Caçada escrita por Gabi Gomes


Capítulo 41
Feliz Aniversário


Notas iniciais do capítulo

Hey, tigers!
Desculpem-me pelo erro do capitulo, mas acabei meu confundindo na correria de postar.
Agradeço a todos que comentaram, e me avisaram sobre o erro.
Espero que gostem.



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O que havia acontecido na viagem de volta? Eu não conseguia me lembrar. A última memória que vagava em minha mente foi o abraço apertado de Kadam e as palavras carinhosas sussurradas contra meus cabelos embaraçados.

− É tão bom vê-la segura.

Poderia ter sido o cansaço que percorreu meu corpo, ou até mesmo o sol poente tão preguiçoso quanto eu; mas o que realmente importa é que no momento em que sentei no banco do passageiro do Jeep e o motor rangeu ao ser ligado, eu caí no sono.

Eu poderia jurar que eu dormira por alguns dias seguidos, pois assim que abri os olhos, aquela sensação incômoda nos músculos depois de ter-se dormido muito, fez com que eu sorrisse. Suor se acumulava em minha testa, resultado de algum sonho perturbado que eu tivera, mas felizmente eu não conseguia me lembrar.

Espreguicei-me e olhei ao lado, mas meu quarto estava em completa harmonia, e eu era a única pessoa ali.

O edredom caiu no chão apenas para revelar que eu não usava nada mais do que meu conjunto de calcinha e sutiã pretos, e tentei me lembrar sem grande sucesso para onde havia ido a toga.

Minhas adagas estavam postas cuidadosamente sobre a penteadeira, e meus coturnos alinhados em frente a uma das poltronas.

Eu estava sorrindo, e pronta para procurar por Kishan quando sussurros e risadas que vinham do andar me baixo me interromperam. Fiquei em silêncio por alguns segundos e consegui captar o barulho de panelas batendo e cadeiras sendo arrastadas.

Franzi o cenho e joguei alguns cabelos presos em minha boca para trás, tentando decidir se eu desceria para descobrir o que estava acontecendo ou não.

Naquele instante, um pequeno pedaço de papel amarelado dobrado em cima de uma mesinha arredondado, a qual havia um pequeno vaso com rosas vermelhas carmim. Surpresa, percebi que aquelas flores não estavam ali antes, e rapidamente corri e tomei o bilhete em minhas mãos.

Você sabe que dia é hoje?

Tome um banho, vista uma roupa bonita!

K.

Confesso que mesmo estando muito curiosa e confusa, sorri com o bilhete e toquei nas letras masculinas de Kishan. Depois da loucura que vivi no dia anterior, tudo o que eu queria fazer era agir como uma garota normal, que se derrete ao receber flores do namorado.

Corri para o banheiro, deixando que a água enchesse a banheira até a borda, e não me importei quando o piso imaculadamente branco molhou quando eu entrei. A água estava quentinha, mas o dia lá fora estava ensolarado e tipicamente tropical.

Era maravilhoso sentir a água limpando cada parte de meu corpo, fazendo meu cabelo colar contra a pele das costas nuas. Teria me dado ao luxo de ficar ali por mais algumas horas, apenas sentindo meus músculos relaxados, mas a curiosidade não permitiu.

Enrolada em uma toalha cinza, corri até o closet com os cabelos pingando atrás de mim. Passei direto pelos shorts pesados e camisas estampadas. Eu queria algo novo, e que combinasse com a euforia que corria dentro de mim.

Encontrei uma saia florida e uma regata branca justa e não tardei em vestir. O contraste do azul marinho com o branco parecia combinar com meus olhos. Sem perder a mão, encontrei uma jaqueta jeans e um cinto muito fino de couro. Meus cabelos estavam comportados naquela manhã, então resolvi deixá-los soltos e aproveitar aquele milagre.

Parando uma última vez para encarar as rosas em meu quarto, calcei um par de rasteirinhas e corri pelo corredor, tendo que me equilibrar para não rolar escada abaixo.

O barulho dos sussurros cessou assim que meus pés tocaram o chão da sala ampla, e eu olhei para os lados, decidindo-me por onde eu começaria a busca por Kishan. Depois do dia anterior, imaginei que encontraria todos reunidos na biblioteca, conversando sobre os acontecimentos mais relevantes.

Abri as postas duplas ansiosa, mas mordi o lábio inferior ao perceber que o cômodo estava vazio, com as janelas abertas para que o Sol entrasse. Estava pronta para correr para o jardim, imaginando que os irmãos haviam ido caçar, mas um outro papel amarelado chamou minha atenção e eu não esperei para abri o bilhete.

Não acredito que não saiba que dia é hoje!

Pense bem, Mia, enquanto tenta me encontrar.

K.

A verdade era que eu não fazia ideia do mês em que estávamos desde que cheguei na Índia, e tentei calcular sem muito sucesso enquanto corria para o jardim.

− O que tem de tão especial hoje? – resmunguei, enquanto chutava uma pedrinha que escapara de seu lugar, e encarei o deque da piscina, vendo a água cristalina balançar com o vento refrescante que jogava meus cabelos para longe.

Mas ninguém estava ali, e comecei a achar que os barulhos que ouvi eram mera alucinação. Talvez eu devesse voltar a dormir.

Comecei a refazer o caminho para a casa quando algo chamou minha atenção. Perto do deque da piscina, as portas de vidro da cozinha estavam completamente abertas, todas elas. O fato era que Nilima ralhara comigo diversas vezes para mantê-las fechadas, já que pássaros poderiam entrar e fazer uma bagunça.

− Achei – sussurrei com um sorriso vitorioso no rosto enquanto corria em direção ás portas escancaradas, sentindo a grama verde fazer cócegas em meus pés.

Passei pelas portas um pouco ofegante, e olhei diretamente para onde Nilima, Kadam e Ren estavam, próximos à mesa. Não tive tempo de esboçar qualquer reação, pois os três gritavam em uníssono.

− Feliz aniversário, Mia! – Kadam batia palmas e Nilima dava pulinhos segurando uma plaquinha decorada de última hora, com uma boneca de palitos desenhado ao lado de um bolo.

Meus olhos estavam arregalados e meu coração batia tão forte como uma manada de elefantes. Meu corpo estava estático e eu olhava para todos os lados, sem acreditar que aquilo estava acontecendo.

Como eu havia esquecido meu aniversário? Era impossível.

Sabia que Nilima deixava um calendário próximo do fogão, mas não consegui encontra-lo. Ren assoprava uma língua de sogra como um louco, enquanto arrumava o chapeuzinho de aniversário com plumas rosas em seus cabelos lisos.

Eu poderia ter rido daquela cena, se mãos envolvendo em minha cintura não tivessem me pego de surpresa, fazendo-me pular e soltar um gritinho agudo. Olhei para cima e encontrei Kishan com um sorriso enorme no rosto enquanto abraçava minha cintura. Ele também usava um chapéu de aniversário com plumas coloridas, e comecei a pensar onde eles haviam conseguido aquilo.

− Eu não acredito que você esqueceu seu aniversário – Kishan sussurrou contra meu ouvido, antes de deixar um beijo demorado em minha bochecha, fazendo-me rir como uma demente, enquanto olhava para os três em minha frente.

Nilima tinha uma tiara com estrelinhas que mexiam, presas em seus cabelos longos, mas a cena mais engraçada naquela cozinha foi ver Kadam usando uma tiara de princesa nos cabelos grisalhos enquanto sorria alegremente para mim.

− É impossível! Eu nunca esqueceria – disse um tanto afetada, tentando me convencer de que eles haviam se enganado, afinal não me lembrava de ter dito à Kishan a data de meu nascimento.

Fui surpreendida quando Ren entregou a Kishan a calendário que eu procurava, toquei na folha grossa com os dedos, vendo grande letras garrafais e pretas anunciando o mês de Junho. Os dias que passavam eram circulados com caneta vermelha, e meus olhos correram pelas semanas, até que eu encontrei o dia atual marcado com sorrisos.

Era dia 12 de Junho, o meu aniversário.

− Mas como? – perguntei um pouco atônita, ouvindo o riso baixinho de Ren que continuava a assoprar sua língua de sogra animadamente, sendo acompanhado por Nilima, que agora batia em uma panela com sua colher de pau.

− Uma noite, no circo, você estava tagarelando como sempre – Kishan disse, e eu sorri, dando-lhe uma cotovelada nas costelas, fazendo rir e beijar o topo de minha cabeça. – Você disse que seu pai amava história, e sempre se orgulhou de ter uma filha que nasceu no dia em que Joana D’arc liderou o exército francês.

Arregalei os olhos, lembrando-me da história que papai sempre contava no dia de meu aniversário, mostrando-me a foto de uma mulher de armadura em um de seus antigos livros.

Não me lembrava de ter contado aquilo ao tigre, mas fiquei feliz por tê-lo feito.

− Feliz aniversário, bilauta – murmurou Kishan perto de meu ouvido, tão baixo que pude jurar que apenas eu ouvi, e uma onda de calor invadiu meu corpo.

Sorrindo, olhei para as três pessoas em minha frente mais uma vez, e percebi que em cima da mesa havia um bolo com duas camadas coberto por uma estampa de tigre, com uma única vela no topo. Rodeando-o estavam três embrulhos de presente um tanto amassados, e percebi que tinham sido feitos de forma apressada.

− Vocês fizeram isso por mim? – perguntei atônita, enquanto sentia Kishan colocar algo sobre meus cabelos.

Olhei para os vidros da cozinha e ri ao ver uma coroa rosa e com plumas sobre minha cabeça, com palavras bordadas: “Birthday princess

− Não é todo dia que alguém faz vinte anos – brincou Ren, puxando-me dos braços de Kishan para um abraço apertado. Seus lábios deixaram beijos em minha testa enquanto ele dizia palavras animadas em híndi, as quais entendi como sendo o desejo de felicidades e muitos anos de vida.

Mal tive tempo de recuperar o fôlego do abraço sufocante de Ren, e já estava nos braços de Kadam, que transmitia uma onda de carinho para meu corpo enquanto esfregava minhas costas.

− Obrigada por me dar uma filha – ele murmurou e eu mordi o lábio inferior, em uma tentativa falha de segurar lágrimas teimosas.

Puxei Kadam para perto de mim e deixei um beijo carinho em sua bochecha, apenas para que ele entendesse o quanto eu era feliz por ter aquele homem bondoso em minha vida.

Nilima não perdeu a empolgação de minutos atrás, e agarrou-me com gritinhos histéricos enquanto pulava comigo de um lado para o outro. Acabei um tanto zonza, mas meu corpo desnorteado foi pego pelos braços seguros de Kishan, e mais uma vez nossos corpos estavam colados.

Ele sorria como se aquele fosse o momento mais feliz de sua vida, e seus dedos acariciaram meu rosto antes de colocar meus cabelos castanhos para trás da orelha. Seus cabelos negros estavam enroscados em meus dedos, e eu fiquei na ponta dos pés apenas para deixar nossos rostos bem próximos.

Sem os saltos dos coturnos, eu conseguia ver o quão baixinha eu era perto de Kishan.

− Espero que tenha gostado – ele sussurrou com os lábios colados aos meus, iniciando um delicioso beijo cheio de paixão. Suas mãos seguravam minha cintura com força e Kishan me tirou do chão, girando meu corpo uma única vez antes de me devolver ao chão.

− Está brincando? Eu amei a surpresa! – disse, recebendo os sorrisos orgulhosos de Ren, Nilima e Kadam, os quais me puxavam em direção ao bolo de tigre. – Ver dois guerreiros enormes e perigosos usando chapeuzinhos com plumas rosa é o melhor presente que uma garota poderia ter.

Provoquei, rindo enquanto Kishan e Ren empurravam-se em uma luta de brincadeira. Mas com toda certeza o príncipe de olhos azuis levou a melhor depois que assoprou a língua de sogra no rosto do irmão, fazendo Kishan rugir baixinho.

Nilima me colocou sentada em frente ao bolo todo estampado, buscando algo com os olhos, que senhor Kadam encontrou. De dentro do bolso da calça do velho homem, saiu um isqueiro e Nilima bateu palmas.

− Eu queria que o bolo tivesse algo que você gostasse – ela disse, tentando algumas vezes acender a velinha solitária sem muito sucesso. – Não pensei em nada melhor.

Com a coroa de princesa, Kadam tomou o isqueiro das mãos da neta com um sorriso, fazendo com que uma chama se acendesse com facilidade, queimando o pavio da vela. Bati palma junto com as pessoas da cozinha, que cantavam uma versão do “parabéns para você” em híndi.

Quando a música finalmente terminou, fechei os olhos com força, como fazia desde criança nos meus aniversários, e apaguei a vela em cima do bolo com um desejo preso em meus pensamentos.

Senti os olhos de pirata de Kishan me observando com um sorriso de lado, e eu minhas bochechas coraram por ser pega fazendo um pedido de aniversário. Desviei o olhar e estiquei a mão para a faca que Nilima me estendia, mas Ren parecia muito impaciente e não deixou que eu cortasse o bolo, colocando na frente de meus olhos um embrulho feito de jornal, o qual seria o seu presente.

− Espero que goste – ele disse, piscando o olho para mim de forma animada.

Demorei alguns minutos para finalmente tirar todos aqueles pedaços de fita, mas assim que consegui abrir o embrulho, encontrei uma blusa branca simples, com uma enorme estampa no peito que dizia: I LOVE TIGERS

Não consegui segurar a gargalhada, e estendi a blusa em minha frente antes de abraçar o tecido contra meu peito, agarrando o braço de Ren e o puxando para perto de mim, deixando um beijo molhado em seu rosto.

Nilima entregara-me uma caixinha com um laço rosa, e dentro encontrei um delicado colar com um pingente de pássaro, e eu obriguei Kishan a colocar em meu pescoço, abraçando Nilima em agradecimento.

Kadam sorriu ao meu entregar uma caixa retangular, a qual não demorei para destampar, encontrando um livro de capa dura sem nenhum escrito. Ele era vermelho terra e tinha a ilustração de uma menina segurando um porco.

− Você disse que era seu livro favorito – disse Kadam baixinho enquanto eu abria a capa, para encontrar as palavras em preto que anunciam o livro como sendo Alice no País das Maravilhas.

− É a primeira edição! – Olhei encantada para Kadam que sorria. Afastei a cadeira e me levantei com um pulo, abraçando o velho homem como forma de agradecimento.

Abraçava o livro contra meu peito e olhei para Kishan, que tinha um molho de chaves girando em seus dedos, ao mesmo tempo em que o tigre me olhava com um sorriso malicioso. Nilima dividia o bolo em pratinhos, e eu vi que o interior era de veludo vermelho.

O meu favorito.

Infelizmente, não consegui colocar a primeira garfada na boca, pois Ren e Kishan pareciam duas crianças empolgadas no dia de Natal.

− O que houve? – perguntei, incomodada com os olhares cúmplices que os dois trocavam.

− Ainda temos mais uma surpresa para você, bilauta. – Ele tomou o prato de minhas mãos e eu fechei a cara, fazendo um pequeno bico.

Kisha balançou a cabeça e entrelaçou nossos dedos, puxando-me para fora da cozinha, enquanto Nilima e Kadam riam baixinho com seus pratos de bolo nas mãos. Olhei para Ren ao meu lado, mas soube pelo seu olhar que não me contaria nada.

Um enorme carro preto estava estacionado na estrada de carros ao lado do Jeep, e eu olhei surpresa para o luxo dosedan em nossa frente. Os vidros estavam abertos e eu podia ver os bancos de couro branco e o painel cheio de botões sofisticados.

− Vamos levar você para um dia completamente normal – disse Ren, jogando o braço sobre meus ombros, cutucando minha barriga com o dedo, mas eu não revidei sua brincadeira, muito surpresa com o carro.

− E é melhor sairmos logo, ou não vamos poder fazer tudo – completou Kishan com um sorriso orgulhoso, e imaginei que ele havia preparado todo o nosso itinerário daquele dia.

Estava prestes a fazer uma brincadeira, quando vi Kishan ir em direção a porta do motorista e arregalei os olhos, colocando as mãos na cintura sem acreditar no que meus olhos viam. Não pude deixar de notar como Kishan parecia ainda muito mais sexy ao lado daquele carro luxuoso.

Os irmãos não usavam as roupas de algodão, e por alguns momentos eu parei de respirar quando notei como eles se vestiam. Kishan usava uma calça jeans preta e uma blusa cinza por baixo de uma jaqueta de couro também preta. Um par de óculos de sol estava preso na gola da camisa, e eu tive que controlar minha boca para não deixar que um litro de baba escorresse.

Ren usava uma calça marrom claro, com uma camisa polo branco e um cinto. A polo apertada marcava muito bem seus músculos, e ele também tinha um par de óculos de sol presos na gola da camisa.

Por alguns segundos me senti malvestida ao lado daqueles dois projetos de modelos.

− Você vai dirigir? – questionei, indo em direção a Kishan que estudava meu corpo de cima a baixo.

− Vou, algum problema? – ele provocou, tirando os óculos de sol da blusa e os colocando no rosto.

O modelo quadrado deixou Kishan com um ar sexy e misterioso, e tive que balançar a cabeça para conseguir me focar. Meus olhos foram parar no gramado atrás do príncipe, pois eu sabia que se continuasse olhando-o já teria derretido.

− Desde quando você dirige? – argumentei, cruzando os braços sobre o peito enquanto ouvia a risada de Ren ao nosso lado.

− Eu andei praticando. – Kishan deu de ombros, mas eu continuei o encarando, com as sobrancelhas erguidas de forma questionadora.

No momento em que ele deu mais um giro com a chave, eu as tomei de sua mão de supetão, fazendo-o olhar para mim de forma surpresa. Destravei o sistema de alarma do carro e abri a porta do motorista, vendo um Kishan bufando atrás de mim.

− Eu não quero sofrer um acidente bem no meu aniversário – disse de forma inocente, rindo junto com Ren enquanto o homem com olhos de pirata dava a volta no carro, entrando ao meu lado meio emburrado. – Aliás, vai ser um ótimo presente dirigir essa belezinha.

Enquanto Kishan programava algumas coisas no GPS, aproveitei para ligar o motor do carro, ouvindo um ronco baixo e potente que me fez sorrir de forma alegre enquanto apertava o volante de couro.

− Tomem cuidado! – gritou Nilima que acenava para nós ao lado de Kadam, com sorria um tanto orgulhoso.

A voz eletrônica deu algumas ordens e eu saí com o carro, indo em direção à trilha que nos levaria até a rodovia. O mapa na tela mostrava que estávamos indo para Agra, mas eu não fazia ideia de o que Kishan estava preparando para mim.

− Vai ficar o dia inteiro com a coroa? – perguntou Ren, colocando a cabeça entre o vão dos bancos, olhando-me pelo retrovisor com um sorriso animado.

− Ser da realeza não é uma exclusividade sua, Vossa Alteza – zombei, mostrando-lhe a língua de forma brincalhona enquanto tentava ligar o rádio.

A viagem de duas horas durou menos de uma hora e meia, devido à velocidade daquele carro, que mais parecia voar pela autoestrada vazia. Eu passei todo o trajeto cantando alto as músicas antigas que tocavam, ao mesmo tempo em que tentava animar Kishan, o qual ainda estava um tanto emburrado.

Quando o GPS ordenou que eu entrasse na cidade de Agra, Kishan desligou o aparelho e disse que era melhor encontrarmos um lugar para estacionar. Nas ruas, haviam uma grande multidão, e não entendi para onde todas aquelas pessoas iam.

Fizemos um curto caminho a pé, seguindo o fluxo de pessoas que pareciam animadas, conversando nas mais diversas línguas. Notei os olhares abismados das mulheres em direção aos príncipes de óculos de sol, e soube que assim como eu, elas estavam a ponto de babar.

− Onde estamos indo? – perguntei curiosa para Kishan, agarrando seu braço. Com um sorriso arteiro ele se inclinou para deixar um beijo rápido em meus lábios, o qual me fez ficar aérea com alguns minutos.

E foram só alguns minutos o necessário para finalmente chegarmos, e meus olhos se arregalaram quando em minha frente percebi o enorme Taj Mahal. Parei e senti meu corpo ficar estático, enquanto as pessoas ao nosso redor andavam eufóricas até o monumento.

Um gigantesco jardim nos recepcionava, com vários bancos de mármore branco rodeando um pequeno lago. Os arbustos eram milimetricamente podados, e a grama era tão verde que brilhava. Ao longe, o enorme palácio nos saudava com sua grandeza e um ofego saiu de meus lábios.

Um muro branco era protegido por quatro grandes torres, e eu via as pessoas sentadas na beirada do muro apenas par tirarem uma foto com aquela linda paisagem de moldura. O palácio também de pedras brancas era cheio de curvas e abóbodas, com detalhes típicos da arquitetura indiana.

Era de tirar o fôlego.

− Gostou? – perguntou Kishan, que observava minha reação por trás dos óculos. Devo tê-lo decepcionado um pouco por estar completamente estática, mas nenhuma reação chegaria aos pés da beleza em minha frente.

− O que estamos esperando? – disse um pouco sem fôlego. Com um sorriso, agarrei as mãos dos irmãos e os puxei em direção ao Taj Mahal, que ficava cada vez maior a medida que nos aproximávamos, e eu pude observar os detalhes glamorosos.

Nas paredes, flores de lótus estavam entalhadas por todos os lugares e eu mordi o lábio, contendo um gritinho animado. Guias turísticos falavam alto, por cima das conversas constantes, e eu vi mais câmeras fotográficas do que eu pude contar.

Kishan envolveu o braço por minha cintura, fazendo com que nossos corpos se roçassem enquanto caminhávamos. Meu dedo mínimo estava preso no de Ren, e eu percebi que poderia perder o príncipe de vista a qualquer momento, pois ela olhava para todos os lados tão abismado quanto eu.

Um grupo de garotas loiras e bronzeadas olhavam com cobiça para os príncipes, enquanto esperávamos por nossa vez na fila para entrar no Taj Mahal, e o sotaque americano sulista me fez revirar os olhos e puxar Kishan para mais perto de mim.

− Não fique com ciúmes, bilauta – Kishan murmurou contra meu rosto, deixando um beijo rápido em minha bochecha corada.

E quando finalmente entramos no palácio, tudo o que passava por minha cabeça sumiu, e eu só conseguia apreciar a vista do enorme pátio central, decorado com pinturas e vitrais coloridos. Colunas trabalhadas apoiam o enorme teto abobadado, e o chão formada uma enorme imagem.

Eu sorri ao imaginar um baile acontecendo naquele salão, com casais rodopiando pelo chão como se voassem.

Apertei a mão de Kishan com mais força e pulei algumas vezes sobre os calcanhares sem sair do lugar, olhando tudo o que meus olhos captavam, tentando ao máximo gravar aquele lugar maravilhoso em minha mente.

− Feliz aniversário, priya – murmurou Ren, tirando-me do torpor no momento em que ele me puxou-me para um abraço.

− Obrigada por tudo – agradeci tanto a Ren como para Kishan, e este tinha um sorriso orgulho no rosto.

Ren piscou para nós e apontou para um enorme corredor, afastando-se de nós com um aceno breve. Quando o príncipe saiu de meu campo de visão, eu me voltei para Kishan, envolvendo meus braços em seu pescoço e ficando na ponta dos pés.

− Isso é maravilhoso – sussurrei, olhando fixamente para seus olhos bonitos, uma das primeiras coisas que me encantaram em Kishan.

− Nada mais apropriada do que um castelo para uma princesa – ele brincou, e seus olhos brilharam no momento em que ele beijou a ponta de meu nariz, descendo para as bochechas e logo em seguida para meu queixo.

Sentia os olhos das pessoas sobre nós, e me perguntei se a maior curiosidade era na menina que usava uma coroa de aniversário, ou na beleza do homem em minha frente.

Sorri de forma acanhada e acariciei a nuca de Kishan, ouvindo um ronrono baixinho sair de seu peito, fazendo-me arrepiar. Mordi o lábio inferior do tigre de forma lenta e sedutora, mas afastei-me no momento em que Kishan me beijaria e o olhei com um ar brincalhão.

− Vamos dar uma volta – disse, entrelaçando nossos dedos mais uma vez enquanto o puxava para o centro do salão, o qual exibia um lustre enorme e colorido sobre nossas cabeças.

O Taj Mahal possuía vários cômodos enormes, alguns semelhantes ao de entrada e outros mais acolhedores com alguns móveis extremamente antigos, protegidos por redomas de vidro.

Depois de visitarmos algumas dezenas de cômodos, Kishan me puxou para um corredor completamente vazio, o qual levava para um outro salão menor do que o principal. Olhei primeiramente para as pessoas que passavam desatentas por aquele espaço, tirando fotos ou vendo coisas nos aparelhos móveis, e logo em seguida olhei para Kishan.

Sua expressão era branda e ele olhava para mim como se eu fosse a única coisa em nossa volta, sem se importar com a beleza do lugar que nos acolhia. Ele e me tomou nos braços como se estivesse prestes a dançarmos uma valsa, mas Kishan me fez girar uma única vez antes de me puxar contra seu peito.

Iniciamos ali uma lenta dança, e eu sentia a presença da mão de Kishan na base das minhas costas. Por alguns segundos eu olhei para meus pés, tentando acompanhar os passos do tigre sem pisar em seus pés, mas senti dedos tocando meu queixo, e mais uma vez eu estava presa nos olhos dourados de pirata.

− A história do Taj Mahal conta que o rei mandou construí-lo em memória de uma das esposas favoritas. Depois que ela morreu, ele construiu o palácio como um mausoléu – disse Kishan com um murmuro, enquanto me girava mais uma vez em seus braços.

Fechei os olhos e absorvi cada detalhe daquele momento, deitando a cabeça contra o peito forte de Kishan. Senti sua respiração lenta e controlada enquanto dançávamos pelo salão. Mas muito mais rápido do que eu imaginava, Kishan parou e ficamos em silêncio, com os corpos colados.

− Eu faria algo assim por você – Kishan sussurrou e eu senti seu coração bater mais rápido, e percebi que o meu fez o mesmo.

Eu sorri contra seu peito e balancei a cabeça sem acreditar que ele realmente existia. Mesmo depois de fazer aquela surpresa maravilhosa, Kishan ainda conseguia me surpreender e me deixar ainda mais apaixonada.

− Espero que a parte do castelo, não a parte das várias esposas – brinquei com a voz baixinha, finalmente olhando para ele com um sorriso acanhado, deixando um beijo na pequena parte de pele exposta de seu peito, devido ao peso dos óculos sobre a camisa.

− Você é única, bilauta, em todos os sentidos da palavra – Seus dedos acariciaram meu pescoço, fazendo-me arrepiar, e sua mão encaixou-se em minha nuca, levando meu rosto para perto do seu até que nossos lábios se encontrassem em um beijo.

Com os lábios quentes de Kishan dominando os meus, eu soube que não importava se estávamos no presente ou no passado, eu sempre iria amar aquele homem de olhos dourados, que fazia meu corpo tremer de desejo contra seus braços.

− Kishan – gemi contra os seus lábios, sentindo novamente aquela sensação de querer me fundir com ele. Minhas mãos estavam presas em sua cintura larga e eu o puxei para mais perto, descendo meus lábios por seu queixo, ouvindo sua respiração ofegante contra minha pele.

Com certa dificuldade, Kishan separou nossos corpos, deixando um beijo carinhoso em minha testa. Eu bufei frustrada enquanto tentava controlar meu corpo quente, ao mesmo tempo em que ele ria baixinho.

Dei-lhe uma cotovelada na barriga enquanto continuávamos a caminhar pelo Taj Mahal até o Sol começar a se pôr no lago do jardim. Procurávamos Ren por todas as partes do palácio, mas o tigre branco parecia ter sumido.

Passávamos em um extenso corredor que se assemelhavam com uma grande sacada, quando finalmente encontrei os cabelos escuros e cumpridos de Ren ao longe, sentado no muro, enquanto uma das loiras bronzeadas se jogava em cima do príncipe com o sotaque do Texas.

Sua blusa era tão cavada, que ao jogar o corpo para perto de Ren, mais do que só os peitos eram visíveis. Fiz uma careta enquanto Kishan ria baixinho ao meu lado, revirei os olhos sabendo que eu era a única que poderia salvá-lo da ameaça loira, já que o irmão parecia muito satisfeito com a tortura de Ren.

Retirei o anel de rosa do dedo do meio e o coloquei no anelar, respirando fundo antes de caminhar até o lado de Ren, pousando a mão em seu ombro com um sorriso falso para a mulher, que olhou para mim de cima a baixo.

− Estava procurando por vocês, querido! – disse, com a voz mais afetada que consegui. Cutuquei as costas de Ren na esperança de que o príncipe entendesse a encenação. – Logo na nossa lua de mel você me deixa para trás?

A loira pousou os olhos onde o anel de rosa brilhava e uma careta se formou no rosto bronzeado. Ren levantou-se e sorriu de forma educada para a mulher antes de se voltar para mim, mexendo os lábios em um “obrigada”.

Kishan passou o caminho todo até o carro zombando do irmão, enquanto Ren revirava os olhos e deixava socos no ombro do irmão. De acordo com os príncipes, ainda tinha mais uma surpresa para mim, e eu deixei que Kishan dirigisse apenas para ver o sorriso de lado aparecer em seu rosto enquanto ligava o carro.

Não tirei o cinto de segurança em momento algum, mesmo vendo que Kishan era um motorista regular. Comecei a me perguntar se Kadam lhe dava aulas de direção enquanto eu dormia tranquilamente.

Kishan reduziu a velocidade, parando na frente de um prédio todo pintado de preto, com um letreiro neon anunciando o nome de um bar. Dois homens enormes vestindo ternos estavam na porta, e um menino franzino correu em minha direção, abrindo minha porta com um sorriso envergonhado.

− Bem-vinda ao Imperador Bar, senhorita – disse o menino, e eu olhei confusa para Kishan, que apenas abriu seu sorriso endiabrado, segurando minha mão enquanto entregava a chave do carro ao garoto e agradecia.

− Onde estamos? – perguntei, olhando para todas as mulheres na fila que usavam vestido curtos e colados, com brincos enormes e brilhantes. Elas sussurravam e olhavam para os irmãos como se os despissem com o olhar. Não duvidei que o faziam.

− Imaginei que gostaria de dançar um pouco – disse Kishan, enquanto Ren abria caminho entre o aglomerado de pessoas na entrada.

Dentro, o bar tinha um ar rústico e muito acolhedor, mas a música alta e a pista de dança davam ao lugar um toque de boate. Os corpos se mexiam em harmonia, e não conseguia controlar meu corpo, o qual era invadido pela batida eletrônica.

− Você deveria ter avisado – resmunguei, olhando para todas aquelas pessoas usando as melhores roupas de seus guarda-roupas. – Eu teria me vestido melhor.

− Você está linda, priya – respondeu Ren, finalmente encontrando uma mesa vaga para nós.

Mas não queria ficar sentada, eu sentia meu corpo ser embalado pela música, e eu queria dançar até minhas pernas gritarem de dor. A euforia tomou conta de mim e sorri, balançando a cabeça junto com o ritmo enquanto Kishan ia até o bar, levantando três dedos em um pedido silencioso.

Ele voltou com duas cervejas e uma bebida colorida, a qual entregou para mim com a sobrancelha erguida, mas eu apenas agradeci, beijando-lhe o rosto.

− Vamos dançar! – gritei sobre a música, vendo os irmãos se entreolharem.

− Não faço ideia de como dançar essa coisa – disse Kishan, apontando para onde três garotas de vestidos curtíssimos dançavam colocadas uma na outra, com os braços erguidos para o ar.

− Só deixe a batida te levar – respondi, deixando meus quadris se mexerem com o som de uma nova música começando.

− Acho que estamos um tanto ultrapassados – argumento Ren, fazendo com que eu soltasse um resmungo enquanto revirava os olhos.

− Vocês são dois tigres muito covardes – disse, virando meu corpo em direção à pista de dança, acenando para eles. – Eu estarei me divertindo!

Meu nível de euforia estava estourando, e meu corpo vibrava junto com os corpos em movimento ao meu redor. Depois de viver mais loucuras do que uma pessoa normal aguentaria, eu finalmente teria um dia como qualquer garota.

Algumas pessoas gritavam parabéns para mim, apontando para minha coroa rosa com um sorriso no rosto, fazendo-me rir e levar a bebida colorida até os lábios. O álcool esquentou minha garganta, eu fechei os olhos com a sensação de ter algo queimando minha garganta.

Xinguei-me baixinho por ter esquecido de tirar a jaqueta, pois as luzes e os corpos faziam gotas de suor se acumularem em meu pescoço. Entregando meu copo para a primeira pessoa em minha frente, fiz um coque malfeito em meus cabelos, pegando a bebida mais uma vez e virando-a com tudo.

Joguei os braços para cima e gritei de empolgação, tentando arriscar a letra da música enquanto deixava meu corpo ser tomado pela batida. Meus quadris mexiam de forma selvagem, e a escuridão contrastada com as luzes coloridas deixavam-me em êxtase.

Uma voz feminina começou a gritar, e eu vibrei ao reconhecer a batida de I Need Your Love, música que tocava constantemente nas rádios quando eu ainda estava nos Estados Unidos. Eu não consegui ver os príncipes no meio daquela confusão humana, mas sabia que Kishan tinha os olhos em mim, pois alguns homens tentavam se aproximar, sem muita coragem.

Eu ria, imaginando o quão fraca eu era para bebida por estar alegre com apenas um copo de álcool.

Dei alguns passos para trás quando um casal tentou passar e meu corpo deu de encontro com alguém atrás de mim. Girei os calcanhares até estar em frente à uma menina que tentava limpar a cerveja que caíra em sua mão.

− Desculpe! – gritei sobre a música, vendo sua cabeça abaixada. – Eu compro outra para você.

Daquele ângulo eu podia ver seu cabelo trançado em uma fita cor pêssego, e ela usava roupas tão simples quanto as minhas. Jeans apertados e uma regata por baixo de uma jaqueta de couro. Mas foi quando ela levantou a cabeça, que meu peito bateu mais forte e o ar fugiu de meus pulmões.

Eu reconheceria aqueles olhos castanhos grandes em qualquer lugar. Eu deveria estar com a cara de quem viu um fantasma, pois a garota sorriu e tocou meu braço.

− Está tudo bem, não se preocupe! – ela gritou e sua voz fez com que os pelos de meus braços se arrepiassem.

− Kalika – murmurei, tampando a boca com a mão, enquanto a menina me olhava com um ar questionador.

− Não se preocupe com isso, eu vou pegar outra. – Ela sorriu meio sem jeito, balançando a garrafa vazia perto do rosto, antes de abrir caminho entre as pessoas em direção ao bar.

Meu corpo estava imóvel, e eu tentava entender o que meus olhos viam. Aquela garota era idêntica à Kalika, e minha mente trabalhava em uma velocidade enorme.

Quando finalmente voltei do torpor de ver aquela menina em minha frente, corri em meio as pessoas, recebendo olhares raivosos e palavras em línguas completamente diferentes. Continuei empurrando as pessoas até chegar ao bar, mas voltei a ficar estática quando não a encontrei ali.

− Mia, o que aconteceu? – A voz de Kishan me surpreendeu e eu voltei-me para ele um tanto assustada.

Meus olhos teriam me enganado?

Olhei para trás uma última vez apenas para me certificar de que não havia ninguém ali e balancei a cabeça, abrindo um sorriso a Kishan para tentar acalmá-lo.

− O que faz aqui, tigre? – perguntei de forma acusadora. – Achei que você não iria dançar.

− Depois de ver mais homens olhando para você com cobiça do que eu aguentaria, achei melhor arriscar. – Ele estava com os braços cruzados sobre o peito e seu rosto era uma mistura de alegria de provocação.

− Mostre-me o que você sabe fazer, Kishan – murmurei, traçando a linha angulosa de seu rosto com o dedo antes de puxá-lo para o meio da pista mais uma vez.

Uma nova música viciante começou a tocar, eu olhei para Kishan que parecia um tanto intimidado no meio de todas aquelas pessoas. Colei minhas costas contra seu peito e passei suas mãos grandes sobre minha barriga, em um abraço apertado.

− Sinta a música – sussurrei, deitando minha cabeça sobre seu peito, recomeçando a mexer o corpo, de forma mais lenta.

A respiração quente de Kishan batia em minha nuca, e eu me arrepiei no momento em que seu corpo começou a se mover junto com o meu de forma extasiante. Mordi o lábio inferior e fechei os olhos, deixando que aquela sensação maravilhosa me invadisse. Joguei os braços para trás e envolvi o pescoço de Kishan no momento em que ele deixou um beijo molhado em meu pescoço suado.

Naquele momento, a única coisa que eu pensei foi que aquela música poderia durar para sempre.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Mais uma vez, peço desculpas pelo erro, mas espero que tenhas gostado do capítulo ^^



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