“—É, eu sei que vai.”

O Sábado chegou á casa dos Uchiha mais rápido que imaginavam.

E naquela belo dia ensolarado, a família dos Uchiha’s já estavam preparando a casa para receber as visitas.

Sakura e Jun preparavam as carnes e os acompanhamentos enquanto conversavam e riam alegremente na grande cozinha da casa.

Itachi e Sasuke estavam no grandioso jardim, e preparavam a churrasqueira e arrastavam a mesa e cadeiras para vários lados, cada um defendendo se ponto de vista de onde a mesa ficava melhor, na horizontal ou de costas para a churrasqueira.

Em meio a toda aquela agitação familiar, Miku tentava se encaixar em algum lugar, ora indo para a cozinha junto da mãe, outra com o pai no jardim.

Mas em qualquer lugar em que tentava ajudar, acaba sendo indiretamente e delicadamente expulsa.

Quando tentou ajudar na cozinha e quase derrubou a travessa de carnes, a rosada quase morreu de susto e exibiu um sorrisinho amarelo, batendo nas costas na filha, enquanto a levava para fora do cômodo, dizendo:

—Filha, isso é coisa de adulta. Quando crescer eu te ensinarei a cozinhar... Por ora, vá brincar, meu anjinho...

Entendendo o recado sutil, a garotinha foi até o jardim, onde encontrou os homens discutindo ainda sobre o posicionamento da mesa, e como sempre, a menininha se meteu e deu sua opinião, discordando dos dois e falando que a mesa deveria ficar na diagonal, atravessada no gramado.

Mas nenhum dos dois lhe deu atenção, e a emburrada moreninha se sentou no sofá, a espera do único que não a tratava com um bebê...

—Arata!—Gritou ela ao ver o loirinho entrar timidamente na casa junto com os pais adotivos.

O menino se assustou com o abraço de urso da amiga e sentiu as suas bochechas queimarem ao ouvir a gargalhada divertida de Naruto:

—Olhe lá, Sasuke! Que tal já arranjarmos um casamento?—Perguntou o loiro, endereçando uma piscadela marota para o moreno, que fuzilou tanto o pai quanto o filho e depois virou a cara, murmurando coisas nada amigáveis sobre a sua filhotinha só se casar depois que ele morrer.

Logo, o loirinho se soltou junto da Uchiha e enquanto todos ficavam a vontade, as crianças se entregavam a brincadeiras inocentes em meio ás arvores do jardim, mas que ás vezes tinham o olhar assustador do moreno supervisionando os dois.

A comida logo ficou pronta e foi nesse clima de amizade e alegria que a tarde passou, Naruto contava piadas idiotas e até Sasuke se rendeu ás risadas, Itachi fazia várias batidas junto de Jun e todos se deliciaram com aquelas maravilhas alcoólicas, menos Hinata, já que a sua condição de gestante a privava de tais bebidas.

—Já sabe o sexo dessa belezinha?—Perguntou a loira, bebericando sua bebida enquanto encarava o redondo ventre da Uzumaki.

Hinata sorriu e respondeu:

—Eu e Naruto resolvemos fazer surpresa sabe, tipo, venha o que Deus quiser... Mas lago me diz que é uma menininha... E você Jun, não deseja ter filhos?

A ninja colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e respondeu:

—Nhá, eu não sei. Me acho muito insegura para a maternidade, sei que Itachi seria uma bom pai pelo que vejo do relacionamento dele com a Miku, mas ainda não me vejo “mamãe”.

Depois, as duas mulheres encararam Sakura com curiosidade, esperando o pronunciamento da rosada sobre o assunto.

—E então, quando virá o irmãozinho da Miku?—Perguntou Hinata delicadamente, mas que teve um impacto arrasador sobre a rosada, que se perdeu em seus devaneios.

Afinal de contas, a Uchiha nunca havia pensado no assunto, nunca havia pensando em gerar um filho do marido, e tal pensamento a fez imaginar inúmeras situações com relação á maternidade, como um ventre volumoso, desejos malucos no meio da noite ou sentir os chutes dentro de si.

Enquanto isso, as crianças se divertiam, sem se importarem se estavam se sujando de terra ou com o suor, a imaginação não tinha limites e nada os fazia parar.

Miku encenava perfeitamente o seu papel de princesa que acabara de ser resgatada das garras de um dragão por seu príncipe encantado e destemido.

—Oh, meu príncipe!—Exclamou, abraçando-o com carinho, sua voz carregando uma dramaturgia até cômica.—Muito obrigada por ter me salvado daquela fera terríiiivel!

Arata, assumindo a posição de nobreza que a brincadeira lhe encarregara, disse estufando o peito:

—Não foi nada, minha princesa! Heróis fazem atos de heroísmo, você não me deve nada.

—Mas como poderei recompensá-lo, oh, nobre cavaleiro?—Indagou a morena, e o garoto deu de ombros, abandonando a personagem, sem saber como continuar a brincadeira.

—Não sei...—Respondeu, se sentando no chão de terra, ao pé de uma cerejeira, onde ao seu lado, a morena se sentou.—O que uma princesa dá para mostrar sua gratidão? Nunca pensei nisso...

—Bem, vejamos o que temos por aqui...— Murmurou a menina olhando ao seu redor, mas logo mudando de ideia, vendo que não havia nada de útil ali.— Nha, uma princesa não pode dar grama ou pedrinhas para seu salvador, isso existe em todo lugar! Tem que ser algo importante, para que ambos nunca se esqueçam...

—O que você tem de importante para me dar então?—Perguntou Arata, inocentemente.

Miku olhou-se cuidadosamente, tentando encontrar algo que pudesse ser único e valoroso nela mesma para que pudesse dar ao loiro e prosseguir na brincadeira.

—Bem, eu tenho meu coração...—Sussurrou a moreninha.

—É algo bem precioso!—Exclamou o garotinho, animado.—Mas... Como é que você vai dá-lo para mim?

A menininha pensou, pensou tanto que até o seu cenho se franziu e seu amigo não ousou interrompê-la.

—Acho que dá para fazer isso com um beijo.—Respondeu Miku, fazendo com que o Uzumaki arregalasse os olhos e dissesse:

—Mas apenas pessoas que se amam se beijam!

—É por isso que a gente vai se beijar ué!—Explicou a Uchiha, impaciente com a lerdisse de Arata.— As pessoas se beijam para entregar seus corações a outras! E então, vai querer meu coração, ou não?

—Quero...—Murmurou o loiro, se aproximando da menininha, um pouco acanhado com o que iria fazer.

Lenta e silenciosamente, o garotinho se aproximou de Miku, que o esperava de olhos fechados, mais por vergonha do que por naturalidade.

O contato foi singelo e puro, os lábios deles se tocaram durante poucos segundos e logo depois, um se sentou de costas para o outro.

—Eu me sinto quente...—Murmurou o menininho, com a mão no peito, sentindo seu coração martelar contra as suas costelas.

—É por que o meu coração está com você agora, é normal.—Respondeu Miku, baixinho, envergonhada.—Espero que tenha gostado do meu presente, príncipe, é muito precioso para mim...

—Eu realmente gostei, vou cuidar muito bem do seu coração, princesa.