Depois de quase meia hora, nada aconteceu.

Mal percebo a passagem do tempo, ocupada demais pesando os lados bons e os ruins de viver o que estou vivendo, tentando descobrir se isso é real ou não.

E então, algo finalmente acontece.

Minha cama começa a girar, devagar e mecanicamente, cada vez mais baixa.

Olho para baixo e vejo que o chão onde a cama está separado do resto da sala por um corte que segue um formato circular.

Não sei se devo me deitar e fingir que ainda estou dormindo ou se eles já sabem que acordei. Talvez até estivessem me monitorando em meu quarto.

Estou descendo cada vez mais, até que passo do nível do chão.

Em pouco tempo já estou em uma sala completamente diferente.

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Nem posso chamar isso de sala, pois certamente não é uma.

Estou numa espécie de redoma de vidro.

Minha cama continua se abaixando, até que, de alguma forma, ultrapassa o chão, como se ele fosse feito de nada. Já eu sou deixada aqui, sentada no chão de pedra azul-escuro vivo, e não consigo ultrapassar o chão-fantasma.

Olho em volta, e percebo que não estou sozinha.

Vejo muitos outros jovens, em muitas outras redomas, formando uma espécie de círculo gigantesco. As redomas são iguais, mais as cores dos chãos variam entre 7 cores: azul-escuro, cor-de-mel, branco-opaco, incolor, vermelho-sangue, verde, turquesa e negro.

As redomas estão flutuando a dezenas de metros do chão.

Há uma plataforma branca circular bem no meio de todas as redomas, com centenas de degraus o contornando.

Um movimento ao meu lado chama a atenção.

Uma garota de pele pálida, cabelos rosa-pink e olhos da mesma cor está na redoma à minha esquerda. De alguma forma, as cores vivas e marcantes parecem naturais nela, como um personagem de uma história em quadrinhos.

Ela parece ter cerca de 16 anos a minha idade e parece um pouco menos desorientada do que eu o que, nesse momento, não é um grande mérito.

Ela parece estar tentando chamar a minha atenção. Quando a olho, ela aponta para o chão de nossas redomas, e vejo que são da mesma cor.

Então, um som agudo e incrivelmente alto soa, me fazendo tapar meus ouvidos com as mãos.

E então, alguém sobe na plataforma.

Um homem, de cerca de 40 anos e cabelos pálidos, vestindo um macacão justo ainda mais branco do que a sala onde acordei.

– Sejam bem-vindos, jovens de Ëa!