Aprendendo a te amar escrita por GothicUnicorn


Capítulo 24
24


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo será dedicado à Victoria Alves (Acho tão rainho o nome Victoria) que recomendou a FIC! Obrigada, meu amor, de coração S2
E sobre o capítulo:
AMO QUANDO ESSAS TRETAS ACONTECEM!



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– Espero que esteja bem. – Pensava ele, enquanto andava sem olhar para trás.

Chegando, não havia ninguém no local e Felipe estava muito ocupado com o outro rapaz. Sem cortesias, José Miguel invadiu o consultório, e ouvindo vozes vindas do fundo, adentrou a pequena sala.

– O que faz aqui, José Miguel? – Perguntou Isabel, que acariciava o rosto da filha, que estava quase adormecendo.

– Quero saber de minha filha, senhora Isabel. – A cara de dó de José Miguel a comoveu muito, ela ia dizer toda a verdade, mas quando ia começar a dizer foi interrompida pela grave voz da filha.

– Nossa filha morreu. – Disse ríspida, com o rosto voltado para a parede.

– O que? – Disse ele, boquiaberto. Instantaneamente seus olhos ficaram úmidos, e uma teimosa lágrima correu por todo o rosto. Ele havia planejado toda uma vida ao lado de Ivana, dela e da filha, que depois de muito custo a aceitou, e a vida a tirou assim? – Isso não é verdade, Ivana, nossa filha ainda está ai.

– Não se engane. Graças a você e sua amada, hoje já não tenho mais minha filha, o bem mais precioso que a vida me deu, e que por capricho Valentina conseguiu tomar, como sempre.

Desolado, José Miguel ajoelhou-se no chão. Com o rosto voltado para o céu, ele pedia perdão a Ivana, que chorava muito também. Depois que ela ficou sabendo da existência daquele pequeno ser em seu ventre, ela media cada palavra, e dizer tal coisa parecia ousadia demais para uma mulher grávida.

– Me perdoe, Ivana. – Isabel deixou a sala aos prantos, afinal não concordava com a filha, e a cena era forte demais para ela. – Olha o que fiz com você. Por ser covarde, destruí sua vida, joguei fora momentos ternos juntos e matei nossa filha. Não te mereço, nunca te mereci. Fiz-te sofrer durante muito tempo, e quando finalmente tudo parecia bom, perfeito, te fiz sofrer de novo. – Ivana começava a se arrepender das palavras, mas antes que pudesse se retratar, ele já havia partido.

– O que você fez, Ivana? – Perguntou Isabel, fitando-a cabisbaixa. A resposta foi apenas um crise de choro.

Colérico, José Miguel partiu para a fazenda de Valentina, eles ainda tinham contas para acertar. A velocidade do carro era alta, mas não tão alta quanto sua frequência cardíaca. Sua visão estava embaçada, tão embaçada e emaranhada quanto seus sentimentos. O trajeto que era feito em longos minutos, foi feito no mínimo tempo possível, afinal, a raiva não obedece a leis de trânsito.

Chegando à casa, ele saltou do carro, e ainda no ápice da fúria, batia inúmeras vezes na porta. Assustada, Iluminada foi abrir, e antes que a moça pudesse dizer algo, ele adentrou a casa e saiu a procura de La dueña.

– Onde está, Valentina? – Gritava ele, subindo as escadas. Chegando finalmente em seu quarto, ele abriu a porta com força, e ela apavorada, fingiu-se de adormecida. – Viu o que fez? – Com toda sua raiva, ele a pegou pelo braço. A força era tanta que ele levantou-a pelo braço.

– Me solte, está me machucando! – Gritava ela, aos prantos. – O que fiz?

– Matou minha filha, assassina! – Gritava ele. – Assassina!

Soltando-a finalmente, ela caiu sobre a cama, e em meio às lágrimas, ela tentava pedir perdão.

– Me perdoem, José Miguel, não fiz por mal.

Tomado pela cólera novamente, ele pegou-a pelo braço novamente.

– Não fez por mal? Não fez por mal? – Perguntava ele, ironicamente enquanto ela chorava como um bebê. – Tudo que você faz é por mal, não sei como um dia pude te amar.

– Eu posso ajudá-los financeiramente, sei que não é muito. – Dizia ela, massageando o braço.

– Dinheiro não é tudo e esse é seu mal, achar que pode comprar os outros. Dinheiro não compra tudo, você é rica e órfã, seu dinheiro não comprou a vida de seus pais, comprou? Pois então, também não compra a vida de nossa filha.

Aos prantos, ele a deixou sozinha, com sua consciência e dinheiro, seu maldito dinheiro. José Miguel não tinha ideia do que fazer, naquela manhã ele tinha tudo, uma esposa, uma filha e um lar, agora já não tinha mais nada, mas em nenhum momento passou pela sua cabeça o suicídio, pois sabia que Ivana poderia precisar muito dele.

– O que farei sem vocês agora? – Se perguntava ele, dirigindo para a fazenda de seus pais.

Enquanto isso, no hospital, Ivana, sentada na maca, chorava descontroladamente.

– Mamãe, olha o que fiz? E se ele virar assassino por minha causa? Saiu muito bravo daqui, e se mata a maldita Valentina, posso detestá-la, mas ainda é um ser humano.

– Creio que ele não vai matá-la. – Isabel estava com Ivana, mas seu coração também estava com Valentina. Todo ser humano fraqueja, ela mesmo já fraquejou muitas vezes, e Valentina não era diferente. O único problema foi que sua fraqueza resultou em uma série de problemas, e agora se tornara quase irreversível. – Filha, tente não pensar, afinal sua gravidez é de risco, e se não quiser que aconteça o que disse, tente pensar em coisas boas.

– Como pensarei em coisas boas com tudo isso ao meu redor?

– Tente, filha, tente. – Isabel deitou-a na maca, e assim ficou ao seu lado, até que pudesse dormir. – Durma, filha, durma.

Chegando em casa, José Miguel, entrou direto e foi para o quarto. Batendo a porta com força, ele foi para uma ducha fria, precisava pensar. Pensar e chorar faziam bem nessa hora, na cabeça dele passava um filme, ele via Ivana e lembrava de todos os momentos ao seu lado, da alegria de saber que o bebê era uma menina, enfim, lembrava-se de tudo.

Depois do banho, ele vestiu uma roupa larga e jogou-se na cama, queria esquecer deste dia, o dia em que julgava o mais triste de sua vida.

– Eu perdi tudo, e tudo isso por um capricho de Valentina Villalba. Maldito seja o dia que a conheci, e maldito seja o sentimento que um dia por ela comecei a sentir. Graças a ela perdi o bem mais precioso para um homem, um filho. Eu já a imaginava correndo pela casa, me chamando de papai e sendo tão vaidosa quanto a mãe. Por que ela fez isso comigo? Por que a vida fez isso comigo? Será que algum dia irei recuperar o amor de Ivana? Eu preciso dela para sobreviver.


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Notas finais do capítulo

NÃO.ME.MATEM