Audiolivro - Capítulo 20

XX

Nico

De todos os constrangimentos que Nico passara em sua vida, ter as calças arriadas na frente de Reyna onde ela pudesse ver sua cueca de caveirinhas, não estava na sua lista. Rapidamente Nico abaixou e levantou a calça envergonhado.

Nico notou que o sol estava quase se pondo, deveria ter dormido até de tarde, Reyna não olhava para Nico, apenas tentava desvirar sua armadura, provavelmente Acmon fez isso quando fugiu de Nico. Os dois ouviram um barulho de coisas quebrando na cabana e viraram-se a tempo de ver Passalos correr através da porta, derrubando Nico. Reyna tentou acerta-lo mas ele desviou.

“Ora, esses miseráveis.”

Reyna xingava enquanto terminava de desvirar sua armadura. Nico segurando as calças bem firme e se levantando, disse.

“Como será que eles entraram?”

Treinador Hedge saiu da cabana com o bastão quebrado e um rosto muito vermelho.

“A barreira deve estar enfraquecendo, isso é mau, aquele verme quebrou meu bastão! Vou mata-lo!”

Hedge saiu correndo pela praia na direção que aqueles dois foram, Reyna pensativa disse.

“A barreira deve estar enfraquecendo, deixando monstros menores entrar, felizmente estes não são tão perigosos.”

“Só perigosamente irritantes. Travis e Connor vão adorar esses dois!”

Nico respondeu, percebeu que a expressão de Reyna não mudara continuava séria, olhou para Nico.

“Tenho que ir resolver mais algumas coisas, só queria ver se Mellie e Anemone já tinham ido.”

Reyna já ia se virando para ir quando Nico a parou, ele teria de dizer o seu plano agora, eles não teriam mais tempo depois, não com a barreira enfraquecendo.

“Reyna, preciso falar com você. É sobre a profecia, as duas ultimas linhas, sei o que significa.”

Nico a olhou, Reyna ficou branca de repente e estremeceu, mas assentiu.

“Tudo bem, vamos para a...”

“Vamos para o chalé de Hades, teremos privacidade lá.”

Nico cortou Reyna, que relutante consentiu. Os dois caminharam apressadamente pela praia, chegando ao acampamento, viram alguns semideuses com as calças caindo e outros com roupas ao contrário. Reyna franziu o cenho.

“Temos que dar um jeito neles.”

“Ah, não se preocupe, sei exatamente a quem pedir, vá andando para o chalé de Hades, já volto.”

Saindo corrente de perto de Reyna, Nico foi em direção ao chalé de Hermes, não foi difícil encontrar os gêmeos Travis e Connor, eles estavam sentados juntos no chão analisando algo que parecia ser uma bomba fedorenta.

“Hey, Travis, Connor.”

Nico não conhecia os dois realmente, nunca conversara com eles, mas sua fama já virara lenda no acampamento.

“Ora, ora o que o filho de Hades deseja?”

Indagou Travis ou Connor, quem sabe.

“Deixe me adivinhar? Quer fazer as pessoas morrerem de rir.”

O outro falou e os dois riram.

“Certo, isso não teve graça, mas acho que vocês vão gostar do que tenho a dizer. Por acaso conhecem Acmon e Passalos?

Os dois riram encantados.

“Você está brincando!”

“Nós idolatramos esses caras!”

“Da onde acha que tiramos inspirações para nossas pegadinhas.”

Ótimo, pensou Nico, eles vão querer autógrafos agora.

“Bem, então terão a oportunidade de conhece-los, ou melhor, pegar eles. Os dois acabaram de invadir o acampamento e alguém tem que tira-los daqui.”

Os dois se levantaram e fizeram continência.

“Sim senhor, senhor.”

“Travis e Connor se apresentando para o serviço, senhor.”

“Não irá se arrepender, senhor.”

“Sim, isso mesmo senhor, senhor.”

Gargalhando os dois saíram, deixando um Nico pensando que nunca antes tinha ouvido a palavra senhor repetida tantas vezes. Saindo dos devaneios Nico voltou-se para ir ao chalé de Hades.

Correndo, passando através de vários campistas, Nico entrou no seu chalé. Reyna estava em pé olhando para as paredes nuas, lá era muito escuro, as luzes eram fracas, tinha uma única cama no canto direito, feita de madeira de ébano. Nico olhou para Reyna e esta virou-se para ele, sua expressão era triste e angustiada.

“Desculpe, não tenho cadeiras aqui.”

“Não tem problema.”

Reyna sentou no chão, Nico ia sentar, até lembrar que ainda estava segurando as calças, envergonhado disse a Reyna.

“Preciso trocar essas calças antes, você me da licença.”

As bochechas de Reyna coraram e sem dizer nada ela virou de costas para a cama, Nico andou em direção à cama e pegou uma calça que estava jogada lá, estava meio rasgada e surrada, mas ia servir, trocou a calça e colocou a jaqueta.

Andando até Reyna, Nico sentou a sua frete.

“Então, sobre a profecia?”

Reyna perguntou cautelosa.

“Sim, as duas últimas linhas: Num sono de morte, um exército sombrio a salvará . o exército sombrio pode ser aquele que eu consigo invocar dos mortos, já um sono de morte...”

Nico olhou para Reyna com uma expressão de dor e de dentro do bolso da jaqueta ele tirou algo e colocou na palma da mão, era uma semente.