Aprendendo a te amar escrita por GothicUnicorn


Capítulo 23
23


Notas iniciais do capítulo

Agora que o negócio fica louco :v ESTOU ME AMANDO, E VOCÊS ME ODIANDO. Soy mala, muy mala, mis angeles.



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– Maldita Valentina! – Gritava ele. – Maldita Valentina!

José Miguel estava aos prantos, quando finalmente conseguiu arrumar sua situação com Ivana, Valentina apronta uma dessas? Foi essa mulher que ele acreditou ser melhor que sua esposa? Foi com essa Valentina que ele queria se casar? Bom, ele não tinha tempo para ter todas essas perguntas respondidas, já que sua esposa estava sangrando há alguns metros de seu carro e a vida de sua filha estava em risco.

Enquanto isso, no carro de Alonso, Isabel afagava a mão da filha inerte, que ocupava todo o banco traseiro do carro.

– Seja forte, minha filha. – O sangramento havia diminuído, mas ainda sangrava. Alonso andou mais alguns metros e finalmente chegou ao posto de saúde onde atendia Felipe. Em suas pernas tinham rastros de sangue e o rosto estava pálido, mas do que de costume.

Desesperado, Alonso a tomou no colo e levava para dentro do pequeno lugar. José Miguel vinha logo atrás.

– Entregue-me ela, Alonso. – Dizia ele, seguindo-o.

– Não acha que estamos em um momento não muito apropriado para discutirmos sobre quem vai levá-la? – De cabeça baixa, ele passou a frente de Alonso e abriu a porta do consultório de Felipe.

– Senhor, não pode fazer isso. – Repreendeu Amparo, puxando a maçaneta para si.

– E QUER QUE EU A DEIXE MORRER? – Gritou ele, colérico.

– Acalme-se, senhor, por favor.

– O que acontece? – Disse Felipe, finalmente abrindo a porta. Quando viu que se tratava de uma emergência, deixou Alonso colocá-la sobre a maca.

– Salve minha filha! – Disse José Miguel, suplicando para Felipe.

– Ora, José Miguel, se quisesse tanto ela, não tentaria ir para a cama com minha mulher.

– Por favor, aqui não é local para isso. – Interviu Isabel, empurrando-os para fora do consultório.

Já do lado de fora, continuavam as provocações, até que Amparo deu um basta.

– Já basta! Vocês dois para fora.

– Não vou a lugar algum! – Resistiu José Miguel.

– O senhor vai sim, sozinho ou com a polícia. – Sem hesitar, José Miguel e Alonso baixaram as cabeças e saíram.

Enquanto isso, no consultório, Ivana estava sendo examinada. Isabel precisou sair da sala, e isso a deixava ainda mais agoniada.

– Será que minha netinha vai morrer? – Pensava ela, aos prantos.

Isabel ficou ali sentada por horas, sentada esperando por uma noticia de sua filha ou neta, até que finalmente Felipe saiu.

– Como elas estão, Felipe? – Perguntou ela, saltando da cadeira. Felipe ficou algum tempo fitando-a, Isabel já pensou no pior, como qualquer mãe. O fato de Felipe não respondê-la já estava a incomodando. – Responda, Felipe.

– Estão bem, senhora. – A voz dele foi muito reconfortante, saber que sua filha e neta estavam bem era a melhor noticia que ela podia receber.

– Posso vê-la?

– Pode sim. – Isabel o seguiu até a pequena sala que ficava dentro de seu consultório, onde eram feitos os exames. Ivana estava começando a despertar.

– O que aconteceu, mamãe? – Perguntou ela, retomando os sentidos.

– Você desmaiou e teve um pequeno sangramento, filha.

– Como está minha filha? Eu a perdi, mamãe? Não diga que eu a perdi. – Ivana estava alterada, e isso não era nada bom para a pequena.

– Não, filha, você não a perdeu, se acalme, por favor. – Isabel colocou as mãos sobre o ventre dela, e isso deixou-a mais calma.

– Mamãe, quero sair daqui! Por favor, vamos embora daqui.

– Você ainda não pode, Ivana, você não perdeu a bebê, mas a gravidez é de risco. – Interrompeu Felipe, afagando as mãos de Isabel.

Enquanto isso, do lado de fora, estava José Miguel sentado na calçada, chorando e rezando para que tudo estivesse bem.

– Maldita Valentina! Eu a odeio com todas as minhas forças. Será que minhas mulheres estão bem? – Pensava ele, puxando os pequenos tufos de capim que nasciam próximo a calçada. Alonso havia ido para o hotel, ele estava com a cabeça muito quente para pensar em qualquer coisa.

Valentina, por sua vez, estava deitada em sua cama aos prantos, nem ela entendia o que havia feito.

– E se morrerem? A culpa é minha, não? Meu Deus, o que eu fiz? – Dizia ela, enquanto se debatia. – E ainda perdi o Santi, o que farei agora? Por um capricho perdi a única família que me restava, minha tia e prima, coloquei em risco a vida da minha sobrinha e perdi meu enteado, e tudo isso por quê? Porque sou uma estúpida. Olhe para tudo o que conseguiu sendo La dueña, Valentina, conseguiu um grande palácio com nada, uma coroa e também uma vida vazia. – Valentina passaria a noite envolta em suas cobertas, Ivana passaria em uma cama de hospital, com sua mãe sempre ao lado, e José Miguel, dentro do carro de Ivana, depois de não aguentar mais ficar sentado no chão frio.

– Mamãe, onde está Alonso? – Perguntou Ivana, angustiada.

– Não sei, ele e José Miguel começaram a brigar aqui e os coloquei para fora, e quando sai já não estavam.

– Nossa, sou mesmo importante para o José Miguel, quase perco nossa filha e ele nem ao menos vem saber de mim? - Isabel abaixou a cabeça, sua filha parecia ter razão, mas o que elas não sabia era que o genro estava sentado dentro de um carro, orando e chorando por ela e pela bebê. – Mamãe, eu quero ir embora daqui.

– Como assim, filha?

– Não quero mais morar neste lugarzinho, não quero viver como uma parasita na vida de sua adorada sobrinha, e se José Miguel vier me procurar, o que duvido muito, diga que perdi nossa filha.

– Isso é crueldade, filha, embora esteja errado, a menina continua sendo filha dele, filha, pense nisso com calma. Nunca quis ter independência, sempre te propus isso, mas nunca aceitou e agora quer mudar?

– Mas a situação me obriga, mamãe, agora terei uma filha e não tenho escolha. Me dói dizer isso, mas terei que arrumar um emprego.

– Ivana, não quero ser estraga prazer, mas se em 32 anos você nunca trabalhou, fará isso agora?

– Pois é, mamãe, mas terei que aprender. Mamãe, estou cansada, tentarei dormir um pouco. – Cansada, ela deitou-se e mesmo sem querer José Miguel era o protagonista de seus pensamentos. Enquanto isso, no carro, José Miguel finalmente tomara coragem para entrar e enfrentar qualquer noticia ruim, ou a fúria de sua esposa. Talvez ele merecesse, pois embora não quisesse as caricias de Valentina, não fez nada para impedi-la, mas ele estava em sua casa, e agredi-la não podia, porém empurrá-la seria agredi-la? Ele não tinha muito tempo para pensar.

Em um único ato, ele adentrou o posto de saúde, Amparo já havia ido embora e Felipe ficaria de plantão, já que além de Ivana, também havia um rapaz internado, e seu estado era bem mais grave que o dela. A fúria de Ivana era o que ele queria ouvir, pois embora furiosa, ela estaria bem e a nena também.

– Espero que esteja bem. – Pensava ele, enquanto andava sem olhar para trás.


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