, animada.

– Também senti a sua, Latino! - E bagunçou meus cabelos, rindo levemente.

Tante, j'ai apporté mes bagages?– A pequena Beatrice pôs as mãos na cintura, impondo algo.

– Ah, as bagagens! - Exclamou a ruiva em minha frente, olhando para a sobrinha, um pouco abaixada - Oui, oui! Est-ce que là-bas, juste obtenir. Angel peut vous aider!

Ouvi meu nome, e questionei Aubrey com os olhos. Ela não viu.

Yay, yay! Angel, vamos! - Beatrice ficou do meu lado e pegou meu braço, guiando-me porta a fora.

Pensei que estivessem me expulsando, mas logo vi que era só para pegar as três malas da pequena, e mais três de Aubrey. Revirei os olhos e peguei duas malas de rodinhas e duas de mão. Equilibrei-as em cada mala de rodinha e entrei novamente na casa, sendo seguido por Beatrice com uma mala pequena, enquanto vi Aubrey sentada no sofá vinho, checando o celular, concentradíssima.

Deixei uma no quarto de hóspedes, agora de Beatrice, e a outra deixei na frente do quarto de Aubrey. Novamente, fiquei tentado em abrir o quarto e ver, mas Beatrice estava tão perto que contaria para Miss. Dei meia volta e fui buscar o resto, pensativo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

N/A: Uh, é difícil ganhar reviews nessa bagaça. Hm... Tenho que começar a escrever em inglês, aparentemente. Please, Reviews!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Children" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.