Protect me with your life escrita por Effy, Lana Alice Stile


Capítulo 7
Capítulo VI - Get Home


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Tudo tranquilo?
Então, demorou um pouco, mas é porque esperávamos uma resposta melhor no capítulo anterior, uma vez que os comentários estão baixíssimos. Ta acontecendo alguma coisa?
Enfim, espero que gostem do capítulo de hoje!
Não consegui colocar o link da música, algo estranho aconteceu, mas ta aqui: https://www.youtube.com/watch?v=U6-s5RsEmOg



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Bastille – Get Home

Andrew encarava a tela do computador com raiva. Collins tinha achado evidências suficientes para comprovar que Mona e James estavam no comando da Máfia Haynes juntos.

– Tem certeza? – Andrew franziu o cenho e fitou os olhos do amigo, implorando que ele desmentisse.

– Infelizmente, sim – Collins disse num tom baixo. – O que vamos fazer?

– Não tem nada que possamos fazer – disse, afastando-se do computador e encarando a janela. – Mona fez sua escolha, por mais que cada fibra do meu corpo seja contra, temos que respeitar isso.

– Mas, Andy… – Collins protestou.

– Não, Collins. – Virou-se para o amigo. – Ela foi clara em sua escolha. Cansei de salvar quem não quer ser salvo.

Andrew saiu o escritório com a cabeça pesada. Não conseguia colocar os pensamentos em ordem, tampouco processá-los. Caminhou até a sala de armas, precisava pensar em algo que não fosse Ramona. Escorou-se na pilastra dentro da sala, encarando as armas penduradas na parede e as que descansavam suavemente sobre a mesa.

Não soube ao certo quanto tempo passara lá dentro, mas foi o suficiente para Alessia encontrá-lo.

– Primo? – Chamou ao passar pela porta.

– Alessia, seja lá o que for não tenho paciência para isso no momento – declarou enquanto saia da sombra que o saco de pancadas formava ao encontro da parede.

– Sei que a situação que estamos não é a melhor… – comentou, ignorando o tom de voz de Andy.

– Não, você não faz nem ideia do que está acontecendo – respondeu, em cansaço.

– Eve não confia em mim, você está com medo da sua mãe aparecer novamente, e para finalizar: Mona juntou forças com James. Sim, eu sei o que está acontecendo – disse com seu tom de voz estridente, que produzia uma onda de confiança.

– Como você sabe de todas essas coisas? – questionou, estava perplexo.

– Você acha que eu vim para cá porque estava morrendo de saudades suas? Poupe-me – deu uma risada irônica. – Sou mais do que um rostinho bonito, Andrew. Tenho minhas maneiras de descobrir o que escondem de mim.

– Cuidado onde está se metendo, Alessia. – Não usou o tom de aviso como se fosse para protegê-la. – Quero que você tenha cem por cento de consciência de que está se metendo nisso por conta própria.

– Aonde quer chegar?

– Se a situação ficar preta, não vou te proteger – foi direto e frio. – Você veio para cá por que quis, não importa o que aconteça você está por sua conta.

Ele estava farto dos joguinhos da prima, ela aprendera direitinho com sua mãe. Duas cobras que Andrew certamente não confiava. Saiu da sala de armas, precisava falar com Collins. Uma vez que a própria Alessia já sabia, ele corria o sério risco de Eve saber também.

[…]

Mona poderia facilmente acostumar-se com a vida que o irmão levava, as festas, o glamour, as máscaras que todos usavam diariamente. Poderia até levar essa vida consigo, mas no fundo ela sabia que precisaria de mais.

Ela estava sentada em sua nova mesa na antiga sala do pai, que agora dividia com James. Desde menina, a morena sempre amou o Hallmark, era como se o lugar fosse criado para ela.

– O que foi, Ramona? – James perguntou preocupado com a vagareza da irmã.

– Nada – respondeu vagamente. – Apenas estou imaginando como estão as coisas na Itália.

– Você sabe que está livre, não é? Pode ir até lá, se quiser – disse como quem não quer nada, desviando sua atenção para os papéis em mãos.

– Não sei se devo, James – pendeu a cabeça para o lado direito para encarar o irmão.

– O que te aflige? – repousou os papéis na mesa e correspondeu ao olhar de Mona.

– E se tudo estiver como eu nunca tivesse saído? Se ninguém sentir minha falta? E se eu não fizer diferença? – Foi mais um pensamento alto do que uma resposta ao irmão.

James levantou-se de sua mesa de mármore branco e caminhou para o lado de sua irmã, pousou sua mão pálida sobre o cabelo moreno de Ramona e lhe fez um afago.

– É humanamente impossível alguém não sentir sua falta – ele disse com toda sinceridade que havia dentro de seu corpo. – Não se sinta insegura. Posso ir contigo, se isso te fizer ter mais segurança – seu tom de voz foi calculado e morno.

– Andy jamais te deixaria chegar perto da grande casa. Muito menos devo lhe dizer onde fica – respondeu com vergonha de olhar para o irmão. Ele havia a acolhido e ela não poderia compartilhar tudo o que desejava. Sua lealdade a Andrew falava mais alto.

– Não precisamos ir à mansão. Você poderia pedir a Andrew que nos encontre num restaurante na cidade – disse sentando-se no sofá ao lado de Ramona.

– Não sei bem se quero ver Andy. Quer dizer, não sei se eu sou a pessoa que ele vai querer ver. – Estava cabisbaixa. Lembrou-se que não poderia dar tantas informações a James, tampouco baixar a guarda para ele.

– O que você quer então? – perguntou ainda com paciência, tentava decifrar a irmã, mas era uma incógnita.

– Quero ver Eve – foi precisa. Em sua pele, doeu como arrancar um curativo.

James levantou-se do sofá de seda vermelha, caminhou em passos graciosos e medidos até sua mesa e pegou o telefone branco.

– Kevin? Prepare o jatinho, Mona e eu iremos à Itália – não esperou a resposta, desligou o telefone e retirou o celular da gaveta.

Caminhou novamente para perto da irmã e lhe entregou o aparelho.

– Ligue para Eve – disse num doce tom. – Não precisa dizer que eu estou indo, esperarei por você no hotel enquanto se encontra com ela – apertou o aparelho contra a mão da irmã, para encorajá-la. – Mate a saudade de sua amiga.

Saiu da sala tão silenciosamente que se Mona não estivesse acompanhando seus movimentos, mal poderia dizer que se moveu. Fitou o celular e teve medo de discar o número que pulsava em sua mente.

Quando o fez, Eve atendeu no segundo toque.

Pois não?”. O tom sempre desconfiado da amiga fez Mona rir.

Oi, Eve”, disse segurando-se para não cair em prantos.

Mona”, sua voz saiu em um sussurro rouco

Eu senti tanto sua falta”. A morena mal conseguiu montar uma frase com sentido

Onde você está? Sabe o inferno que estou passando aqui?! Como pode fazer isso comigo!” Agora Eve chorava, Mona sentiu-se culpada.

Não consigo explicar, Eve”. Um nó formou-se em sua garganta.

E porque me liga assim do nada? Como se já não fosse ruim o suficiente sentir sua falta todo maldito dia, ou ver Andy se enfurnar no escritório por não querer viver uma vida que não te tenha no meio. Por que, Ramona?” O que antes era saudade, agora para Eve era raiva. Raiva de ser abandonada pela amiga, por ter que estar presa à Alessia, por criar seu filho em um ambiente triste.

Preciso te ver, Eve. Explicar o que está acontecendo”, tentou soar firme, mas sem sucesso “Estou indo para Itália esta tarde. Preciso que me encontre na cidade, não posso ir à mansão.”

Você quer que eu saia escondida?!”

Não necessariamente, apenas se você sentir a necessidade de contar a Collins. Só imploro que não diga a Andrew que estarei na cidade. Não consigo lidar com tudo de uma vez.”

Tudo bem, pegue um telefone descartável ao chegar ao aeroporto para eu sair daqui e te encontrar no shopping.”Mona podia ouvir a saudade por detrás da voz controlada da amiga.

Obrigada, Eve.”

Acho bom sua explicação ser digna de um Oscar. Porque se o Andy descobrir que eu te encontrei e fiquei calada, Thomas pode virar órfão de mãe.” Eve não esperou uma resposta, desligou o telefone.

Andrew decidiu que ele deveria ser a pessoa que deveria contar a Eve sobre Mona juntar forças com James. Pediu a Collins que levasse Thomas ao jardim para que ele conversasse com a ruiva na cozinha.

– O que foi dessa vez? – Eve perguntou com um rolar de olhos. – Juro que eu não fiz nada!

– Eu sei, é outra coisa – Seu tom de voz pesou, sentou-se na banqueta e encarou Eve.

– Ai, meu São Jorge. Lá vem – pousou a mamadeira que tinha nas mãos sobre o balcão.

– Há algumas semanas, Collins e eu seguimos um rastro incerto – Andy começou. – Estava sendo espalhado um rumor de que Ramona juntou-se a James para comandar a máfia da família, na Rússia. De primeira, eu não acreditei muito, até porque Mona odeia James como ela odeia alho – desviou seu olhar para janela, onde podia ver Collins com seu ruivinho nos braços. Andy sabia que tinha de fazer o certo, não por ele, nem por Mona, mas pelo futuro de Thomas. – Mas esta manhã, Collins achou uma nova pista. Uma confirmação, na verdade. Mona está com James, não sei te dizer como isso aconteceu porque eu também não sei.

O olhar de Eve era vazio. Sua sensação era que fora atingida por um trem cinquenta vezes seguidas. Não conseguia acreditar que a mesma Mona que falou ao telefone há algumas horas poderia ser a mesma que se aliou a James.

– Preciso de um minuto. – Saiu da cozinha dormente, não sentia as extremidades e sua visão estava nebulosa.

Refugiou-se na biblioteca, sentia o coração pulsar tão forte e freneticamente que podia jurar que o mesmo poderia romper seu peito. Depois de engolir o choro à seco, decidiu que precisaria resolver isso com Mona, nada de confiar em pesquisas e pistas de Collins. Se o problema era com a amiga, ela o resolveria com a própria.

Saiu da biblioteca com destino ao seu quarto, trocou de roupa, tirou o vestidinho leve e armou-se de uma calça jeans e um par de saltos altos. Deixou o quarto com a bolsa Prada em mãos, passou por Andy que ainda estava na cozinha, e tornou do jardim seu destino final.

– Preciso ir à cidade – avisou a Collins enquanto amarrava os cabelos num rabo de cavalo.

– Sozinha? Pode ser perigoso – ele respondeu sem olhar para ela, apenas brincando com Thomas.

– Sim, Collins. Não tenho mais cinco anos, sei atravessar a rua – Estava sem paciência. – Tire o carro da garagem para mim, por gentileza.

– Não estou gostando dessa ideia de você ir sozinha à cidade. Ainda mais quando não sabemos onde James se encontra – ele encarou seus olhos verdes. – Faça o seguinte, vá com Alessia, sei que não gosta dela, mas ficarei mais tranquilo. Quem sabe vocês duas possam ir ao shopping, dar uma volta com Thomas, coisa de mulher. Que tal? – Eve estava tão agoniada para sair logo de casa e encontrar-se com Mona, que toparia qualquer coisa.

– Tudo bem, que seja. Apenas a chame logo, tenho pressa – disse pegando Thomas no colo.

O trajeto não demorou, Alessia corria tanto quanto Andrew. Eve estava bolando um plano mental para encontrar-se com Mona. Pensou até em contar a verdade para Alessia, pedir para ela dar uma volta enquanto se encontra com a amiga, mas não podia confiar na prima do Andy.

Por mais que odiava Alessia perto de Thomas, Eve decidiu que iria pedir à garota que levasse seu filho para dar uma volta enquanto ela ia ao salão fazer as unhas. Era o plano mais seguro. Rezou para todas as forças que Alessia não faça mal a seu pequeno ruivinho. Afinal, o que a víbora ganharia machucando Thomas?

Depois de quase quarenta e cinco minutos, elas chegaram ao shopping. Ao entrarem pelas portas automáticas, Eve recebe uma mensagem de um número descartável:

Estou à caminho do shopping.”

– Alessia, você poderia me fazer o imenso favor de dar uma volta com Thomas enquanto eu faço minhas unhas e uma hidratação no cabelo? – pediu com a alma doendo por deixar o filho nas mãos da mulher que não confia.

– Claro, sem problemas! Será um prazer, não é ruivinho! – disse animada e esticando os braços para pegar o bebê.

Eve fez uma reza interna e entregou o filho.

– Te encontro em umas duas horas na praça de alimentação, tudo bem? – perguntou colocando a bolsa do bebê no ombro fino de Alessia.

– Tudo bem, qualquer coisa me liga ou eu te ligo. Não se preocupe – deu um sorriso quase sincero.

O celular de Eve vibrou no bolso, rapidamente a ruiva checou.

Estou na frente do salão de beleza.”

– Obrigada, Alessia – sorriu, mas ainda estava desconfiada.

Eve despediu-se de Thomas com um beijo na testa e outra reza de proteção. Caminhou firme, praticamente marchando, até o salão de beleza. Sentia as pernas tremendo, mas não de nervoso, mas de medo. Medo do que poderia encontrar. Poderia ser, facilmente, uma armadilha. Uma vez que Mona estava, supostamente, trabalhando com James. Eve tinha medo do que a amiga se tornara.

Ao ver a Mona, devidamente arrumada com um vestido Lanvin preto e um par de saltos vermelhos, mal pode conter o medo. A amiga parecia mais velha, como se não fosse a mesma que vivia de botas pretas e uma adaga escondida.

Quando os olhos azuis de Mona encontraram os verdes de Eve, seu coração apertou. A amiga estava diferente, ainda ruiva com o típico visual de mãe. Uma calça jeans preta, uma bata folgada e os costumeiros saltos. Eve parecia diferente porque estava diferente.

As duas não eram as mesmas garotas que foram sequestradas por Andrew. Foi aí que Mona percebeu que o tempo não é o único a mudar as pessoas, e que a idade de alguém não pode ser apenas medida em anos. Uma vez que a própria envelhecera muito mais em oito meses do que em todos os seus 21 anos.

– Mona! – Eve agora sorria, apressou o passo para encontrar a amiga.

Elas se abraçaram, com saudade e também como um pedido de desculpas implícito. Pareciam as mesmas garotinhas brincando de correr pelo jardim. Elas ainda correm, mas agora não é por diversão, mas por sobrevivência.

– Senti tanto sua falta! – Mona disse enquanto elas caminhavam para um café de frente para o salão.

– Mona, preciso te perguntar uma coisa super séria – Eve tentou mudar o tom, para algo mais sério. – Sei que estamos morrendo de saudades e tenho mil e uma coisas pra compartilhar, mas durante todo o caminho da mansão até aqui eu vim martelando essa pergunta.

– Pode falar, Eve – Mona entendeu o recado, e sentiu que Eve sabia de algo.

– Collins e Andrew ouviram alguns rumores de que você e James estão no comando das coisas lá na Rússia, é verdade? – Eve perguntou com o coração na mão, já temendo a resposta.

Outro nó formou-se na garganta seca de Ramona.

– Sim – respondeu depois de um minuto de quietude. – Ele está mudado, Eve.

– Mona, como pode? – disse vaga, com os olhos cheios de água. – Ele te destruiu, nos caçou e jurou seu afilhado de morte! Fora tudo que ele fez contra Andy!

– Eve, você precisa entender que aquilo era James chamando atenção! – sua voz subiu uma oitava. – Ele precisa de carinho e amor que nunca teve, ele só queria ser amado!

– E pra isso ele tem o direito de destruir tudo por onde passa? – Eve levantou-se da mesa. – Achei que de nós duas você era a racional.

– Eve, espere! Deixe-me explicar – Mona suplicou.

– Não, Mona. Cansei de viver sob suas explicações – Eve parecia cansada. – Só espero que você saiba que está cavando sua própria cova, apenas à espera de James te matar – Eve encarou os olhos azuis assustados de Ramona. – Não se engane pelo papinho de irmãos para sempre, James é cruel e desumano, não pense por um segundo que ele não te mataria. Porque é exatamente o que ele fará.

Eve saiu caminhando como se o peso do universo estivesse em suas costas. Suas pernas tremiam e sentia o aperto no peito crescer a cada vez mais. Tirou o celular da bolsa para encontrar-se com Alessia e ir para casa. Discou o número e a esperou atender enquanto encaminhava-se para a praça de alimentação.

Nada, caiu na caixa. Eve tentou novamente.

Novamente, caiu na caixa.

Terceira tentativa.

Sua mensagem está sendo encaminhada para a caixa de mensagens. Deixe seu recado após o bipe.

Eve, desesperada e com os instintos maternos à flor da pele, encaminhou-se para a ala que viu Alessia indo com Thomas quando se separaram na entrada. Rodou entrando de loja em loja, nos banheiros e verificando todos os cantos possíveis.

Nada de Alessia.

Nada de Thomas.


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Notas finais do capítulo

E aí? Vejo os divos e divas nos comentários! xx da Effy



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