A Faísca: 70° Jogos Vorazes - Interativa escrita por Tiago Pereira


Capítulo 14
Capítulo 14 - Distrito Sete - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Agora os últimos tributos. Hoje ainda posto um capítulo com um POV surpresa. LEIA AS NOTAS FINAIS.



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Jonathan Mychel

Hoje é o pior dia do ano, dia da colheita. Aqui no Distrito 7, e nos demais Distritos, a escolha é injusta. Dois jovens, um de cada sexo são selecionados e ficam sob custódia da Capital, sendo jogados numa arena e mortos em questão de dias.

– John, querido, vá se arrumar! - brada Jacqueline, minha madrasta.

Por sinal, July e Arthur, meus irmãozinhos já se ajeitaram. Ambos são tão parecidos e ao mesmo tempo tão diferentes. É indescritível. Cabelos castanhos, olhos negros. Talvez eles não sejam parecidos entre eles, e possuam traços de Jacqueline. Davi também é parecido com ela.

Obviamente deve-se ao grau de parentesco que temos. Quem nos vê tem pouca fé de que somos irmãos, já que eu tenho a pele bem mais clara, olhos azuis e cabelos negros. Praticamente uma imagem cuspida do meu pai, Rulio.

Mas os meus olhos azuis da minha mãe fazem toda a diferença. Quem diria que meu nascimento fosse o primeiro erro que cometeria, já que minha mãe morreu nela. Eu a vejo todo dia, num retrato que fica no nosso quarto. Limpo-o todas as manhãs, tardes e noites, pois a serragem suja ele todo.

Após o banho na banheira de água quente, visto uma camisa branca com cinto suspensório cinza com calça combinando. Passo a mão pelo cabelo, colocando-os para trás. A última coisa que faço é tomar um gole do chá de hortelã.

– Vamos logo então - digo, apreensivo.

Nunca precisamos nos esforçar muito para sustentar quatro bocas, ou seja, nada de tésseras. Meu nome está lá apenas seis vezes, e dos gêmeos apenas uma. As chances são mínimas, mas não improváveis.

A praça está completamente arrumada. O Distrito não está em pleno silêncio, há pessoas que gostam dos Jogos. Parece impossível de se acreditar. Wanda, a representante, Zane, o mentor e o prefeito saem da entrada principal do Edifício da Justiça.

Após a inscrição, começa a mesma baboseira que passo desde os 12 anos. Vídeo, comoção.

– Agora vamos a escolha das damas! - diz Wanda. Isso me faz voltar a si.

Há um suspiro coletivo, e o nome é puxado da bola de vidro. Minha irmã é um papel em tantos, não vai ser ela.

E não é.

– Flury Risevaard!

Uma menina ruiva, de cabelos soltos sai da multidão. Caminha lentamente até o palco. Ela não é alta, sou maior que ela, mas pela aparência não duvido que seja mais velha.

– Venha, querida. - diz Wanda.

Uma lágrima ousa rolar. É um alvo fácil, não duvido nada. Mas eu reconheço ela, mesmo sem nunca ter falado com sua pessoa. É a menina que apareceu grávida na escola. Uma calúnia.

– Chegou a hora de escolher o nosso tributo masculino. - Wanda cruza o palco até a outra bola. Novamente torço para que não seja eu, para que não seja eu.

Mas não funciona.

– Jonathan Mychel!

Uma vez, quando mais novo, caí de costas no chão. Perdi todo o ar que continha em meu pulmão, mas nada se compara como agora.

Com os músculos enferrujados, andejo até o palco, observando as feições de Flury e de Wanda. Uma alternância de pânico e felicidade.

O prefeito recita o Tratado de Traição. A Capital não quer que esqueçamos da punição. E eu farei que a Capital não me esqueça.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Não se esqueçam de mandar o que seu tributo usará no desfile. Ficha no capítulo anterior.



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