Sweeter Than Fiction escrita por Pérola


Capítulo 5
Capítulo 4 - Na Janela


Notas iniciais do capítulo

"E você tem um sorriso que poderia acender essa cidade inteira."



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****

Pov’s Rosalie:

Eu sabia que iria me arrepender assim que o Peter me levasse pra casa.
Eu não consegui dizer não, algo nele me persuadia. E eu simplesmente disse sim, mas não tinha a intenção de falar nada durante o caminho. A chuva estava passando, porém tanto eu quando ele estávamos completamente molhados. Iria ter que inventar alguma desculpa pra me safar dessa, não seria tão difícil.

Entramos num lugar que parecia um bosque, era fechado, mas dava pra ver o sol aparecendo, por causa da chuva o lugar estava cheio de lama.

– Onde isso vai dar? – perguntei tirando uma folha do meu cabelo.

– Logo, logo você vai ver. Vai ser rápido, não tem porque se preocupar.

– Não é você que lava meus sapatos. – cochiche e chutei lama e bateu na perna dele.

Que me olhou na mesma hora.

– Dá pra ter paciência? Eu lavo seus sapatos se quiser. – e bufou.
Eu ri.

– Não estou nem ai.

– Então eu também não te levo a lugar nenhum.

Ele apressou o passo, quase correndo, e eu fiquei desesperada. Queria logo chegar em casa e ele era minha única chance.

– Peter, Peter. Volta aqui. PETER. – gritei e já não o via mais – Droga Peter. Por favor, eu me desculpo com você ta legal?

Suspirei.

– Eu só quero ir pra casa.

Silêncio.

– Eu achei que você poderia me ajudar...

Me sentei no chão, sujando toda minha calça. Abaixei a cabeça sem a intenção de chorar e levei um susto.

– Rosalie, levanta daí só tava brincando com você!

Peter sorria um sorriso travesso e estendia a mão pra mim. Eu senti raiva dele por ter me deixado só e senti alivio por não estar mais só, aceitei a ajuda.

– Por favor, não faz mais isso.

– Desculpa.

Ele falou e seguimos, eu atrás dele como sempre.

Depois de cinco minutos andando avistamos uma avenida. Incrível era a mesma avenida que dava na minha casa. O sol estava a pino, e me deixou meio cega. As lentes de contato ajudavam muito.

– Obrigada, Peter. – disse num tom de voz baixo já que o movimento estava alto e umas pessoas do colégio passavam ali.

– De nada, Rosalie. Agora que você já sabe ir e voltar, posso ir embora.

– Tudo bem.

Ele deu as costas, depois de uns dois passos se virou e disse:

– Ah, parabéns.

Eu acenei e segui da direção oposta até ouvir um gritinho “Amorzinho.” Era a Julie falando com o Peter, ai sim eu dei de ombros e segui.

Será que ele seria como a Taylor? Essa pergunta me deixava intrigada e irritada. Eu não queria sofrer mais do que isso. Não mesmo.

Enquanto eu cruzava as ruas, varias pessoas me olhavam como se eu fosse um bicho – como se eu não parecesse um. Uma mulher na meia idade me perguntou se eu estava perdida e precisava de ajuda, achei aquilo ofensivo e disse educadamente que só havia levado uma queda.

Ela me deixou ir. Mais duas ruas e...

Enfim em casa. E... Como explicar pra mamãe?

Passei a mão por detrás de uma coluna em casa e peguei uma chave reserva com certeza eles não estavam em casa, isso seria um alívio.

Erro meu.

– Eca Rosalie, você está um lixo. – a Samantha fazia cara de nojo enquanto olhava pra mim e devorava um biscoito de chocolate.

– Não precisa ser tão sincera Sam. – bufei e subi as escadas correndo.

– A mamãe vai brigar com você.

Ela gritou e eu pude ouvir os passos pequenos dela subindo a escada.

– Com ela eu me entendo pequena. – virei e abri a porta do quarto, ela veio até mim.

– Você terá uma festa sabia? É surpresa. Xiiiiu. – ela pôs o dedo na frente da boca o que pareceu engraçado.

– Não é mais surpresa! Você estragou tudo. Então como foi a escola?
– Chata. – ela fez careta – A professora tira meleca do nariz Rô.

Eu sorri.

– Que pena de você.

Entrei no quarto e a Sam desceu pra voltar a comer biscoitos e assistir o Bob Esponja.

Em cima da minha cama tinha vários pacotes – ai mamãe – talvez uns quinze, por ai. Presentes da família, e eu aposto que mais da metade era da minha mãe.

Joguei a mochila suja no canto do quarto e fui direto pro banheiro tomar um banho.

Assim que acabei me joguei no chão e fiquei fitando o teto. Eu pensava nas coisas, e pensava, com eu era boba. Eu nunca mais iria acreditar em alguém do jeito que acreditei na Taylor, foi ridículo.

E nessa batalha eu perdi. A guerra só tinha começado.

Fiquei sentada na altura da cama e fui desembrulhando os presentes. Blusas, perfumes, porta jóias, um porta retrato e um... – eu não contive o riso – um mordedor rosa em forma de chupeta, junto com ele tinha um bilhete, a letra certamente era da Samantha.

“Parabéns querida irmã malvada, Rosalie. Eu te dei esse meu mordedor do ano passado porque eu cresci e acho que você deve calar mais a sua boca e deixar ela ocupada mordendo isso. Parabéns.”

Embaixo estava escrito:
“Querida eu ajudei sua irmã com isso, desculpe, mas ela insistiu. – Mamãe.

– Ai, Sam.

Soltei um riso e fui abrindo os outros presentes.

****

Pov’s Peter:

Aquela voz irritante ecoou nos meus ouvidos quando eu dei adeus a Rosalie.

– Amorzinho! – Julie gritava pra mim.

– Oi minha linda. – disse secamente.

– Estou muito irritada com você e... – ela primeiro olhou minhas roupas sujas, depois olhou mais além de mim o que eu achei que ela olhou a Rosalie, depois me olhou de novo – Você estava com ela?

– Estava ajudando ela a ir embora.

– O que? – ela afinou a voz – Peter Mason desde quando eu lhe dei permissão para isso?

– Desde nunca, Julie eu não preciso de sua permissão pra nada. – ri descaradamente.

Ela bufou e bateu os pés no chão.

– Argh, eu falo com você depois, vi que está muito sem paciência. Eu te ligo. Não sinta minha falta.

Ela jogou os cabelos pra trás e foi embora eu até pensei em falar “Vai na sombra.” Mas me contive a isso.

Minha casa era perto dali, não iria demorar muito, ainda bem, porque os olhares que caiam sobre mim eram extremamente chatos. Eu parecia um bicho cara.

Avistei o portão de seis metros de longe e respirei fundo antes de entrar ali. Sabia que alguma coisa iria acontecer.

Enquanto eu ainda estava chegando resolvi tentar treinar meus dons.

Levantei meu braço direito em direção a fechadura do portão e comecei a girá-la. Na medida que eu fazia isso o portão ia se abrindo. Quando ele estava bem aberto eu pude passar, e por pouco não morro esmagado.

O portão bateu com muita força assim que eu passei.

– Muito bonito senhor Peter. – o Connor estava me esperando de braços cruzados na porta.

– Não achei que era tão gato assim sabe irmão. – usei minha ironia e passei a mão no cabelo.

– Entre, a mamãe quer falar com você.

– Pode deixar senhor! – eu sorri e entrei.

Ainda todo sujo deixei marcas de lama no piso novo, que bom que elas iam sumindo aos poucos.

– Mamãe?

Fui até a cozinha e peguei uma maça. Um prato caiu no chão e a maçã pulou da minha mão.

– Ah, Peter.

Minha mãe entrou com uma cara brava.

– Olá dona Eleonora.

– Não me venha chamar de Dona. Temos muito que tratar. Primeiro. Por que saiu sem dar explicações? – ela se sentou.

– Mãe, eu estava atrasado. – peguei a maçã e mordi, e ela simplesmente voou pela cozinha e caiu em cima do prato quebrado.

– Qual é mãe? Não posso mais comer?

– Filho, por favor, eu quero que entenda, nós só queremos o seu bem.

– Nós quem? A senhora e o Connor? Porque o papai não está nem ai pra mim pelo que parece.

– Errado senhor, ele se preocupa sim. E muito. Por que você acha que ele sai todos os dias para trabalhar? Pra que nós tenhamos tudo que uma família normal pode ter? Ela até deixa você frenquentar a escola Peter. Seu pai nunca estudou antes.

Eu a olhei, minha mãe fazia tudo parecer fácil.

– O Anthony só quer te tratar como um garoto normal. Que leva castigos e enfim... Querido ser um donista não é a coisa mais fácil no mundo, mas você já fez seus dezesseis anos, vai ter que lhe dar com isso mais cedo ou mais tarde.

– Eu não escolhi isso.

– E eu não escolhi ter você.

– Mãe.

– Peter.

– Ta, mas eu posso ainda sair de casa não é? – eu fiquei esperaçoso.

Demais até.

– Pode, porém com uma condição. – ela levantou o dedo e a maçã veio até ela, que a mordeu.

– Qual?

– Seu irmão vai com você para todo lugar.

Ela se levantou e saiu da cozinha. O que? O Connor? E eu? Nunca, jamais.

– Mãe sério mesmo? O Connor? Por favor! – implorei.

– Sem mais nem menos Peter Mason, vai ser assim e ponto final.

E desapareceu.

Se é assim que vai ser, que comece.

Fui até a sala e meu irmão estava lendo uma revista. – Que gay.

– Mamãe já te contou que você tem que ir onde eu for não é?

– Disse. – ele não tirava os olhos da revista.

– Então, eu vou ter que sair agora. Só vou tomar banho.

– Tudo bem eu espero, mas para onde você vai?

– Não sei.

Sorri para ele que me fuzilou com o olhar enquanto eu subia as escadas, daí eu tropecei. Culpa dele.

Tomei meu banho rapidamente e antes de descer as escadas deixei um bilhete em cima da minha cama pra que a mamãe pudesse ler caso ficasse preocupada.

"Volto tarde, e não me responsabilizo se o Connor se perder de mim. - Peter."
Na sala lendo uma revista - que gay de novo - estava o Connor, eram umas quatro horas da tarde ainda.

– Vamos.

Peguei a chave do carro em cima da estante e a girei na mão, olhei para ele que ainda estava sentado.

– Vamos Connor, anda. Tira esse trazeiro daí.

– Acredite você só sai dessa casa quando eu quiser. - ele passou uma folha e eu fiquei extremamente irritado.

– OK então.

Abri a porta e sai de casa correndo "VOLTE AQUI PETER, O PAPAI VAI BRIGAR COM VOCÊ." Ouvi os gritos do meu irmão, mas quem se importa.

Olhei pra trás e ele estava vindo na minha direção, entrei na garagem e um Volvo branco me esperava ali. Abri a porta do carro e acelerei, mas freei logo antes de atropelar o Connor.

– Qual é cara me deixa ir.

– Não Peter, ou vai comigo ou não vai.

– Então entra logo idiota.

– Eu dirijo. - ele abriu a porta.

– Só que não.

Assim que ele entrou pisei fundo. O portão se abriu automaticamente como se já tivesse previsto tudo. Virei na esquina mais próxima.

– Pra onde você vai? - Connor perguntou enquanto tirou um pedaço de papel do porta luva e começou a desenhar umas figuras.

– Eu não sei. Já disse.

– Peter, Peter... Você vai se meter numa enorme enrascada. - de repente uma borboleta saiu voando da folha de papel e explodiu soltando glitter.
E eu o olhei estranho.

– Connor, tenho sérias dúvidas sobre sua sexualidade.

– E eu se você é inteligente o bastante pra saber o que é um treinamento - ele desenhou uma dinamite - Quer que eu exploda isso em você?

– Não obrigado.

Paramos em frente a um posto de gasolina.

– Me espere aqui, volto já.

– Pode deixar maninho.

Dei de ombros e assim que o Connor saiu de vista sai do posto. Como eu tinha falado eu não sabia pra onde ir, e não estava mentindo.

Passei pela mesma avenida que eu deixei a Rosalie e fui na direção que ela tinha passado - já estava escurecendo - Eu não sabia porque, mas tinha a impressão de que ia achar a casa dela logo, logo.

Eu avistei umas luzes coloridas e gritos "parabéns".

Talvez tivesse achado o que eu queria - não, eu não queria.

Desci do Volvo e o deixei estacionado na rua seguinte, passei por trás de umas casas e pulei o muro de uma, eu estava virando um rebelde.

– Oh Shit. - eu tinha pulado pra um quintal bem extenso, olhei pra cima e vi uma janela, nela tinha luzes acesas e pessoas andando pra lá e pra cá.
Me sentei no chão e fiquei observando, até uma silhueta ir até a janela, parecia com a Rosalie, o cabelo castanho... Os olhos.

Droga era ela.

O que provavelmente era a Rosalie, se virou e falou algo para as pessoas no quarto, e se virou para mim. Segurando uma folha de papel grande, e nela tinha escrito:

"Oh droga, o que você ta fazendo aqui?"

Eu sorri pra ela e fiz sinal pra que descesse, ela relutou, mas disse que iria.

Esperei.


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Notas finais do capítulo

Aeee gente, bem eu ia postar ontem porém deu um pane no meu notebook e ele simplesmente não carregava nada. Então OBRIGADAAA Thaís por teu salvo no seu :*
Então é isso gente, dedicado a todos vocês espero que gostem *3*



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