Caminhos Cruzados - Davi e Megan escrita por Alexia Lacerda


Capítulo 30
Capítulo 30 - De bom a melhor. De melhor a melhor ainda.


Notas iniciais do capítulo

Ownnnn gente. *o* Me incentiva demais saber que vocês aprovam esse casal e se apegam a eles tanto quanto eu. Obrigada por todos os elogios que fizeram, a todos os comentários, e por estarem acompanhando a fic. Significa demais pra mim! Vi que saiu o resumo do primeiro capítulo da novela, e eu simplesmente surtei loucamente com ele. Amei o jeito que os autores vão explorar a história de cada personagem e boto fé que vai render uma grandiosa audiência. Muitas coisas serão diferentes da fic, porque querendo ou não, essa história aqui saiu da minha cabeça né. O passado de Jonas pode não ter nada a ver, Megan e Davi com certeza vão se conhecer de um jeito bem mais inusitado, e blá blá blá. Mesmo assim, obrigada por gostarem da minha história, e do jeito que levo ela. Isso é o mais importante pra mim. Deixo vocês com o capítulo 30: *0*



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O sol escaldante do Rio de Janeiro fervia seu rosto. Podia escutar o som dos pombos sobrevoando o terraço, e o barulho dos carros oito andares abaixo. O braço de Davi repousava sob sua cintura e ela podia sentir sua respiração, assim como podia admirar sua beleza pela manhã. Se desentrelaçou com cuidado dele, tentando fazer com que não notasse sua retirada, e caminhou até o celular, se deparando com o horário. O tempo passa rápido quando está se divertindo.

— Você não vai fugir de mim. Te caço até o fim do mundo.

Davi estava de olhos abertos na cama, na mesma posição. Ele lhe assustou. Uma voz grave logo nos primeiros momentos do dia; não estava acostumada. Todos os homens com que dormiu, desapareciam no meio da madrugada. A garota sorriu, sentando na borda do colchão, e vendo as mãos dele vindo de encontro com as suas, lhe fazendo carinho. Deus, era como flutuar. Nunca, em momento algum, havia se sentido assim com alguém antes... não queria se sentir assim com mais ninguém a partir daquele dia. Davi era tudo o que queria.

— Eu não seria doida.

— Ainda bem. — um sorriso tomou conta do rosto dele. — Sabe que é difícil parar de olhar pra ti? Eu acho que sou o cara mais sortudo desse mundo... porque... não é possível algo assim.

— Puxando meu saco, né. Quer o quê?

— Você. De manhã, tarde e de noite. De segunda a segunda. De janeiro a janeiro. Por muito, muito tempo. — e assim que o disse, percebeu como as palavras eram radicais, dado no tempo que estavam juntos. Ele realmente estava amando. Que loucura. O que aquela garota fez com ele? — Mas me contento com o tempo que vai levar até você dizer que precisa voltar pra casa.

— Eu realmente preciso voltar pra casa, amor... e você precisa voltar pros chalés, esse era o combinado. Vamos fazer tudo da maneira certa, tá bem?

— Bem previsível...

— Desculpa...

— Não tem que se desculpar, tu tá certa, não dá pra deixar a maré nos levar. O mundo real tá logo ali e a gente precisa de um beliscão. Né? — disse, mas sem firmeza alguma. Era como se não tivesse credibilidade alguma naquelas palavras. — Mais cinco minutinhos então... pode ser?

— Feito. — ela sorriu, entrando debaixo dos lençóis com o namorado e cafungando seu pescoço. O perfume dele a deixava em êxtase, e vice-versa. Ficaram abraçados ali, sem dizer nada, apenas ouvindo as batidas dos seus corações.

Ela fechou os olhos. Depois de meio segundo foi surpreendida com um beijo molhado, daqueles que te agitam profundamente. Já deviam ter pedido um dos seus preciosos minutos. Queria mandar o relógio se ferrar, atirando-o por oito andares.

Abraçou o namorado, envolvendo sua língua, e já pôde sentir saudade. Seu cérebro voltou um pouco no tempo, quando ela reclamava de tudo pelo caminho, infeliz com tudo a sua volta. Nunca havia cogitado descer de cima do próprio ego, ou permitido ser feliz verdadeiramente. Afinal, talvez a resposta fosse a simplicidade.

E então Davi apareceu. Apanhou dela com uma bolsa e mesmo assim insistiu naquilo. Sabia na encrenca que se metia. O que tinha feito para merecer alguém como ele? Por que o universo tinha sido tão generoso com ela? Não tinha respostas, e também não as queria. Estava muito bem ali. No calor daquele beijo. Feliz com o que o mundo pôde lhe proporcionar.

E ela estava feliz como nunca antes. Não sentia falta de colecionar festas ou homens, nem de acordar de ressaca todas as manhãs, sozinha na cama. Não sentia falta de ser vista com Justin Timberlake, ou fazer compras com Lindsay Lohan. Talvez se ela conseguisse enxergar o que realmente importa, deixasse de ser cega pela ignorância, e largasse mão de toda aquela ganância... conhecesse um quarto do sentimento da liberdade. Megan suspirou longamente, absorta nos pensamentos.

— Eu sou uma bagunça. — murmuriou.

— Pois eu adoro a tua bagunça.

Tá legal, ele poderia parar de ser gentil por alguns instantes, para ajudá-la. O sol os cobria e ele mal consiga manter os olhos abertos, fazendo uma careta quase bizarra.

— Eu tô falando sério! Eu sou um caos! Por que gosta de mim?

— Porque todos nós temos um caos dentro de si... não é só você.

— Deixa de ser educado por um segundo e me escuta!

— Mas eu tô falando a verdade, pamonha!

— Olha pra mim. Presta atenção. Eu sei ser bem idiota quando quero, e...

— Quando não quer também.

— Eu já mandei parar! — ela riu, estapeando o ombro do rapaz. — Eu só quero que saiba no que está se metendo.

— Tarde demais.

— Tá bom. Depois não diga que eu avisei.

— Isso, perfeito, agora cala essa boca.

E ele a calou com a sua, acabando com todas as inseguranças que ainda restavam na cabeça insana de Megan Parker. Porque querer complicar aquilo era loucura. Eles estavam felizes, e mais nada os impedia. Megan precisava mesmo calar a boca. Ela o agradeceu eternamente por isso. E então retribuiu ao beijo. De novo e de novo, até que o tempo se esgotasse.

— Eu amo você. Já te disse isso hoje?

— Primeira vez do dia.

— Vai ser a primeira de muitas.

Ele sorriu. Se pôs de pé e colocou as calças, vestindo a mesma camisa de ontem. Meu Deus, era a mesma camisa de ontem. Mesma- camisa - de - ontem. Os olhos se arregalaram e Megan atirou algo em direção a ele. Por coincidência do destino, uma camisa nova em folha.

— Que isso?

— Passei ontem no shopping.

— E?

— Desconfiariam se você voltasse com a mesma roupa.

Ele queria tomá-la nos braços.

— Obrigado, amor... sério.

— Fica aí meu primeiro presente como namorada.

— Bem capaz. Você foi o seu primeiro presente de namorada. E eu o amei.

— Ótimo. Melhor assim.

Davi estava pronto. Não tinha mais o que arrumar pelo terraço, pois ele já havia dobrado os lençóis e esvaziado o colchão. Tudo estava em seu lugar, mas ainda faltava uma coisa. Ele caminhou até a namorada, lhe beijando brevemente.

— Eu amei nossa noite. E antes de ir embora, quero dizer que 60% do meu dia é destinado a pensar em você. Sem falar das noites, porque você praticamente domina meus pensamentos quando escurece. Tipo... o ponto que quero chegar é que: eu amo você, por inteira. E a sua bagunça é um pouco parecida com a minha.

Foi a última coisa que disse antes de sair pela porta.

***

Declarações a parte, Megan estava débil. Chegou em casa em choque, como fosse o momento certo para descer da nuvem, mesmo que não quisesse. Antoine abriu a garagem para ela, ajudando-a a carregar as sacolas.

— Como foi a noite? — perguntou e Megan nem conseguia responder. — Esquece, esse teu sorriso já disse tudo.

— Maravilhosa, Toinê.

— Mais que o suficiente. — riu. — O que pretende fazer hoje? Tem algo marcado na sua agenda?

— Não. Não tive tempo de agendar nada.

— E o lance do Sr. Gomes?

— Ele está bem, cara. Falei com ele pouco antes de ir pro terraço.

— E?

— Está tudo caminhando bem. Pâmela e Jonas brigaram feio.

— E isso é estar tudo bem?

— Pra ele sim. Jonas não sabe do elemento X.

Antoine falou quase num cochicho.

— Aquela paradinha de arrumar os panos de bunda e dar no pé?

— Essa mesmo.

— Que beleza. Parece que está tudo entrando na linha, né. Você e Davi. Pâmela e Herval. E eu... também tô junto. — disse, de um modo hilário - deprimente.

— Você precisa achar alguém pra namorar.

— Claro. Pra você é fácil falar. Tem peitos.

Megan riu. Um outro mordomo abriu a porta para que entrassem.

— Jeremy, pode me trazer um suco de laranja? Por favor... — e o homem se moveu logo em seguida. Antoine ficou observando a situação e por um momento recordou da última vez que um dos cozinheiros lhe trouxe uma vitamina. O que sucedeu não foi nada agradável.

— Megan... você fez certo em ter forçado a barra de Jonas.

— Por quê?

— Ele merece coisa muito pior.

— Ah pára. Tudo bem que ele foi um estúpido a vida inteira, mas não merece coisas muito ruins. Ele foi até legal em ter nos dado aquele terraço todo chique e arrumado.

— E você não desconfiou de nada?

— Como assim?

— Tipo... ele apronta muitas com você, e...

— Ele nunca me fez nada ruim, Toinê. Só abusou da autoridade.

— Não... ele fez sim. Ele merece que continuem arrancando dele.

— Não. Está bom assim.

— Peça algo pro garoto então, ou um novo carro pra ti, sei lá...

— Eu não preciso de um novo carro.

— Roupas. Peça um cartão de crédito recheadão!

— Não, Toinê. Não quero...

— Alguém precisa fazê-lo sofrer.

Megan estava estática. Não entendia merda alguma.

— O que aconteceu pra ter esse ódio gratuito dele?

Antoine bufou.

— Você sabe que ele é um miserável.

— E...?

— Na noite de estréia do programa, você desmaiou, lembra?

— Aham.

— Mas não foi bem assim que aconteceu.

— Como assim?

— Jonas mandou um dos cozinheiros drogarem sua bebida. Você estava dopada naquela noite, e foi por muito pouco que conseguiu ir. Estava tão atordoada!

— Só isso?

— Como "só isso"? Você corria risco. O golpe dele foi muito baixo.

— O que é passado fica no passado...

— Mas...

— Diga o que aconteceu realmente.

Antoine bufou de novo.

— Ele teme que o Davi revele o seu passado depois de conseguir o que quer. Tentou arrancar informações de mim quando você esteve fora, queria saber a fonte de Davi. Queria saber de Herval. Eu disse que não sabia de nada. Esta manhã, foi a do pagamento. Ele abaixou meu salário. 500 reais a menos. Não que isso me deixe louco da vida, mas sim... desta vez me deixou.

— Não te preocupa, Toinê. Vai ter teu dinheiro de volta.

E Megan sorriu, mesmo depois de tudo o que descobriu.

— Quem é você e o que fez com Megan Parker?

Ela sorriu de novo, dando palmadinha em seus ombros.

— Hoje nada vai estragar meu dia.

E subiu as escadarias, em direção ao quarto.

***

Davi estava abobadão. A câmera do quarto gravou o momento que adentrou o chalé e encontrou um grande cubo mágico na escrivaninha. Tinha o dobro ou triplo do tamanho de um normal e devia pesar a beça. Parou assim que o viu, arqueando a sobrancelha. Qual a necessidade daquilo?

"Use sua inteligência"

Uma voz eletrônica irrompeu o silêncio do quarto. Davi percebeu que não era só ele quem recebeu um desses, pois a voz também pôde ser ouvida em outros chalés. Não haviam perguntas a se fazer, estavam os testando mais uma vez. E então ele caminhou até a mesa, sentando na poltrona e começando a solucionar. Um botão vermelho estava ao seu lado, para quando terminasse.

Depois de um minuto, ele ainda estava se enrolando no próprio raciocínio. Respirou profundamente, se concentrando única e exclusivamente nas cores do cubo. Afinal, quem foi o desgraçado que inventou um quadrado demoníaco daqueles? Respirou fundo mais uma vez, contando até dez. O tempo continuava passando, quando as cores começaram a encaixar.

Tcharam! Bingo! Malfeito, feito. Ele terminou. 3 minutos e estava terminado. Isso só podia ser algum recorde ou algo extraordinário, porque ele comorava como se fosse o cara que mais manjasse em cubos mágicos no mundo inteiro. Revirou o cubo em busca de uma cor fora do lugar e nada. Apertou o botão vermelho.

Naquele instante, uma outra voz eletrônica tomou conta dos chalés. "Botão acionado! Chalé 8! Participante Reis. Parabéns!" E ele imaginou que Zac devia estar se remoendo. Não contou a Megan, mas o jovem viera pouco depois da prova se gabar. Aquilo tinha sido ridículo ao extremo, indigno até de espalhar, e por isso guardou pra si, mas agora valia a pena lembrar.

Davi saiu para o jardim logo depois disso e rumou para a cozinha, sorrindo feito tolo, e tirando o pudim da geladeira. Sabia que estava sendo gravado, cada movimento, e usou isso ao seu favor. Riu em comemoração e apreciou uma colherada cheia de chocolate, lambuzando o canto do rosto. Davi conseguiu o primeiro lugar, mais uma vez, e essa nem era uma prova.

Certamente, depois daquele teste, ganharia ainda mais o apoio do público, que o ovacionava nas redes sociais, segundo Clara. Ele estava sendo carismático. Ele estava tendo uma legião como torcida. E muito feliz. Feliz pra caramba, mesmo que nem um terço dessa felicidade fosse por ter ganho o teste.

Aquele dia ia de bom a melhor. E de melhor a melhor ainda. Davi não podia estar mais eufórico. Mais alegre. Ernesto veio e se sentou do se lado, o parabenizando. Nêne realmente não se importava em ganhar de tudo e todos, e isso lhe causava um alívio gigantesco.

— Eu amo você, cara.

— Quem não ama?

— Deus! Tá muito bom pra ser verdade.

— Ah... tá se referindo a aquilo. Imagino que deve ter sido ótimo, porque você não tira esse sorriso idiota dessa tua cara de idiota.

Davi riu. Nêne não podia opinar em nada, pois nunca se apaixonou por ninguém. Sempre deixou claro que nenhum relacionamento durou mais que um mês e que o fato de ele se privar da sociedade o afasta das mulheres.

— Deixa eu te contar uma coisa. — ele sussurrou, de um jeito que nenhuma câmera captaria. — De vez em quando, vem aquela pessoa que te deixa com sorrisos estúpidos na cara, que chega a amortecer as bochechas, mas que não cansa. Ela é essa pessoa. E eu não tenho porquê esconder isso de você.

— E quando pretende não esconder isso de ninguém?

Davi sorriu.

— O mais rápido possível.


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