A Faísca: 70° Jogos Vorazes - Interativa escrita por Tiago Pereira


Capítulo 13
Capítulo 13 - Distrito Seis


Notas iniciais do capítulo

Desculpe por não postar ontem, estudos. E hoje, embora com febre, estou postando. Boa leitura!



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Kiara Lawrence

Evito a entrevista de Sêneca Crane e colo o livro perto dos meu nariz. Minha mãe não desgruda os olhos da tela, mas não protesto contra seu ato. Hoje eu não vou trabalhar, perdi o emprego na sapataria na última semana.

Estava pensando seriamente em trabalhar na manutenção dos aerodeslizadores e trens. Só irei pensar amanhã, após a Colheita. Muitos me acham estranha por não parar em um emprego, mas eu os ignoro. Ao menos ajuda minha mãe. Preciso estudar e ler, tornar uma grande mulher.

– Filha, vá se lavar, pare de ler agora - interrompeu minha mãe. Eu não me oponho.

Se opor contra minha mãe é algo que eu não costumo fazer. Sou filha única de um casal jovem. Minha mãe engravidou com 17 anos, e foi uma benção para ela. O casamento estava sendo planejado, mas arrancaram o sonho de minha mãe.

É meio óbvio quem foi. Apenas a Capital consegue desmanchar sonhos com uma punição dada a todos e para todas as gerações: os Jogos Vorazes. Apesar de não ter tido pai, nunca sofremos com fome. Ajudei bastante minha mãe, e conseguimos arranjar um método para economizar comida.

Após o banho, sequei meu cabelo e fui até o espelho. Estava nua, e meu corpo já era bem definido para uma jovem de 16 anos. Falta pouco para meu nome não ser mais escolhido para os Jogos. Nunca pegamos tésseras, e minhas chances não são grandes, nem mínimas.

O tempo está quente e seco, como de costume. Vesti uma blusa franzina azul, sem mangas e uma saia branca, amarrando com uma fita também azul. Penteio meus cabelos lisos e ruivos. Meus olhos verdes ressaltam meus lábios rosados. A pele branca não costuma a ficar bronzeada, graças a um creme caseiro de minha mãe.

Desço para a sala, com minha mãe.

– Pronta, filha? - ela pergunta. Eu assinto. Então ela me puxa e abraça.

– Mãe, eu não vou para os Jogos, fique tranquila - digo.

– Eu sei. Mas desde a morte de seu pai eu não paro de pensar nisso. - Ela diz.

Após um momento melancólico, saímos da casa de pequeno porte. A maioria por aqui e igual, espalhadas pelas fábricas.

Na praça, Maya, a representante sai do Edifício junto do prefeito e de Leonardus, o mentor.

– Bem-vindos, jovens! Vamos selecionar os representantes do Distrito Seis na Septuagésima Edição dos Jogos Vorazes! - diz Maya. - Mas antes, eu trouxe um filme da Capital.

"Guerra, uma terrível guerra". Ouço isso desde os 12 anos, e admito que ainda sinto arrepio ao ver a morte dos tributos que atualiza a cada ano. Nossa participação da última edição foi deplorável, morrendo na Cornucópia. Dois jovens, o menino de 14 e a menina de 15.

Depois do filme, percebo que Maya já andou até o pote e puxou o nome. As mais jovens estão mais pálidas do que cal.

– A menina é... Kiara Lawrence! - congelo. Sei que não é um sonho, é óbvio.

Seguindo hierarquia do papai, percebo que a câmera busca a sorteada, vulgo eu. Sai da multidão, tentando parecer o mais natural possível. Tenho de horar o Distrito 6, vingar meu pai e principalmente, voltar pra casa.

– Ótimo, ótimo. Agora o homem - então ela repete a mesma coisa. - E o homem é... Olich Hendricks!

Um garoto sadio, de 13 anos sai da multidão. Ele me encara, aterrorizado, ofegante.

– E estes são os nossos tributos! - ninguém esboça reação. Apenas alívio.

Chegou a hora da vingança. Esta edição promete.


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Notas finais do capítulo

Ficha para o desfile.
O que o tributo usará - lembrando que deve estar relacionado com seu Distrito:
Está ciente de que o autor pode fazer modificações?