Félix, Niko, Jayminho e Fabrício viajaram para São Paulo e chagaram na casa de Pilar. Paloma ficaria lá até estar mais recuperada da cesariana, pois lá teria mais gente pra cuidar dela e do bebê.

– Oi gente! Mami poderosa, linda como sempre! – Chegou gritando.

– Félix! Escandaloso como sempre! – Disse Pilar indo abraçar o filho.

– Que bom que vieram todos! – Disse Bernarda, simpática como sempre. – Venham! Meu bisnetinho está lá em cima com os pais!

Ao ver Fabrício e Jayminho com Niko atrás de Félix, Bernarda sorriu dizendo: - Ora, ora, esses também são meus bisnetinhos, não é Félix?!

– Awn... Se a senhora quiser chamá-los assim, dona Bernarda! Eu vou achar uma maravilha! – Falou Niko, todo carinhoso, abraçando-a.

Félix também foi todo dengoso abraçar a avó.

– Awn... Essa é minha vovotrix, um poço de simpatia! Se minha mami é poderosa, vovó é o quê?! Fenomenal!

Todos subiram para ver o bebê de Paloma. Quando entraram no quarto, Bruno estava sentado na poltrona perto da cama e Paloma deitada com o bebê ao lado dela. Ao ver essa cena, Félix teve um flashback de quando viu Paloma com Paulinha recém-nascida no banheiro daquele bar. Ele ficou parado na porta, olhando como se estivesse passando um filme diante de seus olhos, no qual aquela cena se repetia incansavelmente. Todos já haviam entrado menos Niko que estava atrás de Félix. Quando o viu parado, perguntou:

– O que foi Félix? Não vai entrar?

– Não sei Niko! De repente, lembrei... Ah, você sabe!

– Félix, não deixa os fantasmas do passado te atormentarem! Vai! Essa a chance de você ser um ótimo tio... Tem sido um ótimo pai!

Félix sorriu levemente, virando-se para Niko, fazendo um carinho em seu rosto.

– Ah! O que seria de mim sem você, carneirinho!

Entraram.

Niko foi logo cumprimentando o casal e fazendo um carinho no bebê. – Vem ver como seu sobrinho é lindo, Félix! – Niko queria que Félix se aproximasse mais de Paloma para acabar de uma vez por todas com todos os bloqueios do passado. Ainda um pouco distante, Félix respondeu:

– Ele é mesmo lindo! Adorei o nome Paloma, você provou que tem bom gosto, pelo menos pra escolher nomes, porque pra roupas seu gosto sempre foi péssimo!

– Félix!!! – repreendeu Niko com os dentes cerrados. – Você não perde uma oportunidade, hein?!

– Ai, desculpa gente! Foi só uma brincadeirinha!

– Deixa pra lá, Niko! – Falou Paloma. – O Félix consegue soltar uma piadinha seja qual for o momento, não é?! Ele continua assim sempre, Niko?!

– Ah, de vez em quando! Mas eu suporto, sabe, Paloma, é que eu não conseguiria mais viver sem o Félix, com seus defeitos e tudo!

– É... E como você suporta esse senso de humor do Félix?

– Ah, eu faço ele ficar quietinho, eu tenho meus truques sabe...

– Aham... Carneirinho, chega dessa conversa com minha irmãzinha, porque tem muita gente nesse quarto. Não tem porque você contar de nossa vida íntima para mami, vovó e até o bofe de ouro aqui presente ouvir! Menos, tá Niko!

Niko e Paloma sorriram. Niko pegou Fabrício que estava no colo de Bernarda e chamou Jayminho para perto.

– Olhem meninos! Digam oi pra o novo priminho de vocês!

Todos no quarto estavam felizes, paparicando o bebê. Mas, Félix ainda não se atrevia a chegar tão perto. Quando alguém lhe tocou nas costas.

– Tio Félix! Não vai segurar meu irmãozinho?

Era Paulinha.

– O-oi Paulinha! Tudo bem? Olha, eu acho melhor eu ficar só olhando daqui mesmo!

– Tio! Pensei que nós tínhamos combinado de sermos amigos, mas faz um tempão que eu nem te vejo! Agora você vem e nem dá um abraço, nem no meu irmãozinho, nem em mim!

Félix a abraçou, mas logo soltou dizendo:

– Pronto! Satisfeita?!

– Não! Eu quero te ver segurando meu irmãozinho! Eu quero ver se você sabe segurar bebês!

– É melhor não...

– Pode segurá-lo Félix! – Interrompeu Paloma, vendo a insistência de Paulinha.

Félix estendeu os braços para pegar Bernardo, mas suas mãos tremeram e ele o devolveu para Paloma.

– O que houve Félix? – Perguntou Pilar.

– Nada mami!

Félix estava saindo do quarto quando já do lado de fora Paulinha o segurou pela mão.

– Tio Félix! Eu sei que você me segurou quando eu era recém-nascida. Eu quero que você segure meu irmão também.

– Mas, criatura... Quando eu te segurei... Te larguei numa caçamba! Tentei me livrar de você!

– Eu sei... Mas sei que você não vai fazer o mesmo com meu irmão! Antes você fazia maldade porque não tinha ninguém que te amasse, mas hoje dizem que você é um homem bom, e eu sei que é, e sei por que. Porque você descobriu que tem gente que te ama né?! O Niko, a avó Pilar, a bisa Bernarda, meu primo Jhonatan, e, eu. E eu já te perdoei por tudo. Afinal, se eu tivesse ficado a vida toda com minha mãe, talvez eu nunca tivesse conhecido meu pai Bruno! E, se eu não pude ter sua amizade antes, eu quero que meu irmãozinho tenha!

Félix, com os olhos vermelhos, se abaixou para ficar da altura dela e disse-lhe:

– Muito obrigado... Minha sobrinha! Eu vou ser seu amigo viu! Eu tô até começando a te amar sabia?! – Félix sorriu enquanto chorava de emoção.

– Vem, tio, vem segurar meu irmão. Mas, dessa vez segura firme!

Eles voltaram para dentro do quarto e Félix enxugando as lágrimas, pediu para segurar o bebê. Paloma deixou e ao ter o pequeno Bernardo nos braços, as lágrimas desceram de novo de seus olhos e Félix disse:

– Seja bem vindo, Bernardo! Eu sou seu tio Félix!