Fix You escrita por Victória


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem e que eu ganhe Reviews :)



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Era quase que patético ficar ali naquela sala, com tantos rostinhos fúteis. A primeira aula, como Victor disse quando me sentei na penúltima carteira da fila, seria de Ética, e que pelo que ele me disse, eu provavelmente adoraria o professor.

– Bom dia turma. – O cara entrou na sala, era alto, moreno, cabelos curtos e escuros, assim como os olhos. – Vejo que nossa colega tão esperada chegou. – ele se referiu a mim. – Você poderia vir até aqui na frente, se apresentar para a turma?

Ah, qual é né? Fiz isso no meu pré.

– Bom, acho que não é uma boa idéia pra mi... – o professor me interrompeu.

– Por que não? Ah, vamos lá, não custa nada. – Ele disse, vindo ate a minha mesa e dando um empurrãozinho no meu ombro.

Me levantei ajustando a saia, provavelmente amassada, e fui até a frente de todos acompanhada do professor.

– Então, meu nome é John. Pode se apresentar pra sala, comece como quiser.

Se fosse de minha parte, eu não começaria nunca, mas vou tentar recomeçar e não ser a anti-social do colégio, como na minha antiga cidade.

– Bom.. Hum.. – pausa, a procura de palavras. – É...

– Você pode começar pelo seu nome. – O professor disse, com ar de riso.

– Ah, sim, bom, meu nome é Ariane, e eu vim de Portland. – Disse, finalmente.

– E vocês poderiam dizer seus nomes para Ariane, turma. – O professor disse e um rebuliço de palavras atropelou os tímpanos de Ariane. Não dava para entender nada o que era dito, todos falavam ao mesmo tempo.

– Epa! Um de cada vez por favor. Comecem por aqui.

Não prestei atenção na maioria dos nomes, apenas os que eu classifiquei realmente necessários, ou seja, alguém que eu realmente teria a cara de pau de pedir um favor.

– Meu nome é Daphni. – Uma loira disse.

– Victória – Uma garota com os cabelos rebeldes e curtos, pretos com mechas vermelhas, um chapéu feminino preto, e uma roupa completamente preta. Algo em seus olhos acinzentados me diziam que a sua vida era tão turbulenta quanto a minha, quando você passa por complicações na sua vida, você consegue identificar as pessoas que também passam.

Fixei meus olhos nela, como ela em mim, e não ouvi o resto dos nomes que haviam naquela fila. Minha atenção só voltou quando um garoto de voz grossa disse seu nome.

– Yuri. – E sorriu, os dentes brancos e perfeitamente alinhados, como os de Victor.

– Willa. – Uma garotinha sorridente, ruiva, com sardas, e olhos azuis disse.

Depois disso vieram, Cam, Miguel, Cameron, Rosalie, Amy, Scarlet e por fim, Victor.

–Scarlet? – Perguntei, no início do intervalo, á caminho do refeitório.

– Não é um nome legal, na verdade, costuma ser um sobrenome. – Victor fez uma careta. – Era bem tenso, e engraçado, quando os professores diziam Srta. Scarlet para uma ex colega que morreu, e a Scarlet achava que era ela. – ele fez uma pausa, mas prosseguiu. – Depois da morte da Caroline Scarlet, as vezes o erro continuava entre alguns professores.

– Hum... – fingi estar desinteressada.

Depois disso, eu disse que queria ir na biblioteca, fomos na secretaria da escola e eu recebi um mapa do prédio. A biblioteca ficava em alguns andares abaixo, e preferi descer sozinha que na companhia de Victor, que não parava de tagarelar. Estava chegando no terceiro andar quando uma mão segurou meu pulso.

– Victória!

– Quer companhia? –ela perguntou, séria.

– Se voce prometer não tagarelar. – eu respondi.

Seguimos para a biblioteca, e eu escolhi um livro para me distrair. Depois sentamos no banco de cimento, exposto do pátio.

– E então, porque me ofereceu companhia? – perguntei. Peguei meu celular no bolso, e comecei a ouvir You and I com um fone só.

– Pensei que quisesse silencio para ler. – Ela respondeu.

– Então voce quer ficar me vendo ler, ai calada? – perguntei, novamente.

– Tenho mil e uma perguntas para te fazer, voce não gostaria da maior parte delas. – Victória disse.

– Tenho certeza de que vou adorar ser interrogada no meu primeiro dia nesse inferno, pode adiantar. – Eu disse, direta.

– Então vamos lá, o que você é de Caroline Scarlet? – Victória deu inicio ao seu interrogatório.

– Nada, por que?Quem é Caroline Scarlet? - Respondi, perguntando. Aliás, Scarlet era o nome de uma colega de classe. Mas não éramos parentes porque minha mãe não havia comentado nada, e ela não tem nada a ver comigo.

– Os olhos, a boca, o nariz, menos o cabelo. Você é a cópia de Caroline Scarlet. – Victória disse. Se levantou e deu a volta por mim. Scarlet não se parecia nada comigo, tinha o cabelo liso channel castanho escuro, e olhos da mesma cor. O Rosto era redondo, com algumas espinhas. Era baixa, e magra.

– Suponho de Victor te contou do que ela morreu. Porque não estou falando de Scarlet Lins da nossa classe, e sim de uma ex aluna. – Victoria disse, e se ajoelhou escorando-se em meus joelhos cobertos pela meia-calça.

– Não, não contou. – Respondi.

– Ela morreu de overdose, sabe? Era namorada do Andryel. Ele ficaria louco se te visse. – Victória disse.

– Ela usava drogas? – perguntei, incrédula.

– Ei, se querem ficar de conversinha, saiam lá pra fora. – A bibliotecária disse. Victória se levantou e me arrastou, fazendo cara feia por quem nos encarava.

– Você não respondeu a minha pergunta. – Eu disse.

– Mas é claro que ela usava drogas, a pessoa não sofre uma overdose por que toma água. – Victória disse. – você é muito lerdinha.

– Ei. – repreendi-a.- Eu só queria entender direito a situação.

–Ta, tudo bem. Agora me responda, sinceramente, o que Caroline Scarlet é sua? – Victória repetiu.

– Eu já disse que, Caroline Scarlet não é nada minha. – insisti.

– Tá, ta bom. – Victória se sentou num banco no pátio cheio.

O Sinal tocou e Victoria se levantou.

Mais tarde, encontrei Victor e Clara no estacionamento. Entramos no carro, e seguimos pra casa.

– O que a Victoria te falou? – Victor perguntou, desconfiado.

– Não interessa. – Respondi, e comecei ouvir Innocence no volume máximo.

Nem vi o tempo passar, quando finalmente chegamos em casa.

– Estão entregues. – Victor disse. – Até mais.

Alguma coisa nele estava errada, ate hoje cedo ele estava bem alegre e agora parecia angustiado.

Antes que eu respondesse, ele já havia se virado.

Entrei, e fui pro meu quarto. Tomei banho, coloquei um moletom e comi um sanduíche. Mamãe não estava em casa, então eu e Clara passamos o tempo assistindo V de Vingança.

No fim do filme, mamãe chegou.

– O que estão fazendo assim ainda? Porque não estão prontas? – mamãe chegou histérica.

– Prontas pra que? – Eu e Clara perguntamos juntas.

– Ah, esqueci de avisar. Vamos a um jantar hoje. É bom se apressarem, não quero me atrasar. O transito de NY está uma verdadeira merda.

Eu e Clara corremos para nos arrumar, porque adorávamos jantares assim, porque sempre que a mamãe saia, fazíamos algo para deixar os convidados sem jeito. Como ainda fazia frio, peguei uma calça jeans escura, um all star preto, e uma blusa branca solta com um casaco por cima, e o cachecol preto. Peguei uma bolsa simples e fiz uma make combinando com a roupa. Se aquela era a roupa apropriada, disso eu não sabia, mas não estava me importando muito, deixei meu cabelo solto e sai do quarto. Passei no quarto de Clara e ajudei-a no cabelo, onde fiz uma trança embutida. Clara estava usando uma blusa preta com uma caveira de mangas compridas, uma calça azul marinho e uma sapatilha preta. Ela pediu para usar minha bolsa, e eu gentilmente não deixei, é claro.

Mamãe já nos esperava, e seguimos para o carro. Clara se sentou no banco do carona, pois mamãe disse que atrás já estava reservado para alguém. E eu, obviamente, fui atrás também. Pouco depois, quem eu menos esperava entrou no carro exalando o perfume mais gostoso que eu pudesse sentir. Victor. Ele entrou normalmente no carro, cumprimentando Clara e mamãe muito bem, mas quando se virou para mim, me disse apenas um Oi. Não que eu esteja me importando muito com isso, mas pelo simples fato de que ele estava muito, mas muito estranho.

Quando chegamos ao restaurante, Victor abriu a porta para mim e para Clara, já que seu pai havia aberto a porta para mamãe.

– E então, quem vamos deixar sem graça hoje? – Clara me cutucou.

– Aquele ali é uma boa opção. Espere um minuto. – Apontei para um homem corpulento e meio barrigudo. Abri minha bolsa e peguei uma prancheta e um óculos. Isso não é uma coisa bem normal de se levar para um restaurante. Mas eu não sou normal.

Entramos no restaurante enquanto mamãe, Victor e seus pais conversavam na porta do restaurante.

– Ei, o senhor.O que é isso que esta comendo? – Clara gritou no restaurante. Provavelmente já havia sacado o que eu iria fazer.

– Pelos meus cálculos, o senhor esta comendo cinqüenta por cento de gordura, quarenta por cento de carboidrato, e zero de proteínas. – eu disse fazendo uma falsa anotação na prancheta.

–Mais o que é isso? – O Homem disse.

– Ainda falta dez por cento. – Clara me alertou.

– Não coube os cem por cento de besteiras dentro dessa pança. Vou torcer para que sobre dez por cento. – pisquei.

Eu e Clara nos mantínhamos sérias diante dos rostos assustados daquele homem e sua esposa. Ambos gordos. Não era preconceito nem nada, estávamos ate ajudando. Mas nunca deixamos de colocá-los numa tremenda saia justa. Viramos de costa de saímos sérias entrando no banheiro, onde caímos do chão de tanto rir.


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