Evermore escrita por ApplePie


Capítulo 17
Capítulo 15 - Apenas pessoas estranhas odeiam o Natal


Notas iniciais do capítulo

Ahá, falei que esse capítulo ia ser maior. Bem, ACHO que no próximo o Finn e o Tom vão aparecer e eu quero introduzir mais uma personagem, massss não sei se vai ser no próximo ou no outro. Esse capítulo é narrado por três pessoas,
I hope you enjoy,
Kissus



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Everlyn Clockwork

Estava na minha antiga casa no dia de natal. Eu estava ansiosa correndo e pulando de um lado pro outro, querendo que meus pais chegassem logo. Annie, a empregada, começava a dar risada enquanto preparava a mesa.

— Eles já estão chegando? — perguntei.

— Sim, Ever, eles logo logo vão chegar.

Olhei para o relógio.

— Mas eles já vão chegar, né?

Annie riu novamente. A campainha tocou. Eu saí correndo, queria ver minha mãe afagando minha cabeça e beijando minha bochecha, falando que estava com saudades. E queria ver meu pai me pegar no colo, dizendo que eu havia crescido e que eu estava linda naquele vestido lilás.

Abri a porta, e vi que dois policiais estavam parados na frente. Um deles viu que era eu quem tinha aberto a porta e vi em seus olhos, tristeza.

Annie apareceu atrás de mim.

— Posso ajudá-los?

— Sim, queremos perguntar, qual a sua relação com o Sr. e a Sra. Clockwork?

— Eles são meus patrões. Por que?

— Minha senhora, é difícil dizer isso, mas o avião em que eles estavam caiu devido à uma terrível tempestade...

Acordei suando frio e tremendo. Fazia tempo que eu sonhava com a notícia dos meus pais. Talvez tenha sido pelo fato de ter visto aqueles enfeites de natal. No orfanato, eu sempre pedia à Tawaret para ficar de fora no natal. Mas nunca consegui fazer ela ou os meninos não me darem presentes. Então eu acabava comprando também para dar para eles.

Annie. Fazia tempo que eu não falava com ela. A cada três ou quatro meses ela vinha me visitar. Eu ficava feliz e triste ao mesmo tempo. Porque acabava me fazendo lembrar da minha vida com meus pais.

Saí da minha cama e fui tomar um copo de água. Ainda estava escuro e frio. Olhei no relógio. 4h da manhã. Abri um pacote de chocolate e comecei a comer. Não estava a fim de ir para a cama tão rápido. Foi então que eu ouvi um barulho. Levantei rapidamente do banquinho, peguei uma colher (...?) e fui ver o que ou quem era.

Me assustei ao deparar com um par de olhos azuis.

— Jesus, William, você quase me matou de susto.

— Por que diabos você está com uma colher?

Sem me dar ao trabalho de responder a pergunta, larguei a colher e fui voltar para comer chocolate.

— O que você está fazendo acordado a essa hora?

— Acordei com fome, então decidi descer. E você?

Virei a cara. Não queria contar porque eu não estava conseguido dormir. Will ainda ficou me encarando.

— Foi um pesadelo, não foi?

— Bem, sonhos com pôneis e algodão-doce é que não foi.

— Sabe — ele disse meio hesitante — se você quiser, eu posso colocar você para dormir.

— O que?

Acho que eu estava ouvindo muito errado.

— Se você quiser, eu posso sei lá, contar uma história pra você dormir.

Como eu estava com muito sono, acabei aceitando. Deitei na minha cama, e Will numa cadeira ao lado.

Era uma vez, um demônio que se apaixonou por um anjo...

Sua voz era doce e muito calma. Logo peguei no sono. Dessa vez, não sonhei com meus pais.

Eu estava correndo pela casa de novo, mas era a nossa casa aqui em Londres, e Ed e Will estavam tentando me pegar. Aquilo era MUITO divertido. Não sei porque, mas eu estava me sentindo meio louca e eu queria me divertir então deixei aquela sensação me dominar.

Will me pegou e me jogou pelo seu ombro como se eu fosse um saco. Eu comecei a espernear, eu queria ficar correndo e pulando mais. Então ele me deixou no banheiro para tomar banho. Eu comecei a cantar, mas ao invés de músicas eu cantava apenas notas.

Will não estava mais no meu quarto. Então eu decidi dormir. Ele apareceu na porta com comida e eu fiquei feliz. Adoro ser paparicada. Ele estava muito gentil. Comi e pedi para ele me esperar dormir. Eu queria ficar ao seu lado. Ele me deu um beijo na testa e eu achei isso muito fofo. E percebi que seus lábios eram bem macios e convidativos. Então rindo e murmurando algo sobre ele ser legal eu selei meus lábios com os seus. E apaguei.

Acordei às 8h. Sério, qual é a dos meus sonhos? Isso estava me irritando profundamente. Parecia tão real... Balancei a cabeça para ignorar isso e fui tomar banho.

Depois de colocar uma calça jeans e um moletom fechado azul claro, desci as escadas e fui tomar café. Ed não estava em casa. Tristan me contou que ele tinha que resolver algo sobre uma peça que ele estaria logo fazendo no seu curso. Tristan estava vendo TV e Will parecia que ainda estava dormindo.

Melhor para mim. Eu não estava com vontade de olhar para ele logo após aquele sonho. Eu ainda conseguia sentir seus lábios e... Ugh, um arrepio passou por mim, eu não posso sentir essas coisas. Só irá fazer com que eu me machuque, Will pode ser uma boa pessoa lá no fundo, fundo mesmo, mas quanto ao amor, ele já deixou bem claro o que ele quer para ele.

Assim que terminei minha reflexão pós-café-da-manhã, vi Will entrando na cozinha de calça de moletom com uma camisa de manga curta por cima. Realmente, os céus não querem me dar sossego.

William Kenwitch

Eu precisava definitivamente me controlar. Qual é dessa história de conto de ninar? Enfim, eu tirei minha ideia de uma música de J-rock que eu ouvi há anos, mas enfim, assim que Ever pegou no sono, eu percebi porque sua respiração ficou mais leve. Ela parecia um verdadeiro anjo quando dormia. Só quando dormia... Talvez um pouco no dia, e um pouco mais de noite também, mas... Deixa pra lá.

Fiquei assistindo um pouco ela dormindo (não me chame de pervertido, por favor, eu estou bem ciente do fato...) e com muito cuidado para não acordá-la, saí de fininho e encostei a porta atrás de mim.

Fiquei mais um pouco acordado, eu não estava muito afim de dormir. Então decidi adiantar a minha leitura daquele livro da faculdade. Nem vi quando peguei no sono.

Depois de acordar, percebi: Hoje é domingo. Eu precisava chamar Tristan e Ed para irem comigo no shopping, pois iria ter o lançamento do nosso jogo de Xbox favorito. Depois de tomar café, fui falar com Tristan que estava comentando sobre o episódio de “Avatar: a lenda de Aang” com Little Rainbow.

— Hey, Tristan, você está ciente que hoje é o dia do lançamento, né?

Tristan arregalou os olhos e correu pro quarto se trocar. Também agilizei no meu processo de troca de roupa. Afinal, precisávamos chegar cedo. Ever ficou enchendo o saco, perguntando sobre o que estávamos falando. Depois que ela descobriu, ela começou a fazer birra querendo ir também.

Ed iria encontrar a gente lá no shopping. Corremos para o segundo piso e chegamos cedo na fila. Tinha MUITAS crianças naquele piso porque tinha aquele lugar “sente no colo do cara que finge ser o Papai Noel e peça algo que seus pais vão ter que comprar”. Everlyn estava muito desconfortável. Ela murmurou para Ed e Tristan algo sobre querer comprar um sorvete e saiu andando.

— Onde ela foi? — perguntei.

— Ah, ela foi comprar um sorvete. Mas com certeza é uma desculpa para ficar longe de algo do natal, ela não gosta muito, sabe?

— E por que? Apenas pessoas estranhas não gostam de natal.

— Ela tem suas razões...

Ed encarou Tristan como se estivesse pedindo permissão para poder falar. Tristan deu de ombros.

— É que ela perdeu os pais num dia de natal, e bem... Ela meio que se culpa, porque ela tinha pedido para eles virem visitá-la.

Fiquei quieto, não sabia o que dizer. Era por isso que ela estava tão incomodada ontem perto daquela loja de enfeites natalinos. Fiquei pensando nisso até a hora de comprarmos o jogo. Depois que compramos, os meninos falaram que iriam procurar Ever, mas eu disse que tinha um plano e que queria fazer isso sozinho.

Eles assentiram e disseram que se eu precisasse de qualquer coisa, bastava pedir. Corri até uma loja e comprei um enfeite de um papai noel com um presente que se você o abrisse tinha um papelzinho que você podia deixar um recado.

Tive que percorrer dois andares para achá-la. Ela estava num canto lendo um livro que parecia, pela sacolinha ao lado, que tinha acabado de comprar. Era um livro de sonetos de Shakespeare. Enquanto ela lia, ela estava tomando Coca-Cola.

Me aproximei e assim que ela me reconheceu, abaixou o livro.

— Onde estão os meninos?

“Olá Will, como vai você?” “Ah, vocês já acabaram Will, como foi?” “ Will, meu deus grego em forma de pessoa, como foi o lançamento do jogo?”. NÃO, era “cadê as outras duas pessoas que estavam com você?”. Suspirei.

— Foram na frente.

— Hm — ela se levantou — então acho melhor irmos também.

— Ah, Little Rainbow, espera.

Ela se virou e arqueou uma sobrancelha. Peguei o pacote e entreguei para ela. Quero que você aprecie tanto o natal quanto eu.

Everlyn Clockwork

Senti que tinha algo estranho, mas ignorei. Peguei o embrulho, murmurando um obrigado e abri. Era um enfeite de natal. Um enfeite do “dia em que minha vida virou uma desgraça”, no dia em que duas pessoas amadas morreram por minha causa.

Fiquei com muita raiva. Quem ele pensa que é pra brincar com algo assim? Mas assim que eu abri o presente do enfeite que o papai noel segurava eu vi que tinha algo escrito.

Não deixei seu passado te sufocar, seus pais com certeza não iriam gostar...”.

Comecei a rir, e só percebi que estava chorando quando Will delicadamente limpou minha bochecha molhada com sua mão. Sem dizer nada, eu o abracei e fiz algo que fazia anos que tinha feito: chorei pela morte dos meus pais.

Edmund Dwight (yes, ladies and gentlemen it’s me)

Eu consegui convencer Tristan de bisbilhotar o Will para saber o que ele tinha em mente. Seguimos ele até uma loja, fiquei chateado ao pensar que ele iria fazer uma brincadeira de mal gosto, e quase o impedi, mas Tristan me segurou e falou que duvidava que Will seria tão baixo. Vi que ele escreveu alguma coisa no papel, talvez seja um recado para Princess ficar melhor.

Então vimos entregar o presente, e vimos Snow começar a chorar, mas não era de raiva ou de tristeza de um coração traído por um amigo, eu já tinha visto ela chorar assim, muitos anos atrás, pela primeira vez que a vi no playground.

Will a abraçou até ela parar de chorar. Então um pouco antes de irmos até eles, Tristan falou algo que já tinha passado pela minha cabeça.

— Acho que a vinda de Will, foi uma das melhores coisas que aconteceu conosco, principalmente por causa de Everlyn.

E era verdade, algo que pensei que ela nunca faria com outra pessoa que não era eu ou Tristan, ela fazia com Will. Brigava com ele, brincava com ele, até deixou Tristan namorar numa boa (mas acho que isso era porque Liz era uma garota bem legal). Princess não andava tão triste, e Will sempre estava ao seu lado, quando eu ou Tristan não podíamos estar. Pensei na possibilidade dele conseguir restaurar o coração machucado de Snow.

— Bem — disse enquanto me levantava para alcançá-los — só nos resta esperar. Afinal, eles são mais lerdos que uma lesma e mais goiabas que... Bem, uma goiaba.


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Notas finais do capítulo

Eeee é isso, não sei se postarei o próximo capítulo amanhã, se der tempo acho que consigo, bem para os curiosos, aquela história que o Will estava contando pra Ever é uma história de uma música japonesa chamada "Prisoner" de um anime chamado "Skip Beat" que é mais ou menos assim: um demônio e uma anja se apaixonam, mas eles vão morrer porque é proibido, então a melhor amiga dessa anja mata o demônio para a anja viver, mesmo que esta venha a odiá-la. É mais ou menos assim. Quem quiser ver, é só procurar na internet. Até o próximo capítulo,
Byebye



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