The Story of a Daughter of Hades – The Beginning escrita por Winter Queen


Capítulo 5
The Divine Objects


Notas iniciais do capítulo

Personagens:
* Ayanna Dubois: http://vampirediariesonline.com/wp-content/uploads/2013/08/kat-graham-interview.jpg
* Dimitri Petrovich: http://pipocamoderna.virgula.uol.com.br/wp-content/uploads/2013/06/liam-hemsworth.jpg
* David Prince: http://www.venusbuzz.com/wp-content/uploads/543685_325839857481964_272478129484804_806840_23364198_n_large.jpeg

Música do capítulo: Another Love - Tom Odell
https://www.youtube.com/watch?v=MwpMEbgC7DA



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“Estou correndo novamente por corredores escuros e estreitos, as paredes continuam sangrando e as mesmas gotas de sangue caem em mim, meu longo vestido negro se mancha com todo esse sangue e a única coisa que quero é sair desse lugar para sempre. Os gritos da minha mãe, a risada detestável do homem detestável, o choro da criança inocente corrompida, a lamentação da garota parada no tempo são os sons que me perseguem... o corredor se abre em uma sala e eu grito, mas dessa vez vejo o porquê. Um garoto está jogado no chão e sei que o conheço. Sangue. Há muito sangue ao seu redor, me ajoelho ao seu lado e toco seu ombro. Estou prestes a virá-lo para ver seu rosto quando tudo começa a se desfazer e desaparecer, como cinzas ao vento...”

– Arya? Arya! Acorda! Vamos não tenho o dia todo! – alguém está em cima de mim e está sacudindo meus ombros.

Abro os olhos e o rosto de alguém começa a entrar em foco. Me assusto.

– Deuses! Tyler o que você está fazendo aqui?! – grito – sai de cima de mim! – o empurro com força e ele cai no chão.

– Muito gentil você – diz sarcástico – pergunte aos seus irmãos – ele se levanta resmungando enquanto me sento – Agora entendi porque eles não queriam te acordar.

– Eles... o que? Deixa pra lá. Porque está aqui? – repito e cruzo os braços.

– Reunião na Casa Grande para os filhos dos Três Grandes, Quíron pediu que eu chamasse vocês.

– Tá. Já me acordou, pode ir embora. Já estou indo para essa reunião – reviro os olhos.

– Claro que não. Vou esperar você – ele dá um sorriso cínico – não estou afim de arranjar problemas... para mim.

Olho pra ele com raiva, mas não digo nada. Me levanto, vou até meu baú e pego uma muda de roupas e um par de ankle boots. Pelo canto do olho vejo Tyler me encarando com a boca aberta.

– O que é? – digo, olho para ele e ele desvia os olhos.

– Nada – reviro os olhos, ele está constrangido? Sim está.

Entro no banheiro e bato a porta. Olho meu reflexo e suspiro. Para quem acabou de ter um pesadelo até que estou razoável. Escovo os dentes e tomo um bom banho quente. Quando pego minha blusa percebo que é uma das que usei para sair com o Jake, suspiro, vai ter que ser essa mesma. Visto rápido minha calça jeans preta, minha blusa vermelha tomara que caia e os meus saltos. Arrumo meus cabelos, passo meu batom vermelho-sangue, um delineador e rímel. Procuro pela minha jaqueta, mas a esqueci no quarto. Passo um perfume e saio do banheiro.

A primeira coisa que vejo é Tyler sentado no beliche do Nico, ainda me esperando, ele estava olhando para a cama acima da sua cabeça, mas no momento em que abro a porta ele olha para mim e quase cai da cama. Ergo uma sobrancelha, mas resolvo não dizer nada. Olho para a minha cama e lá está minha jaqueta.

– Não poderia ter demorado mais não? – Tyler pergunta com ironia, ainda me olhando estranho.

– Cala a boca – digo pegando minha jaqueta e colocando-a, pego meu celular e guardo no bolso, arrumo algumas adagas dentro da jaqueta e pego meu grampo colocando-o em um dos bolsos internos – vamos logo para essa reunião – digo passando por ele.

– Esse estresse é porque te acordei ou você decidiu que hoje vai estar mais chata do que o normal? – paro um pouco depois da escada do chalé e olho para ele por cima do ombro.

­– Um pouco dos dois – me viro de volta e continuo andando, ele anda mais rápido para me acompanhar.

– Você poderia tentar ser um pouco menos desagradável, não acha?

– Não, não acho. Acho que você deveria calar logo a boca.

– Eu só estava tentando... – ele para no meio da frase, olho para ele esperando que ele continue, mas ele está olhando para um ponto a minha frente, sigo seu olhar e dou de cara com dois fantasmas, bastante conhecidos, a propósito.

– O que estão fazendo aqui? – digo alternando o olhar entre os dois.

– Também sentimos sua falta Arya – diz Ayanna, revirando os olhos.

– Estou até sentindo o amor – completa Trevor de modo dramático.

Bem, uma explicação rápida: Ayanna e Trevor são meus melhores amigos fantasmas. Ayanna, filha de Deméter morreu nos anos 20 e Trevor, filho de Ares, morreu nos anos 70. São bem animados para dois semideuses que já morreram. Andam para cima e para baixo me importunado, os dois moram nos Elíseos. Pensar nisso me lembra de outro amigo fantasma, Dimitri, filho de Hefesto. Ele não teve tanta sorte, está nos Campos de Punição... longa história.

– E então? – digo batendo o pé.

– Estamos com problemas, quero dizer o mundo inferior está com problemas – diz Ayanna. Ela parece preocupada.

– Que tipo de problemas? – ergo uma sobrancelha.

– Não sabemos, mas as coisas têm estado estranhas por lá – diz Trevor agora sério – está tudo uma bagunça.

– Ah Deuses! Vou ver o que posso fazer – olho para a Casa Grande – vou falar com o meu irmão, ele tem mais experiência com isso.

– Ahh o rei fantasma? – os dois perguntam juntos.

– Uhmm... é. Agora vão embora antes que arrumem problemas! – digo fazendo gestos apressados com as mãos.

– Tá bom. Tá bom. Nós Já sabemos – diz Ayanna.

­– Do jeito que as coisas estão caóticas por lá, nem vão sentir falta da gente – Trevor diz.

– Isso é o que você pensa Trevor. Anna, você disse que ia dar um jeito nele – digo acusando-a.

– E estou fazendo isso. Mudando de assunto, Dimitri mandou lembranças – ela pisca e dá um sorrisinho.

– Ótimo, mande as minhas para ele. Tchau – retruco e aceno para eles.

– Até mais – diz Trevor, enquanto eles desaparecem.

– Quem...? – diz Tyler, mas não termina sua pergunta, pois eu interrompo-o.

– Não te interessa. Vamos logo.

Chegamos rápido até a Casa Grande e graças aos deuses Tyler não tentou continuar conversando. Quando entro, meus irmãos já estão lá sentados. Todos se viram para nós quando entramos. Fulmino meus irmãos com o olhar.

– Muito obrigada pela incrivelmente desagradável companhia que me mandaram – digo irritada.

– Ei! – Tyler resmunga alguma coisa enquanto se senta, continuo de pé.

– Não esperava que nós te acordássemos, né? – pergunta Dylan.

– Da última vez não foi divertido para nós – continua Haylley.

– Então mandamos um saco de pancadas, para o caso de você estar irritada – diz Nico – o que é bem visível – ele finaliza.

– Ah, sim. Se sentiram no dever de piorar minha manhã. Missão cumprida. – me sento ao seu lado – a propósito recebi mais duas visitas hoje, dois fantasmas para ser exata, e eles me disseram que as coisas não estão boas lá em baixo – olho para Quíron, que não havia se pronunciado ainda – imagino que isso faça parte do tema a ser discutido – ele olha para mim.

– Sim, criança. Agora que estamos todos aqui serei direto. Os objetos divinos dos Três Grandes foram roubados.

Todos prendem a respiração e a sala mergulha em um silêncio total, e de repente, dez segundos depois, a sala estava em uma barulheira onde todos querem perguntar, mas ninguém se entende.

– SILÊNCIO! – Quíron grita e todos calam a boca, depois de um pequeno tempo, sou a primeira a dizer algo.

– E o que nós temos haver com isso? – cruzo os braços – os objetos são deles, se eles perderam, eles que procurem. Não somos babás – Um trovão retumba no céu.

– Mais educação Srta. Blackwell – ele me olha de um jeito severo – vocês são filhos deles e devem impedir que uma guerra aconteça entre os Três Grandes, devolvendo a eles os objetos.

– E eles acham que nós somos quem? O oráculo? Não fazemos ideia de onde esses objetos estão...

­– Por isso vamos esperar a profecia, ela nos dirá o que fazer – diz Quíron pacientemente.

– Quem roubou os objetos? – pergunta um garoto grande de olhos azuis, David.

– Ainda não sabemos. Mas nós vamos descobrir. Fiquem atentos todos vocês – Quíron olha para Amber que levanta a cabeça, olha para ele e olha para mim. Ela abre um sorriso enorme:

– Arya! – grita, pula do colo do irmão mais velho (David) e vem correndo pra sentar no meu colo. Ela abraça meu pescoço e fica rindo. Todos olham para mim. Sorrio minimamente para ela.

– A gente vai brincar hoje de novo? – ela olha para mim com um sorriso.

– Talvez – ela bate palmas e volta a brincar com sua boneca de pano.

– Estão dispensados – Quíron diz e todos nós nos levantamos. Levo Amber até o David e deixo-a com ele.

Saio ao lado dos meus irmãos, olho para Nico.

– Então... não sabia que era chamado de Rei fantasma – ele me encara e fica vermelho, rio.

– Eu não... quem foi que me chamou assim?

– Anna e Trevor – ele me olha com as sobrancelhas franzidas – os fantasmas que vieram falar comigo.

– Ah sei, então pra que todo aquele mau humor?

– Pesadelos.

– Viu, eu disse que não era a única que ficava mal humorada com pesadelos – diz Haylley, dando um sorriso vitorioso para Dylan – me deve dez dracmas.

Dylan fecha a cara.

­– O que vocês vão fazer agora? – ele pergunta.

– Você quis dizer o que nós vamos fazer né? Temos aula de equitação com os pégasos agora... – digo olhando para ele.

– Aqueles animais nos odeiam! – protesta Haylley

– É, e eu sou másculo demais para fazer isso – diz Dylan e todos nós rimos.

– Uhum tá. Vamos logo para os estábulos – digo enquanto Nico vai empurrando os dois.

♣ ♣ ♣ ♣ ♣

Depois de muito tempo conseguimos montar nos pégasos, o que foi extremamente cansativo. Percy diz que eles não gostam dos filhos de Hades porque cheiramos à morte. Sinceramente, meu perfume de amora com baunilha, não é tão ruim assim.

De qualquer modo, depois do almoço fui para o lago e fiquei observando os outros campistas em suas atividades, por um bom tempo. Acho que deveria ligar para o Jake agora. Pego o celular, mas ouço alguém me chamando:

– Arya! Arya!

Me viro, um garoto alto e forte cheio de fuligem, está correndo em minha direção, provavelmente é um filho de Hefesto.

­– Ian pediu para eu te chamar – me levanto e guardo o celular – sua espada está pronta.

– Ah claro! Obrigada – sigo o garoto em direção às forjas.

Ian está me esperando na entrada, ele me entrega a espada, a lâmina de fio duplo está bastante afiada e está polida, o cabo de madeira bem entalhado parece até estar mais “brilhante”.

­– Obrigada – digo guardando a espada, olho para ele e ele coça a nuca.

– Ah...sem problema. Arya...ahn... obrigada pelas dicas...com a sua irmã – sorrio.

– Ela parecia bem feliz e ela gosta de você Ian – ele dá um pequeno sorriso.

Rio e volto para o lago, me sento e pego o celular, disco o número de Jake. Ele atente na segunda chamada.

­­– Oi – digo com um pequeno sorriso – prometi ligar...

­­– Oi – ouço ele rir – achei que não ia.

– Bem, alguém tem que me contar as novidades... e ai já sabe quem vai levar pro baile de outono?

– Ainda não, por que? Já está com ciúmes?

– Não... eu acho. Você poderia levar a Jenna... ela é a que eu menos odeio na escola...

– Menos odeia? Uau, isso é um avanço. – eu rio.

– É sério... Já tirou sua carteira de motorista?

– Já. Quer saber se ainda não explodi seu carro?

– Não, eu sei que você não fez isso, e de qualquer modo eu dei ele para você, não é mais meu carro é seu carro.

– Obrigado então, é um carro ótimo. Mas você faz falta, fui na sua casa ontem, a Emily estava vendo filmes de terror “em sua memória”... – ele termina de dizer isso rindo.

– Deuses! Ela sabe que eu não morri...não sabe? E outra ela morre de medo disso.

– Eu disse a ela, mas ela sempre foi meio doida, e nem tava assistindo direito.

– É, ainda não tenho certeza se foi uma boa ideia deixar ela cuidando da casa.

– Ainda não entendi. Você está morando em um internato ou algo assim? Porque não pode vir?

– É complicado, isso é um tipo de acampamento de verão só que para o ano todo. Só podemos sair com permissão do diretor e ele é bem...rígido – pelo menos isso não era uma mentira.

Você já tentou pedir?

– Já, eu tentei várias vezes, mas... Eu não sei, ele é um idiota – ouço um trovão – não acho que...

­– Arya! – ouço meu irmão me chamar.

­– Já vou! – grito.

­– O que foi isso? – Jake pergunta.

– Nada foi só meu... meu amigo, tenho que fazer uma pesquisa sobre genética para amanhã. Eu tenho que ir agora. Foi ótimo falar com você, estou com saudades.

– Eu também. Kat, não esquece de ligar de vez em quando.

­– Não vou esquecer – e o telefone ficou mudo.

Me levanto e vou até onde Nico está me esperando.

– Com quem você estava falando?

– Um amigo.

­– Cuidado para ninguém ver isso, vai arranjar problemas. Você sabe que não podemos usar celular.

– É, eu sei.

– Não vai treinar hoje?

Chuto algumas pedras e coloco as mãos nos bolsos.

– Não estou muito afim. E depois já está tarde.

– Você está bem?

– Claro, eu só... queria fazer algumas visitas – olho para ele.

– Nem pensar, com todo esse problema o melhor que podemos fazer até termos uma profecia é ficar aqui, no acampamento.

– Tá bom... Cadê o Dylan e a Haylley?

– Estão treinando por ai.

Ouvimos a concha avisando que já era hora de jantar. Olhei para o céu. Sim, já estava escuro.

– Vamos? – ele pergunta.

– Claro – digo.

Tiro minha jaqueta e a coloco pendurada no meu braço.

Encontramos Haylley e Dylan no Pavilhão do Refeitório, jantamos e fomos para a fogueira. Depois fomos dormir.

Não dormi na hora, fiquei pensando, esses probleminhas devem ser só o começo. Quem quer que tenha roubado os deuses, não fez isso pra chamar atenção. Deve estar querendo algo em troca, algo que pelo visto, nós, semideuses teremos que encontrar para trocar pelos objetos. E de algum modo eu sei que as coisas só tendem a piorar.


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