(BPOV)

Seguimos para a floresta que tinha ao lado da escola.

- Vou ligar para o Dean. – Mary disse.

Ela pegou o seu IPhone e digitou em uma velocidade vampiresca. Depois de três toques, ele atendeu.

- Mary?

- Dean, sou eu. Como você está? O Cullen tentou te machucar?  - Ela foi perguntando, atropelando as palavras.

- Quando eu cheguei aqui no Forks Hospital, a primeira coisa que senti foi o cheiro de vampiro. Fiz a minha inscrição e fui até a clínica, começar os atendimentos. Lá, eu encontrei o Dr. Cullen. No começo ele ficou meio receoso, com medo de algo acontecer. Mas quando ele percebeu a cor de meus olhos, ele entendeu que não sou perigoso, no caso, para ele. Depois ele me chamou para ir até o seu escritório. Lá conversamos um pouco sobre nossas vidas, ele me contou que tem uma esposa, Esme Cullen, e cinco “filhos”: Alice, Edward, Emmett, Jasper e Rosalie. Depois ele nos chamou para irmos a casa dele.

- Você falou sobre nossos poderes? – Mary perguntou.

- Não, e nem comentei sobre Bella. Nem ele comentou sobre os poderes de sua família, mas aposto que Bella já sabe. – Ele disse divertido.

Eu simplesmente revirei os olhos e sorri.

- Sim, Alice vê o futuro, Jasper controla e sente as emoções e Edward lê a mente.

- Hunnn, então possivelmente Edward é o mais poderoso. Não tanto quanto George, mas é um poder muito bom. – Ele falou.

- Você vai a casa dele?

- Sim e vocês deverão seguir os “filhos” dele.

- Ok. – Ela respondeu.

- Tenho atendimento agora. Se cuidem! Tchau. – Ele se despediu.

- Tchau, se cuide também, meu irmão.

Mary desligou o IPhone. E o guardou na bolsa.

- Teremos que segui-los. Dean provavelmente quer conversar e saber mais sobre a história deles. – Ela disse.

- Ok. Mas, conversaremos isso depois. O sinal irá bater daqui um minuto. – Sam disse.

- Bella, você terá aula sozinha agora. Tome cuidado! – George disse.

- Pare de se preocupar com a Bella. Ela acaba com uma pessoa só de olhar para ela. Até parece que ela corre perigo. – Ann disse.

- Não sei como ficarei sozinha e sem alguém que me proteja durante uma aula de Biologia. – Eu disse fazendo um papel super melodramático.

Todos riram da minha encenação e nos despedimos. Fui para a sala de Biologia, mas durante o caminho eu senti o cheiro de um dos Cullen. Um cheiro muito bom. Entrei na sala e Edward Cullen estava lá, me olhando. Ele então sorriu para mim e eu retribui. Fui em direção ao professor, para ele assinar a minha caderneta. Os humanos começaram a cochichar sobre mim e sobre o Cullen.

“- Edward Cullen sorrindo para a novata? Não acredito que ele gostou dela!”

“- Ela retribuiu ao sorriso. Ele simplesmente me deslumbra. Mas ela é muito bonita também. Se parece com ele. A mesma cor dos olhos, a pele pálida e fora que é riquíssima também. Com certeza, ela faz o tipo dele.”

“- Os irmãos que são lindos. Aquele de blusa azul é simplesmente lindo.”

O Professor Banner terminou de assinar e me devolveu a caderneta, me entregou um livro também.

- Eu sou o Prof. Banner e espero que consiga acompanhar a classe, Isabella.

- Por favor, apenas Bella. – E abri um sorriso para ele.

Senti quando ele ofegou e perdeu o foco dos olhos.

- B - Be -lla.

 Ouvi Edward rindo levemente e tentando disfarçar com um ataque de tosse.

- Err... Bella sente-se ao lado do Cullen, por favor.

- Sim.

Fui em direção a Edward que acompanhou todos os meus movimentos, assim como a maioria da classe. Quando eu digo classe, me refiro à população masculina.

- Olá, Bella. – ele me cumprimentou.

- Oi, Edward. – respondi com um sorriso.

- Gostando de Forks?

- Sim, estou. Mas então, conversamos com o meu irmão e nós seguiremos vocês até a sua casa.

- Ok, meu carro é um Volvo prata. – ele disse.

- Sei, minha irmã estacionou ao seu lado.

Ele me olhou, como se tentasse ler a minha mente.

- Esqueça você não conseguirá. – Eu disse.

- O quê? – ele perguntou confuso.

- Minha mente e a de meus irmãos. Escudo Mental. Lembra?

- Oh, sim, eu me lembro.

O professor chamou a atenção da sala e começou a explicar o conteúdo: Sistema Digestório Dos Seres Vivos. Mesmo já sabendo esse conteúdo, fiz anotações em meu caderno, para manter as aparências. Nem ele, nem eu continuamos com a conversa. Mas sentia seu olhar em mim, e não pude deixar de me sentir envergonhada.

“Isabella Marie Swan! Você está ao lado do Cullen?” – Ouvi a voz de George em minha cabeça.

“Sim, estou. Por quê?” – respondi.

“Ele pode tentar te ferir. Darei um jeito de ir até aí!”

“Pare de bobeira. Você sabe muito bem que nada acontecerá. Neurótico!”

“Se ele fizer algo para ti, me avise!”

“Ou mate ele!”

“Sim, ou mate ele.” – Ele disse rindo.

Nisso o sinal tocou, guardei as minhas coisas na minha bolsa e fui em direção à porta.

- Até mais, Bella. – Edward se despediu.

- Te encontro no estacionamento. – eu disse.

Quando eu saí George me esperava do lado de fora da sala, fulminando Edward pelas costas.

- Não gosto do pensamento do Cullen em relação a você! – ele falou.

- Como assim?

- Depois eu te mostro. Vamos, senão chegaremos atrasados.

- Ok, vamos.

Ele revirou os olhos e foi me puxando pela mão até a nossa aula de Física. O resto do dia não foi nada interessante, a mesma monotonia das aulas, com os conteúdos decorados, os humanos suspirando por nós e os professores irritados porque segundo eles “mais gênios na sala é péssimo.” Com certeza para o ego deles.

Depois da aula, George, Mary e eu encontramos com Sam e Ann perto do refeitório.

- Prontos? – Ann perguntou.

- Claro! – Eu disse.

Fomos caminhando até o Volvo. Lá estavam Alice abraçada com Jasper e Emmett conversando com Rosalie. Assim que nos viu, Alice veio correndo até nós.

- Oi gente! Só estamos esperando Edward voltar da aula, que atrasou. Aí vocês poderão nos seguir. – ela falou.

- Ok. – respondemos.

Fomos então ao encontro dos outros Cullen e ficamos conversando sobre onde morávamos antigamente e algumas banalidades. A cara dos humanos quando nos viam era simplesmente hilária. Escutei os suaves passos de Edward vindo em nossa direção. Me virei e ele me olhava, sorrindo. Lógico que fiquei envergonhada e percebi isso pelo olhar que Jasper me deu.

- Desculpem – me a demora. O professor de Bioquímica quis terminar de explicar o conteúdo e acabou demorando.

Ele disse isso revirando os olhos demonstrando o quanto aquilo era chato. Pergunto-me quantos anos ele tem. Ele então olhou para Jasper meio confuso e depois para mim, dando um leve sorriso.

“O Cullen tá gostando de você, maninha!” – Ann disse.

Deu uma rosnada baixa para ela, assustando os Cullen e aos meus irmãos, ela apenas me mostrou a língua e riu.

- O que foi Bella? – Sam perguntou.

- Nada. Apenas Ann que começou a devanear, como sempre. – respondi.

- Não se faça de cega, maninha. – ela disse rindo.

Revire os olhos e fui em direção ao carro. Edward é muito lindo, isso eu admito, sinto algumas coisas quando eu estou perto dele, sensações nunca antes sentidas, mas duvido que ele goste de mim. Entrei no carro e fiquei esperando os meus irmãos terminarem de conversar. Enquanto isso liguei o som e coloquei Clair de Lune de Debussy para tocar, apenas música clássica me acalmaria.

- Estarei te seguindo, Edward. – Mary disse.

Meus irmãos entraram no carro e Mary deu a partida, esperando que o Cullen saísse para ela poder segui-lo.

- O que foi aquilo? – Sam perguntou.

- Nada, não foi nada. – eu respondi.

- Aconteceu sim! George, fale! – Sam mandou.

- NÃO. SE. ATREVA. – Eu disse cada palavra entre um rosnado.

- Isabella Marie Swan, eu sou mais velho que você, me respeite! – Sam falou com autoridade.

Senti quando meus olhos mudaram de cor, eu via tudo vermelho e algumas árvores iam caindo enquanto o carro ia passando. Algumas rochas começaram a se desprender do alto da montanha e rolar pelo acostamento.

- BELLA, PARE! MARY. ANNE. – George falou.

Mary freiou o carro com tudo e segurou o meu rosto entre suas mãos. Ela começou a me hipnotizar, e logo eu não via mais nada, apenas a imagem que Anne estava criando em minha mente, de nossos pais e nós juntos em LA, conversando e rindo. Isso me acalmou.

- Podem parar agora, eu já me controlei. – eu disse.

Nisso percebemos que Edward também parou o carro, mas nenhum deles ousou descer e ver o que aconteceu. Mary buzinou e eles continuaram e nós os seguimos de novo.

- Me desculpe Bella, não deveria ter te irritado. – Sam disse.

- Me desculpe você, eu não deveria ligar para isso. – respondi.

O resto do caminho fomos em silêncio e logo chegamos em uma casa branca com paredes de vidro, com um Mercedes preta estacionada na frente e o carro de Dean estacionado atrás.