Audiolivro - Capítulo 22

XXII

Reyna

Depois de fechar a porta do chalé, Reyna andou sem rumo pelo acampamento, quando deu por si, estava parada bem na frente da Atena Partenos.

Reyna olhou para a estátua e a odiou no mesmo instante, Nico sofrera tanto para traze-la ao acampamento e agora era inútil, era só um pedaço de pedra inútil no meio do pavilhão, mesmo assim uma parte de Reyna ainda não perdera totalmente a fé, mesmo não sendo grega, olhou para a estátua e fez uma prece.

“Se de fato Atena, a senhora for tão nobre e corajosa quanto sua filha, Annabeth que eu conheci, mesmo eu sendo romana, peço que me dê força e proteção, para que possa proteger este lar. Faço esta promessa a senhora de que protegerei o Acampamento Meio-Sangue com a minha vida, se for necessário.”

Encarando a estátua Reyna esperava por um sinal, qualquer coisa que fosse, mas desistiu, fechando os olhos Reyna se acalmou, respirou fundo, tinha de voltar à casa grande para saber como as coisas estavam.

Quando estava prestes a se virar Reyna sentiu uma gota molhar seu rosto, abrindo os olhos, viu que estava bem embaixo da mão de Atena que segurava a deusa Nice da vitória, Reyna não tinha visto de onde a gota caiu e como para afirmar, outra gota caíra em seu rosto, dessa vez Reyna viu de onde veio, a gota caiu direto da mão de Nice.

“Obrigada.”

Reyna sussurrou, agora tinha a benção de duas deusas e estava decidida a não decepcioná-las, curvando-se respeitosamente, Reyna deu meia volta e caminhou em direção à casa grande.

Com tudo que estava acontecendo, Reyna só queria descansar, as horas de sono da noite anterior não foram suficientes, ela já estava começando a vacilar, de repente a lembrança veio, como uma pancada do nada, Reyna teve de parar de andar, lembrou-se do beijo, de como a pele de Nico era fria e mesmo assim Reyna podia sentir o calor tomar sua face.

Estava tão entorpecida na lembrança que não reparou que alguém estava falando o seu nome.

“Eu matei todos os romanos e vou jogar os corpos na vala que Gaia fez o favor de fazer.”

Reyna balançou a cabeça confusa.

“O que disse?!”

“Finalmente tenho sua atenção! Já faz uns cinco minutos que estou aqui parado bem na sua frente, sabia?”

Focalizando o rosto a sua frente, Reyna viu que era Connor Stoll, pelo menos achou que era. Percebeu também que estava anoitecendo e as tochas já estavam sendo acesas.

“E então linda pretora, tem um minuto?”

Oh, definitivamente era Connor Stoll, o outro gêmeo não dava em cima de Reyna.

“Sim, claro. Se o assunto for estritamente ligado à proteção do acampamento.”

Connor deu o seu melhor sorrisinho.

“Se fazendo de difícil não é.”

Quando percebeu que Reyna não mudara sua expressão, ele continuou.

“Está bem, sobre aqueles dois que o Sr. Príncipe dos Mortos pediu pra gente pegar, bem já pegamos um, prendemos Acmon em uma armadilha, só temos que pegar Passalos agora.”

Mesmo não gostando do jeito que Connor se referiu a Nico, Reyna assentiu.

"Tudo bem, aguardarei novas informações.”

Ficando sério de repente Connor se aproximou um pouco mais e começou a dizer.

“Sobre aquelas armadilhas, todos do chalé de Hermes estão no projeto, ainda tem bastante pra ser feito, mas daremos conta. Quando a barreira de fogo for ativada estaremos prontos, assim que eles passarem pelo fogo, os pegaremos.”

Connor piscou e se afastou. Plano B, Reyna sempre tinha um plano B e este não seria divulgado, Reyna queria dar uma ultima esperança a todos quando o fogo apagasse, era algo que deveria ficar em sigilo, pelo menos pra isso Connor era de fato de confiança.

Retomando o seu caminho à casa grande, se repreendendo por ficar pensando no beijo, Reyna sacudiu a cabeça tentando deixar pra lá, ela não era esse tipo de garota, não tinha esse tipo de drama e não tinha tempo pra isso agora, estavam em guerra, vidas estavam em jogo.

Mas por mais que tentasse Reyna não conseguia esquecer, era tão injusto, por que agora? Por que ele?