Frozen Love, Melted Heart escrita por NenaSt


Capítulo 2
Special Guest


Notas iniciais do capítulo

Boom, esse sim é o primeiro capítulo. Enjoy :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/473335/chapter/2

Era o casamento de Anna.

Elsa sabia que quem deveria estar nervosa seria sua própria irmã, mas ainda assim estava um pouco tensa. A neve caía levemente em seu quarto. E se algo desse errado e acontecesse como na coroação? E se ela congelasse tudo novamente? Não podia deixar que isso acontecesse.

– Encobrir. Não sentir. Vamos, Elsa. É o casamento de sua irmã... você deveria estar feliz por ela – sussurrava para si mesma. Não demorou muito para que Elsa se acalmasse e a neve diminuísse. De repente, por um momento, pensou ter visto alguém em sua janela. Era um garoto de cabelos brancos e olhos azuis, assim como ela. Olhou novamente. Não havia ninguém. Mas Elsa jurava que já via o visto. Não lembrava quando, pois era apenas uma vaga memória.

Deve ser apenas imaginação minha, pensou. E com isso, saiu do quarto. Passou pelo quarto de Anna: ainda trancado. Decidiu descer para receber os convidados.

– A Rainha! – gritava um dos convidados

– Rainha Elsa! – gritava outro

Á medida que ela ia passando pelo salão, recebia muitas reverências e elogios da decoração. A própria Elsa estava orgulhosa do que conseguiu fazer no salão de baile. Pequenos cristais de gelo desciam do teto. Flores brancas e azuis com uma gota de gelo se espalhavam pelo salão. E no último andar do bolo, havia uma bela escultura de Anna e Kristoff. Os dois formavam mesmo um lindo casal. Por um milésimo de segundo, tentou se imaginar fazendo par com alguém, mas logo tirou esse pensamento da cabeça. Ela já tinha o amor que precisava: sua irmã (que agora estaria dividindo esse amor com um rapaz, mas ainda assim não vinha ao caso).

Enquanto rodava os olhos pelo salão em busca de alguém conhecido, viu novamente o garoto. Ele não parecia nem um pouco com os outros convidados, vestia uma calça e uma espécie de moletom roxo.

– Olá – disse timidamente. O garoto não respondeu – Você está bem? – ele olhou para os lados como se achasse que ela estivesse falando com outra pessoa – é com você mesmo que estou falando! Quem é você?

– Você... pode me ver? – perguntou

– É claro que posso. Por que não poderia?

– Eu tenho sido meio... invisível. Literalmente.

– Você não respondeu minha primeira pergunta.

– Eu estou bem, sim.

– Não foi essa pergunta que eu quis dizer!

– Então qual?

– Quem é você?

– Você deveria saber, se está me vendo. Sou Jack Frost.

E então Elsa se lembrou de quando era criança. Antes ainda de acertar seu poder na cabeça de Anna, quando seus pais eram vivos.

– Vou lhe contar uma história – dizia a mãe – Era uma vez um rapaz. Ninguém sabe do passado dele, e nem de onde a lenda surgiu. Mas diz a lenda que ele tinha um cajado que congelava tudo.

– Como minhas mãos? – perguntava Elsa, com cerca de cinco anos. Sua mãe respirou fundo:

– Sim, Elsa. Como as suas mãos. Mas a situação é bem diferente... Ele era invisível e trazia o inverno, assim como fazia as crianças se divertirem na neve. Ele era como você.

– Qual era o nome dele? – era a voz de Anna, com aproximadamente três anos de idade.

– Seu nome... era Jack Frost.

Jack Frost. Jack Frost. Então aquele era Jack Frost. Aquele nome não saía de sua cabeça. Jack Frost, Jack Frost, Jack Frost. Como ele poderia existir? E mais, como ele poderia estar bem ali, na sua frente.

– Err... você está bem?

Elsa acordou do seu devaneio. Quando se deu conta, o salão estava nevando.

– Me dê licença um minuto.

Ela se afastou e tentou se acalmar. Não demorou muito para que visse uma rena de gravata tentando entrar no palácio. Atrás da rena, lá estava Kristoff, pela primeira vez com uma roupa social, pronto para o seu casamento.

– Sven! Quantas vezes eu vou ter que dizer que você não pode entrar no palácio? – dizia Kristoff. E então mudou o tom de voz para parecer uma rena – Mas é seu casamento! – voltou ao tom normal: - eu sei, mas logo estaremos aqui fora novamente.

De repente, o boneco de neve Olaf entrou correndo e dizendo:

– Oi, eu sou o Olaf e gosto de abraços quent...

Ele não pôde terminar a frase porque escorregou no chão do salão.

Um cunhado que conversa com uma rena e um boneco de neve falante de estimação. Que família que minha irmã arranjou... pensou Elsa, e decidiu ir até eles.

– Se quiser Sven pode ficar no celeiro do palácio até terminar a cerimônia – disse, fazendo Kristoff pular de susto. Ao se virar e ver que era ela, fez uma reverência.

– Rainha Elsa. Eu ficaria agradecido. Mas Sven não é muito de ficar em um celeiro. – mudou novamente o tom de voz – Eu posso ficar lá! Mas só se durar pouco – e então voltou para sua voz normal – Tudo bem, ele pode ficar no celeiro.

– Diga aos guardas que eu dei permissão.

Todos estavam sentados na capela. Kristoff já estava no altar, esperando, enquanto Elsa olhava nervosamente para o relógio que havia ali. Uma voz sussurrou ao seu lado:

– O que houve com a noiva?

Era Jack Frost. Respire fundo, Elsa. É só uma pessoa.

– Eu não sei.

– O que ela é sua?

– Irmã.

– Então por que não vai atrás dela?

– Eu irei.

Ela avisou a um dos guardas que iria chamar Anna e subiu. A porta ainda estava trancada, mas a rainha bateu ainda assim.

– Anna! Eu sei que você está aí... todos estão se questionando pelo seu atraso.

Colou o ouvido na porta. Nada aconteceu.

– Vamos... eu sei que você está nervosa, mas ele também está. E eu estou aqui pra você. Por favor, não o faça esperar! Você sonha com esse momento há tantos anos... não deixe que nada estrague tudo.

Anna continuava sem responder. Elsa tentou a sua última tentativa e cantarolou:

Você quer brincar na neve?

E com um click, a porta se abriu e lá estava ela, com um vestido de noiva (feito pela própria Elsa) com enfeites de gelo e o cabelo igual ao que a mãe das duas usara no próprio casamento. Ao ver seus olhos marejados, Elsa não pode conter as lágrimas também. Elas se abraçaram.

– Sim, eu quero brincar na neve, Elsa. Mas só depois do casamento.

Elsa não precisou perguntar para saber o motivo do nervosismo: sentia falta dos pais. Eles viviam contando suas histórias de “amor verdadeiro”. Tudo isso antes do incidente com Anna acontecer...

Após acabar a cerimônia na capela, todos foram para o jardim comemorar. Elsa usou seus poderes para fazer nevar, mas nem todos estavam se divertindo. A maioria estava apenas sentada conversando. Nem mesmo as crianças pareciam se divertir no gelo, e aquilo era algo incomum. Anna e Kristoff haviam se afastado para ficar um tempo sozinhos, ou seja, Elsa também estava sozinha.

Mas não por muito tempo.

– Aproveitando a festa? – ela deu um pulo. Era Jack novamente – Por que você sempre se assusta quando eu apareço?

– Talvez seja porque você apareça do nada?

– É, talvez. Então, você tem poderes com o gelo.

– Parece que sim.

Ele riu.

– É estranho...

– O quê?

– Encontrar alguém que seja como eu. Que tenha os mesmos poderes que eu.

– Nem me fale... tive que ficar trancada por muitos anos apenas para proteger a todos. Todos os dias minha irmã batia na porta me chamando para brincar na neve, fazer bonecos... mas eu nunca podia. Tinha que protegê-la. Proteger o reino.

– E o que aconteceu para você de repente decidir abrir os portões?

– Na minha coroação, eu fui obrigada a isso. Mas Anna conheceu um rapaz e no mesmo dia ele a pediu em casamento. Ela ficava dizendo que era amor verdadeiro. Eu não dei minha benção, e com isso ela tirou a luva que me impedia de congelar tudo. Acidentalmente, afundei Arendelle em neve e fugi para uma montanha, onde criei meu próprio castelo. Mas Anna me encontrou... e ela estava com Kristoff.

– O noivo?

– Sim, o noivo. Ela me implorou pra voltar, e eu não podia. Não sabia como controlar este poder. Com isso, acabei acertando o gelo em seu coração. Levaram-na até Hans, o príncipe da qual havia ficado noiva, para lhe dar um beijo de amor verdadeiro, mas ele se recusou e tentou me matar. Mas Anna foi corajosa – uma lágrima ameaçava cair do rosto de Elsa com aquela lembrança – Ela arriscou sua vida por mim. Seu cabelo estava branco e sua pele era gelo.

– Mas como...

– O amor é o fogo que aquece os corações congelados, Jack.

Ele pareceu pensativo por um tempo. Depois de um longo silêncio, voltou a falar:

– Eu nunca amei na vida.

– Como?

– Nunca amei ninguém. Pelo menos não me lembro. Minha vida se resumiu a ser invisível, não acreditado. Você é a primeira que consegue me ver.

– Talvez seja pelos nossos poderes em comum.

– Talvez.

O silencio tomou conta do local novamente. Nenhum dos dois dava uma palavra. A cabeça de Elsa estava girando, mas, diferente da maioria das vezes, não estava tendo nevasca nenhuma. Antes que ela pudesse pensar em alguma resposta para tudo aquilo, Anna chegou correndo. Ao se aproximar, Elsa pôde ver que ela estava chorando.

– Anna! O que houve?

– Kristoff... ele tinha ido pegar água pra mim. Apenas pegar água. E então...

– E então o quê?

– Hans.

– Hans? Mas ele está preso!

– Ele escapou, de alguma forma, e agora tem dois cúmplices. Eles levaram Kristoff.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero de coração que estejam gostando :) quem gostar do capítulo, por favor, comenta. Quem não gostar, comenta também o motivo de não ter gostado. Críticas são saudáveis.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Frozen Love, Melted Heart" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.