Harry Potter e a Clóris Perdida escrita por GiMarcolin


Capítulo 3
O Diário de Lilian


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem desse capítulo.



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– Mãe, passa a geleia!

– Sim meu Dudinha!

– Já disse que não quero mais, que me chame de Dudinha! Disse Duda Dursley, enquanto pegava a geleia das mãos da mãe.

Valter Dursley, estava habitualmente, lendo o seu jornal e em uma das mãos segurava uma xicara de café enquanto Petúnia servia Duda com um pedaço de bolo.

– Petúnia! Veja! Disse Dursley

– O que é?

– Aqui no jornal

O jornal trouxa, trazia uma foto no fim da terceira página, na foto estavam um grupo de umas 12 pessoas, vestidas com roupas incomuns, mas que para os Dursley pareciam mais familiares.

– Aqui diz que estas pessoas fazem parte de um grupo de teatro! Disse Petúnia

– Bobagem! São gente daquele tipo nojento!

– Mais como se atrevem a saírem nas ruas vestidos desse jeito?

– Gente como eles Petúnia, são todos loucos você sabe!

A campainha da casa acaba de tocar e Petúnia e Valter se entreolham... Petúnia pega a vassoura e vai em direção à porta abrindo-a vagarosamente.

– Ah! É você... Diz ela em tom de desprezo.

– É sou eu.

– Harry! Entre, venha estamos tomando café-da-manhã.

– Não obrigado Duda, só vim para dar algumas notícias.

– Espero que não precise morar conosco! Por q...

– Não, é claro que não!

– Pai! O que foi que eu falei?

– Harry, se você quiser morar com a gente, tudo bem, tem lugar pra você!

– Fico feliz que pense assim Duda, mas tenho minha própria casa agora.

– Mas então sente aqui! Mãe, sirva ao Harry um pedaço de bolo.

– Obrigado Duda.

– Mas então quais são as notícias?

– Bom, recebi uma carta do Ministro da magia informando que vocês não receberam as corujas que eles enviaram e que sua mãe bateu em um funcionário do ministério com uma vassoura.

– O que? Mãe!

– Ah! Querido nós estávamos com medo! Você sabe...

– E você acha que uma vassoura serviria para quê? Ainda mais contra gente que sabe fazer mágica?

– Na verdade funcionou, por que parece que ele machucou um pouco a cabeça.

– Muito bom querida! Disse o Durley olhando por cima do seu jornal.

– Continuando, eles queriam dar a vocês a notícia... Vocês podem voltar para o antigo endereço, por que a guerra acabou. Voldemort foi derrotado.

– Excelente! Disse o tio de Harry

– Acho que não pai! Nós não vamos voltar para lá!

– Mas por que não meu filho? Perguntou Petúnia surpresa.

– Bom, eu gostei daqui! E tem a Page, nós estamos namorando!

– Mas filhinho, lá é melhor para o seu pai, para o trabalho dele!

– Não mãe! Sou eu, quem decido o que é melhor!

– Mas filho, nós precisamos! Disse o pai.

– Não precisamos! Se eu digo que não vamos então não vamos!

– Bom, eu vou indo, só vim para dar a notícia e preciso ir! Harry disse enquanto se levantava da mesa.

– Espera Harry.

– Mãe, vai buscar aquela caixa que eu mandei você guardar para o Harry.

– Na mudança acabamos encontrando uma caixa com coisas antigas, acho que eram da sua mãe.

Petúnia descia as escadas com uma caixa de papelão.

– Mamãe queria jogar fora, mas achei que talvez você gostasse de ficar com ela. Disse o primo lhe entregando a caixa.

– Obrigado Duda! Claro que quero ficar com ela!

– Bom e você sabe, que se quiser voltar, tudo bem!

– Não, eu agradeço, mas como disse tenho minha própria casa agora.

Harry pegou a caixa e caminhou em direção a porta, recebeu um abraço do primo, que o acompanhou até a mesma, assim que ela se fechou as suas costas, ele andou até o jardim da casa e aparatou.

Entrou em casa e foi até a cozinha, estava curioso para saber oque tinha na caixa, afinal eram coisas de sua mãe! Provavelmente eram coisas de quando ela era criança, para ele conhecer qualquer coisa que fosse sobre sua mãe era uma sensação muito boa.Harry abriu a caixa cuidadosamente e tirou logo de cima um urso de pelúcia, pequeno e velho, era um urso branco um pouco sujo, mas Harry pegou o urso e aproximou do rosto, pode sentir um pequeno aroma floral que ele acreditou que poderia ser um vestígio de que Lilian um dia brincara com ele, colocou o urso de lado e pegou uma caixa, marrom com detalhes dourados, era uma caixa comprida e estreita, parecia com uma caixa de varinhas, ele tentou abrir, mas a caixa não abria, então tentou alguns feitiços, mas nenhum deu resultado, então deixou de lado a caixa e imaginou que a amiga Hermione, com certeza poderia abrir a caixa sem maiores problemas. Depois pegou um pequeno livro, no fundo da caixa, a capa era branca e tinha uma rosa desenhada no centro, ele abriu o livro e na contracapa encontrou os dizeres:

Esse diário pertence à Lilian Evans, não leia ou eu mato você!

Ele leu logo em seguida a primeira página:

‘Ganhei você da mamãe, ela disse que eu posso contar todos os meus segredos pra você, que é seguro e que você não poderá contar a ninguém! Eu sei que é verdade, mas só se ninguém pegá-lo! Então se você não é Lilian Evans, pare de ler agora! Vou voltar para a sala! Hoje é natal e mamãe faz um bolo que é delicioso!’

Ele fechou o diário e o colocou contra seu peito como se quisesse abraça-lo, como se estivesse abraçando a própria mãe, se tivesse a chance, agradeceria ao primo novamente por ter guardado aquelas coisas. Colocou o diário de lado, pensando em ler depois. E então voltou a olhar para a caixa e tinham algumas fotos no fundo, deveriam estar em baixo do diário, na primeira ele reconheceu a mãe, devia ter mais ou menos uns 7 anos e estava agarrada ao mesmo urso que ele tirou da caixa. Pegou um porta-retratos que também estava na caixa e viu que estava com vidro quebrado e tinha uma foto de duas meninas abraçadas, uma era sua mãe e a outra ele reconheceu como sendo sua tia. E o ultimo objeto que a caixa continha era um cachecol com as cores da Grifinória, na ponta continha duas letras que ele reconheceu como sendo T.P. e então um sorriso enorme se formou em seu rosto, aquele cachecol era de Tiago, só podia ser, tinha pertencido ao seu pai. Era o cachecol velho e descosturado mais perfeito que ele poderia ter.

Harry parou por um momento e olhou todas aquelas coisas na mesa, começou a guarda-las novamente na caixa, menos o diário que ele deixou de lado, não via a hora de ler cada palavra escrita pela mãe.

E ele se sentiu feliz, pela primeira vez em dias, estava feliz, poderia ler o que a mãe escreveu e conhecer um pouco mais da pessoa que provavelmente mais o amou durante toda a sua vida.

Harry lia o diário de Lilian, encostado sobre a cama, lia com velocidade e virava as páginas uma atrás da outra, não conseguia parar de ler. Algumas vezes, o sorriso se formava em seu rosto e outras ele até dava gargalhadas, mas certamente não poderia ter desejado presente melhor do que aquele, de ter a chance de saber os pensamentos de sua mãe. Uma das páginas estava com a ponta dobrada, pois já havia lido aquela página várias vezes.

‘ Você sabe, eu só escrevo quando preciso contar alguma coisa importante e desabafar e tem coisas que só posso confiar a você querido diário! Hoje pela primeira vez, Potter pareceu legal, eu sei, sempre escrevo que ele é um idiota e que não se importa com nada, além do seu próprio nariz é claro! O que na verdade, eu ainda acho! Mas hoje, não sei, parece que não o conheço, ele não fez nenhuma brincadeira idiota e ainda reprimiu Black para que também não fizesse. Achei estranho, mas gostei, é eu admito e ele é bonito! Ah! Mas o que eu estou escrevendo! Acho que enlouqueci, não é possível que eu... não, não é! Melhor eu não escrever mais nada por hoje!’

Talvez esse fosse o momento em que minha mãe, pela primeira vez admitiu para ela mesma e para o diário dela, que sentia alguma coisa pelo meu pai. Harry pensava, como era estranho ler aquelas coisas e sentiu-se um pouco culpado por estar lendo, talvez não devesse, Lilian certamente que não escrevia para ninguém ler, além dela mesma. Mas ao mesmo tempo ele gostava de saber os detalhes da vida da mãe e talvez se ela estivesse viva, contaria a ele como havia se apaixonado por Tiago, talvez até o deixasse ler o diário. Então ele foleou o diário, até parar em uma página com uma letra diferente das outras páginas, ele já havia lido várias vezes aquele pedaço, mas aquilo talvez fosse o que fez a mãe se apaixonar pelo pai dele, por isso Harry não se cansava de ler.

‘Eu não li o seu diário, a não ser pela contracapa, como não quero morrer, não ousei ler qualquer palavra do que você escreveu e também não quero que me odeie mais do que já odeia, o que aconteceu é que tive o azar de ser eu a encontrar o seu diário caído no salão comunal, e seu devolvesse, você brigaria comigo, se mandasse alguém entregar, você brigaria comigo e se eu deixasse lá, alguém poderia ler e você brigaria comigo de qualquer jeito... Então não brigue comigo, pelo menos dessa vez, por que não foi minha culpa, o seu diário cair!

E Lilian, eu queria te odiar e não te convidar mais pra sair, como você me pediu, mas não posso te odiar e não consigo pensar em outra coisa que não seja sair com você! Cuide melhor do seu diário‘ Tiago Potter.

Harry ficou imaginando como teria sido engraçado, quando Lilian encontrou o diário, será que ela teria ficado feliz? Será que riu? Ou quis odiá-lo? Teria sido engraçado vê-la ler o que Tiago escreveu.

Enquanto imaginava como teria sido a reação da mãe, escutou um barulho vindo da cozinha, mas ele sabia que não poderia ser Monstro, que estava em Hogwarts com os outros elfos, ajudando na reconstrução. Então, ele pegou a varinha, levantou da cama e seguiu em direção a porta, desceu silenciosamente pelas escadas, poderia ser um comensal, afinal alguns ainda estavam soltos por ai, ergueu a varinha a altura do peito e foi se aproximando da cozinha, quando abriu a porta, a surpresa, lá estava, uma moça que limpava suas vestes, provavelmente veio parar ali através da rede flu, os cabelos eram vermelhos e quando ela virou, era Gina.

– Oi Harry!

– Ooi Gina, o que está fazendo aqui?

– Achei que você perguntaria se está tudo bem primeiro!

– É claro, me desculpe, é que você me pegou de surpresa... Como você está?

– Estou bem, apesar de tudo.

– E você Harry? Você não dá notícias! Eu estava preocupada! Esperei todos dormirem e vim para ver como você está!

– Eu to bem, é só que... bom... eu não estou preparado pra encarar a sua família de novo, ver a cadeira vazia onde Fred deveria estar!

– As vezes você é muito egoísta Harry Potter! Você faz parte da família! Não parou para pensar que todos nós olhamos para aquela cadeira vazia todos os dias! E nós precisamos de toda a família pra superar as coisas e você não está lá! Quando mais precisamos! Quando eu mais preciso!

– Desculpa Gi, eu sinto muito, eu sou um idiota!

– Eu... eu pensei que... depois que tudo acabasse... A moça começava a chorar antes de conseguir terminar de falar e Harry se aproximou e pegou em uma das mãos da ruiva e com a outra mão secava as lágrimas do seu rosto.

– Eu não quero te ver assim, você tem razão eu não devia ter saído do seu lado um minuto se quer...

– Não, não devia...

– Gi... Olha pra mim...

Gina olhava para o verde através dos óculos e Harry acariciava o rosto da moça enquanto seus olhos encaram os da moça.

– Eu pensei em você cada minuto que ficamos longe e o que me deu forças pra continuar a busca pelas Horcruxes, foi saber que se tudo acabasse você não correria mais perigo, parece bobo, mas eu pegava o mapa do maroto e ficava olhando o pontinho com o seu nome no quarto e imaginando no que você pensava, se lembrava de nós como eu e a falta que eu sentia fazia meu coração doer e muitas vezes. eu me segurei pra não ir te encontrar e te dizer... Dizer pra você que não a ninguém nesse mundo, com quem eu mais deseje estar, do que com você! Eu te amo!

A moça olhava séria para ele, mas não escorriam mais lágrimas do seu rosto.

– Só pra você saber, eu estava pensando em você enquanto você olhava o meu pontinho no mapa! Disse a moça aos risos.

– E eu te amei desde a primeira vez que te vi e eu nem sabia que você era Harry Potter, eu tentei esquecer você, de todas as maneiras que eu pude, mas nenhuma deu resultado, então quando nos beijamos, eu me desliguei do mundo e só pensei em quanto tempo eu tinha desejado aquele beijo e como ele foi bom e como eu...

Estavam tão próximos, que ele podia sentir o ar quente sair dos lábios da moça e ir de encontro ao seus enquanto ela falava, e desviou o olhar dos olhos dela para os lábios, antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa, ele a beijou, os lábios se tocaram delicadamente ainda tímidos, e tinham todo tempo do mundo agora, ele a puxou carinhosamente para mais perto e ficaram colados num beijo adiado por tantos e tantos dias, ela segurava pelo pescoço do rapaz, parecia querer prende-lo para nunca mais parar de beijá-lo, Harry deslizava as mãos pelas costas da moça e Gina pegava carinhosamente nos cabelos dele, isso fazia com que ondas de calor se espalhassem pelo seu corpo e em cada pedacinho que a moça tocava, ele sentia como se pequenos choques passassem por sua pele, depois de alguns minutos naquele beijo tão desejado, param o que não queriam parar, mas ele não ousou largar a moça e ficaram abraçados um em frente ao outro.

– Nunca mais me deixe ficar longe de você!

– De jeito nenhum!

– Tenho que falar com Rony, não posso mais adiar, não posso mais viver sem você!

– Sobre isso, mamãe pediu pra te mandar um bilhete e pedir pra você almoçar amanhã lá em casa, o Ron e a Mione estão indo para a Austrália amanhã à tarde, mas eu não mandei a coruja, como pode ver queria ter certeza que você estaria lá e vim fazer o convite pessoalmente.

– Que bom que não enviou a coruja, gostei mais desse convite.

– Daqui a pouco tenho que ir, ou mamãe vai perceber que não estou no meu quarto e em nenhum outro lugar da casa.

– Gi, vem ver as coisas que Duda me deu, são da minha mãe!

Ele a puxou pela mão e os dois subiram as escadas até o quarto, Harry mostrou a caixa com todas as coisas e a moça pegou cada objeto com cuidado, enquanto ele mostrava as fotos que agora havia colocado em um álbum. Depois ele a puxou até a cama de onde tirou o diário debaixo do travesseiro e o entregou nas mãos da moça, ela abriu a primeira página e abriu um sorriso enquanto olhava para Harry, ele se aconchegou na cama e a puxou para que se sentasse entre as suas pernas, pegou o diário e esticou os braços entre a moça, abriu o diário na página em que seu pai escrevera e leu o pequeno trecho para sua namorada que ouvia com atenção e ria na parte em que ele dizia você brigaria comigo várias vezes...

– É muito legal, muito legal você saber dessas coisas... como eles se apaixonaram...

– Sim, sempre quis saber mais sobre eles, é muito importante pra mim.

– Eu entendo.

Harry fechou o diário e abraçou a moça.

– Você vai ter tempo de ler todo o diário se quiser, mas eu realmente senti muito a sua falta!

– Humm, é mesmo e do que você sentiu falta?

– Disso. Disse ele, lhe dando um beijo em seus cabelos.

–Disso. E ele, beijava delicadamente o rosto da moça.

– E principalmente disso! Disse ele enquanto beijava os lábios da moça.

– Tenho que ir Harry! Disse ela aos risos enquanto seus lábios ainda tocavam os dele.

Gina se levantou da cama de Harry e o puxou pelas mãos para que ele também levantasse, e ele pulou da cama pra cima da moça a puxando para os seus braços, onde a abraçou com todo amor, desceram juntos pela escada e ele a levou até a lareira da cozinha. A moça se aconchegou nos braços de Harry, encostando a cabeça sobre seu peito, ela olhou para cima e ele lhe deu um ultimo beijo, breve e delicado se despedindo.

– Então te espero amanhã.

– Vou estar lá Srta. Weasley.


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