I Hate Goodbyes escrita por Artur


Capítulo 4
Capítulo 04: Goodbyes to the past


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo! A continuação do cap de ontem espero que gostem pois eu adorei escrever essa parte, adorei o episódio da série e a partir daqui vamos ver o romance dos dois :)



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I Hate Goodbyes

Goodbyes to the past

Pov. Beth Greene

Depois de algum tempo, finalmente consigo convence-lo a beber um pouco, e acabamos que em uma divertida brincadeira, pelo menos para mim .

– Irei dizer algo, se você já fez, você bebe . Se não, eu bebo . – Indaguei e ele fica em silencio .

– Você não conhece esse jogo ? – Continuei

– Nunca precisei disso para ficar embriagado . – Ele responde e caio em risadas, acho que só eu vi graça .

Eu realmente nunca vi o Daryl dialogar tanto nessa brincadeira desde que ficamos juntos, e estava demorando para as coisas voltarem ao normal ..

– Vou mijar . – Ele diz grosso como sempre levantando-se e indo em direção para parede jogando o copo no chão .

– Ei ! Faça silencio .

– Não te escuto, estou mijando ! – Ele responde com um tom grosseiro de voz .

– Daryl, não fale tão alto .

– É a minha babá agora ? – Questionou virando o rosto para mim .

Fiquei em silencio colocando minhas mãos envolta do copo, ele termina vindo em minha direção .

– É a minha vez, eu nunca ... tive um pônei, nunca ganhei presente do Papai Noel, nunca dependi da proteção de ninguém .

– Daryl ! – Tentei interrompe-lo mas ele continua .

– Nunca cantei para um grupo como se tudo fosse diversão e com certeza nunca cortei meus pulsos para chamar atenção !

Novamente ele consegue me magoar profundamente, e novamente eu sei que ele falou da boca pra fora mas estava ficando difícil a nossa convivência, o que ele disse foi de um mal gosto extremo mas de um certo modo ele estava certo, sempre dependi da proteção de alguém ao contrário dele . Somos pessoas completamente diferentes, com personalidades diferentes, somos opostos ...

– Tudo bem, vou embora . – Afirmei serena, queria evitar mais problemas e se ele me via assim, não daríamos certos juntos .

– Ei ! Aonde pensa que você vai ? Temos companhia ! – Ele grita me puxando pelo braço e me levando para fora da casa, um errante se aproxima de nós e Daryl continua .

– Vamos treinar um pouco de arco e flecha . Vem aqui idiota ! – Ele exclama lançando duas flechas no errante que fica preso na árvore .

– Quer tentar ?

– Eu não sei como ...

– É fácil ! Vem cá . – Ele interrompe me puxando para sua frente e colocando seu braço envolta do meu pescoço repetindo isso inúmeras vezes, já estava começando a me machucar .

– Vamos Greene, vamos arranca-las e praticar um pouco mais . – Ele diz soltando-me indo devagar em direção as flechas que estavam enfiadas no corpo do walker . Corro mais rápido enfiando minha faca no crânio do errante acabando com aquela situação .

– Por que fez isso ? Eu estava me divertindo . – Daryl reclama .

– Não ! Você estava sendo idiota . – Rebati agora com um tom de voz mais alto . – Mata-lo não é pra ser divertido .

– O que você quer de mim ?? – Ele grita ainda mais alto .

– Que pare de fingir que não se importa com nada ! Como se o que passamos não importasse . Como se as pessoas que perdemos não significassem nada para você . – Retruquei intensamente enquanto ele me encarava, realmente eu continuava acreditando que Daryl era como eu, criava seus próprios escudos por fora, mas por dentro é frágil emocionalmente .

– Você não sabe de nada ! – Ele exclama menosprezando, abaixo a cabeça suspirando e procurando as palavras certas para proferir .

– Sei que você olha para mim e vê outra garota morta . Por não saber se defender sozinha, por ser frágil e indefesa, por se importar com as coisas mesmo que elas sejam miseras possíveis . Não sou a Michonne, ou como a Carol e a Maggie . – Gritei enquanto ele me olhava, respiro e continuo indagando :

– Mas pelo menos eu sobrevivi, e você não entende isso pois não sou como você ou elas mas ... sobrevivi ! E não pode me tratar assim só porque está com medo .

Daryl se aproxima de mim, fuzilando-me com o olhar .

– Não tenho medo de nada .

– Eu lembro .. quando aquela garotinha saiu do celeiro, depois que minha mãe ... bem, você era como eu ! E agora não permite que se aproximem de você . – Retruquei .

– Se aproximar é ? Você entende disso . – Ele responde apontando o dedo para minha cara .

– Perdeu dois namorados e não derramou uma lágrima sequer ! – Fechei meus olhos tentando evitar que eu me lembrasse de todos esses acontecimentos, evitar que suas palavras me atingissem mas foi impossível quando ele continua .

– Sua família morreu e tudo que você faz é se comportar como uma vadia !

– Você não entende .

– Você que não entende ! Todas pessoas que conhecemos morreram ! – Ele persiste .

– Não sabemos !! – Exclamei irritada .

– Podem muito bem estar, pois nunca os verá de novo ! – Dessa vez quem fica calada sou eu, enquanto ele continua gritando .

– O Rick, ou a Maggie .. nunca mais você verá a Maggie ! O Governador avançou direto nas cercas, talvez se eu não tivesse parado de procura-lo ... – Ele diz agora com um tom entristecedor de voz .

– A culpa não é sua . – Interrompi abraçando-o por trás enquanto só escuto os seus choros agonizantes, mesmo que tímidos .

A noite prevalece e agora estávamos em uma espécie de varanda, cada um em um canto, ele cabisbaixo, e eu pensativa . Comecei a tocar em meu pescoço e notei que ele estava dolorido, devido ao Daryl ter apertado .

– Desculpa ... se eu te machuquei . – Ele diz percebendo, sei que deve ser bem difícil para ele pedir desculpas, principalmente depois de hoje .

– Tudo bem . Agora eu entendo porque meu pai parou de beber .

– Está enjoada ? – Ele pergunta .

– Não, queria me sentir assim sempre . Isso é ruim – Respondo ele da um simplório sorriso completando em seguida :

– Tem sorte de ser uma bêbeda feliz .

– Sim, eu tenho mas algumas pessoas se tornam babacas quando bebem . – Completei brincando em relação aos atos de Daryl .

– Sim sou um idiota quando bebo .

– Que bom que você percebeu a indireta ! – Exclamei brincando .

– Essa casa, me lembra muito bem o ambiente em que vivi por longos anos .. – Afirmou fazendo uma pausa continuando com outro assunto logo em seguida, parecia querer fugir do próprio passado .

– Uma vez fui com o Merle para a casa de um dos amigos dele, nem deu meio-dia e já estávamos bêbados . – Ele começa a falar mas dessa vez bem sério .

– Enquanto víamos um programa, Merle começou a falar besteiras, não parava, não consegue parar . Acontece que era o programa favorito dos filhos do cara e ele nunca via os filhos então... ele ficou irritado e deu um soco na cara do Merle, uma enorme confusão surgiu mas tudo parou quando recebi um soco na barriga e acabei vomitando .

– E como isso te ajudou ? – Perguntei curiosa .

– Eles começaram e rir e esqueceram de tudo . Sabe o que eu fazia antes de tudo isso ? Estava me deixando levar pelo Merle, fazendo tudo que ele mandava . – Ele responde cabisbaixo .

– Sente falta dele ? Sinto falta da Maggie e das suas ordens . Sinto falta do meu irmão Shawn, sabe aqueles irmãos superprotetores ? Bem típico dele . – Indaguei sorrindo mas logo me calei.

– Sinto falta do meu pai .. sempre achei que ele fosse passar os últimos dias em paz, pensei que a Maggie e o Glenn teriam um bebê e que ele poderia ser avô . Que ele envelheceria, e aconteceria, mas ... que seria calmo . Ele estaria cercado de pessoas que o amavam .

Sou muito estupida, com todos esses planos esperançosos e que tudo terminaria bem, como eu poderia pensar em algo assim ? Tenho que acordar para realidade .

– Eu queria simplesmente mudar, como você mudou, sabe .. você parece que nasceu pra enfrentar esse mundo.

– Simplesmente me acostumei com as coisas ficando feias. Cresci em um lugar assim . – Ele responde .

Ficamos nos entreolhando por um longo período, levanto-me indo em sua direção, sentando logo em seguida ao seu lado . Fiquei olhando para cima enquanto digo :

– Um dia eu vou morrer .

– Pare ! – Ele rapidamente indaga .

– É verdade e você será o último homem em pé ! – Continuei dessa vez olhando para ele .

– Você sentirá minha falta quando eu morrer, Daryl Dixon ? – Questionei procurando sua mão e quando finalmente a encontro, envolvo-a entre a minha ele se cala durante alguns segundos e responde :

– Sim .

Esse momento foi bastante importante para nós dois, desabafando, tivemos uma oportunidade de entendermos nós mesmos, talvez eu e o Daryl .. possamos viver juntos e ao queimar aquela casa, demos adeus ao nosso passado .


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