Em Família... Com Muito Amor À Vida! escrita por Paula Freitas


Capítulo 5
Capítulo 5: Quando o ciúme grita... Sussurre!


Notas iniciais do capítulo

Finalmente, o 5º capítulo com fortes emoções. Ficou comprido pra caramba, mas leiam até o final, por favor, principalmente os que já leram os outros capítulos.
Como já era esperado, neste capítulo, uma briga por ciúme e uma bela reconciliação!



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Félix e Niko passaram o final de tarde romântico na casa da mami poderosa. Depois que saíram do quarto, foram ver como os meninos estavam. Jhonatan vinha pelo corredor na direção contrária, Félix o interceptou.

– Jhonatan, vem cá!

– Vai me dar uma bronca, pai?!

– Que nada, meu filho, você já é maior de idade, aliás, daqui a pouco já tem 20 anos... Ai, eu tô ficando velho... Mas, olha, eu só não quero que você faça a besteira de engravidar essa sua namorada e por a perder todos seus planos de se tornar um arquiteto! Você não passou no vestibular? Não vai pra universidade? Então, meu filho, primeiro faz o curso, depois faz outras coisas!

– Pai, não se preocupa! Eu sempre fui o mais responsável dessa casa, muito mais que você até!

– Ai, e é modesto não é?!

Entrando na conversa, Niko falou: - Ah, Félix, ele é mais parecido com você do que você pensava!

– Carneirinho, não se mete nisso! Olha Jhonatan...

Mas, Jhonatan o interrompeu, falando sério: - Olha pai, confia em mim, você não vai ser avô nem tão cedo... – Voltando a sorrir com cara de cínico. – Bom, pelo menos não até eu acabar a faculdade!

– Jhonatan...

– Tô brincando pai! Eu me protejo, é sério! E, no dia que isso tiver que acontecer, acontece e pronto! Mas, eu não vou desistir dos meus sonhos, você vai ver. Eu vou me formar e você vai estar todo orgulhoso na minha formatura!

– Ai, filho... Eu confio muito em você viu! E no dia da sua formatura, eu vou ser o pai mais orgulhoso da festa!

Eles se abraçaram e Jhonatan foi pro quarto. Niko e Félix saíram. Niko, segurando no braço de Félix, o olhava sorrindo.

– Tá rindo do quê carneirinho?

– De você Félix! Você ainda tinha dúvidas se é um bom pai?!

Antes que Félix pudesse responder qualquer coisa, Jayminho apareceu para confirmar.

– Papai Niko, deixa eu entrar na piscina? Ela tá toda iluminada e é tão bonita, nem é tão funda!

– Acho melhor não Jayminho, além de que já está anoitecendo!

– Papai Félix, eu posso entrar na piscina?

Um sorriso generoso aparecia no rosto de Félix quando ele ouvia Jayminho o chamar de papai.

– Pode sim, mas só um pouquinho!

– Mas, Félix, isso não é hora!

– Deixa Niko, ele me pediu tão bonitinho! Não resisto!

– Você virou um coração mole!

– Ah, vai Niko... Ele parece um peixinho, adora água. Eu peço pra mami ficar de olho nele e ele só fica até a hora do jantar. – Abaixando-se para ficar da altura de Jayminho. – Ouviu, meu filho, até a hora do jantar viu?! E obedeça a sua avó Pilar enquanto a gente dá uma saidinha!

– Tá bom, papai! Obrigado!

Deu um abraço em Félix como se agradecesse por um presente e depois abraçou Niko, correndo em seguida.

Félix, ainda parado, abaixado na mesma posição em que Jayminho o havia abraçado, falou para Niko assim que o menino correu.

– Você tem razão carneirinho! Eu sou bom nisso!

Niko sorriu e o levantou, beijando-o rapidamente em seguida.

– Você é bom mesmo! Vem, vamos ver o Fabrício!

Foram até o quarto de Pilar onde Niko deixou Fabrício dormindo no berço de César Júnior, e os dois já estavam acordados brincando no berço. Pilar e Maciel os observavam sorrindo.

– Ai, Félix, olha que coisa linda esses dois! Que saudade de quando você era desse tamanho!

– Ah, mami poderosa, já sou bem grandinho, mas você pode me mimar quando quiser!

– Não meu filho, você já foi mimado a vida toda por mim... Agora, o Niko te mima!

Eles sorriram e Niko respondeu com as bochechas rosadas: - Ah, Pilar, isso é verdade!

– Niko, vem cá, esse Fabrício é muito lindo... – Falando mais baixinho para Niko. – Lembra quando eu disse que você era o genro que eu pedi a Deus, pois pode me chamar de sogra se quiser!

– Ah Pilar, quer dizer, sogrinha... – Niko a abraçou.

Félix bateu palmas interrompendo.

– Ah Que momento mais cute! E você Maciel, posso te chamar de padrasto?

Todos riram. Félix foi pegar Fabrício no berço e teve mais uma prova de que estava sendo um bom pai: o menino, ao vê-lo, estendeu os bracinhos para que ele o levantasse. Félix o pegou nos braços e sorriu para ele que retribuiu o sorriso.

Então, ele continuou: - Mami poderosa pode olhar o Jayminho? Ele pediu pra ficar um pouquinho na piscina, mas é só até a hora do jantar, depois pode tirá-lo de lá senão ele não sai nem tão cedo!

– Mas, a essa hora, na piscina... Sabe como eu acho perigoso...

– Ai Pilar, eu não queria deixar, mas o Félix acabou dando permissão, sabe, ele tenta se fazer de durão, mas tem o coração mole, principalmente com os meninos!

– Eu entendo, mas, o Félix sabe minhas razões para eu não gostar muito daquela piscina e...

Maciel a interrompeu. – Não se preocupa tanto Pilar! Se quiser eu fico de olho no menino e você fica aqui com o Júnior!

– Ah, obrigada Maciel! Então vai lá e fica de olho nele! E vocês pra onde vão?

– Ah mami, eu tive vontade de fazer uma visitinha pra Márcia e vou levar o Fabrício pra ela ver como ele cresceu. Como o Jayminho pediu pra ficar, ela o vê noutra ocasião.

– Tá bem, meu filho. Vão que o Maciel vai ficar cuidando dele!

Félix e Niko saíram com Fabrício. Chegaram ao apartamento de Márcia e Atílio.

– Já vai!!! – Grita Márcia lá de dentro.

Félix não perde a oportunidade de dar uma alfinetada. – Essa é a Tetê para-choque para-lama, vem morar em bairro chique, mas não perde a breguice!

Ao abrir, a surpresa a fez gritar novamente: - Meu menininho!!! Que saudade!!!

Merijayne estava em sua casa, pois a pequena adorava ficar com a avó. Eles ficaram conversando e não passou muito tempo, Fabrício e Merijayne estavam bagunçando em um canto da casa.

– Olha, gente... – Disse Márcia toda carinhosa ao ver os dois brincando. – Que coisa mais fofa, a Merijayne já ficou amiguinha do filho de vocês! Olha, ela é esperta igual a avó!

– Que é isso, criatura... – Exclamou Félix. – Tá querendo transformar a Merijayne numa mini-piriguete?!

– Do que você tá falando, ô menininho?!

– Do que eu tô falando?! Vê se pode Niko e Atílio, a Tetê aqui está querendo jogar a netinha dela que só tem um aninho e meio pra cima do Fabrício!

– Félix... – Reclamou Niko. – Deixa de ser maldoso! Ela só achou bonitinho que os dois já viraram amiguinhos, olha lá!

– Ó carneirinho, você não conhece essa daqui como eu tá! Quando eu morava com ela, ela tentou me jogar nos braços de um mecânico só pra conseguir desconto no conserto da Van, sabia?!

– Ai ai ai Félix! Deixa de ser maldoso tá! – Reclamou Márcia. – Eu só disse que a Merijayne é esperta igual a mim, porque ela é mesmo oras! Mas... – Mudou a expressão de séria para sorridente - ...imaginem como ia ser lindo esses dois crescerem e se casarem, ai...

Mas, Félix a interrompeu rindo: - Ai ai ai digo eu! Você não aprende não é, Márcia?! Casa com o Atílio, ou Gentil, como queira, fica rica, vem morar nesse apartamentão, e ainda fica pensando em quando sua netinha tiver idade de casar pra arrumar pra ela um marido rico, além de loiro e bonito, porque o Fabrício é a cara do pai!

Márcia olhou para Félix e com tom irônico, respondeu: - Ué, menininho, você, por acaso, também não arrumou um marido rico, loiro e bonitão, aí o carneirinho carneirão!

Depois do fora, Félix só podia rir. – Ah Tetê, Tetê... Saiba que o Niko nem é tão rico assim tá... Quanto a loiro e bonitão...

Niko ficou novamente com as bochechas rosadas. – Ah Félix, seu bobo!

Depois de mais uma hora de conversa, Atílio chamou Félix para ver umas contas no computador e Niko perguntou a Márcia:

– Márcia, se você não estiver muito ocupada, poderia ficar cuidando do Fabrício, só por uma hora no máximo. É que eu queria sair sozinho com o Félix, pra ver o restaurante aqui da capital sabe...

– O restaurante? Sei...

– Ah Márcia, tem algum problema se o Fabrício ficar mais um pouquinho aqui com vocês, ela se enturmou tão rápido com a casa e já fez amizade com a Merijayne...

– Tudo bem, carneirinho! Eu fico sim cuidando desse menininho lindo, a cara do pai, se já fui babá do Félix né, que é exigente, sempre foi, então, meu filho, posso cuidar de qualquer bebê! Tô cuidando da minha neta essa noite, posso cuidar dele também! Não se preocupem, vão e podem ficar o tempo que quiserem viu!

– Ah, muito obrigado Márcia, você é demais!

Niko explicou para Félix. – Tem certeza que você vai deixar o Fabrício aqui Niko?!

– Olha aqui Félix... – Respondeu Márcia, em voz alta. – Eu cuidei de você, eu posso cuidar de qualquer criança, ouviu bem?!

– Ai, claro que ouvi criatura! Aliás, com esse tom de voz, todos os vizinhos ouviram também! Cuida bem dele então, o Fabrício também é meu filho!

Deixaram Fabrício brincando com Merijayne na casa de Márcia e saíram.

– Pra onde você quer ir mesmo, carneirinho?! Quer que eu te leve pra um motel?

– Uhn Félix, seria uma aventura e tanto!

– Olha, o carneirinho mostrando suas garras!

– Eu já disse que vou aonde você for Félix! Mas, antes, eu pensei em dar uma passada no restaurante pra ver como estão as coisas.

– Mas, carneirinho, o japinha, o Edgar, cuida tão bem de tudo! Ele até já me mandou as contas do mês por e-mail!

– Eu sei, eu confio no Edgar, ele foi meu assistente desde que eu abri o restaurante aqui em São Paulo, e ele também é um chef competente, por isso o deixei como chef no meu lugar depois que a gente se mudou. Mas, eu queria ver o restaurante de novo sabe, matar a saudade!

– Saudade de quê, carneirinho?! Hã, posso saber...

– Ora Félix, do lugar, dos empregados, dos amigos, dos clientes... Ué, eu vivi bons momentos naquele restaurante! Foi meu primeiro negócio próprio e foi lá onde eu te conheci melhor!

– Sério?! Pensei que você tivesse me conhecido melhor no seu quarto quando eu te pedi pra dormir lá!

Deram uma gargalhada e pararam próximo ao restaurante.

– Você ouviu Niko? O carro vem fazendo um barulho estranho desde que a gente saiu da casa de mami. Faz o seguinte, desce, vai lá ao restaurante “matar a saudade” como você disse, e eu vou procurar um lugar pra estacionar e dar uma olhada! Já já eu vou!

– Então tá, Félix!

Niko desceu e atravessou a rua e entrou no restaurante. Passou direto para o balcão para cumprimentar seu amigo e ex-assistente.

– Oi Edgar! Viemos hoje de manhã pra São Paulo e resolvi passar aqui pra ver como estão as coisas.

– Tá tudo indo muito bem, seu Niko! Está tendo muito lucro!

– Ah que bom...

O carneirinho foi interrompido por uma mão tocando seu ombro.

– Niko!

Ele virou-se, mas já conhecia aquela voz.

– Erom?!

– Oi Niko! Tudo bom?! Há quanto tempo não te via!

Niko olhou rapidamente para a porta imaginando o que Félix faria se entrasse naquele instante, mas também pensou que não havia nada demais em ele falar com seu ex, já que não sentia mais nada por ele.

– Ah... Tudo bem Erom! E você?

– Tudo ótimo! É verdade que você foi morar com o Félix?!

– É sim! Nós formamos uma família!

– Ah que coisa! E pensar que poderia ser minha família...

– Isso já é passado Erom!

– É, é sim. Tanto que eu quero te apresentar uma pessoa. Vem comigo?!

Erom levou Niko até a mesa que fica na área reservada.

– Senta, por favor?!

Niko sentou de costas para a o balcão. Como estavam na área reservada, aquela em que se sentam no chão, também não dava pra ver a entrada.

– Niko, eu quero te apresentar o André! André esse é o Niko de quem te falei, lembra dele?!

– Ah sim, claro. No dia da renovação dos votos matrimoniais da presidente do hospital...

– Sim, sim, lembra que eu te contei quem ele foi na minha vida?!

– Lembro sim. Então, finalmente, conheço o famoso Niko! Sabe que, quando comecei a conhecer melhor o Erom, ele falava tanto de você que eu cheguei a sentir ciúme sem nem mesmo te conhecer!

– É sério? Puxa... Não imaginei... Mas, sabe, eu deixei bem claro pro Erom quando a gente terminou que havia acabado mesmo e...

– Não importa, acho que, mesmo você deixando claro, ele ainda ficou pensando em você por um bom tempo! Mas... Acho que eu consegui limpar a mente dele!

– Que bom... Então, vocês estão tendo um relacionamento sério?!

– Mais ou menos! – Respondeu Erom. – A gente sai! Combinamos muito!

– Fico feliz por você Erom!

André, percebendo que Niko não estava nem um pouco a vontade por estar ali, e percebendo que Erom olhava muito pra ele, disse:

– Sabe Niko, conhecendo você agora, sei por que o Erom não te tirava da cabeça!

Erom percebeu que André estava provocando-o, por ciúme, mas também viu a cara que Niko fez e o quanto ficou vermelho. Então, Erom também começou a provocar... ambos.

– Sabe que você tem razão André... Eu realmente demorei pra tirar o Niko da cabeça, afinal, ele é lindíssimo!

Niko ficava cada vez mais vermelho.

– É mesmo! – Respondeu André. – Mas, você já o esqueceu mesmo?

– Esquecer completamente... não! É impossível esquecer o Niko!

– É mesmo Erom?! – Virando-se para Niko. – Se você é tão bom assim Niko, pode me dar umas dicas?!

Erom se aproximou de Niko e pôs o braço em seu ombro. – Que tipo de dicas André?! O Niko é inesquecível por muitos aspectos...

Nessa hora, Félix abriu a cortina que separava a mesa VIP do resto, falando com raiva.

– Já chega de tantos elogios com o carneirinho, porque senão daqui a pouco ele vira um tomate de tão vermelho que está!

– F-Félix...

– Que foi, Niko?! Você veio pra cá pra matar a saudade do quê exatamente?!

– F-Félix... Eu te disse, do restaurante ora, como eu ia saber que o Erom estava aqui?!

Mas, Félix só respirava profundamente, com a cara fechada de raiva.

– E você lacraia do olho furta-cor, continua distribuindo seu veneno?! O que pretendia com o carneirinho hein?! Uma festinha a três?! E esse aí, deve ser alguma outra espécie de inseto, só pode! Porque pelo que eu ouvi também estava louco pra grudar nos cachos do carneirinho aqui né?! Já sei, são uma dupla, a lacraia e a pulga!

– Félix, chega, você tá fazendo uma ceninha de ciúme ridícula, não tem nada a ver...

– Olha aqui lacraia, cala a boca!

– Félix, eu só estava aqui jantando com André, e eu quis apresentar o Niko pra ele, só isso!

– Sei, sei, e depois, vocês iam convidar o Niko pra conhecer o apartamento de vocês, pra tomar um chá?!

André levantou-se e falou: - Olha, essa situação é muito constrangedora...

Félix interrompeu: - Constrangedora pra você?! Constrangedora pra mim que não passei nem dois minutos lá fora e quando entro o carneirinho já está caindo na armadilha dessa lacraia, ah, e pelo que parece, sua também.

– Espera aí, eu nem te conheço pra você falar assim!

Erom disse: - André, o Félix é irmão da Paloma!

– Ah! Então você é o irmão da presidente do San Magno?! Eu sou o cirurgião-chefe de lá!

– Ah lacraia, olha, você gosta de chefes hein?! Do chef de cozinha ao cirurgião-chefe! Parabéns! – Disse Félix, batendo palmas fazendo um escândalo.

Niko segurou suas mãos, repreendendo-o: - Félix, pára! Tá todo mundo olhando!

– Tá envergonhado por que carneirinho?! Porque tá todo mundo vendo sua burrice?!

– Não! É porque você tá fazendo uma ceninha de ciúme ridícula!

– Ah! Então você vai concordar agora com o que essa lacraia disse?!

– Não Félix! Mas... É a verdade, você tá ridículo! Pronto, falei!

– Então eu sou ridículo, eu não sou ridículo...

– Você está sendo ridículo agora...

Os dois falavam ao mesmo tempo, até que Félix disse algo que fez o carneirinho se calar.

– Eu não estou sendo ridículo... Estou com ciúme sim. Morro de ciúme de você, tanto quanto você tem de mim!

– Mas, nem eu tenho tanto ciúme a ponto de fazer um escândalo assim!

– Mas eu tenho! Eu grito, eu bato palmas, eu esperneio se for preciso...

– Não sabia que você tinha um ciúme desses...

– E você acha que eu sabia que ia te amar tanto assim?! Aconteceu! Igual a essa cena agora! Aconteceu!

Niko ficou totalmente sem palavras.

Erom interrompeu. – Olha, eu não queria causar isso! Quero que fique claro Félix, que eu não sinto mais nada pelo Niko, nada além de atração. Não há mais sentimento. Tudo morreu a partir do momento que ele deixou bem claro pra mim que te amava.

André completou: - O Erom veio me apresentar o Niko na melhor das intenções. Eu é que fiquei com ciúme, confesso, porque ele realmente me falou muito do Niko e como ele era maravilhoso! Eu me senti ameaçado, mas, vejo que não tem nada a ver. Vocês devem se gostar de verdade... Nós vamos embora!

André foi saindo, mas Erom segurou na mão dele, colocando o dinheiro pra pagar a conta em cima da mesa e dizendo:

– Até hoje eu tinha dúvidas se você realmente tinha se apaixonado pelo Niko ou se só tinha se aproveitado da bondade dele Félix. Mas, pelo que você acabou de fazer e de dizer aqui hoje, vejo que você se apaixonou mesmo. Boa sorte pra vocês!

Eles saíram. Félix ainda estava todo vermelho pela raiva e respirava ofegante. Olhou para o rosto de Niko que o encarava, baixou o olhar e disse com o tom de voz normalizado: - Te espero lá fora!

Niko ficou parado por um instante, digerindo tudo que havia acontecido. Voltou para se despedir de Edgar e saiu atrás de Félix. Foi até o carro e Félix estava com os olhos fechados, com as mãos no volante e a cabeça para trás. Seu rosto estava molhado, ele havia chorado. Niko abriu a porta do lado do motorista e o beijou. Félix correspondeu ao beijo, mas ainda continuou sério.

– Félix, vai pro outro banco. Agora, eu dirijo.

– Mas, Niko...

– Nada de mas, eu estou no comando agora!

Félix não entendeu o que ele quis dizer. Niko começou a dirigir e falou pra ele:

– Eu vou te provar que te amo e só quero você!

Félix ainda não sabia para onde Niko estava o levando.

Ele parou o carro. Félix olhou pela janela e indagou:

– Um motel Niko?! Você veio mesmo pra um motel?! Mas eu só brinquei aquela hora...

– Shhh... Já disse que eu estou o comando!

Eles subiram para a suíte principal. Niko falou ao telefone por uns minutos e depois chamou serviço de quarto que lhe trouxe uma garrafa de champanhe.

– Pronto! É aqui mesmo!

– Com quem você estava falando?!

– Minha amiga Patrícia, que é secretária lá no San Magno. Uma vez ela me contou de um super motel que tinha um champanhe maravilhoso e que ela vinha com o Michel, o endócrino lá do hospital também. Eles reataram a relação aqui, e hoje estão casados sabia?!

– É?! E o que você pretende?! – Félix sorriu, quando entendeu que o carneirinho tinha muitas segundas intenções.

– O que pretendo, Félix?! Pretendo que com a gente aconteça o mesmo! Depois dessa “briguinha” de hoje, quero que reatemos aqui, com um bom champanhe!

– Uhn... E depois... Quer que eu me case com você também?!

Niko abriu o champanhe e abriu os botões da camisa de Félix, derramando um pouco do champanhe sobre seu peito.

– Porque não?! Você aceita?!

Niko tirou a camisa de Félix e o deitou. Foi lambendo o champanhe que havia derramado em seu peito. Niko se ajoelhou em cima de Félix, segurando em uma das mãos a garrafa de champanhe enquanto que com a outra alisava os cabelos negros de Félix.

– Uhn... Talvez...

– Talvez o quê Félix?!

Ele levantou e segurou nas costas do carneirinho, caindo por cima dele. Suas pernas ficaram entrelaçadas. Os rostos colados e o champanhe quase derramando. Félix pegou a garrafa e colocou-a no chão. Queria o seu carneirinho com as duas mãos livres. Entrelaçaram os seus dedos nos dedos dele e enfim, respondeu sussurrando em seu ouvido:

– Talvez eu aceite me casar com você!

Olharam-se nos olhos. Aqueles olhos quase negros hipnotizavam o carneirinho. Ao mesmo tempo, Félix era hipnotizado por aquelas íris verde.

Beijaram-se como nunca. Quando já haviam se livrado do resto das roupas Niko sussurrou ao seu ouvido:

– Lembra que eu disse que hoje eu estava no comando?!

Félix sorriu se entregando totalmente ao seu carneirinho, como se dissesse: “faça comigo o que quiser”!

As horas passaram sem que eles se dessem conta. Ambos, outra vez ofegantes, mas agora felizes, falavam baixinho, como sussurros.

Félix: - Nossa! Carneirinho! Adoro quando você se transforma de carneirinho manso para um tigre selvagem!

Niko: - Tigre?! Te arranhei com minhas garras?!

Félix: - Ainda pergunta?! Você sabe o que fez!

Niko: - Ai Félix, passou todo esse tempo e o Fabrício ficou na casa da Márcia!

Félix: - Daqui a pouco a gente liga pra saber como ele tá! Depois vamos buscá-lo. Com certeza ela cuidou muito bem dele!

Niko: - Félix, nunca mais precisa ter ciúme assim de mim! Eu só amo você!

Félix: - Eu sei! Desculpa carneirinho! É que eu não posso nem imaginar te perder!

Niko: - Você não vai me perder Félix! Eu nunca vou te deixar!

Félix: - Eu sei que você nunca vai me deixar! Sabe como eu sei?!

Niko: - Como?!

Félix: - Eu... Eu aceito!


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Notas finais do capítulo

Comentem! O comentário de vocês é importante para eu saber se devo continuar. Vou tentar fazer o possível próximo capítulo mais curto que esse. ;-)