A Caçadora de Seres Mitológicos escrita por Winasky


Capítulo 2
Capítulo 01




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Pim. Pim. Pim. Pim.

Pim. Pim. Pim. Pim.

–... só mais cinco minutos...

Pim. Pim. Pim. Pim.

Então, quando abri os olhos e olhei para meu alarme, vi que estava atrasada.

Levantei ás pressas e corri para meu grande closet. Escolhi algumas de minhas roupas chiques, sai em disparada para meu grande banheiro e escovei os dentes, e ao mesmo tempo, penteei o cabelo.

Tudo isso para manter-me sempre diante da alta classe.

Vivíamos recebendo recompensas e dinheiro, para cada caçada completada. Caso não fosse completada, mas apenas feita, não ganharíamos nada. Eu ainda não caçava, apenas treinava. Depois dos 15 anos, éramos liberados a caçar, pois já estávamos prontos. Por enquanto, apenas meus pais podiam caçar.

Ah, sim. O que eles caçavam? Seres mitológicos. Sim, eles existem.

É claro, meus pais dizem que não gostavam de caça-los. Eles dizem que começaram a caçar para sair da miséria. E como eles descobriram a tal caça? Bem, minha mãe diz que estava “dividindo problemas” com a vizinha, que era uma caçadora. A tal vizinha propôs a ela que entrasse para a caça também.

De qualquer forma, passaram-se 15 anos. E eles ainda caçavam.

E cá estava eu, ainda me arrumando.

Então, enquanto pegava minha mochila, me lembrei.

– É amanhã! É amanhã! – disse, comigo mesma. – Ela vai morrer de inveja quando eu a lembrar, pela décima vez!

Quando eu ia abrir a porta da minha suíte, ouvi alguém do lado de fora abrindo a porta.

– Senhorita Ângela? Seu café da manhã está pronto, servido á mesa. – a empregada dos meus pais colocou apenas a cabeça para fora.

– Já estava na hora. – resmunguei a ela – porque você não me acordou como deve fazer todos os dias? Seria sua culpa se eu atrasasse para a escola e você sabe muito bem disso. Não é?

– Sim, senhorita Ângela. Perdoe-me, mas estava fazendo seu café.

– Te perdoar? Falando de você, sua empregada inútil, isso não existe em meu dicionário. Agora, dê-me licença. Vamos! – e bati o pé, para chamar a atenção dela.

Rapidamente, ela abriu a porta para mim e deu espaço para eu passar, assim como eu havia dito para ela fazer dias atrás.

Antes de descer a escada, virei para trás, só para me certificar que ela não estava fazendo careta para mim. E realmente, não estava. Estava... triste, talvez?

Quando cheguei perto do fim da escada, acabei dando de cara com meus pais conversando. Assim que notaram minha presença, olharam para mim, mas com rostos tristes.

– O que aconteceu? – foi a primeira coisa que dirigi a eles.

– Nós estamos falidos, Ângela. – meu pai disse, sem mudar a expressão do rosto – acabou nosso dinheiro. Não conseguimos mais identificar aqueles seres tão facilmente. A maioria se escondeu. Sendo assim, hoje demitiremos nossa empregada, venderemos algumas coisas e alugaremos ou compraremos uma nova casa.

– Nova casa? Mas essa aqui é nossa! – eu levantei a voz, batendo o pé.

– Se só vendermos nossas coisas, não teremos como pagar todas as contas. – minha mãe respondeu.

– Como ficarei sem meu closet e minha suíte?! – gritei – Ah! Não iremos mais a festas luxuosas, nem compraremos mais roupas daquela loja?!

Meus pais se olharam e assentiram entre os dois.

– Iremos fazer o que nos restou. – meu pai disse, simplesmente. – Agora, vá para a escola. Você está atrasada.

– Mas e meu café...?

– Pegue alguma coisa para comer no caminho. – ele disse, calmamente.

– Espere! Eu vou andando?! Onde está aquele motorista preguiçoso?! – exclamei.

– Demitimos. Agora vá, Ângela! – minha mãe me olhou fixamente.

Resmunguei algumas coisas, depois de descer mais alguns degraus e passar por eles.

Depois de correr pela mansão, finalmente havia chegado à porta de saída.

– Eles nem quiseram que eu os lembrasse de que amanhã é meu grande dia. – resmunguei, enquanto abria a porta.

Fora de minha luxuosa casa, estava um cheiro de grama molhada. Nosso grande jardim estava repleto por pássaros, mas nossa fonte estava sem água.

De qualquer forma, tentei ignorar ao máximo de que eu poderia estar pobre.

Dei a volta na fonte, correndo. Um jardineiro, que nem imaginava que seria demitido naquele dia, acenou para mim.

“Ainda sou da classe alta, então não há necessidade de acenar de volta. É um jardineiro. É só cuidar e regar essas plantas e pronto, nada mais.” – pensei.

Quando cheguei ao portão, o porteiro de minha casa abriu para mim.

“Ainda sou uma lady para eles, então ainda prestam para mim.”

Do lado de fora, a indecisão. Para que lado? Pois enquanto estava no carro, nem prestava a atenção a rua. Para quê, se eu ganhava mais tempo conversando com minhas amigas caçadoras em um dos meus Iphone 5?

Olhei para um lado e para o outro da calçada. Então, tive uma ideia.

“Ah, eu sou um gênio mesmo. Vou pedir para alguém me levar.”

Corri para a casa ao lado, onde vivia um caçador um pouco mais velho que eu, de pais ainda mais ricos que os meus, que também estudava em minha escola luxuosa. Quando estava chegando ao portão, Felipe já estava entrando no carro, com motorista á porta, para fechar.

– Felipe! Felipe! – ele ouvira – Felipe!

– Quem está... Ah, tinha que ser. O que quer agora, Ângela?

– Ah, sabe... meus pais não estão mais naqueles dias de riqueza extrema, mas você sabe, tiveram de vender o carro e demitir aquele motorista. Então, você poderia me dar uma carona?

– Ângela, você me ignora, mente para mim, ri da minha cara e ainda pede para eu lhe dar uma carona? Ah, por favor. – e entrou totalmente no carro. – Vamos, Ricardo. Acelera. – e fechou a porta do passageiro.

– Por favor, Felipe! Vai, eu sei que ás vezes sou maldosa, mas por favor! Nunca te pedi nada, não é mesmo?

– Hum... – ele fez cara de desgosto – Não. Mas não será isso que mudará minha ideia.

E fechou a janela do carro. Mas, para minha agradável surpresa, o carro não acelerou. Fiquei esperando que algo acontecesse. Eu ouvia resmungos de dentro do carro, possivelmente de Felipe e seu motorista. Depois de longos vinte segundos, a porta abriu.

– Mas que droga, Ricardo! – Felipe resmungou para o motorista e em seguida olhou para mim. - Entra logo e não abre a boca.

– Aah! – rapidamente, entrei no carro, ao lado dele.

Felipe colocou sua mochila entre nós dois. Fiz o mesmo.

– Você me levará de volta. – eu disse a ele.

– Se isso foi uma ordem, Ângela... – Felipe ameaçou.

Um tanto nervosa, me ajeitei no banco.

– Foi uma pergunta.

– Hum...

– E então...?

– Felipe, ouça meu conselho. – ouvimos o motorista dizer, no banco da frente.

– Tá, tanto faz. – Felipe respondeu, virando o rosto para a janela ao seu lado.


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