Evermore escrita por ApplePie


Capítulo 2
Capítulo 1 - Os 3 mosqueteiros


Notas iniciais do capítulo

Esse e o próximo capítulo serão narrados pelos meninos, e é mais uma introdução da vida de cada um e sobre seus dias no orfanato.
I hope you enjoy,
Kissus.



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Tristan Frey

Pensei que nunca iria me sentir em casa novamente, ainda bem que eu estava enganado. Ainda me lembro do dia em que meu pai morreu e minha mãe me abandonou. Foi alguns dias antes de eu completar seis anos. Eu tive que ir para o orfanato Sunlight, afinal eu não tinha avós e minha tia era louca.

Quando cheguei a Sunlight, Edmund já estava lá. Um pouco tempo depois, Everlyn também chegou e nós três nos tornamos inseparáveis.

— Como os três mosqueteiros — dizia Ever.

Sempre estávamos fazendo alguma coisa, e mesmo que fôssemos órfãos conseguíamos dar um jeito de inventar algum presente para cada um no aniversário e natal. Quando ia completar oito anos, um casal apareceu e queria me adotar, por mais que eu quisesse uma família novamente não poderia deixar Ed e Ever. Eles eram mais que minha família. Então eu conversei com a dona do orfanato, Tawaret, e ela convenceu o casal a adotar outra criança.

Um dia, fez um calor absurdo no orfanato, Ever contrabandeou água do orfanato e nós três fugimos para o fundo do playground para fazermos guerra com nossas arminhas de água. Ed acabou ficando gripado, Ever levou bronca e eu tive de ficar secando tudo o que nós molhamos. Mesmo assim, eu não mudaria aquele dia por nada.

Outra coisa que também chegamos a fazer foi sabotar o chuveiro dos mais velhos que implicaram com Ever, então Ed roubou corante vermelho da cozinha do orfanato e eu coloquei na caixa d’água do chuveiro quando eles foram tomar banho. Resultado: o banheiro virou um pandemônio. As pessoas acreditavam que era sangue e começaram a correr pelados de um lado pro outro. Consequência: Ever ficou de castigo(só de castigo, afinal ela não tinha feito nada) e eu e o Edmund tivemos que lavar os pratos por três dias.

Quando estávamos próximos a completar dezesseis anos, Everlyn começou a contar sobre como era seu sonho voltar para Londres, a qual ela não visitava desde a perda de seus pais, e como ela queria estudar lá.

Então, nós três fomos conversar com Tawaret, que nos deu informações sobre projetos para estudar lá fora sem gastos de faculdade, assim que completássemos dezoito anos e pudéssemos sair do orfanato.

Passamos os três últimos anos estudando como se não existisse amanhã para viajarmos. Assim que recebemos a resposta, fomos procurar moradia e encontramos uma que estava a nosso dispor, afinal Ever tinha uma quantidade considerável de dinheiro de herança, Ed e eu trabalhamos por um ano e eu ainda tinha um pouco da herança de meu pai.

Tudo estava perfeito.

Porque depois que chegamos em Londres e fomos enganados por um ruivo charlatão, tivemos que ficar em um hotel plausível, afinal não poderia ser mais caro, mas também não iríamos dormir num hotel de esquina cheio de ratos e músicas pejorativas, e cá estávamos, os três mosqueteiros brandindo suas espadas contra a fome com uma coisa chamada BurgerKing. Eu ainda tive que ouvir da Ever sobre como ela estava tentando ser mais saudável e que era difícil perto de nós e ouvir de Ed sobre como ele queria comer torta.

No dia seguinte, fomos nós três pra faculdade pegarmos nossos horários e aulas. Ever ia fazer música enquanto Edmund ia fazer artes cênicas e eu ia fazer educação artística.

Aprendi a desenhar com meu pai, tive esse dom da família dele, e sempre gostei de desenhar. Quando Ever viu meu talento, ela não parava de tagarelar sobre como eu ia virar “o novo Picasso” e que eu deveria me dedicar a isso.

Quando cheguei na sala 301, na aula de História da Arte, avistei quatro pessoas já sentadas. Uma era uma garota loira de olhos verdes, ouvindo música enquanto mascava um chiclete. Ela vestia jeans e camiseta xadrez por cima de uma branca. Havia mais duas pessoas, uma morena e um loiro oxigenado, e havia um garoto moreno de olhos azuis.

Sentei-me ao seu lado e o cumprimentei. Quem sabe ele conhece alguma outra casa mais barata ou alguém que queria dividir as despesas, afinal a residência tinha cinco quartos.

Ele me cumprimentou também e descobri que seu nome era William Kenwitch. Começamos a conversar e ele me disse que ainda não sabia o que faria exatamente, mas que provavelmente seria música.

— Então você não deveria estar assistindo à outra aula? — perguntei.

— Na verdade não, porque em música também há um pouco de História de Arte nos primeiros semestres.

— Ah, é que minha amiga está fazendo música e ela não veio pra essa aula.

— Há três salas de História da Arte, ela deve estar em outra sala.

Nisso, já havia umas vinte pessoas na sala. Umas doze mulheres e oito homens. Percebi que as doze mulheres, tirando a loira dos olhos verdes, olhavam para mim e para William. E eu...Ignorei esse fato.

— Wil, você sabe de algum lugar em com um preço menor que este? — mostrei o papel da casa.

Ele ficou olhando por um tempo.

— Bem, tem os dormitórios da escola, mas você não pode dividi-los com mulheres e é o sistema da escola que escolhe seu companheiro.

— Sei disso, quero dizer outra residência.

Assim acabei contando minha história e ele me ouviu atentamente. Quando terminei, deu um sorriso torto.

— Bem, Tristan, eu estava procurando um lugar pra ficar. E pela quantia da parcela, me parece perfeito. O que me diz?

Nunca pensei que seria tão fácil. Ainda bem que ignorei o fato de ele parecer meio arrogante. Sorri para ele e disse:

— Eu digo negócio fechado.


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Notas finais do capítulo

Bem, aí está o primeiro capítulo, espero que você tenha gostado, o próximo será narrado pelo Ed,
Byebye.



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