Sweeter Than Fiction escrita por Pérola


Capítulo 6
Capítulo 5 - A Surpresa de Aniversário.


Notas iniciais do capítulo

"Você faz ser mais fácil quando a vida fica difícil."



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****

Pov’s Rosalie:

– Querida? Chegamos. – a voz do meu pai surgiu.

Percebi tarde demais o quanto eu havia dormido. Eu tinha cochilado em cima de algumas roupas que estavam empacotadas em cima da cama, me levantei meio grogue ainda e fui lavar o rosto.

O que era pra ser um cabelo estava agora um ninho, todo bagunçado. E cheio. Tentei desembaraçá-lo rápido, e tive bom êxito. Deixei-o preso num coque e corri pra ver meus pais.

O que eu não devia ter feito, correr. Tropecei no terceiro degrau – já perto do chão – e cai de costas, uma dor enorme percorreu minha cabeça e minha perna, mas foi só isso.

– Filha você tem sérios problemas. – meu pai agora me ajudava a levantar enquanto eu passava a mão na coluna.

– Não é novidade papai.

– Então, vejo que não está pronta pra festa.

– Festa? O que? Que festa?

Fiquei indignada. Não gostava de festas, ainda mais surpresas. Dei as costas ao meu pai e fui à cozinha, ainda escura. De repente todos – todos incluindo parentes que surgiram até dos confins da terra – Gritaram “PARABÉNS ROSALIE” senti meu rosto corar.

– Ah, quanto tempo longe da titia pequena Rô. Vejo que cresceu muito desde então. – minha tia Abby veio até mim, com aquelas mesmas rugas de cinco anos atrás e os cabelos grisalhos longos, os olhos azuis que pareciam querer ler a sua mente.

– Ah tia! Obrigada por vir. – a abracei.

Depois de abraços e beijos longos da família minha mãe apareceu.

– Querida achei que você estava arrumada, ande, vá com suas primas se trocar.

– Mãe, se eu ao menos soubesse que teria uma festa hoje.

Agora que eu parei pra ver a casa estava linda, e tudo isso enquanto eu dormia. Balões estavam em todos os lugares, da sala a cozinha, todos coloridos. Um bolo rosa em cima de uma mesa – rosa – e vários doces e salgados, dentre eles o meu preferido Surpresa de Uva.

– ROSALIEEE!

Fui surpreendida pelas minhas primas, elas foram as minhas únicas amigas, talvez por apenas fazerem parte da família. Primeiro a Maggie, loira de olhos claros e profundos, um sorriso perfeito. Ela era linda, superava a Julie. Talvez eu não fizesse parte dessa família de pessoas bonitas. Depois a Lilly, mais alta que eu, morena e com os cabelos curtos, que davam mais vida ao seu rosto, ela tinha um estilo meio jogado, mas era daquelas que não leva desaforo pra casa.

E por último a que eu mais amo a Lizzie. Ela tem minha idade e já frequentamos a escola, juntas. Fazíamos tudo juntas. Éramos como irmãs – somos – ela tem a mesma cor de olhos que eu a única coisa é o cabelo, um platinado cheio de mechas coloridas, ela era bem extrovertida, o que eu mais admirava numa pessoa.

– Meninas, eu não acredito que vieram! – eu tinha uma alegria imensa na voz e abracei-as.

– Não perderia essa festança por nada Rosalie, ainda mais sendo sua festa. – a Lizzie disse quase pulando.

Eu ri.

– E estamos aqui pra te arrumar, anda, subindo.

A Maggie me puxava pra cima e eu estava tendo cuidado pra não tropeçar em nenhum degrau agora. Atrás de nós vinham a Lizzie e a Lilly.

– Que quartinho clichê Rô, precisa de mais... Emoção aqui. – a Lilly falou pulando na minha cama.

– Lilly você me conhece, sabe que não sou extravagante. – olho pra Lizzie e ela sorri.

– Ah, isso é moda, vamos abra o guarda roupa.

Eu ia, mas a Maggie passou na minha frente e tirou tudo que é roupa dali de dentro.

– Nossa Rosalie precisamos urgentemente de compras aqui. – ela tirou um vestido, ele era bem antigo, só havia usado uma vez e foi no enterro da minha avó. Depois disso nem tinha mais tocado nele. – Tome vista esse.

O peguei.

– Esse?

– Ah claro, a única roupa que parece em um bom estado pra festas. – a Lilly disse – Talvez se rasgássemos um pouco isso aqui pra ficar mais curto... – ela pegava a barra do vestido.

– NÃO! – gritamos juntas rindo alto.

– Ah tudo bem então. – ela jogou as mãos pro alto.

Fui ao banheiro me trocar, assim feito me olhei no espelho, nunca me vi tão arrumada como agora, o vestido nem era assim tão longo só batia nos joelhos, ele era azul escuro e tinha alças finas, o que eu menos gostava.

– Pronto, está perfeita!

A Lizzie pulava pelo quarto e foi até a janela, ela parecia olhar inquieta alguma coisa depois se voltou até mim.

– Tem uma pessoa ali gente. No quintal.

– Onde?

Fui até a janela e puxei a cortina, e a abri. A figura não me era estranha até perceber que era o Peter. Droga o que ele veio fazer aqui? O que eu ia fazer? Não podia simplesmente gritar pra ele sair. Me virei para as meninas.

– Me passem uma folha de papel e um lápis urgente.

– Ta Rô, mas quem é que está ali? – a Maggie perguntou me passando o papel e o lápis. Escrevi bem grande “O que você está fazendo aqui?”

– Um colega da escola que acha que só porque me ajudou uma vez pode ser meu amigo.

Voltei a janela e lhe mostrei o papel, ele riu e fez sinal pra que eu fosse até lá, eu disse que sim, com uma pontada de arrependimento.

– Ai Rosalie, ele é bem gatinho! Tirou a sorte grande prima. – a Lizzie dizia olhando pela janela e as outras duas começaram a imitá-la.

– Liz me poupe. Meninas – eu falei pondo sapatilhas pretas – Eu não vou demorar, juro.

– Não se preocupe em demorar, estaremos aqui te olhando. – a Lilly disse dando um tchauzinho com a mão pra mim. Bufei e desci as escadas, sem cair dessa vez.

Tentando passar despercebida até os fundos fui parada pela minha mãe.

– Pra onde pensa que vai? Fugir?

– Não mãe, vai ser rápido, só preciso respirar um pouco de ar fresco. Meu quarto está insuportável. E a casa...

– Ah tudo bem filha, pode ir.

Obrigada mamãe, suspirei e abri a porta dos fundos. Assim feito, vi o Peter olhando a janela e sentado perto da cerca que separa a casa vizinha.

– Seu idiota o que está fazendo aqui?

– Se eu te disser que parei aqui por engano vai acreditar?

– Não.

– Foi o que eu pensei. – cruzei os braços e ele ria – O que?

– Sério que vai ficar aqui? Sentado? No meu quintal?

– Por que não ficaria?

– Cara ta cheio de gente lá dentro, se eles vierem aqui fora vão te pegar.

– Sem problemas! – ele estava relaxado, o que me fez ficar preocupada, então sem se importar com o vestido me sentei ao seu lado.

– Ta vendo aquelas pessoas curiosas na janela?

Ele assentiu.

– Minhas primas, assim que eu subir lá elas irão tirar uma com a minha cara por sua causa, então quanto mais cedo você for, melhor pra mim.

– Você está linda Rosalie.

Eu praticamente corei ali, como estava um pouco escuro rezei pra que ele não tivesse percebido.

– Peter vai embora. – não segurei o riso.

Levantamos-nos.

– Tudo bem, eu vou. Então... Até mais.

Tão fácil? Assim? Já?

Vi ele pular o muro, fiquei um pouco de tempo ali parada e me virei pra janela, minhas primas estavam morrendo de rir com minha figura. Corri pra dentro de casa.

– Filha, tem uma surpresa te esperando na sala. – a mamãe disse me puxando até lá, ótimo, mais presentes.

Na cozinha me encontrei com a Samantha e ela pulou em meus braços e cochichou no meu ouvido.

– Hm, a Rosalie tem namorado.

Eu ri pra ela achando que ela tinha me visto no quintal com o Peter, mas o que eu achei graça talvez não tivesse tanta assim.

Encontrei meu pai conversando com alguém, e assim que percebi a figura...

– Papai.

– Rosalie.

– Peter?

– Olá Rosalie.

– Mãe.

– O que?

Pus a mão na cabeça e tive que ir cumprimentar Peter como se eu nunca tivesse o visto essa noite. O abracei.

E por um momento não queria soltá-lo mais, era confortante. – Não, Rosalie, acorda. Não.

– Filha, por que não disse que tinha feito amigos? – papai perguntou.

– Porque eu simplesmente não fiz.

Encarei Peter que sorria.

– Sinto muito o incomodo senhor Tames, eu posso ir então.

– Nada disso Peter, venha. Sirva-se, pode ficar aqui, não é Rosalie?

Meu pai agora me fuzilava com o olhar, como se dissesse: Deixe-o aqui, ordeno.

Dei de ombros.

Comportado, eu definiria Peter hoje. Minhas primas haviam descido do quarto e o cumprimentado, não nego que senti uma pontada de ciúmes, mas elas não voltaram mais. Fiquei toda a festa ao lado de Peter, que me provocava.

– Você disse que iria embora. – cruzei os braços quando nos sentamos no sofá da sala.

– Eu fui, embora do jardim, não da sua casa e sabe... – ele engoliu um salgado – Amei sua família.

– Se a Julie tivesse aqui aposto que você não agiria dessa maneira.

– Mas a Julie não está aqui, e quero ela bem longe de mim essa semana.

– Vocês brigaram? – um pingo de curiosidade e felicidade brotou em mim. Calma Rosalie, calma.

– Digamos que sim. – ele se posicionou pra ficar de frente pra mim – Ela nos viu saindo da floresta.

– Viu é? Então a segunda-feira não vai ser nada favorável a mim.

– Fica calma, não vai ter nada de errado.

Ficamos em silêncio apenas ouvindo as pessoas fazendo festa.

– Peter... Bem... Você sabe... Quem que planejou aquilo da água pra mim?

Eu quase senti vergonha de ter perguntado aquilo. Quase.

– A Julie. Digamos que... Bem, ela pediu minha ajuda e...

– O QUE? VOCÊ? – percebi que falei alto demais, mas o cara que praticamente me envergonhou na frente da escola estava sentado no meu sofá.

– Calma Rosalie, mas eu recusei.

– Mas você poderia ter feito algo pra impedir. Peter você poderia ter feito algo.

Nessa hora já estávamos indo pra fora de casa, e ninguém percebeu nada.

– Eu tentei Rosalie, juro que tentei. Mas a Julie tem vários amigos ali, ela tem suas vantagens. E eu...

– E você não queria perder o posto de popular?

Ele se calou e eu percebi lágrimas caindo dos meus olhos. Ele se aproximou de mim o máximo pra me beijar, mas apenas me abraçou.

– Pode me desculpar?

– Não.

– Por que não?

– Porque você é um idiota, que se preocupou mais com status do que ajudar alguém. E não sei por que deixei você ficar aqui, na segunda vai praticamente fingir que eu não existo não vai?

– Não Rosalie, eu não vou fingir.

– Eu duvido.

Enxuguei as lágrimas e uma brisa fria passou por nós, olhei pro chão e a grama da frente da casa estava ficando mais verde, quase que como mágica. Flores começaram a brotar e eu achei esquisito, quer dizer... Estava sonhando não estava?

– O que é isso...

– Isso o que?

– Isso. – pisei no chão e tentei pegar uma flor, mas ela virou pó na minha mão.

– Está delirando?

– Não, você não consegue ver?

– Ver o que? – ele ria e eu me senti estúpida por imaginar coisas.

– Nada, deixa pra lá.

Depois de um momento em silêncio ouvimos alguém gritando. Viramos ao mesmo tempo de ver um homem vindo até nós correndo.

– Peter, você acha que devemos ajudar?

Ele não respondeu, estava caindo na gargalhada olhando pro homem.

– Rô, olha. Podemos nos ver amanhã? Estou metido numa grande encrenca nesse exato minuto.

– Mas... Encrenca?

– Vamos entrar e você me leva de volta pro quintal está bem?

Fiz que sim e corremos pra dentro, o homem estava longe demais, iria demorar muito ainda.

Chegamos ao quintal.

– Então te vejo amanhã. – falei o vendo subir o muro.

Ele não respondeu, apenas parou e fechou os olhos, por um instante achei que ele ia desistir quando me perguntou:

– Quer fugir comigo?


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Notas finais do capítulo

Aii pessoinhas, bem ficou muito grande tenho certeza, e se estiverem se perguntando. Pq só a Rosalie? Bem, eu tenho minhas surpresas pela frente. E espero postar bastante nesse feriado de carnaval *o* Beijinhos *3*
ps: Reviews sempre são uma boa e.e kkkkk



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