O Fogo do Ártico escrita por Sweet Cookie


Capítulo 9
Túneis subterrâneos


Notas iniciais do capítulo

Era pra isso ter sido postado ontem, mas acabou que terminei esse cap tarde demais e para piorar: Minha net caiu....
¬¬'''
Psé.
Mas as coisas estão andando mais rápido e para compensar vocês estou fazendo o outro cap para tentar posta-lo hj!!!!!!!
Mas não fiquem certos disso.
Bom...
PODEM LER MEU POVO!!!!!!!!!



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— Bryan... — chamou Stephanie com a voz trêmula.

— Oi? — ele responde despreocupado.

— Aqui é mesmo seguro?

— A não ser que você tenha medo de escuro e de aranhas... — ele riu em meio à escuridão. — É seguro, sim.

— Sabe para onde estamos indo? — perguntei me voltando para onde acredito que ele esteja. A escuridão não me deixa ter certeza de nada.

— Claro. — ele responde simplesmente.

— Que tal ascender uma lanterna ou qualquer coisa que tenha luz? — sugere Valery.

— E chamar a atenção dos guardas rebeldes? — ele para. — Você quer nos matar?

— Olha... Eu nem sequer sei onde estamos. Assim como todo o resto de nós! — a voz de Valery fica tensa. Ela está desconfiada de algo. Então sua voz toma um tom desafiador. — E nós moramos aqui! Como você, que quase nunca está em Laypry, pode conhecer esses túneis? Pior que isso, como pode conseguir reconhecê-los de uma forma que possa andar no escuro neles?

— Escute aqui. — ouço um gemido e sei que ele está segurando ela. Mas forte demais. — Não me interrogue. É para seu próprio bem...

— Ou o que um covarde considera ser um bem. — resmunga Natan alto o suficiente para ele ouvir.

— O único covarde aqui é você! — ele devolve soltando Valery, que suspira aliviada e cambaleia ao meu lado. — Queria manter Katherine e a Princesa lá em cima, mesmo sabendo que são as únicas que podem parar essa guerra. De que lado você realmente está Natan?

— Não ouse acusa-lo! — grito movendo minha mão para tentar segurá-lo, mas minha mão vacila e acerta o vazio.

— Há, não se preocupe Kate. — a voz de Natan soa com uma pitada de sarcasmo. — Eu não estou errado. E essa foi a prova. É fácil incriminar os outros para encobrir seus erros, não é, Bryan?

— Passado é passado! — ele responde avançando. Sei disso porque o ar se deslocou bruscamente atrás de mim, na direção das vozes. — E não me force a usar o seu contra você!

— Vocês são dois estúpidos! — interrompe Stephanie. —Temos que nos acalmar e sair daqui. Simples assim. Tornem isso complicado e eu só garanto uma coisa a vocês. Vão viver...

— Isso não soou como uma ameaça. — afirmou Natan com uma risada.

O ar se deslocou novamente, dessa vez à minha esquerda e então a voz de Stephanie ecoou novamente pela caverna, mas dessa vez ela tinha uma instabilidade.

— Em que condições eu não posso falar.

Sorrio, mesmo sabendo que isso não é algo bom. Stephanie não é tão inocente quanto eu pensei e também é do tipo extrema. Até onde vai a linha que separa a brincadeira, da ameaça e então da realidade?

De repente outra pontada no ombro onde a bala penetrou. Agora que paro de me concentrar em algo especifico, eu sinto a dor, a agonia, que se espalha por mim. É inevitável eu soltar um gemido, meus olhos ardem com a vontade de chorar por conta da dor dilacerante. Parece que cortaram parte de mim.

— O que houve Kate? — pergunta Valery preocupada.

— Meu ombro... — falo com minha voz vacilando.

Mordo meu lábio inferior para me segurar. Não posso me desesperar. Não posso pensar que todo o povo está exclusivamente nas minhas mãos. Treinamos um exército para defender a cidade, para lutar numa guerra. Treina-los... Faço isso desde os meus oito anos. Tenho que confiar que eles também conseguem.

— Temos que continuar. — insiste Stephanie. — Deixem essa discussão inútil para depois.

— Se temos que ser rápidos, vamos ter que saber onde estamos pisando. — ouço a voz de Natan. Ela está próxima. Desconfio que um pouco próxima demais... — Precisaremos de luz.

— Tá. — bufa Bryan. — Vocês venceram!

Um flash cruza minha visão, meus olhos se perdem e eu os fecho tento abri-los, mas é um esforço inútil, eles insistem em se fechar até que estejam acostumados com a luz.

Desejo que tenha sido apenas uma ilusão pela claridade instantânea, mas vi Natan a poucos centímetros de meu rosto. Não sei por que ele estaria lá, mas sei que mesmo em alucinação, eu pelo menos uma vez respirei o mesmo ar que ele, encarando fixamente seus olhos penetrantes.

Mas não é hora para isso. E eu apenas espero que não tenha sido real...

Mas se não foi... Porque eu imaginaria isso?

+ + + + + + +

— Estamos quase lá. — anuncia Bryan guiando nosso grupo com uma lanterna em mãos.

— E “lá” é aonde exatamente? — pergunto encarando as pedras vacilantes a nossa frente.

— Lá... — ela pula sobre uma pedra que sede com o peso a mais e cai, mas antes ele consegue dar impulso para pular para a segurança do outro lado. — É o nosso último refúgio.

— É uma boa metáfora. — falo sorrindo e me apoiando na parede de pedras para atravessar. Mas as pedras embora pareçam duras, são frágeis como neve e se desfazem em grãos na minha mão. Sou obrigada a pular segundos antes que a pedra onde estou apoiada seda e me leve para algum lugar no lago abaixo de nós.

O que mais existe ao longo desses túneis.

— Acho que você se enganou Bryan! — exclama Stephanie pulando para a pedra segura em que eu e Bryan já estamos. — Nenhum guarda rebelde apareceu até agora.

— Ao invés de pensar em possibilidades de suicídio, agradeça por não ter uma na nossa frente! — ele fala ríspido encarando algum ponto vazio a nossa frente.

— Não precisava ser grosso. — o repreendo num murmúrio.

— Só estou sendo realista. — ele me devolve sussurrando.

— Pode andar mais rápido? — pergunta a loira atrás de nós.

— Ô estresse! — bufa o garoto ao meu lado voltando a andar.

— Ela só quer que a ajudem com a bala no braço dela. — falo revoltada com a reação dele.

— Dói? — ele pergunta. Mas sinto que é apenas por educação – mesmo ele não tendo nenhuma! –, ele sabe que dói sim.

— Você já sabe a resposta. — respondo parando e o deixando ganhar mais alguns passos antes de ter que segui-lo novamente.

Meu ombro ainda lateja, mas não é mais apenas ele. Todo o meu corpo lateja.

Coloco minha mão entre meu couro cabeludo e a sinto deixar uma onda de choque percorrer minha cabeça. Já estou com a pele roxa e de tão dormente que a mesma está não sinto nada quando me belisco. Uma fumaça sai da minha boca quando expiro e o ar me corta por dentro quando inspiro.

Já está chegando a madrugada, e ela é mais fria em Laypry, quem não está em casa, pode congelar... Ou morrer.

Se não andarmos rápido, vamos ter um desses futuros.

Viramos em um corredor e começamos a subir uma escada espiralada. Parece que estamos subindo a torre do palácio, mas isso seria óbvio demais!

A escada não é tão grande. Chegamos ao seu final e se estende um longo corredor com uma porta no final.

— Vamos. — sussurra Bryan depois de olhar para todos os lados.

Começamos a andar cautelosamente prestando atenção a qualquer sinal de perigo. Até a lanterna foi apagada para reduzir nossos riscos.

Um ruído vindo da escada nos faz virar a cabeça assustados e com os corações disparados.

Meu ombro para de doer e novamente a adrenalina toma conta do meu corpo.

Os ruídos se intensificam. Vem alguém por ali.

Com movimentos rápidos nos escondemos separados uns dos outros. Um feixe de luz surge pela escada e me forço ainda mais contra uma das pilastras.

Finalmente um vulto negro aparece na escada, mas antes que eu possa ter qualquer reação, outra voz ecoa e a pessoa sai correndo com baques na escada.

Suspiro aliviada e nos reunimos novamente em frente à porta.

Bryan bate 2 vezes, então 6 e novamente 2. A porta se abre e mãos nos puxam para dentro dela.

Está escuro lá, mas minha visão já se acostumou com isso. Então dou de cara com a pessoa que menos esperaria encontrar aqui. O rosto pálido e cheio, com as duas esferas azuis e rugas aparentes, marcando claramente sua idade avançada; não me deixam dúvidas. É ela.

Nanlev.


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Notas finais do capítulo

E enton?
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