Alec voltou ao treinamento com o braço enfaixado e com um olhar sério para a pequenina Taz. Depois de alguns minutos Flecher entrou no salão de tiro ao alvo trazendo Aaron, que ficou um pouco tenso, pois nunca tinha pegado em uma arma. O moreno observou o avô explicar sobre o treino para o novo integrante e depois olhou como os outros estavam.

Dukan andava ajudando alguns a se posicionar melhor e dava suas dicas. Na vez de Beatrice ele fez questão de se aproximar e apoiar um de seus tiros segurando a pistola junto com ela a envolvendo entre os seus braços, como se ela não tivesse pratica alguma com aquilo. A menina ficou incomodada e disse:

–-Kan, até agora não errei nenhum alvo. Tenho certeza de que esta perdendo tempo aqui. - ele a ignorou sorrindo em resposta e a mandou atirar.

O tiro foi muito bom em um alvo distante, mas ela continuava achando que não precisava da atenção do loiro.

–- Você atira bem, mas falta um pouco de força para manter a mira quando dispara. -ele a soltou. -E não é perda de tempo para mim...- comentou com o sorriso ao se afastar dela e ir ajudar outro.

A maioria tinha uma postura aceitável com a arma, mas precisavam de um pouco mais de treinamento e melhoramento fisico

Quando Flecher ia saindo Leno o segurou perguntando:

–-O que você esta fazendo que não possa nos ajudar aqui?

–-Estou terminando alguns projetos e desenhando outros em que pensei. -Leno o olhou sério. -É importante. –acentuou. E depois de responder ele foi solto e saiu.

Muitas horas depois todos já estavam cansados de ficar atirando, acertando o alvo e subindo de nível. Beatrice e Marlene foram as melhores, indo até o alvo mais distante, as duas já tinham treinamento e conhecimento de armas. Destiny e Cadius mostraram que tinham uma habilidade natural para atirar com as pistolas e acertar. Diana tinha boa mira, mas teve que se familiarizar com a arma já que a única que usou um dia foi arco-e-flecha.Philipe, Taz, Aaron, Kate e Alec não eram tão bons, mas se esforçaram e tiveram que parar no alvo à 12 metros, onde ficaram treinando a maior parte do tempo.

Leno encerrou o treinamento quando alguém o avisou pelo seu comunicou sobre o jantar e a hora.

Dessa vez Flecher e Yan estavam com eles na mesa. Taz teve que avisar Cadius antes dele pegar o lugar dela, seu aviso soava como ameaça e ele logo escolheu outra cadeira. A mesa estava quase cheia com quase todos da organização e estavam conversando. Principalmente Diana e irmã dela, que não deixavam quem estava perto quieto durante muito tempo, mesmo essa pessoa não sendo muito de falar como Aaron, que já tinha vindo preparado com sua mochila para morar na mansão.

Depois do jantar Leno os deixou á vontade e foi se deitar avisando que na manhã seguinte Yan iria dar uma aula sobre o que eles sabiam dos Filhos da Lua. O menino de cabelos castanhos não mostrou animação em ter compromisso de manhã, mas concordou.

Dukan já vivia á vontade naquela mansão e logo arrumou na sala de tevê um videogame e começou um campeonato com os meninos e as meninas que queriam jogar. Outros sem muita energia foram para seus quartos.

***

–-Kan, vamos lá agora?- disse Flecher vestido com a jaqueta escura e com a chave de seu carro na mão.

–-Agora?- disse o loiro dividindo a atenção de Flecher para o jogo.

–-Sim, já devem ter os resultados. E o quanto antes melhor.

Dukan concordou e se despediu dos outros, pois depois ia para casa dele.

Chegaram ao hospital às nove e meia da noite, depois de alguns rachas entre a Mercedez e a Bmw, e tudo parecia calmo. Até a porta do quarto de Jalaska eles não tinham encontrado o pai dele, então abordaram o medico que acabava se sair do quarto do garoto após uma visita de rotina. Perguntaram sobre os exames e os sintomas que o menino tinha, confirmando grande parte do que Kan suspeitava. Quando ficaram sozinhos novamente observaram o menino da porta e ele estava acordado, embora não tivesse uma aparência muito saudável, e sorriu ao vê-los.

Flecher e Dukan se aproximaram. Era a melhor hora de falar com ele, com o hospital mais parado e sem o pai dele. Começaram calmamente perguntando como ele se sentia e se estava bem e o menino respondia basicamente com acenos leves. Depois falaram de quando ele foi atingido pelo Difusor, do porque os Filhos da Lua usavam essas criaturas e por fim informaram que segundo os sintomas que ele apresentava: os diferentes níveis de químicas no sangue e os resultados incomuns dos exames, tudo indicava que ele ia ser um mutante se sobrevivesse. E também o incentivaram a ser forte, pois a coisa ia piorar para depois se estabilizar e ele ficar bem.

A química do Difusor se espalha pelo corpo reconhecendo pequenas informações de habilidade que podiam ser ampliadas e brechas no DNA que permitam ser alterada. E quando está pronto com as informações que precisa a química age modificando tudo que é necessário sem nenhuma anestesia, aviso ou antidoto que possa conte-la ou ameniza-la. Por isso remédios não faziam efeito nas dores e os médicos ficavam confusos de que doença poderia ser. Quem era infectado devia ser resistente o suficiente para superar as dores e modificações. Mas também existem aquelas pessoas que o metabolismo consegue bloquear a química na primeira fase interrompendo a transformação.

Brian ouviu e estava acordado, mas não conseguia responder falando. O menino realmente se sentia destruído e sem força no corpo e não tinha entendido o que estava acontecendo o tempo todo, pensando que talvez fosse o seu fim. Até que aqueles dois apareceram e explicaram, isso o motivou a resistir e passar por aquilo. Ele sorriu no fim e logo apagou.

–-Acho que fizemos a nossa parte. -disse Dukan ao sair do quarto. - Jalaska é um cara legal e já estou sentido a falta dele.

Caminhando pelo corredor ao lado de Flecher encontraram o pai de Brian. Ele e Kan conversaram brevemente.

Flecher se sentiu incomodado enquanto esperava e olhou rapidamente para trás, viu um garoto no corredor se virar rapidamente para um quadro na parede. O menino tinha um gorro preto e vestia uma blusa de moletom largo para seu corpo com calça jeans escura e allstar branco. Dukan se despediu de Kevin e eles seguiram para os elevadores. Flecher suspeitava que o garoto estivesse os seguindo e falou para Dukan, que parou imediatamente e se virou vendo o menino imóvel em um passo sem poder disfarçar, espantando ate Flecher. Então o loiro foi na direção do garoto que deu alguns passos para trás decidindo se ia fugir ou esperar para ver o que acontecia. Kan parou na frente dele e sorriu, depois perguntou diretamente se ele estava os seguindo. O menino pareceu ficar avermelhado e mais pálido do que já era e gaguejou uma resposta que não ficou clara para Kan.

–- Nós podemos te ajudar em alguma coisa?- disse o loiro ainda afastado e ficando curioso.

O menino olhou rapidamente Flecher, que tinha se chegado,e desviou o olhar para outros lugares pensando e se controlando. Depois de alguns minutos de paciência para os dois o menino com gorro disse suas primeiras palavras:

–-O-ouvi v-ocês... - ele gaguejava e as palavras pareciam incertas ao saírem de sua boca. - falando dos Filhos da Lua, das criaturas e de mutação para o garoto do quarto 47.

–-Sim. -confirmou Flecher intrigado com o que chamou atenção do garoto, que o olhou rapidamente voltando a encarar outra coisa a seguir.

–-S-se vocês estão lutando contra eles... -ele engoliu em seco. - Eu quero participar.

Dukan e Flecher se olharam.

–-Tudo bem. -disse Kan. -Qual o seu nome?

–-Lucas...

–-Quantos anos têm?

–-17.

–-Quer vir conosco agora?- perguntou Kan amigável.

O menino concordou com um gesto de cabeça e os seguiu até o estacionamento.

–-Flecher vai te levar para junto dos outros, novato. Eu vou para minha casa. E acho que você vai gostar del á... é mais legal que a minha. –sorriu entrando na Mercedes e deixando Flecher para trás com a Bmw e o garoto.

–-Você não tem uma família para avisar, ou uma casa?

O menino negou sentado no banco de passageiro, mesmo tendo um irmão e pais em algum lugar.