Dias de Ensino Médio escrita por Pedro Campos


Capítulo 4
Dia 4


Notas iniciais do capítulo

Nesse capítulo tem clima em :3



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– E foi isso que ela disse? Só sim, você está apaixonado? – Perguntou Will, ele era um garoto um pouco menor que eu de pele morena e cabelo um pouco chapiscado, um cara bem maneiro para o tempo que ele passou naquela escola.

– Sim só você está apaixonado. – Respondi.

Estávamos no recreio, eu poderia ter contado isso para Will na sala, mas ainda estava pensando se deveria então no recreio quando ele me perguntou o porquê de eu estar com cara de quem acordou em outro mundo eu resolvi contar.

– E você está apaixonado por ela?

– Não sei cara eu estou mais confuso, uma hora eu morro de amores pela Yas e na outra eu estou apaixonado pela Naty? Isso é muito confuso.

– A cara eu acho que isso é normal, você sempre foi apaixonado pela Yas, mas ela nunca te deu bola então agora que chegou outra garota por quem você se interesse provavelmente sua mente percebeu que estaria perdendo tempo ficando na cola da Yas.

– Desde quando você é um gênio em relacionamentos amorosos?

– Acho que aprimorei isso nas férias.

– É talvez sua teoria esteja certa, mas acontece que eu conheço a Naty há pouco tempo, e se isso for só uma paixonite?

– Cara pode ser que sim, pode ser que não, mas acontece que nunca vi alguém ter só uma paixonite tendo essas borboletas no estômago que você tem pela Naty.

– Realmente, você tem que virar guru do amor Will. – Abaixei a cabeça e a escondi com os meus braços e minha voz saiu meio abafada. – Será mesmo que eu estou apaixonado?

– Aposto minha alma que sim.

– Não exagere nas apostas.

– Ei essa garota, a Naty, não é aquela que o Davi está afim?

– Mas que droga. – Levantei rápido a cabeça. – Eu tinha esquecido esse detalhe.

– É parece que seus problemas só estão começando, e estamos no quarto dia de aula, Pedro com certeza esse não será um bom ano.

– Eu estava imaginando isso agora.

Eu não sei o que me assustava mais, o fato de eu estar apaixonado por uma garota que eu conheci a alguns dias ou o fato de eu estar apaixonado pela garota que meu melhor amigo gosta.

– Cara eu preciso de um quilo de lasanha. – Falei deitando novamente a cabeça no braço.

O sinal representando o final do recreio bateu dois minutos depois. Fui para sala com Will para assistir uma aula muito chata de química, mas durante essa aula eu tive tempo de pensar um pouco no assunto. Talvez não fosse tão ruim estar apaixonado por outra pessoa, afinal eu já estava parado em Yasmym há quase um ano e não havia conseguido nenhum resultado, e se dessa vez fosse diferente?

– Pensando em algo? – Perguntou Yasmym do meu lado.

– Posso te fazer uma pergunta? – Falei olhando para ela.

– Depende.

– Por que nós não namoramos?

– Porque eu te acho muito criança e não acho que você levaria um namoro muito a sério.

– Como você sabe se nunca tentou?

– Sabendo.

– Você não pode saber se algo é bom sem nunca ter provado.

– Pedro entenda eu gosto de você, mas não vejo você como um namorado.

– Nossa.

– Algumas verdades são mais duras que outras.

– Percebi.
Depois de diálogo intenso não falei mais nada durante as duas aulas, e fui embora rápido quando o sinal bateu. Estava quase curtindo a solidão de ir para casa sozinho. Quase.

– Por que está triste. – E novamente meu estômago vibrou.

– Nada Naty.

– Eu sei que está acontecendo algo, nunca te vi triste.

– É só que tem muitas coisas que eu não entendo.

– O que, por exemplo?

– Por que o amor é tão confuso?

– Porque se ele fosse fácil de entender seria chato. – Ela falou rindo e eu simplesmente não pude deixar de rir também.

Havia algo nela, um tipo de magia arrisco-me a dizer, que me fazia feliz, que simplesmente não permitia que eu ficasse triste diante dela. Talvez tenha sido essa magia que me fez passar da porta da minha casa e continuar andando com ela.

– Percebeu que agora você que está me levando para casa? – Perguntou ela.

– Por algum motivo eu percebi, mas quem liga?

– É quem liga?

E de novo eu estava rindo e ela também, aquilo era incrível era como se aquele fosse o mundo em que eu queria estar e eu estava com quem eu queria estar e só isso me importava.

– Chegamos. – Falei um pouco decepcionado por esse caminho ser tão curto.

– Obrigado senhor por me acompanhar até meu humilde lar.

– Foi uma honra senhorita.

E então ela foi subindo a escada de dois degraus que dava para a entrada de sua casa, mas parou no meio do caminho e olho para trás e voltou, e me deu um beijo na bochecha.

– Você é um cara maneiro Lasanha. – E então entrou.

Eu agradeci a Deus por não ter gente me olhando, pois eu devia estar vermelho como pimenta e com um sorriso meio bobo na cara então fui andando para casa, com a barriga formigando.

E dessa vez eu sabia que não era fome.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :D



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