Audiolivro - Capítulo 9

IX

Reyna

Depois de tudo que Reyna vira na vida e que talvez ainda fosse ver, uma lanchonete DONUT MONSTRO localizada no meio de um pântano, não estava na sua lista. Bem mas agora ela já podia riscar este item.

Reyna ficou furiosa com Nico por se arriscar por algo tão idiota, mas sua barriga agradeceu, estava realmente morrendo de fome. Depois de devorar uma caixa cada um, e três milk shakes, Reyna disse a Nico para descansar que ficaria com o primeiro turno de vigia e dessa vez ele não discutiu.

Olhou para si mesma, Reyna ainda vestia a jaqueta de aviador de Nico, queria devolver, mas não sabia como fazer isso, ficou envergonhada de já não ter feito, além disso ela estava começando a gostar daquela jaqueta, sentia-se protegida com ela e não queria tirar.

Reyna olhou Nico, ele já dormia profundamente, estava deitado com as costas viradas para ela, quase encostados um no outro devido ao espaço pequeno. Reyna pensou em como as pessoas eram diferentes do que imaginavam que eram, Nico foi a grande surpresa, Reyna nunca pensou que ele poderia ser uma companhia agradável ou que ela fosse gostar tanto da sua presença ou que fosse ansiar por ela.

Olhando com surpresa para Nico, Reyna percebeu que queria que ele estivesse bem e que nada acontecesse com ele, mas descobriu que esse não era um sentimento que fora gerado depois daquele sonho, mas foi crescendo à medida que Reyna o conheceu, ela realmente estava começando a se importar com ele e talvez uma coisa a mais...Reyna reprimiu o pensamento, estava em uma missão. Não em férias românticas!

Descansou os olhos por um momento, mas não dormiu, Reyna ficou assim por um longo tempo, não sabia quanto até que ouviu um sibilo e um arrastar muito perto, estava torcendo para ser uma simples cobra gigante e não um monstro, mas como sempre, semideuses não tinham sorte.

Assim que abriu os olhos, Reyna viu um corpo de cobra enorme dando voltas ao redor da estátua, estava muito perto de sua cabeça, mas por sorte Reyna viu que se tratava da cauda, era verde como veneno e escamosa, tampou a boca de Nico para acorda-lo, este se sobressaltou e Reyna fez sinal com o dedo para ficar em silencio, depois apontou para o corpo da cobra.

Nico captou a mensagem rapidamente, os dois desembainharam suas espadas e juntos cortaram o corpo escamoso, mas este ao invés de se soltar da estátua, prendeu-se ainda mais e com um grito agudo a Atena Partenos voou uns dez metros no ar pelo pântano revelando o que os estava atacando, era uma mulher cobra monstruosa, com pele escamosa verde, horríveis presas e uma sede por sangue, Equidna, pensou Reyna, realmente semideuses não tem sorte.

“Oh, pareeeece que essstou com sorrrte, doissss semideussses, grego e romano, sssserá um banquete.”

Nico olhou para Reyna num acordo silencioso, eles acabariam com ela juntos, os dois se levantaram e ficaram em posição de ataque, Equidna, estalou sua calda como um chicote, exatamente no local onde Reyna e Nico estavam a um segundo, os dois se jogaram de lado para desviar do golpe, então Equidna foi primeiro para cima de Reyna, com aquelas garras e presas prontas para corta-la em pedaços.

Reyna ergueu sua espada de ouro imperial e com um golpe certeiro decepou a mão direita de Equidna, o que fez com que ela ficasse ainda mais furiosa, mas antes que ela estalasse a cauda contra Reyna, Nico a prendeu numa árvore com sua espada de ferro estigío.
Equidna estava presa pela cauda e com uma mão a menos e vociferava com Reyna e Nico.

“Semideusssses maldtosss, vou essssfola-los e arrancarrrrr-lhes a pele.”

“Desculpe, mas parece que hoje não.”

Nico disse cedo demais, pois assim que Equidna começou a berrar o grupo de telequines que entraram na lanchonete vieram a seu encontro. Nico estava sem espada e Reyna não podia deixar Equidna se libertar, mas não tinha outro jeito.

“Nico pegue sua espada!”

Gritou Reyna, ele hesitou, mas retirou a espada, assim que estava liberta, Equidna veio para cima de Reyna, enquanto Nico enfrentava os telequines. Reyna dava vários golpes e desviava da cauda, mas já estava ficando cansada. Finalmente Reyna conseguira cortar o outro braço de Equidna fazendo esta tentar lhe morder com as presas.

Quando Equidna se afastou como uma cobra para dar o bote, Reyna teve tempo de ver que sobravam dois telequines e um deles ia atacar Nico pelas costas, Reyna não teve tempo de pensar e lançou sua espada contra o telequine enquanto Nico acabava om o outro.

Foi muito rápido, assim que Reyna atirou sua espada Equidna abocanhou sua barriga, perfurando a armadura, não a ponto de ferir Reyna, mas ela estava presa agora, Equidna logo enrolou o corpo de serpente em volta de Reyna e começou a esmaga-la.

“Não!”

Gritou Nico e por um instante de pânico Reyna viu esqueletos se levantarem do pântano e atacarem Equidna sem piedade, até Reyna estar livre e Equidna virar pó e voltar para as profundezas do Tártaro. Nico correu na direção de Reyna que estava com as mãos em volta da barriga, sentindo as consequências do esmagamento.

“Reyna você está bem?”

Reyna percebeu que Nico pegara sua espada de ouro imperial e colocara no chão ao lado dela caindo de joelhos, foi a ultima gota de energia invocar aqueles esqueletos ele estava drenado.

“Temos de sair daqui.”

Reyna disse sem folego.

“Vamos direto para o acampamento, não sei se posso continuar mais desse jeito.”

“Nico é perigoso demais.”

“Não tem mais jeito, não vamos suportar mais um ataque, temos de tentar.”