Caçada escrita por Gabi Gomes


Capítulo 42
O Presente


Notas iniciais do capítulo

Olá, tigers!
Outubro chegou, e com ele o capítulo mais esperado por nós de Caçada!
Quero agradecer a todos que curtiram e comentaram, vocês fazer essa fic ser o que é hoje!
Espero que aproveitem o capítulo desse mês.
Boa Leitura



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Meu corpo nunca se moveu tanto em uma única noite, a música parecia ser o alimento de minha alma, e perdi a conta de quantas horas dancei com Kishan, sentindo nossos corpos colados e respirações misturadas em uma única.

Mas nada era o suficiente, e puxei Ren pelas mãos até estarmos no meio da pista. Ri baixinho de seu jeito desengonçado enquanto tentava me acompanhar, mas ele se mostrou um ótimo parceiro quando finalmente pegou o jeito.

Praticamente fechamos o bar, e quando caminhávamos pela rua vazia e escura, eu tinha um sorriso enorme no rosto. Meus braços estavam abertos e eu dava pulinhos e giros, como uma criança no primeiro dia de neve.

Deixei que Kishan dirigisse todo o caminho de volta, estampando um sorriso exibido no rosto enquanto seguia as ordens do GPS. Meu nível de embriaguez era baixo, mas não impediu que eu sentisse o corpo mole enquanto eu tagarelava para os irmãos todos os acontecimentos da noite.

Por muitas vezes encarei Ren, que sustentava meu olhar com suas órbitas cobalto, muito interessado em minha palavra. Percebi que ele estava feliz, pois várias vezes riu de minhas bobagens e olhava para a janela do carro, observando a paisagem que mais se parecia com um borrão.

A euforia e agitação deu lugar ao cansaço no momento em que entramos na trilha, direto para a casa. A noite estava iluminada com a luz prateada da Lua, e a paisagem havia conquistado um ar misterioso e sensual.

Imaginei que Nilima e Kadam dormiam, pois no momento em que Kishan estacionou o carro na entrada de pedrinhas, percebi que a casa estava mergulhada na escuridão.

Ren foi o primeiro a se manifestar, abrindo a porta ao seu lado, não antes de colocar a cabeça no vão do banco e deixar um beijo carinhoso em meu rosto, fazendo-me sorrir.

− Espero que tenha gostado do dia de hoje – ele disse, dando tapinhas brincalhões em minha tiara rosa, que permanecia intacta no topo de minha cabeça.

− Obrigada pela surpresa, Ren – murmurei, tomando suas mãos nas minhas em um ato de agradecimento. – Pretendo usar aquela camisa o máximo possível.

Rindo de forma melodiosa, o príncipe de olhos azuis deixou-me sozinha naquele carro, com Kishan ao meu lado, completamente em silêncio. Senti uma enorme tensão vindo do homem com olhos de pirata, e tentei entender o que o incomodava quando ele me surpreendeu, tomando minha mão na sua e beijando a palma de forma galanteadora.

Seus olhos queimavam sobre mim com um novo sentimento que eu não consegui distinguir, mas algo ali fez meu corpo queimar, como se eu estivesse nua em sua frente.

− Achou que eu havia esquecido o seu presente? – ele murmurou com um ar brincalhão, enquanto mexia em meus dedos. Nossas mãos estavam juntas, e Kishan entrelaçava nossos dedos apenas para desfazer tudo em seguida, começando de novo.

− Kishan, não existe um presente melhor do que esse dia – disse em protesto, balançando a cabeça ao mesmo tempo em que soltava o cinto, deixando que meu corpo se inclinasse sobre o seu, por cima do câmbio. – Eu não preciso de mais nada.

Mas o príncipe parecia muito decidido, e apenas balançou a cabeça, levando a mão desocupada em direção ao meu rosto, acariciando minhas bochechas quentes antes de contornar meus lábios de forma sedutora. De forma veloz, Kishan saiu do carro, vindo em minha direção e abrindo a porta para que eu saísse do carro.

Quando eu estava finalmente de pé em sua frente, ele selou nossos lábios brevemente, e traçou uma trilha de beijos até meus ouvidos. Sua respiração quente batendo contra meu pescoço fez-me arrepiar.

− Vá para o quarto, há algo a esperando lá – ele disse apenas, e eu encarei seus olhos enigmáticos, tentando descobrir o que ele planejava, mas Kishan levantou a sobrancelha de forma provocadora e revirei os olhos.

Meus pés tocaram o último degrau que levava até a porta de entrada, e eu me virei para trás, entretanto tudo o que consegui ver foi um vulto negro entrando na floresta até se misturar com a escuridão.

Não consegui me controlar e corri escada acima, escancarando a porta de meu quarto enquanto meus olhos vasculhavam o cômodo em busca de algo diferente, até o momento em que percebi uma delicada flor de lótus sobre meu travesseiro. Ao seu lado, havia um pedaço de papel amarelado, o qual já havia se tornado familiar.

Toquei as pétalas rosas como se acariciasse a pele de uma pessoa, antes de abrir o bilhete com as mãos um tanto trêmulas. Lá estava a letra bonita e masculina de Kishan mais uma vez, e pensei em como aquela mensagem viera parar em meu quarto.

Lembra-se do sharara que eu lhe dei?

Vista-o e me encontre na casa da colina

K.

Fiquei estática ao ler aquele bilhete, enquanto minha mente tentava imaginar o que Kishan planejava naquele momento. Ele queria que eu o encontrasse na antiga casa de seus pais, e um frio na barriga fez-me morder o lábio inferior.

Sem demorar mais nenhum segundo com pensamentos que não me levavam a lugar nenhum, fui até o closet com o bilhete de Kishan ainda em minhas mãos, como se eu pudesse sentir seu calor viciante apenas tocando no papel amarelo.

Encontrei o sharara vermelho escuro pendurado solitário, chamando a atenção de qualquer um que entrasse naquele lugar; seu bordado em dourado formava flores e curvas, como uma moldura para o tecido pesado, e meus dedos tocaram com admiração a saia.

Parecia a primeira vez que eu vira aquela roupa, pois sua beleza ainda me deixava sem palavras, e fiquei parada por alguns segundos apenas absorvendo a imagem em minha frente enquanto lembra-me do dia em que o ganhei.

Segurei a roupa em meus braços, e olhei em volta quando o desespero tomou conta de mim. Finalmente – depois de minutos em transe – percebi que eu não fazia ideia do como vestir o sharara, já que Nilima fez todo o trabalho duro da última vez.

− Espero que ela não esteja dormindo – murmurei para mim mesma enquanto saia do quarto, descendo as escadas cautelosamente até chegar no corredor amplo, onde havia apenas duas portas, uma de frente para a outra.

Os quartos de Kadam e Nilima.

Eu nunca estivera ali, portanto não sabia qual era a porta certa. Tentei a sorte e rezei em silêncio enquanto batia duas vezes na enorme de madeira à minha direita. Percebi que segurava a respiração quando o rosto um tanto grogue de Nilima apareceu no vão da porta, e eu suspirei pesadamente.

− Mia? – No momento em que a mulher focou os olhos castanho mel em mim, ela acordou um tanto assustada, olhando para os lados como se esperasse pelo pior. – O que aconteceu?

Nilima vestia uma camisola comprida até os pés, de alças finas e tecido leve, completamente estampado com cores vibrantes. Seus cabelos imaculados estavam um pouco bagunçados, mas mesmo assim a mulher continuava linda.

− Eu preciso de sua ajuda – disse, abrindo um sorriso amarelo e levantando o braço para que ela finalmente percebesse o que eu carregava nos braços.

Algo brilhou em seus olhos e ela sorriu, tomando o sharara de minhas mãos enquanto me puxava para dentro de seu quarto. Percebi que Nilima não estava mais sonolenta, mas sim eufórica e agitada.

O quarto de Nilima era menor que o meu, mas muito acolhedor e reconfortante, com móveis de madeira elegantes. Um enorme painel também de maneira cobria a parede atrás da enorme cama de casal, e luminárias de metal davam-me a imagem de alguns porta-retratos nas mesinhas de cabeceira.

− Vamos deixar você linda! – Nilima chamou minha atenção, e eu parei de observar a decoração do quarto para finalmente focar na mulher que acenava do pequeno banheiro.

Nilima deixou que eu tomasse um banho rápido em seu chuveiro, e voltou para o quarto em busca de sua maquiagem e acessórios. Suspirei aliviada quando senti que o suor deixava meu corpo, e o frescor tomava conta.

Ainda de toalha, fui colocada sentado em uma poltrona creme muito confortável, e fiquei observando-me no espelho enquanto Nilima começava a pincelar meu rosto com uma maquiagem suave e quase imperceptível.

Meus olhos foram realçados, e o azul pareceu mais brilhante. As poucas sardas que se acumulavam em meu nariz desapareceram com a base, e meus lábios brilhavam cheios com o batom cor de pele.

Vi que Nilima começava a pegar grampos pretos para prender meu cabelo, mas eu apenas balancei a cabeça com um sorriso tímido.

− Eu preferiria ficar com cabelos soltos – Kishan gosta quando os deixo assim, pensei apenas para mim, e minhas bochechas ficaram mais coradas que o normal.

O colar que ela me dera de presente continuou em meu pescoço, assim como a pulseira de tigre que havia se tornado parte de mim, mas Nilima fez questão de prender uma tornozeleira brilhante na perna direita, a qual combinava com o tecido vermelho da roupa.

Uma enorme maratona começou quando começamos a desbravar o sharara por meu corpo, e por alguns segundos senti-me cansada de ver tantos tecidos sendo novamente presos em mim.

Mas quando finalmente pude ver o top abraçando meu rosto e a saia com camadas lambendo o chão como labaredas de fogo, um suspiro saiu de meus lábios. Nilima sorria de forma encantada, e ela estendeu-me o xale também vermelho, ajudando-me a colocá-lo sobre os ombros de forma sedutora.

Era a segunda vez que eu me sentia como uma verdadeira princesa, e nas duas vezes eu vestia aquele sharara.

− O que ele pretende fazer? – perguntei, mas para mim mesma do que para Nilima, mas a mulher apenas balançou a cabeça, e percebi que ela parecia tão curiosa quanto eu.

Quando os últimos retoques estavam prontos, levantei e puxei Nilima para um abraço apertado de agradecimento, sussurrando baixinho um pedido de desculpas por tê-la incomodado naquela hora da noite.

− É bom ver esse sorriso em seu rosto, Mia – ela respondeu com um tom sonhador, tocando minha bochecha uma última vez antes de acenar quando avancei pelo corredor, em direção à saída da casa.

Soltei um gritinho abafado de susto quando um tigre branco apareceu em minha frente, no momento em que dei os primeiros passos para descer a escada da porta principal. Ele rugiu baixinho, e senti seus olhos azuis profundos me estudarem com fascínio, o que me fez corar violentamente.

Acariciei a cabeça do tigre, que fechou os olhos e ronronou; desci minhas mãos por seu torço e sorri ao ver Ren balançar a cauda com contentamento.

− Estou me sentindo importante, vou ter até mesmo uma escolta real – brinquei, fazendo o tigre branco rugir mais uma vez antes de começar a caminhar em passos lentos em direção à floresta.

Eu estava descalça, e a grama brincava com a sola de meus pés fazendo cócegas, mas não me importei com aquilo, pois a euforia e ansiedade voltavam a toma conta de meu corpo.

Como um lampejo, lembrei da menina a qual eu havia esbarrado no bar, e meu pés congelaram no chão. Meus olhos estavam no tigre em minha frente e eu senti algo me sufocando, como se me obrigasse a falar.

Mas eu tive medo de contar para Ren sobre a menina idêntica a Kalika, e acabar machucando o príncipe mais uma vez. Aliás, eu poderia ter apenas me enganado, já que as luzes eram fracas e eu estava um tanto embriagada.

Ele não merece sofrer mais, foi apenas um engano

Com aquele pensamento, recomecei minha caminhada atrás do tigre, que as vezes virava a cabeça apenas para focar seus olhos azuis em mim.

Quando finalmente a colina gramada me saudou, iluminada pela luz da Lua, eu me agachei em frente ao tigre branco e abracei seu pescoço com força, acariciando seus pelos macios enquanto sussurrava um pequeno agradecimento. Ouvi um rugido baixo e Ren lambeu meu braço, fazendo-me rir.

Quando o tigre finalmente deu as costas e começou a trilhar o caminho de volta para a floresta, eu me voltei para a cabana pequena e delicada no topo da colina, e meu peito bateu mais forte quando vi que uma luz alaranjada iluminava a casa por dentro.

Minhas mãos suavam e eu mordi o lábio inferior, ao mesmo tempo em que obriguei meus pés a trilharem o caminho até a casinha que parecia chamar por mim.

No momento em que empurrei a porta de madeira para que se abrisse, meu coração estava a ponta de sair por minha garganta. Um arrepio tomou conta de mim quando encontrei a mesma sala solitária com várias velas pequenas em cima dos móveis.

As chamas dançavam e pareciam dar-me “boas-vindas”, deixando o cômodo ao meu redor acolhedor e confortável.

Meus olhos se arregalaram em surpresa quando vi pétalas de rosas jogadas nos degraus da escada estreita, fazendo um caminho até o andar de cima. Abracei meu corpo e dei passos inseguros até onde as rosas vermelhas estavam. Toquei o tecido do xale e fechei os olhos por alguns segundos, tentando fazer meu corpo voltar ao estado normal.

− Você já viajou para a Índia, lutou com um bruxo, foi queimada e venceu um exército de sereias loucas – murmurei para mim mesma como um mantra. – Seja corajosa.

Repetindo aquelas palavras mentalmente, comecei a subir os degraus com cuidado, tanto para não pisar no tecido da saia como para não desmaiar de ansiedade.

A porta do quarto principal estava entreaberta, e o caminho de rosas parava ali. Toquei a maçaneta e percebi que meus dedos tremiam, portanto demorei alguns segundos para finalmente adentrar ao cômodo que eu já conhecia.

Velas postadas estrategicamente pelo quarto, deixavam o lugar na penumbra, enquanto a Lua observava tudo pela janela aberta. O ar estava quente, e um vento fraco lambia meu rosto como se deixasse beijos em minha pele corada.

Depois de estudar todo o quarto, o qual havia sido arrumado, percebi duas coisas: o quadro da família Rajaram já não estava mais ali, assim como os pergaminhos em cima da escrivaninha; sobre a cama coberta por um lençol de seda branco, estava meu tigre negro, observando-me com olhos dourados felinos.

Uma onda de tranquilidade correu por meu corpo ao ver o animal que eu tanto amava, e abri um sorriso tímido para o tigre, o qual rugiu para mim.

Entretanto, em um piscar de olhos o tigre negro sumiu, e o homem apareceu em minha frente, com os cabelos curtos bagunçados e as roupas pretas de algodão.

− Você fez tudo isso? – perguntei, apontando para as velas, em uma tentativa falha de tirar a atenção dos olhos de pirata de mim.

Kishan me observava com admiração e paixão, e seus olhos não cansavam de desbravar meu corpo coberto pelosharara. Ele se aproximou de mim e tocou o xale transparente, enquanto eu mesma prendia a respiração ao sentir vibrações correrem por minha pele.

− Respire, Mia – ele sussurrou de forma brincalhona, mas eu não consegui sorrir, pois as mãos de Kishan tiravam com delicadeza o xale de meus ombros, e senti minha pele se arrepiar quando seus dedos esbarraram em mim.

− É muito difícil fazê-lo quando você me toca desse jeito. – Fui sincera, percebendo que naquele momento, qualquer barreira que ainda poderia existir entre mim e Kishan estava se desfazendo a medida que o tecido leve caía em nossos pés.

− Eu é quem deveria falar isso – Kishan disse, buscando minhas mãos e entrelaçando nossos dedos, antes de beijar o local em que o anel de rosa estava, indo em direção ao pulso em que abrigava a pulseira de tigre, beijando ali com a mesma intensidade. – Você é simplesmente linda.

Fechei os olhos e abaixei a cabeça, sentindo o nosso silêncio tomar conta do cômodo. O calor do corpo de Kishan aquecia o meu, e seu perfume forte e inebriante parecia tomar conta de tudo.

− O que estamos fazendo aqui? – questionei, soltando um ofego quando as mãos de Kishan envolveram minha cintura descoberta pelo top do sharara. Cada toque do homem de olhos de pirata em mim pareciam o primeiro, pois minha pele se arrepiava com o contato.

− Eu queria que fosse especial – ele murmurou, aproximando o rosto de meu ouvido para deixar um beijo na pele sensível antes de acariciar meu rosto com o nariz, fazendo-me fechar os olhos e morder o lábio inferior.

Não consegui mais ficar parada, pois meu corpo gritava pelo de Kishan, e eu toquei levemente seu braço descoberto e musculoso, fazendo um caminho de carinhos até os ombros, sem demorar muito para envolver seu pescoço forte. Acariciei os cabelos negros de sua nuca e o vi fechar os olhos por segundos, soltando um suspiro pesado pela boca.

Sentindo a euforia de ter causado aquelas sensações em Kishan, permiti que minhas mãos adentrassem pela camisa de algodão preta, até que os músculos fortes das costas do tigre estivessem tensionados sobre meu toque.

− Eu amo você, Mia – ele sussurrou, deixando um beijo rápido em meu nariz, antes de finalmente pousar os lábios sobre os meus, fazendo com que uma corrente elétrica atravessasse meu corpo.

Quando sua língua contornou meus lábios de forma provocadora, percebi que era como se meu corpo estivesse adormecido desde sempre, e finalmente estava vivo com os toques quentes e firmes de Kishan.

Fiquei na pontas dos pés e deixei que minha testa colasse à de Kishan, quando um beijo lento e quente começou. Minhas unhas arranhavam levemente suas costas musculosas, e eu me derreti nos braços de Kishan quando sua língua explorou cada canto de minha boca.

Meu corpo esquentou e a ânsia pelo homem em minha frente aumentou até ficar insuportável. As batidas de meu coração estavam aceleradas, assim como as de Kishan, e eu gemi contra seus lábios carnudos, mordendo-os levemente.

Retirei as mãos de dentro da camisa e agarrei o tecido afobada. Kishan riu contra nosso beijo e afastou minimamente nossos corpos. Seus olhos brilhavam intensamente, e seu sorriso de lado estava extremamente malicioso.

Corri os dedos por seu peito até chegar na barra da camisa, não demorando muito para arrancá-la pela cabeça, deixando livre o tronco musculoso e moreno de Kishan. Inclinei-me levemente para deixar um beijo molhado em sua pele quente. Os dedos de Kishan agarraram meus cabelos castanhos soltos, e eu estremeci.

− Como consegue ser tão lindo? – murmurei, enquanto observava a imagem de Kishan na penumbra que as velas formavam. Gravei cada parte de seu corpo em minha mente, principalmente do sorriso que ele abrira naquele momento.

− Coisa de tigre – ele zombou, fazendo-me revirar os olhos antes de sorrir, puxando-o pelos braços fortes de volta para mim. Inspirei profundamente quando sua pele nua me tocou, enquanto Kishan voltava a distribuir beijos molhados em meu rosto.

Suas mãos subiram até o laço que prendia o top em minhas costas, e seus dedos começaram a brincar com a ponta solta. Parte de mim congelou completamente, sem nenhuma reação, enquanto a outra gritava em euforia e desejo.

− Não me canso de ver você vestida assim – ele sussurrou com a voz rouca, beijando minha clavícula, subindo até o pescoço.

Joguei a cabeça para trás e gemi mais alto, enquanto Kishan explorava a pele quente, que tornou a se arrepiar com o toque quente dos lábios do tigre.

− Seja meu, Kishan – implorei com os olhos fechados e a respiração ofegante. Minha pele estava quente, e por alguns segundos não tive coragem de olhar nos olhos dourados de pirata.

− De toda as formas possíveis – Kishan respondeu sem pestanejar, tomando meu rosto em suas mãos antes de deixar um beijo rápido em meus lábios.

Ele se afastou um único passo, e olhou para meu corpo mais uma vez antes de colocar meus cabelos para trás dos ombros. Um rugido animal saiu de seu peito e eu estremeci com o desejo crescendo devastadoramente em mim.

Seus dedos tocaram o pingente de pássaros, descendo até o amuleto de Damon que repousava sobre o tecido vermelho do sharara. Meus lábios se entreabriram em excitação, quando Kishan tocou mais uma vez no laço que prendi o top, dessa vez, desamarrando-o por completo.

O tecido soltou-se de meus ombros, e eu tremi com o vento gelado que bateu em minha pele, felizmente o toque de Kishan fez meu corpo esquentar por completo. Ele acariciou minhas costas nuas antes de desfazer o segundo laço, perto da base da coluna.

Quando o top finalmente foi retirado eu quis abraçar meu tronco completamente nu, sentindo uma gota de insegurança tomar meus pensamentos. As mãos de Kishan entrelaçaram-se com as minhas e ele beijou minha testa.

− Olhei para mim, bilauta – ele sussurrou, fazendo-me abrir os olhos preguiçosamente. As órbitas de pirata me prendiam, e não refletiam mais malícia, mas sim desejo. Um desejo devastador misturado com paixão.

Seus dedos longos tocaram minha barriga nua e eu abafei um gemido mordendo os lábios, à medida que suas mãos subiram por meu tronco, acariciando, sentindo e me levando a loucura.

Sentindo-me insana, colei meu corpo ao de Kishan com um impulso, e ambos soltamos um gemido longo quando nossos peitos nus se tocaram. Minhas terminações nervosas explodiam, mas eu queria mais.

Eu precisava demais.

− Ah, meu Deus – ofeguei, traçando o desenho do rosto de Kishan com o dedo, vendo-o fechar os olhos com o toque. – Eu amo você, Kishan.

As mãos firmes do príncipe desceram por minha cintura, até encontrarem a pesada saia. Escorreguei minhas próprias mãos pelo peito de Kishan, roçando as unhas na pele oliva, quando seus dedos desceram o zíper longo com pressa.

O tecido escorregou por minhas pernas e se aglomerou aos meus pés, deixando-me apenas com uma calcinha preta e simples em frente à Kishan. Ele ofegou, e escorregou as mãos por minhas cochas nuas, fazendo minha pele queimar.

Seu toque era extasiante, e deixava minha mente vazia.

Ele me fez entrelaçar as pernas em seu corpo, e eu não tardei em o fazer, afundando as unhas em seus braços quando ele beijou o vale entre meus seios. Por alguns segundos eu olhei para nossos corpos misturados, e um prazer enorme me invadiu.

Eu poderia me desfazer naquele exato momento.

Minha cabeça foi apoiada contra os travesseiros moles, e meus cabelos se esparramaram contra os tecidos brancos sob mim. Com um dos braços servindo de apoio, Kishan pairava sobre mim como um felino, fazendo-me sorrir.

Com os dedos, Kishan traçou o caminho de minhas bochechas, descendo até o pescoço em direção ao peito, indo direto para a barriga e parando onde o elástico da calcinha estava. Com aquele caminho de carinhos, eu comecei a balbuciar coisas sem sentidos, principalmente o nome de Kishan, repetidas vezes.

− Você tem um cheiro maravilhoso – ele disse, beijando o ponto abaixo de meu umbigo, fazendo meus músculos se tencionarem.

Seus dedos puxaram o tecido de minha calcinha para baixo em uma peregrinação torturante por minhas pernas. Os lábios de Kishan provocavam meu corpo, tocando a parte interna de minha coxa até o momento em que nada mais me escondia dos olhos de pirata.

Eu estava completamente nua, e sentia os olhos de Kishan me observando com meticulosidade, guardando a imagem na mente como eu sempre fazia com ele.

Puxei seus ombros para cima e selei nossos lábios, em uma tentativa de cessar a vontade inebriante de me fundir com Kishan. Sua língua agora trabalhava com mais intensidade, e a mão livre passeava por meu corpo, fazendo-me contorcer.

− Diga que é minha, Mia – implorou Kishan com os lábios roçando os meus. Abri os olhos apenas para encarar a cena sensual do príncipe de olhos de pirata com os lábios entreabertos, respirando com dificuldade enquanto uma expressão de prazer percorria seu rosto.

− Eu sou sua – respondi com o pouco de fôlego que ainda me restava. Envolvi minhas pernas contra a cintura forte de Kishan, e com um pouco de trabalho, usei os pés para arrancar as calças de algodão do tigre, junto com a cueca.

E eu gemi quando o senti completamente nu sobre mim, com sua pele oliva e os músculos torneados incitando meu corpo das formas mais inusitadas. Tentei me agarrar em seu corpo, apenas para que nenhum pedaço de mim ficasse sem o tocar, mas Kishan apenas beijou minha testa por longos segundos antes de entrelaçar os dedos da mão desocupada com os meus.

− Por favor, diga caso eu lhe machuque – ele pediu com os olhos dourados me prendendo. A constatação de suas palavras me fez ficar um tanto atônica.

Aquela seria a primeira vez de ambos.

− Você nunca me machucaria – garanti, acariciando seu rosto anguloso no momento em que ele sorriu. Olhando fundo em suas órbitas douradas, eu vi mais que pontinhos pretos. Vi ele se entregando para mim. Entregando-me sua alma.

Quanto ele finalmente me invadiu lentamente, eu joguei a cabeça contra os travesseiros, apertando com força a mão de Kishan. Minhas pernas o envolveram com mais firmeza e eu puxei seu tronco contra o meu. Um gemido alto saiu tanto de meus lábios quanto dos dele, e eu me vi chegando a loucura com o som de sua voz rouca.

Ficamos parados por longos minutos, apenas sentindo nossas respirações ofegantes misturadas. Meus olhos estavam fechados, e eu apoiei minha testa contra o peito um tanto suado de Kishan, sentindo seus lábios murmurando palavras doces contra meus cabelos.

A estranha sensação que eu sentia consumir meu corpo passou, e uma onda de prazer descomunal me contaminou, fazendo-me pressionar o quadril contra o de Kishan em um pedido silencioso.

O corpo de Kishan começou a realizar movimentos lentos e ritmados contra o meu, fazendo com que eu gemesse com mais intensidade, sentindo meu coração bater contra o peito como marteladas.

− Abra os olhos – murmurou Kishan contra meus lábios quase sem voz, e eu o obedeci, sendo presa pela imensidão dourada, enquanto nossos corpos se movimentavam em harmonia.

− Ah, Kishan – gemi baixinho, acariciando sua nuca com a unha, o fazendo abrir um sorriso enorme.

Meu corpo gritava por mais, e eu queria que a sensação de prazer apenas se intensificasse, então joguei minhas mãos contra as costas de Kishan, pressionando-o mais fundo contra mim quando minhas unhas arranharam sua pele.

Minha visão ficou borrada por alguns segundos e eu mordi o ombro de Kishan quando meu corpo tremeu ao ser invadida cada vez mais fundo. Nossas respirações eram barulhentas, e eu não sabia onde pôr as mãos.

Arranhões e puxões de cabelo, mordidas e gemidos, uma troca constante de palavras desconexas e apaixonadas. Estávamos insanos.

− Eu sou seu, Mia – gemeu Kishan contra meu ouvido, deixando beijos rápidos em meu pescoço. – Completamente seu.

Aquelas palavras fizeram meu corpo explodir em uma sensação em cadeia. Uma mistura de gemidos e arrepios. Meus músculos estavam sem força quando Kishan afundou o rosto na curva de meu pescoço, passando a língua ali de forma sedutora antes de soltar um gemido tão descontrolado quanto o meu.

Tudo em nossa volta estava estático. Nossos corpos ainda estavam unidos, mas exaustos. A luz fraca das velas fazia nossas peles se contrastarem como uma pintura.

E eu soube naquele momento, que realmente estava entregue ao homem em meus braços de corpo e alma.

Continua...


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