Pouco mais de uma hora depois, Rosalie, Alice e as outras damas de honra estavam na loja de vestidos enquanto Alice escolhia seu vestido de noiva.

– Por favor, diga que nós vamos usar esse vestido. – Bella pediu olhando para um vestido azul encantador. Alice botou a cabeça para fora do provador onde colocava o vestido branco e abriu um sorriso sádico.

– É claro que não, você acha mesmo que eu deixaria vocês ficarem tão bem no meu casamento? – Bella gemeu de desagrado. – O que vocês usarão é aquele longo repleto de babados. – ela aumentou o sorriso.

– Por que você tem que ser tão má?

– É claro que ela tem que monopolizar toda a beleza no dia do casamento, quer dizer, ela é a noiva. – Jane apoiou.

– Você sabe que terá que usar esse vestido de babados também, não é? – Bella checou.

– Acho que você não viu o vestido que Alice usou no meu casamento. – Jane disse em tom compadecido.

– Rose, então, Alice nos contou sobre o seu chefe. – Claire disse com um sorriso.

– Argh, nem me fale sobre isso. – a loura gemeu de desagrado.

– Não, a melhor parte é que ela quer ir atrás dos ex namorados. – Alice disse ainda de dentro do provador. Rosalie havia contado à irmã mais nova toda a verdade; ela não achou a ideia agradável, mas apoiou a irmã, apesar de achar aquilo uma loucura, já que era isso que a loura queria.

– Ei, não me julgue. – Rosalie virou a cara. – Eu falei que não passaria dos vinte. A revista dizia da dificuldade depois dos vinte!

– Essa ideia é louca. – Bella avisou.

– Ela está certa. – Jane a defendeu. – Você não pode dormir com mais um, Rose. Você já dormiu com vinte homens! – a amiga falou como se essa fosse uma das piores coisas que poderia acontecer na vida de uma mulher.

– Eu não diria pra não dormir com mais nenhum homem, mas... Isso meio que é um número alto, até pros meus padrões. – Claire sorriu. Rosalie se encolheu.

– Ei, sem pressão. – Alice deu uma risada.

– Como você teve essa ideia, afinal de contas? – Bella quis saber.

– Depois de encontrar um ex namorado que virou padre e me sugeriu que eu repensasse o motivo de ter me envolvido com cada um desses vinte caras. Talvez minha alma gêmea seja um deles e eu não reparei. – Rosalie suspirou.

– Rose, se não deu certo antes, talvez seja pelo fato de que nenhum deles era pra você. – sugeriu a irmã mais nova.

– Alice tem um ponto. – Claire concordou.

– Não! Se der certo com algum deles, quer dizer que não houve desperdício total de tempo com um. – Rosalie se defendeu. – Não vejo por que não tentar. Um deles pode ser o homem da minha vida.

– Ou só um ex babaca. – Claire disse com um sorriso. Jane lançou uma almofada pequena e branca em sua direção.

– Rosalie, vá atrás desses homens e ache o ex da sua vida. – Jane a incentivou.

– Como você vai acha-los, de toda forma? – Bella quis saber.

– Eu contratei um detetive particular.

– Garotas, hora do vestido! – a baixinha interrompeu abrindo a cortina e se revelando num vestido branco no melhor estilo princesa. Vários elogios foram exclamados e Alice foi para a frente do espelho admirar a roupa.

– É perfeito. – a irmã mais velha falou. – Você está magnifica, Ali. – a baixinha sorriu.

– É esse. Eu amei. É exatamente como eu imaginei.

As garotas passaram o resto do dia olhando louças, cardápios e afins para a recepção do casamento. A noite, Rosalie foi se encontrar com o irmão para jantar. Contou para ele a história do padre em detalhes melhores e falou sobre investigar os homens.

– Eu não consigo acreditar que você está realmente gastando seu dinheiro para achar os caras com quem você saía. – ele balançou a cabeça. – Eu não sei se você se lembra, mas eles eram uns idiotas.

– Bom, a ideia é eles não serem mais. Além do mais, você nem sabe de todos os caras com quem eu já saí.

– Claro que sei. – Edward sorriu.

– Não sabe não. – a loura revirou os olhos.

– Diga o nome de um cara com quem você tenha saído que eu não sei.

– Peter. – o irmão mais velho sorriu.

– Você se esquece de que estávamos na mesma faculdade. Eu sei de todos.

– Tyler. – ela disse em tom de desafio.

– Aquele que tinha tendências homossexuais.

– Eu não te contei sobre ele! – Rosalie franziu o cenho.

– Eu vi.

– Jasper. – Rosalie soltou em tom desafiador antes que pudesse se controlar. Os olhos de Edward se arregalaram enquanto Rosalie se encolhia.

– Você dormiu com o Jasper? O Jasper da Ali? A Alice sabe disso?

– Você não vai contar à ela!

– Já vi que não. – ele disse.

– Foi há muito tempo e ele não estava com Alice. – ela explicou.

– Mas ele já era ex dela? – com um gemido angustiado, Rosalie assentiu. – Achei que vocês mulheres tivessem aquela coisa de não pegar o ex da outra. – ele disse com um sorriso para provoca-la.

– Cala a boca. Não precisa fazer eu me sentir pior. – ela pediu. Edward riu.

– Tudo bem. Mas então, quem vai investigar os babacas?

– Meu vizinho, Emmett. O pai dele tem uma firma de investigações particulares e ele vai fazer barato pra mim.

– Você deveria economizar dinheiro agora que está desempregada. – o irmão mais velho alertou.

– Fique tranquilo, se eu for despejada me mudo para o seu apartamento. – ela disse com um sorriso simpático. – O Emmett já achou dois. Você acredita que o Peter está no espaço? E eu digo literalmente. Ele trabalha pra NASA.

– Aquele babaca do Peter? Eu achei que ele fosse meio idiota. – Edward franziu o cenho.

– Eu também! Mas agora o cara trabalha pra NASA! Não acredito que saí com alguém bom o bastante pra NASA e o deixei. – ela resmungou.

– Achou mais alguém?

– O Paul. – ela disse. – Apesar do cara ser um dos melhores sexos da minha vida, ele ainda é caixa do supermercado. Quer dizer, sério? Ainda? Ele trabalhava naquilo no colegial. Já se passaram mais de dez anos! Ele não tem ambição? – ela reclamou.

– Pelo visto não está tendo sorte. – ele comentou com um sorriso sarcástico.

– Isso é tudo culpa sua. – ela suspirou.

– Como isso é culpa minha?!

– Você me deixou transar com o Caius! – ela o acusou bebendo seu suco.

– Não, você não deixou ninguém te impedir. Talvez se você pegasse mais leve nas comemorações você não se meteria nessas roubadas. – ele bufou. Com um suspiro, Rosalie voltou a comer, ignorando prontamente o comentário do irmão mais velho.

Depois de voltar para casa, Rosalie tomou um longo banho enquanto cantava animada trechos de uma de suas músicas favoritas. Não importava o que os irmãos achavam, ela estava certa de que sua ideia de ir atrás dos homens com quem saíra daria certo. Pelo menos um deles tinha que salvar. Por Deus, ela tinha quase vinte opções!

Após sair do banho vestiu uma camisa larga dos Giants, um short de moletom curto e confortável, e foi preparar algo para comer enquanto assistiria o jogo da NFL. Antes que pudesse se sentar, alguém bateu em sua porta. Deixando um pacote de pipoca sobre o sofá foi atender.

– Emmett, oi.

– Oi. – ele sorriu. – Eu achei outro nome. Ia mandar pro seu e-mail, mas como ouvi você cantando no chuveiro, decidi vir aqui te passar pessoalmente. – o sorriso de lado fez Rosalie vacilar. Os olhos do moreno desceram para as pernas expostas da loura e o sorriso dele aumentou.

– Você me ouviu no banho? – ela se encolheu. Ela era uma péssima cantora.

– Ouvi. As paredes são bem finas, você sabe. – ele deu de ombros com um sorriso ainda maior. Ah, ela sabia. Ela já havia ouvido várias das coisas que ele fazia com as garotas que levava ao seu apartamento. O que provavelmente queria dizer que ele já ouvira coisas dela que ela preferia que ele não tivesse ouvido.

– Eu sei.

– Então, Giants, huh? – ele disse apontando para a camisa dela. A loura sorriu.

– É. Estava indo ver o jogo agora. Você gosta?

– Sim. – ela abriu mais a porta, em um convite.

– Sinta-se à vontade. – com um sorriso, Emmett entrou no apartamento e eles se acomodaram no sofá.

Depois de uma hora de cerveja, comentários e comemorações, o jogo por fim acabou, com os Giants vencedores.

– Então, quem você achou? – Rosalie perguntou, lembrando-se do motivo de Emmett estar ali.

– Royce. – ele disse. Rosalie sorriu animada. Royce fora seu primeiro amor, seu primeiro namorado. O número um de sua lista.

– Onde ele está?

– Ele tem um endereço aqui e um em Los Angeles. Consegui os dois números, mas nenhum endereço ainda, mas também não sei se ele vai poder ir ao casamento.

– Por que não? – ela franziu o nariz.

– Ele está na cadeia.

– O que?!

– Ele foi preso por dirigir embriagado e desrespeitar as autoridades. – o moreno deu um sorriso e revirou os olhos. – Não sei porque não pagou a fiança, já que é insanamente rico. Deve ficar em cana por pouco tempo, então talvez ele possa comparecer, se não for logo. – ele disse com uma pontada de ironia. Rosalie se encolheu, notando que Emmett não engolira de verdade a história do casamento.

– Uma pena. Minha irmã realmente gosta do Royce. – ela inventou. Emmett abriu um largo sorriso.

– Claro, será uma pena para sua irmã.

– Vai sim.

– E então, já começou a procurar outros empregos?

– Não. Eu ainda tenho uma indenização da empresa e o seguro desemprego, então estou me dando uma folga. Tudo que eu fiz nos últimos meses foi trabalhar. – ela suspirou. – E você na sua carreira de ator, como andam as cosas?

– Não muito bem, na verdade. Eu fiz um teste há algumas semanas e eu não me saí muito bem. Acho que fiquei inseguro e aca...

– Você ficou inseguro? – ela interrompeu, repetindo como se não tivesse entendido direito. – Emmett, você parece ser uma pessoa bem autoconfiante. – ele sorriu.

– Eu normalmente sou. Mas quando cheguei para o teste e vi todos aqueles caras que queriam o mesmo papel que eu, tudo que conseguir fazer foi me comparar com eles e quando minha vez chegou eu estava pensando apenas que não conseguiria e acabei estragando tudo. – ele deu de ombros.

– Com certeza virão outros testes. – ela disse tentando animá-lo.

– Enquanto isso não vem, eu continuo sendo um bartender excepcional. – ele disse com uma risada entredentes.

– Aposto que você é. – ela concordou com um sorriso e ele riu.

– Você deveria ir no bar que eu trabalho qualquer hora. – ele sugeriu. – Como sei que você adora tequila, eu prometo ótimas margaritas para você. – ele disse com um sorriso de covinhas. Ela se encolheu.

– Você nunca vai esquecer aquela visão de mim com ressaca, não é?

– Claro que não. Isso implicaria em esquecer você analisando minhas pernas, cariño. – o sorriso levemente presunçoso estava nos lábios do homem. Rosalie reprimiu um sorriso.

– Hora de você ir, garanhão. – com um sorriso ele se levantou e foi até a porta acompanhado pela loura. – Obrigada pela companhia.

– Qualquer hora. Ah, vou te mandar o endereço do bar por mensagem, apenas no caso de você querer aparecer. – ele sorriu. – Continue cantando Bruce Springsteen. – ele disse com uma piscadela. Ela riu.

– Pode deixar. – ela respondeu antes de fechar a porta. – Oh, Emmett? – ela chamou antes que ele entrasse em seu apartamento. Ele se virou para encara-la. – O que você achou?

– Sobre?

– Minhas pernas, é claro. – um grande sorriso se espalhou pelo rosto do espanhol.

– Ah cariño, você quer mesmo saber? – ele ergueu uma sobrancelha e Rosalie riu.

– Acho que não. – ela disse depois de ponderar. Ele abriu um largo sorriso.

– Boa noite, Rose. – depois de uma mordida rápida no lábio inferior, ele entrou em seu apartamento e Rosalie fechou a porta do seu.

A semana seguinte de Rosalie foi repleta de encontros com Alice para decidir as coisas do casamento. Acompanhava Alice todo o dia, perambulando pela cidade atrás do que quer que a irmã quisesse na cerimônia. Acabou passando bastante do tempo livre com Emmett, comendo juntos sempre que se encontravam um com o outro nos horários das refeições. Ao longo de duas semanas, contando com um progresso de dois nomes, eles já estavam bem mais próximos do que antes, amigos até.

– Eu achei um novo cara. O Liam. – Emmett avisou. Rosalie sorriu.

– Onde ele está?

– Em Chicago. – ele tirou um papel do bolso de trás do jeans. – Aqui está o endereço. – passou o papel para Rosalie.

– Ótimo. Obrigada. – ela falou animada.

Ela gostara muito de Liam. Ele era obcecado por seu coelho, mas ela o adorava mesmo assim. Ele a preteria por seu coelho, mas aquilo não era suficiente para afetá-la. Até ser. Ainda assim, provavelmente aquele animal já deveria ter morrido, então Liam tinha grandes chances de ser o cara ideal.

No dia seguinte, Rosalie avisou Alice que estava indo atrás do tal cara e por isso não poderia ajuda-la com os preparativos do casamento. Alice a alertou novamente da estupidez que era aquilo, mas Rosalie ignorou-a prontamente. Depois de fazer as malas, alugou um carro e pegou a estrada para Chicago.

Depois de intermináveis horas dirigindo pelas rodovias, Rosalie por fim chegou ao seu destino. Se hospedou em um hotel barato que havia perto da casa de Liam e depois de descansar, pegou o carro novamente e começou a rodar pela vizinhança do rapaz. Avistou-o pela primeira vez no segundo dia na cidade, ele estava com um animal gordo nos braços e parecia ir em direção a um pet-shop. Rosalie mal pôde acreditar que ele ainda tinha aquele animal!

Ainda assim, estacionou o carro e seguiu-o sorrateiramente. Como Rosalie imaginara, Liam parou em um pet-shop que havia perto do quarteirão dele; ela havia visto enquanto rodava com o carro. Depois de alguns segundos do lado de fora, Rosalie entrou na loja e distraidamente começou a caminhar por ela, olhando os animais que estavam à venda. Propositalmente, andando de costas para o balcão, ela fingiu esbarrar sem querer no antigo namorado. Era hora de mostrar que um relacionamento antigo podia funcionar! Imediatamente virou-se, uma expressão de culpa no rosto.

– Me desculpe! – ela pediu com um sorriso falsamente constrangido. – Eu estava distraída e não o vi. – o homem louro sorriu.

– Não tem problema. – e então virou-se para o balcão e continuou a falar com o atendente, dando instruções sobre algo que Rosalie não prestou atenção. A loura ficou parada, encarando as costas de Liam. Ele não a havia reconhecido?

– Bonito o seu animal. – ela falou, meio sem jeito. Liam virou-se para ela novamente e deu um sorriso simpático.

– Obrigado. Você gosta de coelhos?

– Ah, eu acho uma espécie... fofa. – deu de ombros. Ela não gostava de coelhos desde que namorara com Liam. O coelho de Liam deixava suas pequenas bolinhas pretas de fezes espalhadas por todo o apartamento e muitas vezes na cama. Liam sorriu novamente e estava prestes a se virar quando Rosalie revirou os olhos. – Liam? – perguntou de forma hesitante.

– Nós nos conhecemos? – ele perguntou um pouco sem graça.

– Hm, nós costumávamos sair. – Rosalie falou encolhendo os ombros. Nunca passara pela sua cabeça que eles não se lembrariam dela.

– Oh, é claro! Me desculpe. Laila, certo? – ele falou com um sorriso. Rosalie o encarou.

– Rosalie. Meu nome é Rosalie. – ela o corrigiu impaciente.

– Ah, é claro! Nossa, você está linda! – ele elogiou. – Agora entendi porque o Chester está tão inquieto nos meus braços. – ele deu uma risada curta e Rosalie olhou para o animal gorducho nos braços do homem. Ele parecia mesmo inquieto e Rosalie se encolheu.

– Obrigada. Mas como você está?

– Bem. Você ainda está morando aqui?

– Não, vim a trabalho. E você? – ela respondeu dando de ombros.

– Ainda moro aqui. No quarteirão da frente.

– Ah. Parece que as coisas mudaram, então. – ela comentou. Ele sorriu.

– Onde está ficando? – ela respondeu o nome do hotel e ele fez uma careta. – Mas esse lugar é horrível! Arrume suas coisas querida, colocarei você um hotel de verdade. – ele disse e ela sorriu, sem entender o que ele queria com aquilo, mas pretendendo descobrir. – Faça as malas e vá para o Dusmond Hotel daqui a uma hora.

– Tudo bem. – ela disse hesitante e ele sorriu.

– Ei, o que acha de jantar comigo hoje à noite? Está livre? – ele quis saber.

– Eu adoraria.

– Perfeito. Quando você chegar ao hotel nos falaremos por telefone. – ele disse. Entregou o coelho para o cara que estava no balcão e mandou ele cuidar bem do seu animalzinho, então voltou-se para a loura. – Tenho que ir agora, mas nos vemos à noite. – deu um beijo no rosto de Rosalie e com um aceno se virou e foi embora.

Rosalie esperou alguns minutos depois de ele ter ido embora para pegar o mesmo caminho até seu carro. Aparentemente, ele mudara, ela constatou satisfeita. Foi para o hotel que estava hospedada e arrumou suas coisas, pagando pela diária. Depois de uma hora foi para o hotel que Liam dissera e foi extremamente bem recebida, enviada para um quarto ótimo e ao chegar largou suas coisas no chão, deitando-se pesadamente na cama fofa. Depois de cerca de meia hora no hotel, Liam a ligou e eles combinaram de se encontrar às oito no restaurante escolhido pelo homem.

Como ainda era cedo, ela dirigiu-se até o banheiro, pronta para tomar um longo e relaxante banho de banheira. Colocou uma música agradável no seu celular e entrou na água cheia de espuma, fechando os olhos e relembrando seu antigo relacionamento com Liam. Era um bom relacionamento, apesar de tudo. Eles haviam terminado porque a relação dele com seu coelho de estimação estava ficando insuportável. Mas fora isso, ela o adorava. Rosalie foi tirada de seus devaneios quando a música do seu celular parou, dado lugar ao toque estridente. Ela enxugou uma das mãos rapidamente antes de atender.

– Oi.

– E então, achou o convidado? – a voz de Emmett soou.

– Que convidado? – ela perguntou confusa.

– Do casamento da sua irmã. – Emmett disse com uma voz maliciosa. Rosalie se xingou.

– Na verdade, ainda não consegui o encontrar em casa. – ela falou.

– Achei que para convidar uma pessoa para um casamento, você só enviasse o convite por correio. – a voz dele soava cada vez mais como se ele soubesse de tudo. Rosalie queria gemer de desgosto.

– Bom, somos uma família diferente! – ela disse. Ele riu.

– Olha só, achei outro nome da sua lista. Riley.

– Onde ele está?

– Nova Jersey.

– Pode colocar as informações dele no meu apartamento? Pode mandar por debaixo da porta e eu verei quando voltar. – nada de e-mails, caso contrário, ela não conseguiria se concentrar em um homem de cada vez.

– Tudo bem.

– E como você está?

– Tudo bem. Tenho uma audição amanhã.

– Mesmo? Isso é ótimo, Emm! Que papel?

– O irmão de um mocinho de uma novela que vai tentar roubar a garota do irmão. – ele disse meio hesitante.

– Isso é ótimo!

– É. – ele concordou meio sem ânimo.

– Qual o problema? Por que você não está animado? – ela franziu as sobrancelhas.

– Não quero atuar em novelas. Quero atuar em filmes. Vim para cá com a ideia de poder fazer bons filmes, que realmente signifiquem algo, não novelas. – ele suspirou.

– Bom, como não há essa possibilidade agora, você deveria aproveitar as que tem.

– Eu sei, eu sei... E eu vou. Só não é algo que eu almeje, entende? – ele falou.

– Claro. Bom, pode deixar que assim que estiver de volta deixarei você mais animado! Até cozinharei!

– Já vi que vou passar fome. – ele brincou com um sorriso e ela revirou os olhos.

– Ah, vai se foder Emmett. – ela riu. – Tenho que ir.

– Tudo bem. Se cuide, cariño.

– Vejo você logo. – ela falou e desligou, terminando seu banho para se arrumar para o encontro com Liam.

Rosalie vestiu um vestido vermelho sem mangas que realçava seu busto e calçou sapatos de salto preto. Não era tão fã de maquiagem, então passou algo simples, só caprichando no batom escuro que realçava os lábios.

Alguns minutos depois da hora marcada, Rosalie chegou ao restaurante e foi levada até a mesa onde Liam se encontrava. O restaurante era ótimo e ao chegar, Rosalie teve certeza que pelo menos o gosto de Liam havia melhorado. Ele a cumprimentou entusiasmado e dizendo o quanto ela estava linda.

A conversa estava leve e fácil e logo eles fizeram seu pedido. Liam pediu vinho e eles começaram a beber pouco tempo depois.

– E então, com o que você está trabalhando? – Liam perguntou.

– Hmm, eu estou trabalhando em uma editora de livros. – inventou.

– Ah, isso parece interessante. Veio se encontrar com algum autor?

– Isso mesmo. – respondeu tomando um gole de seu vinho.

– Sabe, eu escrevi um livro também. – ele disse orgulhoso.

– É mesmo? Isso é interessante. Sobre o que ele fala?

– Bom, eu escrevi com o Chester. O livro contra as aventuras de um coelho e seu dono, que saem por vários estados à procura de coisas novas. – Rosalie ficou olhando para o homem à sua frente, esperando que ele falasse sério, até que ela se deu conta de que ele falava sério. Ela tomou outro grande gole de vinho.

– Isso parece... incomum. Tenho certeza que as crianças adorariam. – tentou soar simpática e se surpreendeu quando Liam fez uma cara indignada.

– Não é para crianças! O livro tem temática adulta. – ele bufou. Rosalie o encarou novamente, tentando controlar a expressão. – Tem um pouco de sadomasoquismo e sexo e as mulheres desse livro amam ter uma tórrida noite de sexo com um coelho no meio.

Rosalie sentiu que sua boca estava aberta e apressou-se em disfarçar sua expressão, bebendo todo o vinho que restava em sua taça de uma só vez. Por que diabos pensara que aquele homem estava melhor?

– De toda forma, em que você está trabalhando mesmo? – ela perguntou para mudar de assunto.

– Eu sou provador de ração para coelhos em uma empresa que fabrica rações para animais. – ele falou naturalmente. Rosalie quase derramou o vinho que colocava em sua taça na toalha da mesa. Ela encarou Liam, sem saber o que falar.

– O que te levou a trabalhar com isso?

– Eu queria apenas o melhor para o Chester, é claro. Dessa forma posso palpitar no que falta na ração, o que poderia ser acrescentado e tirado.

– Você trabalha comendo comida para coelho porque você quer que seu coelho tenha a melhor ração possível? – ela se certificou.

– Isso aí. – ele concordou.

– Se você me dá licença, eu vou ao toalete. – ela disse dando um sorriso curto e se levantando.

Ao chegar lá, Rosalie pegou o celular da bolsa e discou o número do irmão mais velhos.

– Ei, maninha! – Edward atendeu.

– Estou em problemas, Edward. – ela falou rápido.

– O que houve? – Edward perguntou num tom mais sério.

– Estou num restaurante com um cara obcecado por coelhos que escreveu um livro onde mulheres fazem sexo sadomasoquista com coelhos. O que eu faço? – Edward revirou os olhos.

– Que ex é esse? – ele perguntou, imaginando tudo.

– Liam.

– Aquele louco que tinha um coelho que cagava por todo seu apartamento?

– Esse mesmo! – confirmou a loura.

– Por que diabos você foi se encontrar com esse cara, Rose?

– Porque eu pensei que o animal podia ter morrido, sei lá! – ela se justificou.

– É muito simples, vá embora. – ele deu de ombros.

– Isso vai pegar mal. E ele foi bem legal comigo.

– Quem se importa? Saia logo daí.

– Mas eu estou com fome a ainda não comemos. – ela choramingou e Edward revirou os olhos novamente, sorrindo dessa vez.

– Coma e saia daí. – ele mandou. – Olha, tenho que ir. Vou me encontrar com a Melissa, uma das gêmeas. – Rosalie gemeu.

– Certo. Tchau.

Após desligar, ela aproveitou e mandou uma mensagem para a irmã, dizendo que o aquele cara havia falhado. Voltou então à mesa, torcendo para que os pratos já tivessem chegado.

– A comida chegou. – Liam disse quando ela se sentou e ela agradeceu ao capitão óbvio e ao bom timming.

Começou a comer em silêncio, querendo terminar logo, inventar uma desculpa e dar o fora dali.

– Eu estava pensando, Rosalie... Já que você trabalha numa editora, você poderia entregar o manuscrito do meu livro lá para alguém dar uma olhada, certo? Quer dizer, eu sei que o Chester vai fazer o maior sucesso.

– Com certeza, quem não gosta de coelhos no meio de um sexo sadomasoquista? – ela perguntou ironicamente.

– Exatamente! – ele disse animado. – Eu fico feliz que você entenda. As últimas mulheres com quem eu saí não entendiam isso, por isso não deu certo com nenhuma delas.

– Não me diga! Como alguém pode não gostar disso? – ela deu um sorriso fingido e bebeu a salvadora bebida em sua taça. – Na verdade, acho que todos vão awow! – ela falou mais alto e assustada quando sentiu algo arrastar-se sobre sua perna por debaixo da mesa. Moveu as pernas para o lado automaticamente e um garçom rapidamente apareceu ao lado da mesa.

– A senhorita está bem? – ele perguntou de modo atencioso. Ela olhou para o homem jovem que trabalhava lá e encolheu os ombros.

– Um animal acabou de roçar na minha perna! – o homem ergueu as sobrancelhas.

– Senhorita, isso é impossível, não permitimos animais aqui. – ele disse de forma delicada.

– Mas um bicho passou pelos meus pés nesse instante! – ela se defendeu. – Olhe em baixo d-auch! – ela reclamou de novo ao sentir alguém chutar sua canela. Olhou irritada para Liam que olhava para o garçom.

– Ela deve ter se confundido, não foi um animal, foi só o meu pé. – ele disse em tom de desculpas. O garçom assentiu compreensivo antes de se voltar para se afastar. – Qual o seu problema?! – Rosalie encarou Liam.

– O meu problema?! Qual é o seu problema! Tem um animal aqui e você me chuta do nada! Eu senti algo passar pelas minhas pernas! – ela falou irritada.

– Não precisa desse escândalo, foi só o Chester! Desse jeito eles vão voltar e descobrir que o meu coelhinho está aqui, então fique quieta! – Liam instruiu. O queixo de Rosalie caiu.

– Você trouxe esse monstro para cá? O que há de errado com você, Liam? – ela perguntou horrorizada. Ele olhou para ela da mesma forma.

– Você acha que eu ia deixa-lo sozinho enquanto jantava com você? Quem você pensa que é?

Rosalie encarou Liam por um longo tempo em silêncio, até vê-lo se abaixar ligeiramente e colocar ambas as mãos sob a toalha da mesa. Respirando fundo, a loura pegou a nova garrafa de vinho que estava quase cheia, pegou sua bolsa, levantou-se e rumou em direção à saída.

– Tem um homem lá dentro com um animal enorme e peludo em baixo da mesa. Isso é extremamente anti-higiênico, eu poderia denunciar esse lugar. – ela disse indignada quando passou pela hostess do restaurante. Parou o primeiro táxi que encontrou e deu o endereço do hotel, começando no banco do carro a esvaziar a garrafa de vinho que tinha nas mãos.