A Caçadora de Seres Mitológicos escrita por Winasky


Capítulo 1
Prólogo




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– Eu sou uma caçadora. Juro proteger-te e matar aqueles que querem teu poderoso sangue. Juro não querer ter conhecimento das palavras daquela que proclamou nosso terrível destino. Derrames meu sangue ou queimes meu corpo, se assim eu não fizer! Óh, Winasaki. Sou tua caçadora, tua serva! Minha vida é inteiramente tua, eternamente!

Esse era meu juramento e de todos os caçadores. O que nós caçávamos? Seres mitológicos, em pleno século 21. Éramos ensinados desde pequenos a matá-los a qualquer custo, por isso, eu era uma caçadora desde meus cinco anos.

Dividíamos nosso tempo de treino com nossa vida normal em dois tempos; Antes das seis horas da tarde, tínhamos nossa vida normal ; Depois disso, treinávamos até meia noite. Junto com outras crianças, treinava com armas de fogo, espadas e arco. Quem errasse continuamente ou ficasse muito sonolento era punido. Uma vez fui punida, quando tinha seis anos, por ter dormido durante o revezamento de armas. Tive de ficar mais quatro horas treinando. Não pense que foi fácil.

– Saibam o motivo de estarem aqui. – Winasaki disse a todos os novos caçadores que haviam acabado de se recrutarem oficialmente a caça. Um deles era eu. – Há muitos e muitos anos, no século 18, minha poderosa família havia descoberto que seres mitológicos realmente existiam. Eles eram livres e até podiam viver entre os humanos tranquilamente. Como nas lendas que ouvia, eles eram tão poderosos que se removêssemos todo o sangue de seus corpos, ele poderia nos dar um grandioso poder, capaz de destruir dezenas de sua raça! – Winasaki havia suspirado - De qualquer forma, na época, destruir esses seres não era importante para minha família. A primeira intenção era poder destruir algo muito importante para nós, mas não irei dizer o quê. Entretanto, era necessário caçá-los. Então, meus ancestrais contrataram alguns caçadores da época, dispostos a capturarem seres mitológicos. Minha família informou aos caçadores, exatamente como vocês, que receberiam grandes recompensas e muito dinheiro , se achassem e os trouxessem até a prisão da Casa Principal. Depois que ouviram essa proposta, logo foram caçar. Foi duro, demorou anos. Não foi um, nem dois, foram centenas. Eles se infiltravam entre os humanos perfeitamente! Mas nós os achávamos. Ah, sim. Ao longo dos anos, mais e mais caçadores foram se alistando. Até que um deles encontrou nosso um dos nossos principais alvos. O ser mitológico que eles capturaram foi o melhor que poderíamos ter. Yane, filha de Lown Werning, líder do Acampamento Werning, lugar que aqueles seres chamam de lar. – neste momento, todos nós ficamos com os olhos arregalados – Ela foi um alvo fácil. A pobrezinha foi pega na floresta, sozinha e perdida, abandonada por seu pai; e bem na hora que ela entrou na floresta, um de nossos caçadores não teve dúvidas! Pois a menininha, eu garanto, estava em sua forma normal: a de um anjo! Um anjo, senhoras e senhores! Que repugnante!

Neste momento, um garotinho que estava do meu lado, levantou a mão.

– Mas anjos são bonzinhos, não são, senhora Winasaki? No meu livro, dizia que...

Winasaki lançou um olhar furioso para ele, e até pensei que fosse comigo:

– Não importa o que o livro dizia! Mas que menino insolente! Como ousa dizer isto!? Que total desrespeito com os caçadores e, até, a mim! – ela gritava, enfurecida. – Lembre-se, você é meu servo! Sua vida é minha! Se não quer que eu derrame seu sangue, trate de mudar de pensamento quanto aos anjos!

O menino, envergonhado, encolheu-se entre a plateia.

– S-sim, senhora. Anjos maus.

– Sim, anjos maus! Anjos maus! – Winasaki disse, ainda olhando para o garoto. Em seguida, olhou novamente para a plateia. – Bom. Garanto a vocês que, primeiramente, não a matamos. Tínhamos de compensar todos os anos de procura. – ela começou a andar de um lado ao outro, com as mãos nas costas. Então, a trancamos em uma prisão deste castelo! – todos nós olhamos um para o outro – Mas era uma prisão especial: a famosa sala de tortura, onde espero que nenhum de vocês chegue perto. – e deu um meio-sorriso – Em jus ao nome, sim, nós a torturamos. Prendemos seus pulsos em algemas. Fomos generosos, na verdade, pois não prendemos seus calcanhares nem pescoço. Andava livremente pela sala, mas não havia um mínimo de chance de sair. Não havia janelas, e a porta era totalmente feita de aço. E, se conseguisse sair, daria de cara com centenas de caçadores. Foram apenas dois anos, comendo da saborosa e farta comida, além de maravilhosas bebidas. Roupas foram especialmente feitas a ela. A menina, de rosto doce e branco, era traiçoeira, lançava pragas a mim, as minhas irmãs e meus pais. Falava desgraçadamente, com palavras que não preciso pronunciá-las aqui.

“Quando a pirralha havia atingido certa idade, exatos 14 anos, minha irmãzinha querida sugeriu que a deixasse sair um pouco, andar pelo castelo. Ingênua como a idade sugeria, dizia que ela poderia morrer se ficasse naquela solidão. Todos nós não concordamos, é óbvio. Pois era exatamente isso que queríamos: que um ser mitológico morresse graças a nós, humanos. Entretanto, meu pai sugeriu algo muito melhor. Então, escoltada pelos dois melhores caçadores, saiu da terrível Sala de Tortura. A luz da tocha quase a cegou, o que, sinceramente, acho que a cegaria se ela não tivesse fechado os olhos. Ordenamos aos dois caçadores que fossem a esta mesma sala, onde há o meu palco. Sim! Neste mesmo lugar, onde estou, Yane caiu de joelhos e fora obrigada a olhar a todos os caçadores abaixo dela. Todos! Crianças, adolescentes, adultos, velhos! Todos os meus servos! A ideia do meu pai era esta: mostrar a nós, humanos, que tipo de ser estava vivendo entre nós! Porém, aquela desgraça, para nossa surpresa, proclamou a profecia: a Profecia Maldita! – gritou, em plenos pulmões.”

Todos ficaram surpresos e assustados ao mesmo tempo.

Um homem, que deveria ter trinta anos, levantou a mão, perto do palco:

– A Profecia Maldita - ele pausou por um instante e continuou, confiante - o que ela diz?

Winasaki olhou para o rapaz, mas a expressão de seu rosto era indescritível.

– Qual é seu nome, caro servo?

– Meu nome é Rafael. – ele respondeu sério.

– A Profecia Maldita, ou dita pelos seres repugnantes, A Profecia de Yane, não pode ser proclamada novamente, pois, se assim acontecer, vocês todos morrerão. Não irei entrar em detalhes, é claro. – Winasaki respondeu, sem mudar sua expressão.

O homem olhou para baixo, paralisado. Em seguida, levantou os olhos, olhando fixamente para Winasaki.

– Pois eu os matarei até o último pedido de piedade.

– Muito bem – Winasaki sorriu maliciosamente para o homem. – É assim que quero de todos vocês. Agora, comecem o treinamento! – ordenou.

– Espere! – eu disse, levantando a mão, antes de todos ficarem em posição de sentido.

– Quem ousa interferir em minhas ordens? - Winasaki estava procurando pela voz e acabou encontrando minha mão.

– Ah, desculpe, senhora Winasaki. Não era minha intenção. Eu quero fazer uma pergunta.

– Os treinos não podem atrasar! Há muito seres repugnantes lá fora, esperando serem fisgados! Então, fale logo!

– É, ah... O que acontece depois?

– “Depois”, o quê? – perguntou, secamente.

Neste momento, percebi que os outros servos começaram a murmurar entre si.

– É que... Depois que Yane proclamou a Profecia Maldita, o que aconteceu?

E os novos caçadores voltaram-se para Winasaki, curiosos para saber o restante da história.

– Irei resumir tudo, garotinha. Assim que Yane proclamou a profecia, ela escapou, voltou com um bando de criaturas terríveis, mataram meus pais e minhas irmãs. E então, eu mesma a matei. Agora, vão aos treinamentos! Agora! – Winasaki olhou para todos e rapidamente, em posição de sentido, todos os novos caçadores, inclusive eu, saíram da sala.


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Notas finais do capítulo

Devo agradecer imensamente a minha beta, por me ajudar :3



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